Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
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quinta-feira, julho 30, 2009
RELESPÚBLICA EM DOSE DUPLA
Rock ‘n‘ roll melodioso, com letras em português e influências de Beatles, The Who, Small Faces e Jovem Guarda: este é o som do power-trio curitibano Relespública, que se apresenta nesta sexta e sábado no Groove Bar.
Nesta segunda incursão em terras baianas – ano passado eles se apresentaram no mesmo local, acompanhando o ex-Ira! Nasi – a rapaziada do Paraná tem a companhia das duas bandas mais disputadas do cenário baiano atual: Retrofoguetes e Cascadura.
A primeira abre o show de sexta e a segunda, o de sábado. No palco (recentemente reformado) do Groove Bar, o Relespública apresentará o repertório dos seus cinco álbuns já lançados, com especial atenção para o último, Efeito Moral (2008).
Formada por Fabio Elias (voz e guitarra), Ricardo Bastos (baixo e vocal) e Emanuel Moon (bateria), esta é uma banda que se caracteriza pela valorização do formato canção com refrões simples, sem perder muito tempo com firulas nem mudernagens – um vício quase sempre muito em voga no pop brasileiro.
Quem ainda não conhece tem aqui uma boa oportunidade de conferir a ótima performance exibida no CD/DVD ao vivo MTV Apresenta (2006).
Relespública com Retrofoguetes (sexta) e Cascadura (sábado)
Groove Bar R$ 20 (m) R$ 15 (f) 18 anos
terça-feira, julho 28, 2009
OK, VOCÊ VENCEU: MICRO-RESENHAS
Passageiros do voo 666
Em 1984, a banda britânica Iron Maiden estava no topo do mundo. Seu álbum Powerslave era o magnífico ápice criativo de um estilo que o grupo liderado pelo baixista Steve Harris havia ajudado a definir. A turnê mundial World Slavery Tour era um enorme sucesso, levando-os a desbravar territórios aonde poucos haviam ido antes, como o Brasil e os países da então vigente Cortina de Ferro. Esse momento ficou eternizado como o auge do Iron. Em 2008, os ingleses resolveram reviver esse momento, projetando um show que resgatasse o repertório dessa época e os levasse de um canto a outro do planeta, incluindo lugares em que nunca tocaram antes, como San Jose, capital da Costa Rica, na América Central. Para completar, fretaram um Boeing 757, o pintaram com o logo da banda e colocaram o vocalista Bruce Dickinson para pilotar. Foram mais de 50 mil quilômetros na turnê Somewhere Back in Time a bordo do avião Ed Force One, passando por 23 cidades em 45 dias. Essa maratona foi toda registrada em um divertido documentário que captura os membros da banda detonando no palco e em situações engraçadas, como o baterista Nicko McBrain – uma figura simpatissíma – jogando golfe, enquanto os fãs se descabelam na porta do hotel. Na passagem pelo Brasil, eles lembram do Rock in Rio em 1985, que eles mesmos consideram um "divisor de águas" na carreira.
Flight 666
Iron Maiden
Emi
R$ 59,90 (DVD) R$ 44,90 (CD)
www.ironmaiden.com
Casta guerreira do espaço
No início, era O Incal. A lendária série de ficção científica de Alejandro Jodorowsky e Jean Moebius Charlier fez tanto sucesso e ganhou tantos prêmios que acabou rendendo diversas "séries-filhas", como Antes do Incal (já publicada no Brasil), Após o Incal e esta, A Casta dos Metabarões. Na série original, os Metabarões são os guerreiros definitivos a serviço do estado policial intergaláctico onde se passa O Incal. Aqui, os carismáticos personagens deixam de ser coadjuvantes para assumirem a linha de frente da história. A dinastia dos Metabarões tem neste primeiro volume sua história revelada a partir do início no planeta Mármola, até os dias do último – e mais temido – representante da casta. Tudo ganha ainda mais beleza com a arte pintada acadêmica (no melhor sentido) e vigorosa do espanhol Juan Gimenez, um mestre na criação de cenários alienígenas e futuristas. Essencial para os fãs.
A Casta dos Metabarões - Tomo Um
A. Jodorowsky / Juan Gimenez
Devir
128 p. R$ 49
www.devir.com.br
Acústicos e eletrônicos
Terceiro disco do quarteto inglês Kasabian, West Ryder Pauper Lunatic Asylum (ufa!) é seu esforço criativo mais ambicioso. Pensado como um álbum conceitual (ou seja, tratando de um único tema em todas as suas faixas), o disco é um pequeno tratado sobre a loucura poética e suas relações com as drogas. Musicalmente, ele tem de fato bons momentos ao misturar instrumentos acústicos com elementos eletrônicos, como em Underdog, Vlad The Impaler e Where Did All The Love Go?. A impressão que dá que eles estão em um caminho estético de certa forma ainda pouco explorado, ao tentar acomodar de forma harmoniosa no seu som influências diversas, como Rolling Stones, Oasis, Stone Roses e música eletrônica. Fast Fuse, anteriormente apresentada em um EP lançado em 2007, é outro ponto alto, além de ser a faixa mais agressiva do disco – e irresistivelmente dançante. Um bom disco de rock em um ano especialmente desinteressante.
West Ryder Pauper Lunatic Asylum
Kasabian
Sony Music
R$ 24,90
www.kasabian.co.uk
Morin turista, Morin filósofo
O filófoso francês Edgar Morin, um dos grandes pensadores da tal da contemporaneidade, esteve recentemente em Salvador. Passou dois dias, assistiu um espetáculo do Balé Folclórico da Bahia e foi embora maravilhado, dizendo que "a Bahia é o coração vivo da cultura brasileira". Muito fácil para quem não tem que conviver com a barbárie cotidiana local, uma lista de desvarios extensa demais para caber neste espaço. Até por que de barbárie ele entende. Neste livro, uma série de três conferências realizadas em Paris, Morin demonstra como a barbárie é parte integrante da civilização e vice-versa, como num bizarro yin-yang. Revelador.
Cultura e barbárie europeias
Edgar Morin
Bertrand Brasil
108 p. R$ 29
www.bertrandbrasil.com.br
De batera novo, Placebo só fez mais do mesmo
Placebo, a banda inglesa que lotou a Concha Acústica em 2005, durante o festival Claro que é Rock, volta de baterista novo, Steve Forrest, no seu sexto álbum de estúdio, Battle For The Sun. A mudança de baterista também ocasionou o embarque de um novo produtor neste disco, Dave Bottril (Muse, Tool). Essas novidades, porém, resultaram em quase nada de efetivamente novo no CD. Aqui, o trio liderado pelo andrógino vocalista Brian Molko apresenta pouco ou quase nada de interessante, para uma banda que já fez coisas tão legais quanto o álbum de estreia, Placebo (1996), e os subsequentes Without You I‘m Nothing (1998) e Sleeping With Ghosts (2004). Não é um álbum ruim. Como a maior parte do que vem sendo produzido nesta década, especialmente na segunda metade, Battle For The Sun não passa do mediano. Há momentos em que parece que a coisa vai engrenar, mas depois volta ao banal. Kitty Litter abre o CD com bons riffs, Ashtray Heart tem backing vocals estranhos em espanhol e Happy You‘re Gone se sobressai. É pouco.
Battle For The Sun
Placebo
EMI
R$ 29,90
www.placeboworld.co.uk
Trilha tem lá uns achados
A trilha sonora da comédia bobinha 17 Outra Vez, um veículo para o galã juvenil Zac Efron, até que não é das piores – visto que o rapaz se notabilizou com os saltitantes filmes da série High School Musical, majoritariamente dirigida ao público infantil. A seleção mandou bem ao escolher a ótima – e ainda pouco conhecida banda – The Duke Spirit (com You Really Wake Up The Love in Me), a sussurrante cantora Cat Power (The Greatest), o rockabilly de Vincent Vincent And The Villains (On My Own) e o pop amigável de Toby Lightman (This Is Love). Há também blefes mudernos como Santigold (L.E.S. Artistes), The Kooks (Naive) e o hip hop banal dos Ying Yang Twins (Drop). A curiosidade fica com os hits dos anos 80, provavelmente escolhidos por serem as músicas preferidas do personagem de Efron, um trintão que retorna aos seus 17 anos. Ninguém merece Kenny Loggins e sua caricata Danger Zone, da trilha de Top Gun - Ases Indomáveis. (Se ainda fosse Footloose...) Mas Kool and The Gang com Cherish até que dá uma nostalgia.
17 Again - Trilha do filme
Vários artistas
Universal
R$ 29,90
www.17againmovie.com
Carlos Gomes cai no reggae
Quem haveria de dizer: O Guarani, peça ícone da música erudita brasileira, de Carlos Gomes, virou um delicioso ska no repertório da Orquestra Brasileira de Música Jamaicana. E não só ela: outros clássicos do cancioneiro nativo, como Tico-Tico no Fubá (Zequinha de Abreu), Carinhoso (Pixinguinha), Águas de Março (Tom Jobim) e O Barquinho (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli) também ganham suíngue jamaicano neste belo projeto idealizado pelo músico e produtor Sérgio Soffiatti e pelo trompetista Felippe Pipeta. Todas essas faixas, mais duas (Ska Around The Nation e Águas de Março na versão dub) estão no EP homônimo da Orquestra, disponível em streaming e também para download no site scubidu.bandcamp.com. A ideia é adaptar as melodias imbatíveis do que há de melhor na música popular brasileira ao balanço irresistível da música jamaicana de raiz, como ska, early reggae e rock steady. Ouvindo o álbum, a impressão que fica é que essas músicas nasceram para estar aqui. Um assombro o acerto do projeto.
Orquestra Brasileira de Música Jamaicana
Idem
Scubidu Records
Grátis
www.myspace.com/skabrazooka
Em 1984, a banda britânica Iron Maiden estava no topo do mundo. Seu álbum Powerslave era o magnífico ápice criativo de um estilo que o grupo liderado pelo baixista Steve Harris havia ajudado a definir. A turnê mundial World Slavery Tour era um enorme sucesso, levando-os a desbravar territórios aonde poucos haviam ido antes, como o Brasil e os países da então vigente Cortina de Ferro. Esse momento ficou eternizado como o auge do Iron. Em 2008, os ingleses resolveram reviver esse momento, projetando um show que resgatasse o repertório dessa época e os levasse de um canto a outro do planeta, incluindo lugares em que nunca tocaram antes, como San Jose, capital da Costa Rica, na América Central. Para completar, fretaram um Boeing 757, o pintaram com o logo da banda e colocaram o vocalista Bruce Dickinson para pilotar. Foram mais de 50 mil quilômetros na turnê Somewhere Back in Time a bordo do avião Ed Force One, passando por 23 cidades em 45 dias. Essa maratona foi toda registrada em um divertido documentário que captura os membros da banda detonando no palco e em situações engraçadas, como o baterista Nicko McBrain – uma figura simpatissíma – jogando golfe, enquanto os fãs se descabelam na porta do hotel. Na passagem pelo Brasil, eles lembram do Rock in Rio em 1985, que eles mesmos consideram um "divisor de águas" na carreira.
Flight 666
Iron Maiden
Emi
R$ 59,90 (DVD) R$ 44,90 (CD)
www.ironmaiden.com
Casta guerreira do espaço
No início, era O Incal. A lendária série de ficção científica de Alejandro Jodorowsky e Jean Moebius Charlier fez tanto sucesso e ganhou tantos prêmios que acabou rendendo diversas "séries-filhas", como Antes do Incal (já publicada no Brasil), Após o Incal e esta, A Casta dos Metabarões. Na série original, os Metabarões são os guerreiros definitivos a serviço do estado policial intergaláctico onde se passa O Incal. Aqui, os carismáticos personagens deixam de ser coadjuvantes para assumirem a linha de frente da história. A dinastia dos Metabarões tem neste primeiro volume sua história revelada a partir do início no planeta Mármola, até os dias do último – e mais temido – representante da casta. Tudo ganha ainda mais beleza com a arte pintada acadêmica (no melhor sentido) e vigorosa do espanhol Juan Gimenez, um mestre na criação de cenários alienígenas e futuristas. Essencial para os fãs.
A Casta dos Metabarões - Tomo Um
A. Jodorowsky / Juan Gimenez
Devir
128 p. R$ 49
www.devir.com.br
Acústicos e eletrônicos
Terceiro disco do quarteto inglês Kasabian, West Ryder Pauper Lunatic Asylum (ufa!) é seu esforço criativo mais ambicioso. Pensado como um álbum conceitual (ou seja, tratando de um único tema em todas as suas faixas), o disco é um pequeno tratado sobre a loucura poética e suas relações com as drogas. Musicalmente, ele tem de fato bons momentos ao misturar instrumentos acústicos com elementos eletrônicos, como em Underdog, Vlad The Impaler e Where Did All The Love Go?. A impressão que dá que eles estão em um caminho estético de certa forma ainda pouco explorado, ao tentar acomodar de forma harmoniosa no seu som influências diversas, como Rolling Stones, Oasis, Stone Roses e música eletrônica. Fast Fuse, anteriormente apresentada em um EP lançado em 2007, é outro ponto alto, além de ser a faixa mais agressiva do disco – e irresistivelmente dançante. Um bom disco de rock em um ano especialmente desinteressante.
West Ryder Pauper Lunatic Asylum
Kasabian
Sony Music
R$ 24,90
www.kasabian.co.uk
Morin turista, Morin filósofo
O filófoso francês Edgar Morin, um dos grandes pensadores da tal da contemporaneidade, esteve recentemente em Salvador. Passou dois dias, assistiu um espetáculo do Balé Folclórico da Bahia e foi embora maravilhado, dizendo que "a Bahia é o coração vivo da cultura brasileira". Muito fácil para quem não tem que conviver com a barbárie cotidiana local, uma lista de desvarios extensa demais para caber neste espaço. Até por que de barbárie ele entende. Neste livro, uma série de três conferências realizadas em Paris, Morin demonstra como a barbárie é parte integrante da civilização e vice-versa, como num bizarro yin-yang. Revelador.
Cultura e barbárie europeias
Edgar Morin
Bertrand Brasil
108 p. R$ 29
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De batera novo, Placebo só fez mais do mesmo
Placebo, a banda inglesa que lotou a Concha Acústica em 2005, durante o festival Claro que é Rock, volta de baterista novo, Steve Forrest, no seu sexto álbum de estúdio, Battle For The Sun. A mudança de baterista também ocasionou o embarque de um novo produtor neste disco, Dave Bottril (Muse, Tool). Essas novidades, porém, resultaram em quase nada de efetivamente novo no CD. Aqui, o trio liderado pelo andrógino vocalista Brian Molko apresenta pouco ou quase nada de interessante, para uma banda que já fez coisas tão legais quanto o álbum de estreia, Placebo (1996), e os subsequentes Without You I‘m Nothing (1998) e Sleeping With Ghosts (2004). Não é um álbum ruim. Como a maior parte do que vem sendo produzido nesta década, especialmente na segunda metade, Battle For The Sun não passa do mediano. Há momentos em que parece que a coisa vai engrenar, mas depois volta ao banal. Kitty Litter abre o CD com bons riffs, Ashtray Heart tem backing vocals estranhos em espanhol e Happy You‘re Gone se sobressai. É pouco.
Battle For The Sun
Placebo
EMI
R$ 29,90
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Trilha tem lá uns achados
A trilha sonora da comédia bobinha 17 Outra Vez, um veículo para o galã juvenil Zac Efron, até que não é das piores – visto que o rapaz se notabilizou com os saltitantes filmes da série High School Musical, majoritariamente dirigida ao público infantil. A seleção mandou bem ao escolher a ótima – e ainda pouco conhecida banda – The Duke Spirit (com You Really Wake Up The Love in Me), a sussurrante cantora Cat Power (The Greatest), o rockabilly de Vincent Vincent And The Villains (On My Own) e o pop amigável de Toby Lightman (This Is Love). Há também blefes mudernos como Santigold (L.E.S. Artistes), The Kooks (Naive) e o hip hop banal dos Ying Yang Twins (Drop). A curiosidade fica com os hits dos anos 80, provavelmente escolhidos por serem as músicas preferidas do personagem de Efron, um trintão que retorna aos seus 17 anos. Ninguém merece Kenny Loggins e sua caricata Danger Zone, da trilha de Top Gun - Ases Indomáveis. (Se ainda fosse Footloose...) Mas Kool and The Gang com Cherish até que dá uma nostalgia.
17 Again - Trilha do filme
Vários artistas
Universal
R$ 29,90
www.17againmovie.com
Carlos Gomes cai no reggae
Quem haveria de dizer: O Guarani, peça ícone da música erudita brasileira, de Carlos Gomes, virou um delicioso ska no repertório da Orquestra Brasileira de Música Jamaicana. E não só ela: outros clássicos do cancioneiro nativo, como Tico-Tico no Fubá (Zequinha de Abreu), Carinhoso (Pixinguinha), Águas de Março (Tom Jobim) e O Barquinho (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli) também ganham suíngue jamaicano neste belo projeto idealizado pelo músico e produtor Sérgio Soffiatti e pelo trompetista Felippe Pipeta. Todas essas faixas, mais duas (Ska Around The Nation e Águas de Março na versão dub) estão no EP homônimo da Orquestra, disponível em streaming e também para download no site scubidu.bandcamp.com. A ideia é adaptar as melodias imbatíveis do que há de melhor na música popular brasileira ao balanço irresistível da música jamaicana de raiz, como ska, early reggae e rock steady. Ouvindo o álbum, a impressão que fica é que essas músicas nasceram para estar aqui. Um assombro o acerto do projeto.
Orquestra Brasileira de Música Jamaicana
Idem
Scubidu Records
Grátis
www.myspace.com/skabrazooka
sexta-feira, julho 24, 2009
COLIN, SHIMA & SETO
Santíssima Trindade da HQ adulta brasileira tem sua arte resgatada do limbo em três bons lançamentos em bancas e livrarias
Dois nisseis, que, dizem, são descendentes diretos de samurais, e um legítimo brazuca formam, na visão do jornalista Gonçalo Júnior, o que seria uma espécie de Santíssima Trindade dos quadrinhos brasileiros. Após um bom tempo meio esquecidos, eles ressurgem agora em lançamentos de perfis e editoras diferentes.
Os três desenhistas resgatados são Flavio Colin (1930-2002), Cláudio Seto (1944-2008) e Júlio Shimamoto. O primeiro ganhou um livro assinado pelo próprio Gonçalo Júnior, intitulado Vida traçada: um perfil biográfico de Flávio Colin, onde ele conta um pouco sobre a vida (um tanto sofrida) e a carreira do artista.
Já o filho de japoneses Claudio Seto tem cinco de suas melhores HQs de samurais reunidas na coletânea Flores manchadas de sangue, um belo álbum em formatão da Devir.
Por fim, Júlio Shimamoto, outro brasileiro filho de imigrantes nipônicos, tem boa parte de suas próprias histórias de samurais relançadas em uma revista de 192 páginas, em formato de gibi, já nas bancas.
Reunidas, as obras destes três homens representam muito bem o que de melhor já se fez em termos de artes e narrativas gráficas no Brasil.
Apartados – Dono de um traço personalíssimo, único no mundo, Flavio Barbosa Mavgnier Colin nasceu em 1930, no Rio de Janeiro. Além de sua extraordinária capacidade artística e narrativa, pouco se sabia sobre sua vida e dos detalhes de sua extensa carreira, até que Gonçalo Júnior, imbuído da sua veia de repórter investigativo, resolveu saber um pouco mais sobre ele.
A triste história que Gonçalo desencavou dava um filme: aos oito anos, Flavio e seu irmão Renato foram sequestrados pelo próprio pai e isolados em um colégio interno no Paraná, proibidos de ter qualquer contato com a mãe. Esta ainda era ameaçada pelos padres (orientados pelo pai) que, a qualquer tentativa de aproximação, ela nunca mais veria as crianças.
Os dois meninos passaram quase dez anos longe da mãe. Flavio só a reencontraria aos 17 anos de idade.
O isolamento absurdo e a solidão, especialmente na época de férias – quando todas as crianças iam para casa, menos eles – fez com que Flavio se dedicasse exaustivamente ao estudo de sua paixão: o desenho.
O resultado foi um artista completo, dono de um estilo imediatamente reconhecível e muito autoral, além de dominar as técnicas narrativas como poucos. Ao longo de sua carreira, Flávio trabalhou nos mais diversos gêneros (terror, policial, erótico, regional) para muitas editoras, além de ter sido um batalhador incansável pelo reconhecimento e valorização dos quadrinhos brasileiros.
Entre suas obras mais destacadas estão Estórias Gerais (Conrad, publicada também na Espanha), Fawcett (Nona Arte), O curupira (Pixel) e Caraíba (Desiderata).
Em entrevista para o site Universo HQ, Gonçalo Júnior se refere a Flávio como “um dos maiores, mais completos, complexos, sofisticados e geniais autores de quadrinhos do Século 20 no mundo. Não dá para falar dele apenas em termos de Brasil. É muito pouco. Ele, Shimamoto e Claudio Seto formam a santíssima trindade do quadrinho nacional“.
Precursores do mangá – Em setembro de 1970, o Japão veio a conhecer uma obra que se tornou um marco não apenas para os japoneses, mas também para os leitores de HQ mundo afora: O Lobo Solitário, de Kazuo Koike e Goseki Kojima, até hoje um monumento do mangá e da arte sequencial em si.
O que poucos sabem, contudo, é que, dois anos antes, um brasileiro filho de japoneses já fazia um trabalho muito similar, tanto no estilo artístico, quanto na temática.
Seu nome era Claudio Seto e a revista, Histórias de Samurais, publicada há mais de 40 anos pela hoje extinta Editora Edrel, o qualifica como o Pai dos Mangás no Brasil.
É este material publicado pela Edrel que volta agora no álbum da Devir, lançado em parceria com a Jacarandá, de Toninho Mendes (ex-publisher da Chiclete com Banana).
Toninho esteve com Seto em Curitiba, onde este residia, pouco antes de sua morte por AVC em novembro último, e recebeu das mãos do próprio o material deste álbum.
Ousadíssimo para a época, Seto coalhava suas histórias com ação ininterrupta, cabeças cortadas, sangue espirrando, gueixas voluptuosas e até mesmo homossexualismo – suprema ousadia em pleno período da ditadura militar. Tudo isso com desenhos e diagramações dinâmicas e decupagem cinematográfica, tão ágil que parecia saltar da página.
Em edição mais modesta, mas com mais páginas, Samurai, de Júlio Shimamoto, o único destes três artistas ainda vivo, traz boa parte de sua produção de histórias com os guerreiros japoneses. Nascido em 1939, em Borborema (SP), hoje mora em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, e ainda se encontra em atividade.
Sua primeira história de samurai foi publicada ainda antes das de Claudio Seto. Na verdade, atribui-se ao Mestre Shima, como os fãs e estudiosos costumam se referir a ele, a primeira história de samurais produzida e publicada fora do japão: O fantasma do rincão maldito, publicada em um gibi de terror da extinta Editora Outubro, ainda no início dos anos 60.
Com seus desenhos transbordando de energia a cada quadro, Shima apresenta neste volume seu fascínio pelas lendas de samurais do Japão feudal que ouvia sentado no colo do pai, especialmente de dois personagens famosos: Musashi, o ronin (samurai sem mestre) e Zatoichi, o monge cego que era um exímio lutador.
Samurai
J. Shimamoto
EM Editora
192 p. R$ 9,90
www.mythoseditora.com.br
Vida traçada
Gonçalo Júnior
Marca de Fantasia
92 p. R$ 13
www.marcadefantasia.com
Flores manchadas de sangue
Cláudio Seto
Devir / Jacarandá
130 p. R$ 28
www.devir.com.br
Dois nisseis, que, dizem, são descendentes diretos de samurais, e um legítimo brazuca formam, na visão do jornalista Gonçalo Júnior, o que seria uma espécie de Santíssima Trindade dos quadrinhos brasileiros. Após um bom tempo meio esquecidos, eles ressurgem agora em lançamentos de perfis e editoras diferentes.
Os três desenhistas resgatados são Flavio Colin (1930-2002), Cláudio Seto (1944-2008) e Júlio Shimamoto. O primeiro ganhou um livro assinado pelo próprio Gonçalo Júnior, intitulado Vida traçada: um perfil biográfico de Flávio Colin, onde ele conta um pouco sobre a vida (um tanto sofrida) e a carreira do artista.
Já o filho de japoneses Claudio Seto tem cinco de suas melhores HQs de samurais reunidas na coletânea Flores manchadas de sangue, um belo álbum em formatão da Devir.
Por fim, Júlio Shimamoto, outro brasileiro filho de imigrantes nipônicos, tem boa parte de suas próprias histórias de samurais relançadas em uma revista de 192 páginas, em formato de gibi, já nas bancas.
Reunidas, as obras destes três homens representam muito bem o que de melhor já se fez em termos de artes e narrativas gráficas no Brasil.
Apartados – Dono de um traço personalíssimo, único no mundo, Flavio Barbosa Mavgnier Colin nasceu em 1930, no Rio de Janeiro. Além de sua extraordinária capacidade artística e narrativa, pouco se sabia sobre sua vida e dos detalhes de sua extensa carreira, até que Gonçalo Júnior, imbuído da sua veia de repórter investigativo, resolveu saber um pouco mais sobre ele.
A triste história que Gonçalo desencavou dava um filme: aos oito anos, Flavio e seu irmão Renato foram sequestrados pelo próprio pai e isolados em um colégio interno no Paraná, proibidos de ter qualquer contato com a mãe. Esta ainda era ameaçada pelos padres (orientados pelo pai) que, a qualquer tentativa de aproximação, ela nunca mais veria as crianças.
Os dois meninos passaram quase dez anos longe da mãe. Flavio só a reencontraria aos 17 anos de idade.
O isolamento absurdo e a solidão, especialmente na época de férias – quando todas as crianças iam para casa, menos eles – fez com que Flavio se dedicasse exaustivamente ao estudo de sua paixão: o desenho.
O resultado foi um artista completo, dono de um estilo imediatamente reconhecível e muito autoral, além de dominar as técnicas narrativas como poucos. Ao longo de sua carreira, Flávio trabalhou nos mais diversos gêneros (terror, policial, erótico, regional) para muitas editoras, além de ter sido um batalhador incansável pelo reconhecimento e valorização dos quadrinhos brasileiros.
Entre suas obras mais destacadas estão Estórias Gerais (Conrad, publicada também na Espanha), Fawcett (Nona Arte), O curupira (Pixel) e Caraíba (Desiderata).
Em entrevista para o site Universo HQ, Gonçalo Júnior se refere a Flávio como “um dos maiores, mais completos, complexos, sofisticados e geniais autores de quadrinhos do Século 20 no mundo. Não dá para falar dele apenas em termos de Brasil. É muito pouco. Ele, Shimamoto e Claudio Seto formam a santíssima trindade do quadrinho nacional“.
Precursores do mangá – Em setembro de 1970, o Japão veio a conhecer uma obra que se tornou um marco não apenas para os japoneses, mas também para os leitores de HQ mundo afora: O Lobo Solitário, de Kazuo Koike e Goseki Kojima, até hoje um monumento do mangá e da arte sequencial em si.
O que poucos sabem, contudo, é que, dois anos antes, um brasileiro filho de japoneses já fazia um trabalho muito similar, tanto no estilo artístico, quanto na temática.
Seu nome era Claudio Seto e a revista, Histórias de Samurais, publicada há mais de 40 anos pela hoje extinta Editora Edrel, o qualifica como o Pai dos Mangás no Brasil.
É este material publicado pela Edrel que volta agora no álbum da Devir, lançado em parceria com a Jacarandá, de Toninho Mendes (ex-publisher da Chiclete com Banana).
Toninho esteve com Seto em Curitiba, onde este residia, pouco antes de sua morte por AVC em novembro último, e recebeu das mãos do próprio o material deste álbum.
Ousadíssimo para a época, Seto coalhava suas histórias com ação ininterrupta, cabeças cortadas, sangue espirrando, gueixas voluptuosas e até mesmo homossexualismo – suprema ousadia em pleno período da ditadura militar. Tudo isso com desenhos e diagramações dinâmicas e decupagem cinematográfica, tão ágil que parecia saltar da página.
Em edição mais modesta, mas com mais páginas, Samurai, de Júlio Shimamoto, o único destes três artistas ainda vivo, traz boa parte de sua produção de histórias com os guerreiros japoneses. Nascido em 1939, em Borborema (SP), hoje mora em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, e ainda se encontra em atividade.
Sua primeira história de samurai foi publicada ainda antes das de Claudio Seto. Na verdade, atribui-se ao Mestre Shima, como os fãs e estudiosos costumam se referir a ele, a primeira história de samurais produzida e publicada fora do japão: O fantasma do rincão maldito, publicada em um gibi de terror da extinta Editora Outubro, ainda no início dos anos 60.
Com seus desenhos transbordando de energia a cada quadro, Shima apresenta neste volume seu fascínio pelas lendas de samurais do Japão feudal que ouvia sentado no colo do pai, especialmente de dois personagens famosos: Musashi, o ronin (samurai sem mestre) e Zatoichi, o monge cego que era um exímio lutador.
Samurai
J. Shimamoto
EM Editora
192 p. R$ 9,90
www.mythoseditora.com.br
Vida traçada
Gonçalo Júnior
Marca de Fantasia
92 p. R$ 13
www.marcadefantasia.com
Flores manchadas de sangue
Cláudio Seto
Devir / Jacarandá
130 p. R$ 28
www.devir.com.br
terça-feira, julho 21, 2009
RAÍZES DA CULTURA POP
Ficção de Polpa diverte e assombra em antigo formato
Quando lançou seu filme Pulp Fiction - Tempo de Violência (1994), o diretor Quentin Tarantino partiu do imaginário da ficção popular para homenagear sua mais constante representação: no caso, as publicações baratas impressas em papel jornal que se tornaram febre nos EUA entre os anos 1920 e 1950, chamadas, justamente, de “pulps“.
Nunca totalmente esquecidos, os pulps ganham agora uma nova homenagem da casa gaúcha Não Editora: a série Ficção de Polpa, que já chegou ao terceiro volume.
Em cada volume, impresso em formato de bolso e em papel de boa qualidade, diga-se, uma seleção de jovens escritores provenientes dos estados do sul do País solta os cachorros selvagens da imaginação em dezenas de contos de horror, ficção científica e fantasia nos quais tudo pode acontecer.
Psicopatas, fantasmas, monstros, alienígenas, zumbis, robôs e demônios pululam a cada página, em um verdadeiro carnaval sobrenatural.
Cada volume ainda conta com o que eles chamam de “Faixa Bônus“: um conto selecionado de um dos mestres originais dos pulps americanos. No primeiro volume, o genial H. P. Lovecraft comparece com O cão de caça. No segundo, tem Uma odisseia marciana, de Stanley G. Weinbaum, e no terceiro, O portal do monstro, de W. H. Hodgson.
Na apresentação do primeiro volume, o organizador Samir Machado de Machado nota que, “a primeira vista, pode parecer que não temos uma tradição literária nesses gêneros (horror, FC e fantasia), mas isso não é totalmente verdade. Tentativas são feitas o tempo todo, desde o início do século XX“, garante.
“Será que falta na nossa história uma Idade Média que sustente uma literatura fantástica, mesmo com nosso folclore rico? Será que a falta de investimento em pesquisa científica nos acostumou a pensar na tecnologia de forma passiva, nunca ativa, e nos faz desacreditar uma produção nacional de ficção científica? Será que o horror cotidiano nos impede de aceitar o horror fictício como uma forma válida de escapismo?“, pergunta Samir.
Precursores – Os pulps surgiram nos EUA no finzinho do século XIX, descendente direto dos chamados ”romances de dez centavos” (dime novels), criados pelo editor Frank Munsey, segundo informa o pesquisador Christopher Knowles, em seu livro, o revelador Nossos deuses são super-heróis (Cultrix, 2008).
Produzidos com papel baratinho, feito a partir da polpa da madeira (daí o nome), os pulps logo se tornaram um padrão: ”revistas de 128 páginas, com lombada grampeada ou colada e uma capa de papelão envernizado”. Com muita propriedade, Knowles defende que a cultura pop como a conhecemos hoje, com seus detetives durões , super-heróis, vilões, deuses e monstros, nasceu nas páginas dos pulps.
Ora, o que seria o Batman, senão uma evolução do Sombra, do Zorro e do Pimpinela Escarlate? O que seria o Superman (O Homem de Aço), senão uma variação do Doc Savage (O Homem de Bronze)?
Não foi senão nos pulps do publisher Hugo Gernsback (hoje nome do principal prêmio da FC) que surgiu o termo ”Scientifiction”, mais tarde simplificado para science fiction.
Não foi senão nos pulps que surgiram autores do porte de Dashiel Hammet (criador do arquétipo do detetive durão com seu Sam Spade), Edgar Rice Burroughs (criador do Tarzã e de John Carter de Marte), Isaac Asimov (Eu, Robô), Robert E. Howard (Conan, O Bárbaro), Sax Rohmer (Fu Manchu) e tantos outros.
Definitivamente, o pulp é a raiz da cultura pop atual.
Ficção de Polpa Vol. 1
Vários autores
Não Editora
128 p. | R$ 15
www.naoeditora.com.br
Ficção de Polpa Vol. 2
Vários autores
Não Editora
176 p. | R$ 20
www.naoeditora.com.br
Ficção de Polpa Vol. 3
Vários autores
Não Editora
176 p. | R$ 20
www.naoeditora.com.br
Quando lançou seu filme Pulp Fiction - Tempo de Violência (1994), o diretor Quentin Tarantino partiu do imaginário da ficção popular para homenagear sua mais constante representação: no caso, as publicações baratas impressas em papel jornal que se tornaram febre nos EUA entre os anos 1920 e 1950, chamadas, justamente, de “pulps“.
Nunca totalmente esquecidos, os pulps ganham agora uma nova homenagem da casa gaúcha Não Editora: a série Ficção de Polpa, que já chegou ao terceiro volume.
Em cada volume, impresso em formato de bolso e em papel de boa qualidade, diga-se, uma seleção de jovens escritores provenientes dos estados do sul do País solta os cachorros selvagens da imaginação em dezenas de contos de horror, ficção científica e fantasia nos quais tudo pode acontecer.
Psicopatas, fantasmas, monstros, alienígenas, zumbis, robôs e demônios pululam a cada página, em um verdadeiro carnaval sobrenatural.
Cada volume ainda conta com o que eles chamam de “Faixa Bônus“: um conto selecionado de um dos mestres originais dos pulps americanos. No primeiro volume, o genial H. P. Lovecraft comparece com O cão de caça. No segundo, tem Uma odisseia marciana, de Stanley G. Weinbaum, e no terceiro, O portal do monstro, de W. H. Hodgson.
Na apresentação do primeiro volume, o organizador Samir Machado de Machado nota que, “a primeira vista, pode parecer que não temos uma tradição literária nesses gêneros (horror, FC e fantasia), mas isso não é totalmente verdade. Tentativas são feitas o tempo todo, desde o início do século XX“, garante.
“Será que falta na nossa história uma Idade Média que sustente uma literatura fantástica, mesmo com nosso folclore rico? Será que a falta de investimento em pesquisa científica nos acostumou a pensar na tecnologia de forma passiva, nunca ativa, e nos faz desacreditar uma produção nacional de ficção científica? Será que o horror cotidiano nos impede de aceitar o horror fictício como uma forma válida de escapismo?“, pergunta Samir.
Precursores – Os pulps surgiram nos EUA no finzinho do século XIX, descendente direto dos chamados ”romances de dez centavos” (dime novels), criados pelo editor Frank Munsey, segundo informa o pesquisador Christopher Knowles, em seu livro, o revelador Nossos deuses são super-heróis (Cultrix, 2008).
Produzidos com papel baratinho, feito a partir da polpa da madeira (daí o nome), os pulps logo se tornaram um padrão: ”revistas de 128 páginas, com lombada grampeada ou colada e uma capa de papelão envernizado”. Com muita propriedade, Knowles defende que a cultura pop como a conhecemos hoje, com seus detetives durões , super-heróis, vilões, deuses e monstros, nasceu nas páginas dos pulps.
Ora, o que seria o Batman, senão uma evolução do Sombra, do Zorro e do Pimpinela Escarlate? O que seria o Superman (O Homem de Aço), senão uma variação do Doc Savage (O Homem de Bronze)?
Não foi senão nos pulps do publisher Hugo Gernsback (hoje nome do principal prêmio da FC) que surgiu o termo ”Scientifiction”, mais tarde simplificado para science fiction.
Não foi senão nos pulps que surgiram autores do porte de Dashiel Hammet (criador do arquétipo do detetive durão com seu Sam Spade), Edgar Rice Burroughs (criador do Tarzã e de John Carter de Marte), Isaac Asimov (Eu, Robô), Robert E. Howard (Conan, O Bárbaro), Sax Rohmer (Fu Manchu) e tantos outros.
Definitivamente, o pulp é a raiz da cultura pop atual.
Ficção de Polpa Vol. 1
Vários autores
Não Editora
128 p. | R$ 15
www.naoeditora.com.br
Ficção de Polpa Vol. 2
Vários autores
Não Editora
176 p. | R$ 20
www.naoeditora.com.br
Ficção de Polpa Vol. 3
Vários autores
Não Editora
176 p. | R$ 20
www.naoeditora.com.br
segunda-feira, julho 20, 2009
MUERTOS, PERO NO MUCHO
Magajanes Muertos comanda agito gratuito em 4 sextas, com várias bandas
No fim da década de 70, uma revolucionária banda punk de São Francisco (norte da Califórnia) escandalizou o público americano logo de cara com seu nome, que ousava tirar um sarro da mais respeitável família política ianque: The Dead Kennedys [Os Kennedys Mortos].
Em 2009, em Salvador, a história se repete não como farsa, mas como tributo: os Magajanes Muertos (referência a vocês-sabem-quem), formada por algumas figuras conhecidas da cena rock local, é uma banda-homenagem não apenas aos Kennedys Mortos [a banda], mas ao também aos melhores representantes do hardcore tradicional [como Bad Brains] e local [como Bosta Rala].
Na formação, caras conhecidas: Caveira [ex-Lisergia, no vocal], Marcos Bola Pessanha [ex-Sangria, na guitarra e vocais], Tiago Aziz [Cascadura, no baixo] e Chapéu [Banda de Rock, na bateria].
Para se apresentar de vez ao público, nada melhor que uma temporada de quatro sextas-feiras, sempre de graça, no Irish Pub do Porto do Barra.
A cada sexta, diversas bandas convidadas se apresentam com os Magajanes. Logo de cara, no dia 7, tem a sensacional Cissa Guimarães e a ET XXVI.
A propósito desse show da Cissa, segue uma declaração de Gilberto Eloy, o popular Loinho Sweet, sobre como vai ser essa bagaça. Se liga só na loucura: "Nesse dia aí o show da Cissa vai ser muito doido, a gente vai fazer uniforme, uns pano véio estampado tipo africano, vai fazer TRIPLEDRUM, as duas baterias igual a Vendo 147, mais nosso amigo Ígor Vieira, o Chuplic, amarrado na bateria tocando zabumba. Vai ser um lance percussivo. Tem convidados, vai ser um micão só, vamo chamar também um cara da sanfona pra tocar forró lá com a gente. Tem mais coisa, mas eu esqueci".
(Comentário rápido: o pessoal da Magajanes vai ter que se esforçar, pois tudo indica que a Cissa pretende roubar o show legal, logo no primeiro dia!)
No dia 14, rola Fracassados do Underground, Persona S/A e Charlie Chaplin. No dia 21, Jonas e Estrada Perdida.
Por fim, no dia 28, tem Faro & Os Vagabundos Iluminados, From Hell e Opus Incertum.
No dia 7, a designer Sílvia Rodrigues, a menina Silvis, ainda lança seu site oficial.
Pelo jeito, em agosto, o rock local migrará em peso para o Porto da Barra.
Magajanes Muertos
Em temporada, todas as sextas-feiras de agosto
Dubliner‘s Irish Pub (Porto da Barra), sempre as 21 horas
Grátis
NUETAS
Noite mizerávi
Os Mizeravão detonam o palco do Groove Bar (metaforicamente falando, claro), nesta sexta-feira. Kiss, Gloria Gaynor, Turma do Balão Mágico, Robertão e outras mizérias num só balaio mizerávi. Tudo isto por mízeros R$ 15.
Reles curitibanos
O mesmo Groove Bar recebe nos dias 31 e 1º de agosto a ótima banda curitibana Relespública. Rock ‘n‘ roll como se fazia antigamente, no melhor sentido da expressão. No dia 31 ainda tem Retrofoguetes de quebra. Taí umas nights que prometem.
Fora Mônica
A rapaziada da Vivendo do Ócio tá tirando onda! O clipe da música Fora Mônica foi lançado em quatro partes diferentes, em quatro sites diferentes, contando quatro histórias diferentes. Cada parte mostra um integrante vivendo uma cena de amor e ódio com a tal Mônica. Para entender direito a história, favor se dirigir aos sites da Deckdisc e da própria banda.
No fim da década de 70, uma revolucionária banda punk de São Francisco (norte da Califórnia) escandalizou o público americano logo de cara com seu nome, que ousava tirar um sarro da mais respeitável família política ianque: The Dead Kennedys [Os Kennedys Mortos].
Em 2009, em Salvador, a história se repete não como farsa, mas como tributo: os Magajanes Muertos (referência a vocês-sabem-quem), formada por algumas figuras conhecidas da cena rock local, é uma banda-homenagem não apenas aos Kennedys Mortos [a banda], mas ao também aos melhores representantes do hardcore tradicional [como Bad Brains] e local [como Bosta Rala].
Na formação, caras conhecidas: Caveira [ex-Lisergia, no vocal], Marcos Bola Pessanha [ex-Sangria, na guitarra e vocais], Tiago Aziz [Cascadura, no baixo] e Chapéu [Banda de Rock, na bateria].
Para se apresentar de vez ao público, nada melhor que uma temporada de quatro sextas-feiras, sempre de graça, no Irish Pub do Porto do Barra.
A cada sexta, diversas bandas convidadas se apresentam com os Magajanes. Logo de cara, no dia 7, tem a sensacional Cissa Guimarães e a ET XXVI.
A propósito desse show da Cissa, segue uma declaração de Gilberto Eloy, o popular Loinho Sweet, sobre como vai ser essa bagaça. Se liga só na loucura: "Nesse dia aí o show da Cissa vai ser muito doido, a gente vai fazer uniforme, uns pano véio estampado tipo africano, vai fazer TRIPLEDRUM, as duas baterias igual a Vendo 147, mais nosso amigo Ígor Vieira, o Chuplic, amarrado na bateria tocando zabumba. Vai ser um lance percussivo. Tem convidados, vai ser um micão só, vamo chamar também um cara da sanfona pra tocar forró lá com a gente. Tem mais coisa, mas eu esqueci".
(Comentário rápido: o pessoal da Magajanes vai ter que se esforçar, pois tudo indica que a Cissa pretende roubar o show legal, logo no primeiro dia!)
No dia 14, rola Fracassados do Underground, Persona S/A e Charlie Chaplin. No dia 21, Jonas e Estrada Perdida.
Por fim, no dia 28, tem Faro & Os Vagabundos Iluminados, From Hell e Opus Incertum.
No dia 7, a designer Sílvia Rodrigues, a menina Silvis, ainda lança seu site oficial.
Pelo jeito, em agosto, o rock local migrará em peso para o Porto da Barra.
Magajanes Muertos
Em temporada, todas as sextas-feiras de agosto
Dubliner‘s Irish Pub (Porto da Barra), sempre as 21 horas
Grátis
NUETAS
Noite mizerávi
Os Mizeravão detonam o palco do Groove Bar (metaforicamente falando, claro), nesta sexta-feira. Kiss, Gloria Gaynor, Turma do Balão Mágico, Robertão e outras mizérias num só balaio mizerávi. Tudo isto por mízeros R$ 15.
Reles curitibanos
O mesmo Groove Bar recebe nos dias 31 e 1º de agosto a ótima banda curitibana Relespública. Rock ‘n‘ roll como se fazia antigamente, no melhor sentido da expressão. No dia 31 ainda tem Retrofoguetes de quebra. Taí umas nights que prometem.
Fora Mônica
A rapaziada da Vivendo do Ócio tá tirando onda! O clipe da música Fora Mônica foi lançado em quatro partes diferentes, em quatro sites diferentes, contando quatro histórias diferentes. Cada parte mostra um integrante vivendo uma cena de amor e ódio com a tal Mônica. Para entender direito a história, favor se dirigir aos sites da Deckdisc e da própria banda.
sexta-feira, julho 17, 2009
MARCELO NOVA, ENTRE ANJOS E PANTERAS
Ele não toma jeito nunca. Ainda bem. Marcelo Nova está de volta a cidade para um show único amanhã, no Groove Bar, onde apresentará seus sucessos com a banda Camisa de Vênus e também músicas da carreira solo, acompanhado da banda Os Anjos Exterminadores, formada especialmente para este show.
Na escalação, Candido Amarelo (guitarra), Eric Assmar (guitarra), Pedro Bó (baixo) e Maurício Pedrão (bateria).
Está prevista e confirmada, ainda, uma participação especial d'Os Panteras, primeira banda de Raul Seixas, tocando duas músicas com Marceleza. Este momento, inédito na Bahia, repete a parceria ocorrida pouco tempo atrás, quando Marcelo e Os Panteras tocaram o álbum Raulzito & Os Panteras na íntegra, em um show na última Virada Cultural em São Paulo.
No repertório do show no Groove estão certos hits inesquecíveis como Só o Fim, Eu Não Matei Joana D’Arc, O Ponteiro Tá Subindo, Carpinteiro do Universo, Pastor João e a Igreja Invisível, Simca Chambord e outros.
Marcelo Nova | Amanhã, 22 horas | Groove Bar | R$ 30
terça-feira, julho 14, 2009
DIANA & A PRINCESINHA DO MAR
A variada fauna noturna de Copacabana inspira boa graphic novel homônima, com trama no estilo noir tropical
Copacabana, a princesinha do mar, com sua praia mundialmente famosa, belas mulheres, turistas, senhoras com seus cachorrinhos, prostitutas, traficantes, taxistas e moradores locais é o cenário de uma nova e elogiada graphic novel nacional.
Copacabana, a HQ, surgiu das noites insones do gaúcho S. Lobo, roteirista e ex-editor da premiada revista Mosh!.
“Há alguns anos, eu me mudei para o Rio para cursar uma faculdade. Como tenho dificuldade para dormir de noite, ia caminhar na orla para cansar. Com o tempo, comecei a caminhar mais devagar para prestar atenção nas pessoas e nas coisas que aconteciam“, conta Lobo, por telefone.
“A cada noite, eu entrava mais e mais no ambiente noturno de Copacabana, e aí fui conhecendo as pessoas, colecionando histórias. Até que um dia, tudo fez sentido“, continua.
Com suas histórias na cabeça, Lobo começou a roteirizar uma trama noir-tropical, envolvendo as prostitutas das calçadas de Copa, os traficantes e os turistas que vêm fazer safáris sexuais nas areias do Rio de Janeiro.
“Lá todo mundo se mistura. Copacabana é um lugar onde tudo convive relativamente bem, apesar de tudo“, percebe.
A personagem principal de Copacabana é Diana. Na visão de Lobo, a prostituta ideal: “Ela é uma mulher que eu gostaria de ter encontrado no meu caminho. É forte, guerreira, mas vive a vida com graça, charme e muita sacanagem“, define.
Amadurecimento – Diana encontrou seu designer definitivo nas mãos do desenhista Odyr, que embarcou no projeto de Lobo algum tempo depois que ele tinha terminado o roteiro.
“Não houve quase intervenção nenhuma no roteiro. Só coisas menores, de tom, que surgiram dentro das cenas. Claro, são duas sensibilidades diferentes que se juntam“, descreve Odyr.
Somando lendas urbanas a uma trama de um golpe fracassado banhado em sangue, grana suja e criminosos da pior espécie, Lobo e Odyr criaram mais uma ótima peça que vem reforçar o amadurecimento que as HQs nacionais adultas vem experimentando recentemente.
“O retorno tem sido bem positivo. As críticas no geral tem sido bem boas, recebemos elogios pela boa integração do texto com o desenho. Parece que esse dupla funcionou bem“, percebe Lobo, modesto. “Há um mercado para a criação de álbuns originais de fôlego“, conclui Odyr.
Copacabana
S. Lobo / Odyr
Desiderata
200 p. | R$ 30,90
www.editoradesiderata.com.br
Copacabana, a princesinha do mar, com sua praia mundialmente famosa, belas mulheres, turistas, senhoras com seus cachorrinhos, prostitutas, traficantes, taxistas e moradores locais é o cenário de uma nova e elogiada graphic novel nacional.
Copacabana, a HQ, surgiu das noites insones do gaúcho S. Lobo, roteirista e ex-editor da premiada revista Mosh!.
“Há alguns anos, eu me mudei para o Rio para cursar uma faculdade. Como tenho dificuldade para dormir de noite, ia caminhar na orla para cansar. Com o tempo, comecei a caminhar mais devagar para prestar atenção nas pessoas e nas coisas que aconteciam“, conta Lobo, por telefone.
“A cada noite, eu entrava mais e mais no ambiente noturno de Copacabana, e aí fui conhecendo as pessoas, colecionando histórias. Até que um dia, tudo fez sentido“, continua.
Com suas histórias na cabeça, Lobo começou a roteirizar uma trama noir-tropical, envolvendo as prostitutas das calçadas de Copa, os traficantes e os turistas que vêm fazer safáris sexuais nas areias do Rio de Janeiro.
“Lá todo mundo se mistura. Copacabana é um lugar onde tudo convive relativamente bem, apesar de tudo“, percebe.
A personagem principal de Copacabana é Diana. Na visão de Lobo, a prostituta ideal: “Ela é uma mulher que eu gostaria de ter encontrado no meu caminho. É forte, guerreira, mas vive a vida com graça, charme e muita sacanagem“, define.
Amadurecimento – Diana encontrou seu designer definitivo nas mãos do desenhista Odyr, que embarcou no projeto de Lobo algum tempo depois que ele tinha terminado o roteiro.
“Não houve quase intervenção nenhuma no roteiro. Só coisas menores, de tom, que surgiram dentro das cenas. Claro, são duas sensibilidades diferentes que se juntam“, descreve Odyr.
Somando lendas urbanas a uma trama de um golpe fracassado banhado em sangue, grana suja e criminosos da pior espécie, Lobo e Odyr criaram mais uma ótima peça que vem reforçar o amadurecimento que as HQs nacionais adultas vem experimentando recentemente.
“O retorno tem sido bem positivo. As críticas no geral tem sido bem boas, recebemos elogios pela boa integração do texto com o desenho. Parece que esse dupla funcionou bem“, percebe Lobo, modesto. “Há um mercado para a criação de álbuns originais de fôlego“, conclui Odyr.
Copacabana
S. Lobo / Odyr
Desiderata
200 p. | R$ 30,90
www.editoradesiderata.com.br
sábado, julho 11, 2009
EXPO ROCK NO IGUATEMI
Prêmio Bahia de Todos os Rocks apresenta: Eles Estão Entre Nós - Evidências e Artefatos do Rock Baiano
Criaturas exóticas, esporadicamente avistadas pela população, ganham exposição no Shopping Iguatemi, reunindo registros de flagrantes e estranhos artefatos
Há quem garanta que se trata de uma lenda urbana. Há os que simplesmente não acreditam. Alguns especialistas afirmam com veemência que sua própria existência ainda se encontra perdida no campo das possibilidades.
Pedimos a todos para não entrar em pânico. Mas o fato é que foram avistadas bandas de rock praticando sua musica exótica e seus estilos de vida igualmente extravagantes nos mais diversos pontos da Região Metropolitana.
Na verdade, as ocorrências só têm crescido desde os primeiros avistamentos, ainda na década de 60. Eles continuaram ocorrendo sem parar desde então, mas as autoridades preferem não se manifestar muito, sabe como é, para não gerar inquietação e caos na população.
Na exposição de fotos a seguir, reunimos os registros de flagrantes mais espontâneos - e até mesmo assustadores - da mais constante e talentosa fotógrafa que se dispôs a perseguir esses seres nos últimos 20 anos: Sora Maia.
Ainda não se sabe o porquê, mas boa parte desses registros fotográficos foram capturados no distrito do Rio Vermelho, área conhecida pela fauna bastante variada que concentra.
Nos displays de vidro, há alguns estranhos artefatos e utensílios encontrados por onde eles têm passado. Coisas que nossos cientistas ainda não decifraram o propósito e o uso, como objetos circulares de plástico preto, caixinhas com fitas enroladas dentro e mesmo algumas publicações primitivas. Devem servir para alguma coisa.
Haverá ainda uma exibição ininterrupta com os vídeos e as músicas engendradas por eles. Não nos responsabilizamos pelos efeitos que a exposição contínua a esses materiais poderá causar aos receptores neurais de quem se aventurar a observá-los e ouvi-los.
A curadoria e os textos desta exposição foram de autoria de Chico Castro Jr., jornalista com um gosto pelo exótico, como se pode notar. E a exposição é uma promoção do Shopping Iguatemi e do Prêmio Bahia de Todos os Rocks. Imaginem só. Eles já têm até um prêmio!
Serviço
Exposição “Eles Estão Entre Nós - Evidências e Artefatos do Rock Baiano”
De 13 a 19 de julho de 2009.
Produção do Prêmio Bahia de Todos os Rocks e Shopping Iguatemi
Alameda Luiz Gama do Shopping Iguatemi - 3º Piso – Salvador-BA
Gratuito
Criaturas exóticas, esporadicamente avistadas pela população, ganham exposição no Shopping Iguatemi, reunindo registros de flagrantes e estranhos artefatos
Há quem garanta que se trata de uma lenda urbana. Há os que simplesmente não acreditam. Alguns especialistas afirmam com veemência que sua própria existência ainda se encontra perdida no campo das possibilidades.
Pedimos a todos para não entrar em pânico. Mas o fato é que foram avistadas bandas de rock praticando sua musica exótica e seus estilos de vida igualmente extravagantes nos mais diversos pontos da Região Metropolitana.
Na verdade, as ocorrências só têm crescido desde os primeiros avistamentos, ainda na década de 60. Eles continuaram ocorrendo sem parar desde então, mas as autoridades preferem não se manifestar muito, sabe como é, para não gerar inquietação e caos na população.
Na exposição de fotos a seguir, reunimos os registros de flagrantes mais espontâneos - e até mesmo assustadores - da mais constante e talentosa fotógrafa que se dispôs a perseguir esses seres nos últimos 20 anos: Sora Maia.
Ainda não se sabe o porquê, mas boa parte desses registros fotográficos foram capturados no distrito do Rio Vermelho, área conhecida pela fauna bastante variada que concentra.
Nos displays de vidro, há alguns estranhos artefatos e utensílios encontrados por onde eles têm passado. Coisas que nossos cientistas ainda não decifraram o propósito e o uso, como objetos circulares de plástico preto, caixinhas com fitas enroladas dentro e mesmo algumas publicações primitivas. Devem servir para alguma coisa.
Haverá ainda uma exibição ininterrupta com os vídeos e as músicas engendradas por eles. Não nos responsabilizamos pelos efeitos que a exposição contínua a esses materiais poderá causar aos receptores neurais de quem se aventurar a observá-los e ouvi-los.
A curadoria e os textos desta exposição foram de autoria de Chico Castro Jr., jornalista com um gosto pelo exótico, como se pode notar. E a exposição é uma promoção do Shopping Iguatemi e do Prêmio Bahia de Todos os Rocks. Imaginem só. Eles já têm até um prêmio!
Serviço
Exposição “Eles Estão Entre Nós - Evidências e Artefatos do Rock Baiano”
De 13 a 19 de julho de 2009.
Produção do Prêmio Bahia de Todos os Rocks e Shopping Iguatemi
Alameda Luiz Gama do Shopping Iguatemi - 3º Piso – Salvador-BA
Gratuito
terça-feira, julho 07, 2009
CEDO, SENTADO E RELAXADO
Depois uma única e bem sucedida apresentação “laboratório“ em abril, a Anacê viu que a fórmula de show mais descontraído e em horário alternativo – cedo, mesmo – dava samba, ou melhor, rock, e acertaram com a casa uma temporada de um mês.
Depois da abertura na semana passada, com direito a homenagem a Michael Jackson e tudo, as expectativas são, como diz Candice, a band leader, “as melhores possíveis“.
“Desde abril, quando fizemos a primeira apresentação nesse formato lá, os shows têm sido muito legais. Estamos contando os dias para a próxima sexta“, garante.
“Esse show é bem diferente, por que ele é descontraidão, mesmo. A sexta passada foi super a vontade. A gente começava a tocar, aí parava, ‘não, vamos voltar essa música‘, troca uma ideia com o público, todo mundo dá risada se diverte“, descreve Candice.
Além do repertório do CD O Mundo (2008), produzido por andré t., a banda lança vários covers de bandas como Rolling Stones, Beatles, AC/DC, KT Tunstall e Mutantes, numa estratégia para conquistar o público.
Outro grande barato são os convidados. Nesta próxima sexta, Ivana Vivas (Demoiselle), Lívia Rangel (ex-Cox) e Fernanda Félix (Flauer), se juntam a Candice numa banda 100% feminina para um mini set de covers.
Ainda tem Eric Assmar (dia 17), Morotó Slim (dia 24) e a soprano Ana Paula Barreiro no dia 31. “Essa vai ser glamour total“ avisa Candice.
Anacê - Cedo e Sentado
Toda as sextas de julho, 19h30
Boomerangue
R$12, 18 anos | Aniversariantes free
NUETAS
Retrocacetada
Quem não conseguiu sair da cama na manhã do domingo para conferir o show dos Retrofoguetes no palco do Teatro Castro Alves (ao lado, em foto de Tiago Celestino, retirada do seu Flickr) perdeu um dos melhores shows do ano – senão o melhor. Banda em estado de graça, convidados incríveis, som decente, figurinos e cenário eficientes e de bom gosto, plateia no geral bem comportada. Tirando uns espíritos de porco que sentaram na fila atrás da minha, não gostam da banda, só foram por que o ingresso custava R$ 1 e falaram mal o show inteiro. Mas retiro o que disse. “Espíritos de porco“ é uma ofensa grave. Aos porcos.
Capitão e Acord
O World Bar recebe as bandas Capitão Parafina & Os Haoles e Acord no dia 17. R$ 10 até as 23 horas.
Álvaro no Farol
O bluesman master Álvaro Assmar faz shows todas as sextas de julho no Farol Music Bar (Rio Vermelho). 22h30, R$ 15 (M) e R$ 10 (F).
Expo rock baiano
O rock local vai ganhar uma exposição bacana em breve. Aguardem novidades...
sábado, julho 04, 2009
...5, 4, 3, 2, 1: CHACHACHÁ!
Sala Principal do TCA tem domingo histórico com os Retrofoguetes
Quem poderá deter os Retrofoguetes (acima, em foto de Sora Maia)?
O trio instrumental que partiu da surf music para as trilhas de filmes de ação dos anos 70 aterrissa na Sala Principal do Teatro Castro Alves com as turbinas em força máxima e todas as peças lubrificadas para o show de lançamento do seu segundo CD, Chachachá.
Assim como no disco (adquira o seu no foyer do TCA domingo, ou nas melhores casas do ramo) esta apresentação que desde já é histórica, contará com diversos convidados.
A expectativa maior é ver o trio com a Orkestra Rumpillez do maestro Letieres Leite soltando faísca pra tudo quanto é lado em Maldito Mambo!, música que deixaria Xavier Cugat verde de inveja.
Mas a manhã de domingo ainda terá Saulo Gama (acordeom), andré t. (teclados), Aroldo Macedo (guitarra baiana) e Gil Santiago (vibrafone), entre outros. “Vamos reunir alguns dos melhores músicos dessa cidade, encher a casa e tocar o Chachachá”, avisa baterista Rex.
Retrofoguetes – Lançamento do CD Chachachá
Domingo, 5 de julho, 11 horas
Teatro Castro Alves
Ingressos R$1,00 (um real)
À venda a partir das 9 horas
Quem poderá deter os Retrofoguetes (acima, em foto de Sora Maia)?
O trio instrumental que partiu da surf music para as trilhas de filmes de ação dos anos 70 aterrissa na Sala Principal do Teatro Castro Alves com as turbinas em força máxima e todas as peças lubrificadas para o show de lançamento do seu segundo CD, Chachachá.
Assim como no disco (adquira o seu no foyer do TCA domingo, ou nas melhores casas do ramo) esta apresentação que desde já é histórica, contará com diversos convidados.
A expectativa maior é ver o trio com a Orkestra Rumpillez do maestro Letieres Leite soltando faísca pra tudo quanto é lado em Maldito Mambo!, música que deixaria Xavier Cugat verde de inveja.
Mas a manhã de domingo ainda terá Saulo Gama (acordeom), andré t. (teclados), Aroldo Macedo (guitarra baiana) e Gil Santiago (vibrafone), entre outros. “Vamos reunir alguns dos melhores músicos dessa cidade, encher a casa e tocar o Chachachá”, avisa baterista Rex.
Retrofoguetes – Lançamento do CD Chachachá
Domingo, 5 de julho, 11 horas
Teatro Castro Alves
Ingressos R$1,00 (um real)
À venda a partir das 9 horas