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segunda-feira, dezembro 23, 2019

PODCAST ROCKS OFF PEDE A SAIDEIRA DE 2019

Lara Aufranc: longe de ser só mais um rostinho bonito. Foto Gal Oppido
Nei Bahia, Osvaldo Braminha Silveira Jr. e este blogueiro se reúnem mais uma  vez para dar uma geral em alguns dos melhores sons que ouviram este ano.

Como nossos gostos são muito esquisitos, não espere encontrar aqui (quase) nada do que rola por aí nas listas dos críticos / palpiteiros / apreciadores mais ou menos convencionais que tem por aí hoje em dia.

(Tradução: somos velhos.)

Então temos Sebadoh, Casapronta, Dona Iracema, Rodrigo y Gabriela, Tedeschi-Trucks Band, Stray Cats, The Budos Band, Cold War Kids, Leonard Cohen, Chemical Brothers, Rival Sons, Lara Aufranc, Lloyd Cole etc.

Enjoy – se puder...!

terça-feira, dezembro 17, 2019

BELO E FURIOSO (MA NON TROPPO)

Casapronta fecha 2019 com um dos melhores  do ano: Como a fúria da beleza do sol

Casapronta e Pablues (último à direita), foto Rafael Santos
Senhoras e senhores, é uma honra escrever esta última coluna este último post de 2019 (sim, voltamos em 8 de janeiro) dando destaque para um dos melhores discos que o colunista ouviu este ano: Como a Fúria da Beleza do Sol, da banda feirense / cachoeirana Casapronta.

Projeto paralelo de Pablício Pablues Jorge, da fundamental banda feirense Clube de Patifes, o Casapronta estreia em álbum cheio com uma obra que demonstra a absoluta maturidade artística de seu líder, ainda um ilustre desconhecido para muitos fora de seus redutos entre Feira (onde vive) e Cachoeira (onde estuda).

Em Como a Fúria..., Pablues logrou produzir aquele tipo de obra que somente grandes artistas são capazes: é profundamente (local)  baiana, mas também absolutamente universal.

Partindo de seu gênero de escolha há mais de 20 anos, o blues, Como a Fúria... se espraia pelo rock ‘n’ roll, pelo folk e pela Bahia (atenção: não necessariamente pelos ritmos baianos) como poucos foram capazes antes. Os paralelos mais evidentes para o colunista são Raul Seixas e Fábio Cascadura.

Além da competente banda que o acompanha, formada por Ígor Skay e Rodrigo Borges (guitarras), Rafael Razz (baixo) e Luiz Neto (bateria), o álbum traz participações igualmente iluminadas de Martin Mendonça, Isa Roth, Marcia Porto, Julio Caldas, Pedro Pondé, Juli, Roça Sound e outros não menos cotados.

“Desde que montamos o Casapronta determinamos que não ficaríamos presos a rótulos, deixando livre o processo criativo e que a música imperasse”, afirma Pablues.

“O rock n roll é o alicerce do Casapronta, junto tem o folk, que é um expressão que venho adotando faz um tempo, o blues é a vida, e a Bahia é o estado onde a gente entendeu, desde pequeno, que é necessário respeitar as diferenças aprendendo com elas ao mesmo tempo. Então, tem Bahia, rock, folk, blues e uma pitada de dendê”, acrescenta.

Encontro em Cachoeira

O fato é o seguinte: enquanto muito roqueiro arrependido se traveste de mpbista e muito roqueiro camisa preta se apega à estereótipos mortos, Pablues encontrou um saudável caminho do meio, evitando a caricatura que são aqueles dois extremos. Mas não se trata de fórmula. É uma mistura de talento com maturidade.

“A minha ida pra Cachoeira, enquanto estava na graduação em Museologia, me favoreceu muito a entrar em contato mais comigo e perceber a música baiana mais de perto, bem no seu berço”, conta.
Lançado o disco, Pablues & Cia meterão o pé na estrada no Ano-Novo. Em fevereiro passam por Salvador.

Ouça já.



BÔNUS: ENTREVISTA COMPLETA COM PABLUES

Ao mesmo tempo que é rock 'n' roll, o disco é profundamente baiano, algo que muita gente do rock tem dificuldade em aceitar / cultivar, mas está na raiz do rock local desde Raul Seixas, passando pelo Cascadura. Foi pensado como um manifesto mesmo ou simplesmente aconteceu assim?

Pablues e Casapronta, foto Rafael Santos
Pablues: O Casapronta é um banda, que um dia foi projeto, que relutei muito em trazer às vida. Que medo era esse? Tinha receio de não conseguir fazer nada que fosse tão bom quanto ao trampo que desenvolvo no Clube e seus 21 anos de estrada. Isso me atrapalhava bastante. Mas eis que um dia a coisa acontece e o Casapronta tá aí caminhando para o seu terceiro em 2020. Esse disco foi uma surpresa pra mim. Quando pensei em gravar... a ideia era um ep com 3 canções, gravadas no violão e elementos estranhos de percussão. Um folk bicho grilo. Daí, em meio ao processo de gravação, o ep foi tomando outra direção dando espaço pro disco. Desde que montamos o Casapronta determinamos que não ficaríamos presos a rótulos, deixando livre o processo criativo e que a música imperasse. O rock n roll é o alicerce do Casapronta, junto tem o folk que é um expressão que venho adotando faz um tempo, o blues é a vida, e a Bahia é o estado onde a gente entendeu, desde pequeno, que é necessário respeitar as diferenças aprendendo com elas ao mesmo tempo. Então, tem Bahia, tem rock, folk, blues e uma pitada de dendê no disco “COMO A FÚRIA DA BELEZA DO SOL”. Gosto d’uma frase de Raul, quando ele fala: “Não importa o sotaque e sim o jeito de fazer”. O Casapronta tem seu jeito de lidar com o rock e com a música. Os temperos usados na mistura é muito bem pensando, sem perder a mão, buscando não azedar nada nesse caldeirão de influências e sentimentos. Venho já há um tempo tentando fazer a música com mais liberdade, sem estar preso a alguma norma ou rótulo, deixando sair bem mais “eu” nas composições e interpretações. A coisa fica mais leve e fluida. Faz tempo que deixei pra trás aquela sisudez do roqueiro bravo, tradicional, e intransigente. Não que eu seja contra, não é nada disso, gosto ainda de muita coisa que ouvia e que me influenciou, e que muito ainda influência, mas quis tentar soar diferente. A minha ida pra Cachoeira, enquanto estava na graduação em Museologia, me favoreceu muito a entrar em contato mais comigo e perceber a música baiana mais de perto, bem no seu berço. Essa música baiana perpassa pelo reggae, samba de roda e afins, samba de terreiro de candomblé, a música que está nas pessoas, no conversar, no caminhar e no simplesmente ser baiano. A gente quando é novo sai de casa querendo descobrir o mundo, sustentando bandeiras que nem sequer nas guerras tivemos. Mais tarde alguns conseguem perceber que o único mundo não desbravado foi o seu, o interior. Interior de interior, cidade de onde vem, de onde nasceu, mas também o seu interior, seu “eu”. Pra que maior descoberta? E assim a gente vai se reinventando, se redescobrindo e vendo possibilidades outras que a vida apresenta, inclusive a maneira de fazer música. Então, o Casapronta tá nessa caminhada de fazer música como der na telha, uma espécie de #folkbluesrockexperinceforall. A gente tem auto rotulado nossa música como “música mundana”, acho que assim define. Esse disco é parte de um processo que a gente não sabe bem como vai se desenrolar, mas sabemos que vem muita coisa diferente pela frente, sem perder nossa essência, sem soar nada forçado, nem tampouco piegas. Aí tenho que citar Raul de novo: “Não sei onde estou indo, mas sei que estou no meu caminho”. Quanto a soar como um manifesto? De repente sim. Hoje em dia pra gente sair do mais do mesmo, pensar fora da caixa, ser fora da curva, é muito arriscado. Mas arriscado pelo que os outros podem pensar ou falar. Não estamos muito preocupados com esse tipo de risco. Eu venho do rock como formação musical básica. Mas também já fui zabumbeiro de banda de forró tradicional, tenho máximo respeito pela cultura do nordeste. Meu pai tinha uma loja de discos em Cruz das Almas onde a música baiana e o axé music, eram campeões de venda, então lá em casa era isso que rolava bastante, além de clássicos como Altemar Dutra, Nelson Gonçalves e afins. Sem contar que os meninos da banda, cada um traz suas referências pra dentro da musicalidade do Casapronta, e assim vamos construindo nosso universo e esperamos que o público entenda nossa proposta. O Casapronta posso dizer que um caldeirão de bruxos. Soul suspeito, mas tá bonito o “negoço”.

O disco está cheio de participações muito bacanas, de gente daqui de SSa e daí de Feira. Como foi reunir essa galera em torno desse disco?

Pablues: Bicho, essas participações, nem eu mesmo acredito que conseguimos colocar tanta gente foda nesse disco. A ficha demorou de cair. Quando começaram a chegar as primeiras canções da mixagem pra gente aprovar, é que a coisa foi se tornando real. O primeiro foi Martin Mendonça, né? Broder dos tempos do Callypso e um cara que sempre tive um máximo respeito e também por ser um dos caras que leva a música até as últimas consequências. A gente sempre se fala, ele de lá e eu de cá, e trocamos algumas ideias. Uma vez o Casapronta fez um show com o projeto dele em Serrinha em 2018. Ele adorou o som da banda. Daí convidar pra fazer a guitarra em “o visitante de carvão”, foi fácil. Gravou de lá de Sampa e me mandou. Ficou foda. Aí pensei em convidar uma galera, cada um pra cada música. Pow, foi loucura, mas deu tudo certo. Julio Caldas no banjo e bandolin, Pedro Pondé e sua “calma pra recomeçar”, sangue bom. Roça Sound, o novo fenômeno de Feira de Santana com seu sound e seu “mete dança”, putz, ficaram foda as participações. Juli, uma menina aqui de Feira também, que vai aparecer pra geral muito brevemente, participa em “Não tem mais volta”, um mix dicotômico, o hard e o suave, falando do encontro das vozes. Ficou linda a canção. Muitos amigos ainda participam e cada um deixou sua marca e nos apontou possibilidades para com nossa música. Muito aprendizado envolvido e principalmente, muita amizade e respeito. Sou muito grato a todxs que dedicaram um tempo pra visitar o Casapronta no disco. Véi, você num tem noção, é muita gente “bala” nesse disco e em todo o processo. Jera Cravo mixou o bagulho, imagina? O cara manda super bem. Grande amigo. Eu tenho um amigo no Canadá rsrsrs. Eu sinceramente não esperava ter essa galera no disco, não. Mas cada convite foi aceito de bate pronto, e vieram, vieram bonito. Muito feliz em poder ser respeitado por toda essa galera, e isso é saber que nossa história no meio da música vale o quanto pesa, e ter parceiros assim, como o Casapronta tem é bom demais. A palavra chave é: felicidade.

De fato é inescapável neste momento, mas o disco saiu também muito político. Pode comentar? 

Pablues: O disco tem seus momentos. Começa com uma intro tratando de uma assunto que muita gente passa em silêncio, que é a depressão e todas essas síndromes que destroem as pessoas por dentro. O caos interior de cada um, que bagunça tudo. Mas a gente mostra que tem um jeito, tem uma saída. Não chega a ser auto ajuda, mas é real. O amor é tema recorrente sempre, o produto que mais vende no mundo. Tem amor no disco. Duas canções (Une Versos e Meu sangue tem dendê) tem como tema a religiosidade, mais especificamente a religião do candomblé, e uma outra (O visitante de carvão) de forma bem humorada, trata da intolerância e do preconceito. É necessário falar sempre que possível desses assuntos. O mundo anda tão estranho e o Brasil vem acompanhando com suas intolerâncias, preconceitos,  racismos e demais crimes que são praticados contra o povo de santo, o povo preto, nossa gente “baiana”, que tanto fez por essa território. O Casapronta tem filhos do candomblé em sua formação, não todos, e entendemos que estamos numa guerra pra combater esses crimes contra os direitos“humanos”, e com nossa arma é a música, contribuindo com a conscientização daqueles ignorantes conservadores preconceituosos. Religião também é política. Discutir religião e política se faz necessário e urgente. E a gente fecha o disco com uma pedrada na vidraça, contra as violências, policial e do sistema, que calam, humilham e assassinam nosso povo preto e pobre, aqueles que levantam as vozes, nossas crianças, nossos jovens e seus direitos de ir e vir. Tudo isso velado por uma fé que mata através da bíblia e milícias na política, uma “ordem e progresso” pra poucos. Isso é histórico, né? São centenas de anos clamando por justiça e liberdade. Ainda bem que a arte resiste. Resistiremos.

A sonoridade ficou também muito bem resolvida, com uma alquimia entre o blues folk mais tradicional e um clima - não diria ritmos - bem baiano. Como foi trabalhar isso no estúdio?

Pablues: Tomei a liberdade pra produzir o disco. Quis colocar ali muito do que acredito e aprendi ao longo desses anos fazendo música autoral com o Clube e vivências com outros amigos e artistas. O folk é ponto de partida do trabalho com o Casapronta. Nomes como Neil Young, Jackie Greene, Bob Dylan, Carlos Posada, Ortinho, Renato Godá, e o maior artista do Brasil que é Raul Seixas, foram algumas de nossas referências para “startar” o projeto e o disco. As músicas, todas, já tocava no violão nas rodinhas de prosa e afins, e vez outra rolava nos ensaios. Algumas já estavam no repertório do Casapronta, como as versões de “Retalhos” de Posada e “É demais” de Sine Calmon. Então, basicamente os outros instrumentos foram sendo colocados em cima dessas bases de violão. Pode parecer simples, mas deu um trabalhinho. Muita coisa ficou tudo dentro do esperado, outras, a mágica aconteceu no estúdio – Estúdio Netuno em Feira de Santana, do querido PV – nos  surpreendendo, encaixando como uma luva. Esse clima de “Bahia” que você tanto fala, a gente deixou chegar numa boa. Até pra fazer o disco soar “livre”, sem amarras, mostrando realmente o que é que a Bahia pode ter. Tem rock? Tem. Tem folk? Tem. Blues, samba reggae e beat eletrônico? Tem sim, senhoras e senhores. A Bahia é possível em todos os ritmos, mundos e universos. Nós temos a Bahia bem guardada, tem que mostrar mais. Sem preconceitos. A música em primeiro lugar. Foi de uma certa forma bastante tranquilo fazer essa mistura inicial e montar esse repertório, até porque o técnico do estúdio, Pv (Paulo Vitor), contribuiu muito com as observações e deixando as coisas mais fluidas possíveis. Foi uma verdadeira vivência esse tempo no Estúdio Netuno. Temos um bom disco. Estamos felizes com o resultado.

Quais os planos do Casapronta? Tá rolando shows em Feira, outras cidades? E Salvador? Quando rola?

Pablues: O plano principal é poder divulgar o disco nos shows. As plataformas digitais já estão fazendo a parte delas e temos recebido um feedback maravilhoso. O nosso foco agora são os shows. É no palco que vemos a coisa funcionar “à vera”. Fizemos apresentações em Feira de Santana na Cervejaria Sertões e no Feira Noise divulgando o disco. Com esse período de festa e férias a coisa dá uma parada obrigatória. Já estamos montando a agenda para 2020,em circular no interior da Bahia, através de contatos de produtores parceiros – Feira, Serrinha, Cruz das Almas, Camaçari - e em Salvador devemos nos apresentar em fevereiro. Esquentar o couro subindo o Nordeste é nossa pretensão, além de tomar um sereno na terra da garoa. Uma coisa de cada vez, afinal os tempos atuais requerem cuidado e atenção. Os planos foram traçados...

O Clube de Patifes ainda existe? Tem planos?

Pablues: O Clube de Patifes ainda existe, sim. Demos uma recuada pra cada um resolver assuntos pessoais, pois é tempo de mudanças pra todos da banda. Mas não estamos parados totalmente. Em novembro, mês que completamos 21 anos de banda, fizemos um show no Feira Noise e foi vibrante, com direito a música nova no repertório. Iniciamos as gravações do nosso novo disco, intitulado “Macumba”, nos Estúdios T, em Salvador, com o queridíssimo André T, e já temos música nova gravada. O Clube de Patifes lança o primeiro single no começo de 2020. A música já tá pronta e se chama “Bebi com um Deus”. Vem coisa nova aí. Os planos são os mesmos: Trazer nossa música à vida e ocupar nosso espaço nesse “latifúndio cultural”.

Soledad (CE): sábado no Intercenas. Ft Julia Moraes
NUETAS

Eric Assmar e Ícaro

O prodigioso Eric Assmar convida Icaro Britto para uma session de blues no Solar Gastronomia Rio Vermelho.  Sexta-feira, 20h30.

Josyara e Soledad

Josyara é a última atração de 2019 no Intercenas Musicais. A baiana convida a cearense Soledad para show de abertura e participação. Sábado, 20 horas, no  Commons Studio Bar. R$ 10 (promocional), R$ 15 (lista), R$ 20 (porta).

Overdose sábado

A banda Overdose Alcoólica comanda a primeira edição do Samba Canção Fest recebendo uma pá de convidados e a banda Cães. Sábado, 17h, no   Bardos Bardos Casa da Trinca (Rio Vermelho). Sugere-se colaboração de R$ 10. Bagaceira e rock ‘n’ roll no talo.

quarta-feira, dezembro 11, 2019

VIVENDO O SONHO

Saga do blues baiano segue viva com a RestGate Blues, que lança primeiro EP dia 19

RestGate Blues, foto Nti Uirá
Salvo engano, o  blues chegou tarde à Bahia, ali na virada entre as décadas de 1980 e 1990, quando bandas como Talkin’ Blues e 14º Andar começaram a fazer sessions semanais em bares como o Atelier (Nazaré) e Club 45 (Barra).

Foi no primeiro que Jr. Wyll, que já ouvia blues em casa, nos vinis do pai, se batizou no gênero ao som do saudoso mestre Álvaro Assmar e de outros que estão aí até hoje, como Oyama Bittencourt (hoje Água Suja), Cláudio Lacerda (Ramal 12), Mario Danneman  etc.

Muitos anos se passaram, Wylsel (seu nome) se alistou na Marinha  e se tornou fuzileiro naval. Curiosamente, foi entre colegas de caserna que teve suas primeiras experiências tocando blues em uma banda.

Depois de dar baixa, formou com o amigo Viriato um duo. Ele na gaita e voz, Viriato no violão.

Em 2002, tocavam em um ponto de ônibus no bairro do Resgate.

De lá para cá, a RestGate Blues já teve diversas formações, se mudou para o Capão e depois voltou à capital, acabou e retornou.

A partir de 2014, Wylsel e sua esposa / produtora, Nanci Nunes, resolveram botar o antigo projeto pra frente, começando a se apresentar regularmente em bares e restaurantes da cidade.

Agora, finalmente, Jr. Wyll (voz e harmônica), Atila Caribé (guitarra), Uirá Tiago (bateria) e Rayan Ribeiro (baixo) lançam o primeiro trabalho da RestGate Blues: é o EP Vivendo Blues, que terá show de lançamento no dia 19 próximo (uma quinta-feira), no Jazz na Avenida (Boca do Rio).

No mesmo dia, o EPzinho de cinco faixas estará disponível no Spotify, iTunes, Amazon,  Google Play e YouTube.

“Gravamos tudo de forma totalmente independente, e com aquela velha ajuda de grandes amigos”, conta Wyll.

Blues on the road

Lançado o disquinho, que terá versão física em breve, garante Wyll, a ideia do quarteto é cair na estrada e tocar muito.

“Estamos preparando uma turnê por cidades da Bahia para 2020. Já se confirmaram Feira de Santana, Serrinha, Amargosa, Santo Antonio de Jesus e algumas cidades da Chapada Diamantina: Lençóis, Itaberaba, Palmeiras, Vale do Capão”, conta o bluesman.

“Também estão nos planos e em negociação, casas noturnas em Aracaju, São Paulo e Rio de Janeiro. Bem como alguns festivais de blues pelo Brasil que também já sinalizaram interesse nos nossos attacks”, afirma.

Além disso, a RestGate pretende lançar simultâneo ao EP de estúdio uma versão acústica, que já está pronta e deve sair também estes dias.

RestGate Blues / lançamento Vivendo blues / Dia 19 (quinta-feira), 19 horas / Jazz na Avenida / Colaborativo

EXTRA: Jr. Wyll relata sua história e a da RestGate Blues em suas próprias palavras:

RestGate Blues, foto Nti Uirá
"Então, da formação original hoje só temos o Wyll (eu) o vocalista e harmonicista. Inicialmente eramos apenas um duo (voz e harmônica - Wyll, e violão - Viriato Sampaio), que tocava num ponto de ônibus no bairro do Resgate em Salvador, em 2002. Em 2009 mudei para o Vale do Capão, onde passei a tocar sozinho na taberna de um cordobês. Dois anos depois, o Viriato que acabava de concluir a sua faculdade de engenharia, foi também para o Vale e voltamos a tocar juntos. E no réveillon de 2010/2011, tocamos pela primeira vez com o formato atual: voz, harmônica, guitarra, baixo e bateria. Foi quando o duo virou banda, no Vale do Capão. Um ano depois, percebendo que algo estava dando certo naquele projeto, e somando isto à vontade de continuar com o sonho antigo de fazer blues, e com o término de um casamento no Vale do Capão, resolvi que não ficaria por lá, pois já estávamos tendo alguns convites para tocar em Salvador e que no Vale não seria possível seguir com o projeto sem ter muitas dificuldades (não que em Salvador fosse ser fácil..rsrs). Acontece que, pouco tempo depois em uma visita ao Vale, juntamente com o Viriato, ele iniciou um relacionamento e resolveu ficar por lá. Então voltei a procurar um guitarrista em Salvador que soubesse tocar o blues - missão quase impossível (até hoje)! Tendo em vista que eu não fazia parte do grupo fechado de músicos que se dedicavam ao estilo em nossa cidade. E isso iniciou um processo de entra e sai de músicos na banda, que atrapalhava muito os processos e a intenção de gravar. Tamanha demora para o lançamento de um trabalho, reside basicamente aí. Sou um ex-fuzileiro e tive a minha primeira banda de blues no quartel. Lá, tinha acesso a excelentes músicos que tocam todo tipo de música. Inclusive o blues! Só que a partir do momento que saí de lá, e não conhecia ninguém que sequer ouvisse o blues - por mais que frequentasse - aos 20 / 21 anos, o Atelier Presciliano Silva e conhecesse o nome de cada um dos caras que lá tocavam. Então foi muito difícil formar e manter uma formação longeva de uma banda de blues, em Salvador, com músicos que não eram do blues. Este primeiro guitarrista do qual falei antes, quando o conheci, estava começando a aprender o violão, e tocava uma coisa que ele chamava de 'funkeado' (rs). Ele pegava musicas como Odara do Caetano, e umas coisas da Ivete Sangalo, e tocava em ritmo de funk. Ao ver que ele se iniciava no instrumento, tratei de contaminá-lo logo com 200 CDs de blues dos mais variados. E quando ele começou a tirar alguns sons, começamos a tocar no tal ponto de ônibus. Pouco tempo depois, comecei a encorajá-lo a comprar uma guitarra. Foi quando partimos para tocar em bares como o Etrusco, Whiskritório, Sankofa e Zen Thai, bares de Salvador onde tocamos muitas e muitas vezes, a convite da amiga, atriz e cantora Denise Correia, da banda Na Veia da Nega, que nos deu uma força imensa no inicio dessa trajetória, abrindo espaço para tocarmos em vários lugares na cidade. Cerca de um ano depois quando conheci a Nanci Nunes - minha mulher, cuja entrada na banda como produtora ajudou a elevar com muito trabalho, organização e muita dedicação o nível do projeto - começamos a tocar no D'Venetta, no Santo Antonio, onde passamos quase três anos tocando todas as quartas, e reunindo um publico que já começava a disseminar por aí o nosso trabalho".



"O blues chegou à Salvador no final dos anos 80, talvez mais no começo dos 90. O Atelier se inicia em '93. O Atelier reunia essa turma! E eu frequentava o lugar. Ia com uns amigos do quartel e ficávamos lá meio 'peixe fora d'água', querendo tocar, mas sem coragem para abordar os caras. Era pra gente um lugar especial, onde caras especiais (Álvaro Assmar, Mario Danneman, Jerry Marlon, Oyama Bittencourt, Guiga, Miguel Arcanjo, Mauricio Simões, Carlos Lacerda, entre outros...), estavam fazendo algo que gostaríamos de fazer. Blues. Digo que fui 'iniciado' no blues dentro de casa pelos meus pais, ainda que eles não tivessem noção de que faziam isso - pois tudo era dentro da minha cabeça e coração, e depois de adulto, foi que eu também concretizei isso. Mas eu não encontrava esse tipo de música fora de casa. E descobrir o Atelier foi incrivel! Eu nunca fui do Rock. Curtia o LP dos Secos e Molhados aos 6 anos de idade, por conta de duas musicas e que 'coincidentemente' eram dois blues - ou pareciam muito: Mulher Barriguda e Prece Cósmica. Na primeiro, pode-se ouvir uma gaita estridente, e era o que me chamava a atenção. Um dia encontrei numa coleção de chaveiros da minha mãe, um que era uma pequena gaita, e passei fazer barulho com ela quando percebi que tinha o mesmo som do instrumento que eu gostava na música do Secos & Molhados. Até que entre os tantos LPs que o meu velho comprava surgiram BB King, Junior Wells e mais tarde o Harp Attack (um álbum que reúne Billy Branch, Junior Wells, James Cotton e Carey Bell, quatro dos maiores harmonicistas do mundo), e isso pra mim foi a maior pancada! Dos outros integrantes da gang, apenas o Átila (guitarrista) já veio por caminhos de blues, é ex-integrante da Meia Noite no Ali, banda parceira que se fez presente nas casas noturnas da cidade há uns cinco ou seis anos atras. E que acabou. O Uirá (baterista) tem outras influências, vindo a conhecer o blues após entrar na banda primeiramente como roadie, depois passou a substituir o Samuel (baterista entre 2016 / 17), passando a assumir a bateria da gang. E o Rayan (baixista) está pouco mais de um ano na gang, é estudante de musica popular na UFBA e também tem uma influência bastante variada. Iniciando seu contato com o blues, também ao entrar pra gang".

"Gravamos Vivendo Blues que é o single do EP, há dois anos no Estúdios WR. No 'WR de Portas Abertas', um projeto que viabilizou a muitos artistas o sonho de gravar com extrema qualidade uma música. Isso nos ajudou muito e nos aproximou da possibilidade de um lançamento. Só que não basta ter a música para lançá-la, né? Então todas as outras coisas que rodeiam este processo - e muito disso é dinheiro, foram e voltaram varias vezes, inclusive com o anuncio de um lançamento em 2018, que não aconteceu. Neste ano de 2019 decidimos que não dava para terminarmos mais um ano sem lançar um trabalho que já estava completamente concebido, e que só precisava de ação. E então metemos a mão na massa! Gravamos tudo de forma totalmente independente, e com aquela velha ajuda de grandes amigos. Um deles, o Diogo Rios, cantor e compositor, possui equipamentos e muito boa vontade, de cara topou e incentivou muito para que iniciássemos este processo logo. Gravamos na casa dele guitarras, baixo, gaita e vozes com um amigo do Diogo, que possui uma placa e que também se disponibilizou a um custo de amigo fazer a gravação. Por questão de tempo, a bateria só foi ser gravada depois... o que fez com que quase tudo tivesse que ser gravado novamente rsrs. Pois ficou tudo meio fora do beat! Então pegamos quase do zero, gravamos uma das baterias inicialmente no estúdio Carmo44, da banda Vivendo do Ócio, com os irmãos Luca e Davide Bori. E demos continuidade no estúdio O Puleiro, do produtor e amigo Rodrigo Medeiros - dessa vez, com um novo amigo e grande promessa para a produção musical - ao meu ver, que é o Victor Jessy, que também é cantor e compositor e estagia na WR, onde refizemos as vozes. Daí foi necessário regravar algumas guitarras e pronto, o Victor começou a mixar. Foi uma semana que se encerrou no dia 3 último, com uma sessão que começou 9h da manhã e acabou as 23h no estúdio O Puleiro, em Piatã. Acredito que hoje seja perfeitamente possível se virar sem o produtor fonográfico profissional. Evidentemente que se o artista leva realmente a sério o seu trabalho e deseja lançar bons materiais, precisa estudar e trabalhar muito para conhecer profundamente o caminho no qual está passando. Existem grandes exemplos não somente no Brasil, e não somente de artistas novos, mas muitos grandes artistas que conhecem o caminho e se desenrolam independentemente. Penso que isso poderá ser cada vez mais possível para bandas novas e independentes".

NUETAS

Amigos Velhos sexta

Uma das melhores novidades do rock local em 2019, a banda Meus Amigos Estão Velhos faz seu último show do ano no esquemão street do Bardos Bardos. A coluna recomenda. Sexta, 19h, sugere-se uma colaboração de R$ 10.

Carne Doce, Andréa

Alimentada por certo hype, a banda goiana Carne Doce estreia em Salvador sábado, na despedida do TOCA! 2019. Andrea Martins (Canto dos Malditos na Terra do Nunca) faz as honras da casa, apresentando set list do primeiro álbum solo (sai em 2020). 20 horas, no Pátio do Goethe Institut, R$ 50, Lote 2: R$ 30 e R$ 60.

Scalene, Informais, Iorigun

A banda brasiliense Scalene volta à cidade para show com as baianas Os Informais e Iorigun. Domingo, 16h, no Portela Café. R$ 35 (Sympla).

quarta-feira, dezembro 04, 2019

O AUGE DA (REAL) INCORREÇÃO POLÍTICA EM EDIÇÃO DE LUXO E CAPA DURA

Clássico dos anos 1980,  versão psicopata (e adulta) de Tom & Jerry são testemunho da genialidade de Massimo Mattioli

Antes de mais nada, cabe um aviso: este álbum de histórias em quadrinhos não é para crianças. Está lá, na contracapa, em bom português: “Impróprio para menores de 18 anos”.

Isto posto, cabe outro aviso: este material também não é indicado para cristãos fundamentalistas, (falsos) moralistas de rede social e conservadores em geral.

Aviso dado. Depois não adianta ficar choramingando por aí de HQs satanistas que querem acabar com a família tradicional.

Até porque é  verdade: Squeak The Mouse (Guincha o Camundongo, em desnecessária tradução literal), do italiano Massimo Mattioli, é uma das HQs mais depravadas, imorais, violentas, crueis, pornográficas, alucinadas e profanas de todos os tempos.

Ao mesmo tempo, é  também uma das mais ousadas, engraçadas, criativas e divertidas.

Para aprecia-la, não precisa nem saber ler: as historietas são mudas, não tem sequer diálogo. Os únicos pré-requisitos para apreciar Squeak TheMouse são aqueles já citados: não ser nem criança (depois dos 18 tá liberado) nem conservador “guardião da moral e dos bons costumes”.

O aviso explícito de que a HQ não é indicada para crianças ainda tem outra justificativa bem óbvia: seus personagens podem ser facilmente confundidos com clássicos personagens infantis, como Tom & Jerry ou Frajola & Piupiu ou Papa-Léguas e o Coiote.

Trata-se de um gato e um rato, fazendo o que bons gatos e ratos de cartum fazem: correm um atrás do outro, preparam armadilhas mútuas e, eventualmente, são violentos.

Sim, não há como negar que os desenhos infantis de antigamente podiam ser bem violentos. Não faltavam marretadas, tiros (de revólver, escopeta e até canhão), facadas, machadadas, pedradas etc.

O que diferencia Squeak The Mouse daqueles cartuns infantis de antigamente é que esta HQ mostra, explicitamente, tudo o que a Hanna-Barbera e os Warner Brothers escondiam.

Quando o gato dá uma machadada no rato, divide-o ao meio, com todo o sangue e vísceras que tal cena tem direito.

É como se Evil Dead, a clássica série de terror gore de Sam Raimi, fizesse um crossover com Tom & Jerry.

E assim vai, aqui usa-se de tudo: tiro, bomba, lâminas em geral, eletrocussão, afogamento, fogo, motosserra etc.

Ah, outro detalhe. também tem sexo. Sexo explícito. Muito. E interespécies, ainda por cima. Homossexuais, também.

Enfim, não deixem essa HQ chegar na TFP, senão as tochas e ancinhos podem sair do armário e tomar as ruas.

Gênio do mal

Tudo isso é só para dizer: Massimo Mattioli, esse incorrigível enfant terrible morto aos 75 anos em agosto último, era um gênio da narrativa sequencial.

Essas HQs, um pequeno pedaço de seu legado, embalado em uma linda edição capa dura da editora Veneta, são um verdadeiro exemplo de narrativa puramente visual.

Cada quadrinho está firmemente ancorado em uma narrativa absolutamente amarrada, uma sequência matematicamente perfeita de sexo, dor, morte, alucinação e risos.

É uma obra que também reflete a visão do politicamente incorreto que se tinha à época, uma visão bem diferente da de hoje, quando o que se toma por "politicamente incorreto" é um falso direito auto-arrogado de ser abertamente racista, misógino ou mesmo fascista.

Parte de uma genial geração de quadrinistas europeus, Mattioli teve boa parte dessas HQs  publicadas no Brasil há coisa de 30 anos, na saudosa revista Animal.

Agora é a hora de novas gerações terem contato com a obra deste gênio do mal. No melhor sentido.

Squeak The Mouse / Massimo Mattioli / Editora Veneta / 160 páginas / R$ 99,90

terça-feira, dezembro 03, 2019

JAZZ & STARTUP

Lançamento da plataforma E-Musicall tem shows internacionais imperdíveis de jazz

Meddy Gerville, pianistae cantor da Ilha de Reunião
Sim, não está fácil para ninguém. Mais do que nunca, soluções novas e criativas são necessárias em todas as áreas da produção de riqueza – inclusive na área cultural. Papo de startup, empreendedorismo e tal.

Neste sábado, o músico baiano Gerson Silva e o especialista em startups e tecnologia John Oliver lançam a plataforma E-Musicall. Trata-se de um instrumento concebido para ser uma multiplataforma de serviços e produtos com diversas funcionalidades para músicos e  público em geral.

Ah, não tem paciência para essas conversas? Então aqui vai um incentivo: no mesmo evento haverá dois shows internacionais de  responsa para apreciadores de jazz e (boa música em geral): Meddy Gerville Trio e Richard Bona.

O primeiro é o maior nome da música da Ilha de Reunião, posse francesa na costa africana do Oceano Índico.

E Bona é um virtuose camaronês do contrabaixo. Ambos, músicos com livre trânsito no agitado circuito de jazz europeu.

Voltando ao E-Musicall, Gérson explica melhor do que se trata: “Criado por meio de tecnologia Blockchain, o E-Musicall  reúne serviços de gestão para investimentos financeiros e tecnologia direcionada ao mercado da música. O projeto foi divido em seis núcleos que podem ser melhor vistos e explicados no e-musicall.com”.

Segundo Gérson, os benefícios aos músicos podem ir desde a compra de equipamentos, acessórios e instrumentos “com preços totalmente diferenciados e acessíveis comparados aos preços encontrados no Brasil, até oportunidades de monetizar o capital investido. Nossa parceria com a empresa BuySell para esse tipo de monetização pode ser iniciada a partir do investimento mínimo de 10 dólares”, detalha Gérson.

Além de operar nestes termos (aqui resumidos bem por alto), Gerson e o E-Musicall pretendem seguir trazendo mais grandes músicos de fora da Bahia e do Brasil para se apresentar em Salvador.

"Perfeitamente observado por você, a intenção desse departamento de eventos do E-Musicall é compartilhar informações artísticas das áfricas, como continente enorme e importante para nossa formação de cultura musical Afro-brasileira e baiana. Um calendário de eventos estará sendo apresentado no site já já, trazendo estilos artistas que fazem músicas inteligentes no mundo como a dos artistas Karim Ziad (da Argélia), Etienne MBappé (de Camarões), Jean Philipp Fant Fant (de Guadalupe), são alguns dos nomes que já conversei por ter aproximação com eles em trabalhos que já fiz na Europa durante esses muitos anos que atuo como profissional da música. Faço questão de não trazer nada tão convencional para que possamos ter acesso a esse tipo de cultura musical , mesmo não tendo apoio financeiro de nenhum departamento de cultura do estado. Desejo muito que um dia possamos estar juntos pensando possibilidades de inclusão cultural e tecnológica a partir da cadeia da música , que gera o segundo maior PIB econômico do Brasil. Enquanto isso não acontece, vamos fazendo nossa parte e estamos abertos totalmente a bons diálogos inovadores", conclui Gerson.

Fusão em Reunião

O camaronês Richard Bona, grande nome do contrabaixo
Agora cabe aos interessados ir lá e ver se o negócio é quente, mesmo. O que com certeza é quente é o som do Meddy Gerville Trio, uma fusão dos ritmos tradicionais de Reunião, maloya e sega, com jazz.

“Em Reunião, os ritmos tradicionais são intimamente conectados com a história da ilha e o triste passado de escravidão. Herdamos as tradições musicais da África e de Madagascar, enriquecidas com influências indianas, chinesas e europeias”, detalha Gerville, em entrevista por email.

No repertório, composições autorais e até clássicos como La Bohéme. “Não raro, dizem que minha música tem muito de sul-americana. Isso pra mim é uma honra. Já ouvi muito João Gilberto e Tom Jobim. E no meu último disco, tive o extremo privilégio de contar com o bandolim de Hamilton de Holanda em uma gravação”, conta.

"Para nosso primeiro show em Salvador, terei a honra de compartilhar com o público algumas novas composições que estarão no próximo álbum, a ser lançado ano que vem. Claro que minhas composições mais antigas também estarão no set list e porque não, La Bohème. Também terei o prazer de receber o Gerson Silva no palco para uma ou duas músicas. Convido todos os amantes da música para se juntar a nós. Mal posso esperar para chegar e tocar neste lindo país", conclui Gerville.

Lançamento: Plataforma E-Musicall / sábado, 17 horas / Com  Meddy Gerville Trio e Richard Bona com Alfredo Rodriguez e Pedrito Martinez /  Trapiche Barnabé / R$ 100 e R$ 50 / Vendas: www.balcaodeingressos.com.br ou nos pontos Balcão de Ingressos



NUETAS

Vanguart Acoustic

Toda a classe e a chinfra da banda Vanguart (MT) é a atração do próximo Toca! no Pátio do Goethe Institut. Helio Flanders & cia trazem o show Vanguart Acoustic Night. O sergipano Arthur Matos abre o evento. Sábado, 18h30, R$ 50 (meias esgotadas).

Reggae night, Pelô

A festa Reggae Jambras traz direto da Jamaica as bandas Suga Roy & Fireball Crew e Conrad Crystal and Zareb. No repertório, os clássicos do gônero. Banda Cativeiro, Edy Vox, Dinho Negryne, Thomé Viana e Mavi fazem as honras da casa. Sábado, 19 horas, no Largo Teresa Batista, R$ 20.

Malcriado Mudo

Malcriado Mudo faz show divertidíssimo no Bardos Bardos. Sábado, 19h, R$ 10.