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terça-feira, novembro 12, 2019

MELANCOLIA FORTALEZENSE

Cearenses do Selvagens a Procura de Lei lançam quarto disco e tocam no Feira Noise

SAPDL, foto Igor de Melo
Uma das melhores bandas surgidas na última década, a cearense Selvagens à Procura de Lei (ou apenas SAPDL) consolida uma carreira que parece bastante estável com seu quarto álbum, Paraíso Portátil.

Bem assessorados, contaram com a produção exata do experiente   Paul Ralphes, galês radicado no Brasil desde 1986, ex-diretor artístico da Universal Music.

E já saem em turnê por algumas cidades brasileiras: de Porto Alegre a Porto Velho, com direito a uma passagem por Feira de Santana, para o festival Feira Noise.

Trabalho mais introspectivo do quarteto, Paraíso Portátil marca uma espécie de reinvenção e amadurecimento (com o perdão do clichê) dos membros da banda, agora já mais experientes e vividos, após mais de uma década de lida na música.

“Toda carreira, seja na arte ou acadêmica, você tem um tempo de uns dez anos até poder realmente bater no peito e dizer que venceu, olhar para trás e ver se faz sentido”, afirma Gabriel Aragão (guitarra e vocal).

“Temos orgulho de dizer que sim, passamos por dificuldades. Mas tudo é difícil. Ser médico ou engenheiro é difícil. E ser músico também”, diz.

De sonoridade leve, Paraíso Portátil também abarca alguma psicodelia contemporânea (sem fritação, via Tame Impala, War on Drugs) e brasilidade (via Clube da Esquina).

Se pega  leve no som, é um pouco mais soturno nos temas.  “Arrisco dizer que é nosso disco mais sincero, muito intimista. Toca em temas difíceis  como depressão, questionamentos, a busca de um caminho a seguir e até suicídio”, conta.

“Mas também fala de amor. Apesar de abordar temas difíceis, tem uma redenção, uma luz, uma esperança, o olhar para dentro de si, superação”, pontua Gabriel.

O paraíso dentro de você

SAPDL, foto Igor de Melo
O músico faz inclusive um comparativo com o álbum anterior, Praieiro (2016), que, como o nome explicita, era um trabalho mais solar.

“Paraíso Portátil é como um espelho ao contrário do Praieiro, que era um disco extrovertido. Paraíso é introvertido. Praieiro é o sol, Paraíso é a lua”, observa.

“O Paraíso Portátil vem da frase de que, quando você descobre que a paz está dentro de você, você carrega dentro de si um ‘paraíso portátil’, que acessa em qualquer lugar. Esse é o conceito do disco”, detalha.

Na estrada a partir desta semana, o SAPDL vai passar por sete cidades na primeira perna da turnê do discos até chegar ao Feira Noise no dia 24.

“Já tocamos algumas vezes em Feira e sempre foi muito legal, adoramos o público de lá. No lado do rock, do pop, os artistas circulam bem pelo interior. Lá no Ceará vamos muito para Juazeiro do Norte, Quixadá, Sobral”, conclui.

Ouça: www.sapdl.com



NUETAS

Lazzo, Dão, Larissa

Quinta-feira tem Dão, Lazzo Matumbi e Larissa Luz inaugurando o projeto Mixturado. No Largo Pedro Archanjo, Pelourinho, 20h, R$ 40 e R$ 20 (1º lote no Sympla).

Dom Sá e Sequestro

As bandas Dom Sá e Sequestro Relâmpago animam a sexta-feira de feriadão no reduto Bardos Bardos. 19 horas, pague quanto quiser.

Héloa e Okwei

A cantora sergipana Héloa aporta no Commons Studio Bar para mais uma edição do  Intercenas Musicais. Ela vem lançar seu novo álbum, Opará, nome pelo qual os indígenas Dzibukuá chamam o Rio São Francisco.  A diva soul nigeriana residente Okwei Odili faz as honras da casa. Sexta-feira, 23h, R$ 10.

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