HBE: ternos, instrumentos, muito som e muito estilo. Foto Ray Yau |
Trata-se de uma banda de sete irmãos, todos filhos de um tradicional músico de jazz da capital do Illinois, Phil Cohran.
O som, muito à base dos seus trumpetes e trombones, é essencialmente instrumental e extremamente suingado, mas na receita também entram batidas de hip hop e as melodias sofridas do soul.
Em suma: imperdível. Restam poucos ingressos à venda, então se interessou, se adiante.
O desinformado colunista supôs que era primeira vez do grupo na cidade e que eles nem tinham conhecimento da herança afro na cultura local. Ledo ivo engano: “Na verdade esta será nossa segunda vez na Bahia. O primeiro show da HBE no Brasil foi justamente em Salvador, no PercPan de 2010”, corrige KiddCid, (ou Saiph Graves, trombone).
“O HBE sempre esteve a par da rica cultura afrobrasileira, ela nos foi ensinada desde crianças por nosso pai, em suas aulas de cultura musical. Então significa muito pra nós nos apresentarmos aí e também absorver um pouco disso em nossa própria performance. Estamos animados em voltar e queremos continuar voltando”, acrescenta o músico.
Na vanguarda da inovação
Experiente, o grupo já gravou ou se apresentou ao vivo com gente do nível de Prince, Snoop Dogg, Gorillaz e The B-52's, entre outros. Carregam em si a riquíssima herança da black music de sua cidade: “HBE é um mix de todos os estilos e isso é 90% da black music de Chicago e 10% dos lugares para onde viajamos pelo mundo. A música negra de Chicago sempre foi contemporânea. Sempre esteve na vanguarda da inovação, desde Louis Armstrong, passando por Earth Wind & Fire, Curtis Mayfield, até o Lou Rawls”, afirma.
"A dor e a profundidade da soul music foi muito evidenciada pelos músicos negros de Chicago, assim como a alegria e a celebração de atmosfera festiva. Esta vibração que sobrevive nas ruas de Chicago é o que nos auxilia a traduzi-la em sons e ritmos", acrescenta KiddCid.
Foto Ray Yau |
"Sim, a evolução do Hypnotic Brass Ensemble pode ser vista em nossa discografia. Como este gênero que revivemos tem se transformado e desenvolvido, nossa audiência também se expandiu, assim como nossas gravações e shows ao vivo. Nos primeiro LPS não havia vocais de jeito nenhum, depois começamos a envolver MCs, cantores, guitarras, baixo elétrico e até saxofone mais recentemente. Éramos garotos quando gravamos The Flipside, agora quando você ouve Hypnotic Joints, você percebe que que são os mesmos garotos, agora homens feitos. Mas não importa quão maduros, os sopros ainda estão ali no topo, detonando geral, impulsionando o movimento do qual sempre fomos embaixadores: Instrumentistas no Poder. Trabalhamos muito duro para fazer os trumpetes e trombones parerecem legais (cool) novamente, como nos tempos do Miles (Davis)", considera o trombonista.
Toda essa bagagem e experiência de tocar com gigantes da música, além da consistente discografia, já credencia o septeto a alçar voos mais altos em termos de reconhecimento, acredita KiddCid.
"Para nós, tocar em todos os continentes e com a maioria de nossos ídolos musicais (Prince!) ao longo dos anos (é a maior das recompensas). Sabemos que temos um legado neste mercado agora estabelecido, mas o que está faltando são os títulos: o Grammy, para ser mais exato. Temos sido rebeldes desde o início, então nunca abordamos premiações ou títulos ou contratos de gravações para os quais já éramos aptos. Agora é apenas adequado que comecemos a coroar nosso sucesso independente com algum reconhecimento de nossas contrapartes no negócio da música os quais temos influenciado, apoiado e contribuído. HBE para o Grammy e também trabalhar com com alguns ícones ainda na área: Quincy Jones, Stevie Wonder e Carlos Santana", enumera.
“A diferença é que agora estamos na era da informação, as pessoas no Brasil podem ver essas mesmas coisas acontecendo aos desfavorecidos em Chicago e vice-versa. Isto torna muito mais difícil manter as pessoas separadas e sem voz ativa, além de trazer á luz toda e qualquer hipocrisia da parte deles. Acho que Trump será reeleito em 2020, mas também acho que veremos o maior movimento rumo a mudanças sociais que a humanidade já testemunhou. Os tempos parecem ruins agora, mas uma chama queimará ainda mais brilhante no final. O HBE é otimista”, conclui. Right on!
Hypnotic Brass Ensemble / Hoje, 21 horas / Commons Studio Bar / R$ 55,56 (Sympla)
NUETAS
Solove no Menas
O Estúdio Menasnota, do bravo Heitor Dantas (Laia Gaiatta) está transmitindo shows ao vivo todas as quartas-feiras direto do estabelecimento. Já teve a banda Aurata e o duo May HD e + Junix 11. Amanhã é a vez do baileno (baiano + chileno) Jorge Solovera. Amanhã, 20 horas, no www.instagram.com/menasnota.
NHL sexta no BB
Sexta-feira tem mais uma edição da NHL Sessions (alô, Kairo Melo) no Bardos Bardos Casa da Trinca, com Vítor Brauer, Soft Porn e MAPA. 19 horas, pague quanto quiser.
Rasta-pé, é, moçada
A partir de quinta-feira tem São João no Pelourinho com shows de mestres consagrados como Alceu Valença, Cicinho de Assis e muitos outros. Programe-se e seja feliz.
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