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sábado, março 23, 2019

INVESTIGAÇÕES JAZZÍSTICAS ACIMA DE QUALQUER SUSPEITA

Acompanhado de Mou Brasil, saxofonista  francês Samy Thiébault se apresenta hoje no teatro da Aliança Francesa 

Samy Thiébault, foto Laurence Laborie
Hoje não tem Jam no Mam (mas sábado que vem, sim). Porém, os amantes do jazz não estarão desatendidos esta noite.

O Teatro Molière da Aliança Francesa é o reduto jazzístico de hoje, com a atração internacional Samy Thiébault, saxofonista e flautista francês.

Samy vem à Bahia dentro da programação do Mês da Francofonia, evento anual promovido pelas Alianças Francesas no mundo todo.

No palco do Molière, Samy se apresenta acompanhado da referência local Mou Brasil (guitarra), que dispensa apresentações, mais dois grandes músicos: Ldson Galter (baixo) e Beto Martins (bateria).

Nascido na ex-colônia francesa da Costa do Marfim, Samy tem seu trabalho caracterizado pela busca das origens étnicas do jazz.

Seu último trabalho, Caribbean Stories, é um exemplo disso, tratando-se de uma investigação de ritmos afro-caribenhos sob a ótica do jazz. Uma audição bastante agradável, diga-se de passagem.

“O repertório de  Caribbean Stories é um novo mergulho do jazz em suas raízes caribenhas. Eu estou muito ansioso para adicionar à esse repertório a visão brasileira dessas composições. O Brasil é uma fonte de inspiração muito forte para as músicas vivas, como o jazz, e para a minha língua”, afirma Samy, por email.

“(Me apresento em Salvador) Graças à rede das Alianças Francesas, formidável vetor de desenvolvimento da cultura francesa no mundo e, sobretudo, fonte de encontros e trocas – que são justamente as razões das turnês”, diz.



Coltrane e a Bahia

Mou Brasil em foto de Hirosuke Kitamura
Para Samy, as raízes da música feita nas Américas (jazz, primordialmente) estão nas primeiras colônias caribenhas, daí sua paixão pelo tema.

“A música original americana vem de toda essa herança caribenha. As fontes do jazz, antes de estarem em Nova Orleans (EUA), estão nas Antilhas, em Cuba, na Venezuela, Jamaica”, diz.

“Essas são as primeiras terras de miscigenação, feitas em meio à violência e por vezes do amor, mas criadoras de uma cultura que mudou o mundo. Chegou a hora de reconhecer isso e se inspirar”, afirma.

Em Salvador, Samy espera aprofundar suas investigações musicais sobre as raízes negras do jazz: “Com certeza! Minhas turnês são frequentemente o início de um novo ciclo e eu viajo para fora essencialmente por esse motivo: descobrir, encontrar e me questionar”.

“E, sim, o que eu digo sobre a miscigenação no Caribe é ainda mais impressionante nessa cidade. John Coltrane dedicou uma música a ela, isso não é um acaso”, acrescenta o músico, certamente se referindo à versão de Coltrane para Na Baixa dos Sapateiros (de Ary Barroso), do álbum justamente intitulado Bahia, de  1965 – versão que, aliás, deverá estar no repertório do show de hoje.

Apesar de ansioso para conhecer, Samy confessa que ainda não sabe muito sobre a música baiana: “Eu devo confessar que ainda vou descobri-los: venho com os ouvidos bem abertos”, conta.

Estilo baseado na capacidade de improviso, o jazz se vale muito da intuição de seus músicos. Hoje, vale a pena seguir o exemplo deles e comparecer na Aliança Francesa.

Jam na Aliança Francesa / Com Samy Thiébault (FR), Mou Brasil e Banda / Hoje, 20h30 / Onde: Teatro Molière da Aliança Francesa Salvador / R$ 20 e R$ 10 / Venda antecipada: Sympla / Classificação indicativa: Livre

3 comentários:

  1. Uma verdadeira LENDA centenária:

    http://domtotal.com/noticia/1342665/2019/03/ferlinghetti-100/

    Parabéns Mr. Ferlinghetti.

    Esse é história e fez histórias e várias estórias.

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  2. https://www.lpm-blog.com.br/?p=18570

    só essa "pequena" apresentação do cara faz vc pensar "pqp...que bosta eu fiz de minha vida??"...foda.

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  3. https://g1.globo.com/pop-arte/musica/noticia/2019/03/25/scott-walker-cantor-e-compositor-britanico-morre-aos-76-anos.ghtml?fbclid=IwAR0E0UtBpLKefHshg66XJTRYjjRj99NqHmGc1VVUXj4qsHxvKOyvDd7vzr4

    RIP Scott Walker.

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