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quarta-feira, setembro 12, 2018

IAN CARDOSO SOLO, MAS NÃO SOZINHO

Membro da Pirombeira, Ian Cardoso confirma talento a ser observado em disco solo

Ian Cardoso, pronto para saltar na piscina de roupa e tudo. Foto Lara Perl
Guitarrista da Pirombeira e da banda Dziga Tupi (de Ronei Jorge), Ian Cardoso lança esta semana seu primeiro trabalho solo, o EP Reina.

Como está passando uma temporada em São Paulo, cursando uma disciplina como aluno especial na Usp, o primeiro show de lançamento será por lá mesmo, nesta quinta-feira, no Brazileria Bar. Ainda não há data em Salvador.

Com cinco faixas, Reina soa como uma trip profunda de Ian em busca de sua própria essência, mas não em torno do próprio umbigo.

Não à toa, o disco está recheado de convidados ilustres – o que dá uma boa ideia da moral do rapaz na comunidade musical baiana.

Tem Rebeca Matta (dueto com Ian em O Medo), Matheus Aleluia (trompete em duas faixas), Mathias Traut (trombone em duas faixas), Rowney Scott (sax soprano), Nancy Viégas e Mônica Freire (vozes na faixa-título), entre outros.

“Acho que produzir um trabalho solo teve muito a ver com um momento da minha trajetória criativa, uma necessidade de auto-investigação mais profunda, onde eu pudesse vivenciar uma determinada curva produtiva até as últimas consequências e dar vazão às coisas, abrir espaço pra outras coisas novas. Até porque, com exceção da faixa Reina, não houve um processo composicional específico pro EP. As músicas já existiam, e a escolha do repertório foi uma das primeiras etapas dessa "curva produtiva" que mencionei. A partir daí que fui construindo o panorama pelo qual os assuntos foram desenvolvidos. A música Reina, foi gerada já com a ideia de fazer um EP mais madura na minha cabeça. Talvez por isso acabou alinhando a história ali, e dando título ao trabalho. Então entendo que a música aponta por onde vai andar”, afirma Ian, por email, de SP.

"A Pirombeira é um grande laboratório de fusão de ideias. Várias cabeças pensantes, todo mundo lida com a composição e os arranjos acabam sendo este ponto de encontro entre várias perspectivas. E isso naturalmente forja uma qualidade estética. Então a forma como a música ou um tema aparece pra mim diz muito sobre por onde ele pretende caminhar. A própria música de alguma maneira reivindica o lugar que quer ocupar. Tem uma autonomia ai. Mas aí a gente vai experimentando também. Acho que Reina é um ponto de contato entre tudo que já fiz. Por ser uma estreia, surgiu um pouco desta pretensão e daí vamos ver o que surge", acrescenta.

Além de todos aqueles convidados bacanas, a banda que toca com Ian no disco não deixa por menos: Aline Falcão (vozes e teclados), Alexandre Vieira (baixo) e Marcos Santos (bateria).

“Todas as pessoas que realizaram esse EP comigo me ensinaram muito. São pessoas que eu admiro, que possuem trajetórias únicas e com quem me encontrei em diferentes momentos da vida. São referências pra mim”, elogia.

“Ter conseguido reunir essa galera traz uma sensação revigorante de realização. Dá sentido às coisas. Isso contribuiu pro colorido e pra intensidade do trabalho, muito norteado pelo afeto, generosidade e colaboração”, afirma.

Dualidades e perguntas

Ian cita o clássico brasileiro Caipira Picando Fumo, foto Lara Perl
Na capital paulista, Ian dá continuidade aos seus estudos - estudos esses que fazem parte do próprio processo criativo de Reina: "Vejo a academia como mais um espaço pra trocar ideias e acessar novos pontos de vista. O EP Reina, inclusive, foi desenvolvido durante o curso de Mestrado Profissional em Música que fiz na UFBA, com orientação de Rowney Scott, que também participa do EP e a quem atribuo uma parte importante da maturação do trabalho", conta.

De sonoridade cheia e com melodias que impressionam pela beleza, Reina confirma Ian como um talento evidente a ser acompanhado.

Complexo sem medo de ser complicado – até porque a vida não é nada simples – Ian descreve sua obra como uma busca pelas perguntas, ao invés de respostas fáceis.

“Acho que a marca do EP é justamente o questionamento das definições, das dúvidas, dos sonhos. O discurso gera mais perguntas que respostas. Fala da vida e da morte. Do tudo e do nada. Das cicatrizes e do corpo como esse emaranhado de memórias”, diz.

“As letras giram por aí e a sonoridade vai junto. A sonoridade é o grande elo. Transita em dualidades: agressivo, brando. Velho, novo”, observa.

Infelizmente, ainda nã há uma data para o show solo de Ian na capital baiana: "Tô querendo tocar mais o show, que contém não apenas as músicas do EP mas outras novas e algumas outras versões de músicas que tocamos na Pirombeira. E seguir buscando caminhos pro som circular. Ainda não temos a data do show de lançamento em Salvador, mas espero que ocorra em breve! Em breve também vai ser lançado um clipe", conclui o músico.

www.iancardoso.com



NUETAS

Bona: show, oficina

O músico camaronês Richard Bona: show e oficina semana que vem
Nome de destaque no jazz mundial, o camaronês Richard Bona faz show no TCA e workshop. O show é dia 19 (quarta-feira). Já a oficina, intitulada Jazz Fusion e  Ritmos Africanos, é um dia antes (18, terça-feira). A partir das 15 horas, no 55 Condomínio Cultural (Rio Vermelho). Investimento: R$ 80. Infos e inscrições: 9 9124-2095.

Duda sábado, free

Duda Spínola faz aquele som de astral bacana sábado, 16 horas, no Bardos Bardos. Pague quanto quiser ou puder.

Capitão Elvis Parafa

Sumido, o pândego Capitão Parafina ressurge encarnando Elvis! É o show Elvis por Capitão Parafina & Os Presleys. Sábado, 22 horas, R$ 20 (Sympla). No Groove Bar.

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