Riviera Gaz: Gustavo, Steve Shelley e Paulo K, foto Renata Molina |
Mais do que isso: esses trabalhos são um reflexo de uma certa relação que esses músicos tem construído – ora, vejam – com o Brasil. Trata-se de um disco e um livro.
O disco é Connection, álbum de estreia da banda Riviera Gaz, que traz na sua formação o guitarrista e vocalista Gustavo Riviera (ex-Forgotten Boys), o baixista Paulo Kishimoto (que também é tecladista de Pitty) e o baterista Steve Shelley, que respondia pelas baquetas no SY.
Já o livro é JRNLS80s: Poemas, Letras, Cartas, Anotações e Cartões-Postais dos Primeiros Anos do Sonic Youth, do seu ex-guitarrista, Lee Ranaldo. (JRNLS80s pode ser traduzido como “diários dos anos 80).
O elo que conecta ambas as obras são as constantes viagens ao Brasil que Ranaldo tem feito para os lados de cá desde o fim do Sonic Youth
Quase todo ano, o músico, que também é escritor, poeta e artista visual, vem ao país se apresentar. As vezes vem com banda. Outras, vem sozinho com seus violões e guitarras.
Numa dessas, em setembro de 2016, se apresentou até em Salvador, diante de uma incrédula plateia de velhos e novos fãs, no palco do Cine-Teatro Solar Boa Vista, dentro da série de eventos Low Fi - Processos Criativos (do músico e agitador cultural Edbrass Brasil).
Também numa dessas vindas ao país, Lee se fez acompanhar justamente pelo ex-parceiro de SY na bateria, Steve.
“Ele estava vindo para fazer um show no Brasil com o Lee Ranaldo. Aí um amigo dele, que é meu amigo e do Paulo, fotógrafo em Paris, nos colocou em contato para nos encontrarmos”, conta Gustavo.
Lee Ranaldo e Steve Shelley no SY, anos 80, foto JRNLs80s |
Uma saborosa novidade do rock este ano, o disco do RG desce redondo com um som meio classic rock, meio indie, mas difícil de rotular – o que é sempre um bom sinal.
“A banda foi, continua e continuará se inventando, a cada momento que nos juntamos saem coisas novas e as coisas mais antigas também se modificam, o todo se movimenta. Estamos fazendo coisas que achamos legais e essa é a ideia. Por isso não nos definimos tanto, mas tá no rock”, afirma.
"Foi demais (trabalhar com Steve), ele é um excelente baterista, resolve e toca muito bem, é um cara muito legal e nós três nos damos muito bem, portanto ocorreu tudo bem legal, todos já tocam há um bom tempo em outras bandas. Ficamos felizes com o resultado do disco. Decidimos deixar de fora do disco algumas músicas, mas algumas estão no show. O Steve foi quem acompanhou a mixagem em Nova York, feita pelo John Agnelo, que já mixou o Sonic Youth, Dinosaur Jr. e vários discos legais", relata Gustavo.
Depois da turnê de lançamento que passou por algumas cidades do Sul, Sudeste e Chile, Steve voltou aos Estados Unidos, mas o trio já faz planos para um novo giro.
Lee Ranaldo no metrô de SP, foto Acauã Novais |
On the road com a banda
A outra novidade – uma preciosidade para fãs do Sonic Youth em particular e do rock em geral – é este volume de memórias de Lee Ranaldo.
Deliciosa leitura, os diários de estrada de Lee Ranaldo cobrem o período entre 1980 e 1989, os anos de underground do SY, antes de serem entronados como os Godfathers (Padrinhos) of Grunge e alcançarem a fama mundial.
Desta forma, viajamos com Lee, Steve e o então casal Thurston Moore e Kim Gordon pelos recantos mais remotos dos Estados Unidos, bem como por várias cidades europeias, entre shows em espeluncas e longos períodos on the road.
Sensível, Lee escreve quase sempre com o coração na mão, entre quase-depressões, o estupor do cansaço da vida na estrada e o transe de drogas consumidas sem tanto afã.
Apesar de claramente influenciado pela literatura beat – e quem não o era nos anos 1980? – Lee também se entregava volta e meia a elocubrações razoavelmente profundas sobre arte, perda e o vazio da vida, fosse no interior do Kentucky ou em alguma cidade medieval na Bélgica.
Há relatos de encontros sensacionais com outras bandas importantes da época, como Dinosaur Jr., fIREHOSE e Big Black, o que só torna a leitura ainda mais prazerosa para apreciadores do gênero.
A edição da Terreno Estranho ainda traz um posfácio do editor, “Reverendo” Fábio Massari, relembrando seu primeiro show do Sonic Youth, em Londres, 1987, com aquele rigor factual e estilístico que seus fieis seguidores desde os tempos da antiga MTV Brasil tanto admiram.
Connection / Riviera Gaz/ Hearts Bleed Blue / LP: R$ 59,72 / Cassete: R$ 27,86/ CD: R$ 17,36/ Compacto vinil Pere Ubu: R$ 31,36
Jrnls80s / Lee Ranaldo / Terreno Estranho/ Tradução: Paulo Alves/ 240 páginas/ R$ 54,90
Trecho: “O público nos quer perdidos, eles querem nos ver ondular e contorcer, encenar suas próprias agressões. (...) Mas eu quero me perder hoje no palco, entrar e tocar e sentir o sangue correndo nas minhas veias”
Lee Ranaldo,em JRNLS80s
Putz, já tem 7 anos que a banda acabou? tempo passa rápido demais...e já tem dois anos q o Lee teve aqui? não pude ir, mas troquei uma idéia com ele no antigo zanzibar, que na época era o espaço Quati, coati, algo assim...
ResponderExcluirO riviera gaz teve um clipe feito por xanxa...num sei se saiu, Xanxa é amigo de Steve...acho que tb tem faixas da banda no último curta de xanxa, o STAY SICK, que por sinal é MUITO BOM...foda demais...pra variar!
https://br.noticias.yahoo.com/prtb-quer-mourao-no-lugar-de-bolsonaro-diz-jornal-154944259.html
ResponderExcluirgolpe do golpe.
https://br.noticias.yahoo.com/m%C3%BAsico-roger-visita-bolsonaro-e-193900839.html
ResponderExcluirInútil!!!
PQP!!
Dizem que ele tem QI elevado...de q num sei...o cara ser de direita e ainda apoiar bolsonaro é foda...a direita tem cada opção uma pior que a outra...
quase fico com vergonha de ser roqueiro...mas aí lembro que o rock que eu ouço tem muita gente revolucionária!
taí um bom candidato, se alguém vier roubar o brasil dá um Zangief nos corruptos e prono, resolveu tudo:
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=t_6tqIy2SpQ
pqp...se eu não gostasse da cidade-baixa...me picava desse país...é cada um que vejo por aí...isso dá medo...mais satânico que banda de black metal...e tem gente q defende o cara e vai votar...
https://www.otempo.com.br/hotsites/elei%C3%A7%C3%B5es-2018/em-jejum-e-ora%C3%A7%C3%B5es-por-21-dias-cabo-daciolo-cancela-participa%C3%A7%C3%A3o-em-sabatina-1.2029803
ResponderExcluirpodia ficar mais 21 sécilos por lá...e levar bolsonaro junto....
tem horas que minha mente trava...e acho q sou burro e essa galera tá certa e sou maluco...ainda bem...ehhehehe
E chega por hj chico...pqp...a humanidade é uma bosta mesmo...uma invenção da porra, a internet, e a galera só usa pra fazer merda e involuir...