Eruditos e descontraídos: Salzburg Chamber Soloists, foto Fabio Borquez |
Dirigida e regida por Lavard Skou-Larsen, gaúcho filho de brasileira com dinamarquês, a orquestra inicia em Salvador uma turnê por oito cidades brasileiras, partindo daqui para Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Blumenau, Florianópolis e Curitiba.
“É a primeira vez (que nos apresentamos em Salvador). Estamos muito contentes de começar nossa turnê em uma cidade tão sugestiva, cheia de história e também de espiritualidade. (Este é) Um dos motivos porque fazemos música”, afirma Skou-Larsen por email ao Caderno 2+.
No repertório, uma atenção especial aos compositores franceses, com peças de Ernest Chausson (Concerto para Violino, Piano e Arcos op. 21) e Maurice Ravel (Quarteto Para Arcos em Fá-Maior), além de Mozart (Divertimento em Re-Maior, KV 136) e Anton Bruckner (Adágio Para Cordas).
“O repertório (de nossos concertos) é sempre diferente. Claro que tem várias obras clássicas que tocamos repetidamente, dependendo dos desejos dos organizadores. Tocamos muito Mozart, óbvio, como orquestra de Salzburgo (cidade natal do compositor austríaco)”, conta o maestro.
“Mas desta vez queríamos explorar um pouco a música francesa. E os organizadores nos deixaram livres para programar. Então nasceu este programa maravilhoso com Ernest Chausson, Maurice Ravel e – não pode faltar também – um pouco de Mozart”, diz.
Fazendo jus ao “soloists” (solistas) no nome da orquestra, o concerto terá dois deles: o próprio maestro ao violino e o premiado pianista Phillippe Raskin, diretor artístico do César Franck International Piano Competition (Bruxelas) e do Festival Ressonances Musique de Chambre (França).
Skou-Larsen fundou a SCS em 1991, como uma forma de honrar a memória e o trabalho do pai, Gunnar, que também era maestro.
“No fundo, foi meu pai que, em 1972, fundou uma orquestra de câmara em Salzburgo. Como ele morreu três anos depois, senti uma certa obrigação de continuar a ideia dele quando alcancei a idade de tomar responsabilidades”, conta.
“Então recomeçei tudo em 1991, que aliás também foi o ano do jubileu dos 200 anos da morte de Mozart”, lembra.
Maestro Lavard Skou-Larsen, foto Fabio Borquez |
Com diversas gravações (com e sem a SCS) no currículo, Skou-Larsen (em duo com o pianista Alexander Mullenbach) registrou em 1997 três sonatas para violino do compositor brasileiro Camargo Guarnieri (1907-1993) – um belo serviço prestado à música de concerto brasileira e latino-americana, ainda pouco apreciada mesmo por aqui.
“A música latino-americana está conquistando cada vez mais os palcos internacionais da música erudita. Sobretudo quando é tão boa como a de Camargo Guarnieri”, afirma.
“(A música de concerto brasileira é) Muito bem vista. Sobre tudo Guarnieri, Villa-Lobos, (Radamés) Gnatali, (Claudio) Santoro, (Edino) Krieger, (Alberto) Nepomuceno, (Carlos) Gomes etc”, enumera.
Tendo conduzido dezenas de orquestras dos dois lados do Atlântico, o maestro diz não ver diferenças entre músicos americanos ou europeus: “O que é mais diferente é trabalhar com orquestras livres, que se reúnem para realizar um trabalho idealista, muitas vezes com músicos sem contratos fixos, ao invés de orquestras institucionalizadas, aonde o músico é mais um funcionário público e não tão envolvido na escolha do repertório ou no espírito da orquestra”, diz.
“Com as orquestras livres se tem mais prazer, mais empolgação e mais entusiasmo vindo dos músicos. Mas isto em todo mundo é a mesma coisa”, conclui.
Salzburg Chamber Soloists / Sexta- feira, 21 horas / Sala Principal do Teatro Castro Alves (Praça Dois de Julho, s/n) / Cadeiras Fila A à P: R$ 100 R$ 50 / Cadeiras Fila De Q a Z11: R$ 80 e R$ 40 / Vendas: Bilheteria do Teatro, postos SAC dos shoppings Barra e Bela Vista e no site www.ingressorapido.com.br
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