Rubem Farias, foto de Paulo Rapoport |
Na próxima segunda-feira, ele, que reside em Estocolmo, volta à cidade natal para uma apresentação especial com outros dois músicos de altíssimo calibre: o cantor e multi-instrumentista Filó Machado (de Ribeirão Preto - SP) e o guitarrista sueco Erik Söderlind.
O trio, acompanhado do baterista Victor Brasil e do percussionista Sebastian Notini, apresenta o espetáculo Triálogo – parte de um projeto de colaboração entre os governos sueco e brasileiro. Além de Salvador, o show também rola no Rio de Janeiro e São Paulo.
A oportunidade de ver esses cinco grandes músicos juntos em um palco é rara e imperdível para os fãs do jazz.
Voltando ao Rubem, eis por que poucos aqui o conhecem: aos 10 anos, ele, a mãe e três irmãos subiram em um ônibus e foram morar em São Paulo, onde o pai já os aguardava.
"Eu comecei em Salvador com meu pai Áureo, ele tocava a guitarra na igreja, então eu fui pro baixo pra acompanhar ele, mas comecei estudar violão e baixo juntos. Quando percebi, já estava na bateria e no teclado, depois estudei um pouco de trompete, passei pelo trombone, mas sempre colocando o baixo como primeiro instrumento", conta.
“Mudei para São Paulo com a minha família em uma época que a situação financeira da minha família em Salvador estava muito difícil, meu pai desempregado resolveu tentar a vida em SP e viajou 6 meses antes. Conseguiu um emprego no primeiro mês, guardou dinheiro, alugou uma casa e mandou as passagens de ônibus para minha mãe e os quatros filhos. Fizemos uma farofa de galinha, nos despedimos dos familiares e amigos e fomos para SP. Isso em 1996 eu tinha 10 anos”, relata o músico.
Lá, o rapaz se aplicou e conseguiu estudar com alguns dos melhores professores da cidade, graças à sua vocação natural para a música.
Filó Machado, um talento que o Brasil precisa conhecer mais |
Logo, começou a tocar em bandas e como músico de acompanhamento para grandes nomes, como o trombonista Bocato, o próprio Filó Machado e muitos outros no circuito jazz / MPB.
Uma paixão em Estocolmo
Rubem e seu inseparável instrumento de trabalho |
"Eu fui a primeira vez para Suécia em 2011 a trabalho e, resumindo, me apaixonei por Magdalena Strömgren e em seguida, pela cultura sueca. Desde então, passei a conhecer músicos maravilhosos e receber convites para fazer turnês pela Europa. A situação ficou de um jeito que já estava viajando quatro vezes por ano pra Suécia, mas em 2015 tudo mudou. Já estávamos morando juntos em SP quando eu e Magdalena recebemos a maravilhosa notícia que nosso pequeno Carl Jamie Thelonious Strömgren Farias estava a caminho, nosso primeiro filho. Então conversamos e ela se sentia melhor passar o período de gestação e os primeiros anos do nosso pequeno J na Suécia. Então ela foi na frente e eu terminei minha turnê aqui no Brasil, peguei um voo pro México pra fazer meu último show, que foi no Teatro Metropolitan com o maravilhoso cantor baiano Daniel Boaventura e, de lá peguei um voo pra Suécia, para onde tinha direcionado os trabalhos seguintes", relata.
"Quando saí do Brasil, os artistas que estava acompanhando eram Filó Machado, Mafalda Minozzi, Ana Cañas, Paulo Ricardo, Daniel Boaventura e participando de vários projetos da cena instrumental brasileira. Respirei fundo, levantei a cabeça me preparei para o inverno rigoroso e fui para a Escandinávia cuidar de minha família e trabalhar nessa região. O que deu super certo, o projeto que fiz com Steinar Aadnekvam e Deodato Siquir (Freedoms Trio) começou a viajar muito pela Europa por diversos festivais. Também começou a chegar mais e mais convites para turnês e shows, e em pouco tempo eu tinha que colocar na agenda o mês que não queria trabalhar para cuidar da família e do meu bebê, que chegou nesse tempo. Também conheci o grande guitarrista que é o primeiro convidado do projeto A Música dos povos e a Linguagem do Jazz, Erik Söderlind", conta Rubem.
"Eu e o Erik tocamos juntos na Suécia, fizemos gravações. E com o Filó, são quase 10 anos tocando juntos. Eu, junto com Magdalena Strömgren, fizemos a produção musical do Brazilian Day em Estocolmo em agosto desse ano e levamos o Filó para tocar. Fiz o show com o Filó e o Erik assistiu e se apaixonou. Muitos suecos nunca tinham visto a música Brasileira do jeito que Filó Machado fazia, diversos músicos que já sabiam do Filó se encarregaram de espalhar que ia ter o show de um dos músicos mais importantes do Brasil. Então a praça lotou de músicos que queriam vê-lo, e foi lindo. Em seguida, gravamos o disco de uma super cantora que vive a muitos anos em Estocolmo, Deise Andrade, no qual o Erik participou junto com o Filó também. Pra completar o Sebastian Notini eu conheci no Brazilian Day. Ele fez uma participação no show da Fabiana Cozza, que eu também acompanhei e de lá pra cá mantemos contato. Sem duvida, ele é o sueco mais baiano que conheço. Sobre o Victor Brasil, pra mim vai ser uma honra tocar com esse super batera de uma família de músicos incríveis, que tanto orgulho dá pra nossa Bahia e o Brasil", elogia.
Erik Söderlind, foto Kenth Wangklev |
Atento ao noticiário recente sobre o Brasil, Rubem faz um paralelo sobre o que vem acontecendo aqui e na Europa.
"A Suécia também vive um momento político e social bem complicado, assim como toda a Europa. Aliás, o mundo vive um momento político e social bem complicado, e sinto que, quando as pessoas de lá olham para o Brasil, eles entendem que, o que o Brasil está passando faz parte de um contexto de dimensões globais. É necessário enxergar além da cortina de fumaça, apelar pra inteligência e enfrentar os reais problemas, que são as contradições políticas e sociais em nosso país", conclui.
Rubem Farias & Erik Söderlind convidam Filó Machado em: Triálogo / Segunda-feira (12), 20 horas / Teatro SESI (Rio Vermelho) / R$ 50, R$ 25
NUETAS
Levante com Big
A banda Levante e o DJ BigBross são as atrações do Quanto Vale o Show de hoje. Dubliner’s Irish Pub, 19 horas, pague quanto quiser.
Tributo ao Casca
O pessoal que sente falta da Cascadura (e quem não?) pode curtir o Tributo ao Cascadura nesta Quinta Combo. No palco, Du Txai & Os Indizíveis convidando Duda Spínola, Thiago Trad e Cadinho Almeida. Quinta-feira no Dubliner’s às 21 horas, R$ 10.
Cássio Nobre: sexta na Tropos |
Super instrumentista, o ex-Dois Sapos & Meio Cassio Nobre celebra duas décadas de música com show na Tropos Co. Em grande fase, Cássio voltou recentemente de uma turnê de 120 datas de Norte a Sul do país, pelo Sonora Brasil do Sesc. No repertório, músicas dos seus quatro álbuns solo, mais convidados como Enio, Jorge Solovera e outros. Sexta-feira, 21 horas, pague quanto quiser. Pagando R$ 10, leve uma cerveja Sol. Pagando R$ 20, leve a cerveja e concorra ao sorteio de um instrumento do acervo do artista.
Bem-vindos a uma nova era da escravidão e massacre:
ResponderExcluirhttp://br.reuters.com/article/topNews/idBRKBN13V1MT?sp=true
Trabalhador terá de contribuir 49 anos para receber 100% da aposentadoria com reforma da Previdência
RIP Tangre Paranhos
ResponderExcluirTecladista das bandas Folha de Chá e Sua Mãe.
puts...eu que fui desempregado a maior parte da vida, tou fudido...morrerei e não me aposentarei...vão dizer q o pt q quebrou o país...e tiveram que fazer isso...aliás, ouvi isso por aí...parabéns em quem votou na galera q escolheu essa coisa bacana...reelejam eles...
ResponderExcluirum amigo que era amigo do Tangre falou no zap isso...eu não lembro se conhecia ele de vista, mas vi aqui na net fotos dele...uma pena...novo...parece que tinha dois filhos pequenos...e pelo que vi o cara jogava sempre bola...tava em cima...não era uma pessoa ociosa, um cara novo...pelo que vi tava fazendo doutorado na ufba, o cara indo bem na vida, correndo atrás nessa vida dura e se foi...uma pena...que vá em paz.
sexta ou sábado morreu um outro cara que eu gostava muito, mas há anos que não via, Eg, não sei se vc conhecia, amigo de Brust e da galera da católica...novo tb, cara forte, não era gordo, nada disso...uma pena...e tanto fdp aí nesse universo...
OS INGRESSOS CUSTAM RS$ 50,00 (inteira), e R$ 25,00 (meia entrada)
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