A divertida foto de divulgação de 1971. Foto: David Montgomery |
Mas poucos sabem o por que da honraria ou o que exatamente eles fizeram para merece-la. A resposta em duas palavras: Sticky Fingers.
Agora, o clássico álbum de 1971 acaba de ganhar edição comemorativa.
A versão nacional vem com o álbum original remasterizado e um CD bônus com versões alternativas inéditas e ao vivo, com destaque para a performance de Eric Clapton em Brown Sugar e a versão acústica de Wild Horses.
No exterior, a edição saiu tripla, com o disco 3 trazendo um show inteiro na Universidade de Leeds, naquele mesmo ano.
E sim, é claro que os Stones fizeram grandes álbuns ainda nos anos 1960 com o saudoso Brian Jones, como Beggars Banquet (1968) e Let It Bleed (1969). Só que, nessa época, os Beatles ainda existiam.
E mais: apesar de excelentes, esses (e outros) álbuns ainda não traziam em si o foco que tornou SF uma obra fechada, exata, na qual cada nota, riff e levada parece milimetricamente encaixada no lugar certo – e ainda assim, poucos álbuns soam tão soltos, sujos e espontâneos.
Entre os especialistas, SF é quase unanimidade como um dos melhores discos de todos os tempos e o melhor dos Stones – sim, por que há quem prefira o álbum seguinte, o duplo Exile on Main Street (1972).
Mas enquanto Exile por vezes perde o foco em suas 17 faixas, SF fechou a tampa em dez – todas essenciais, clássicas.
Na época, o disco foi esperado com grande expectativa pelos fãs, imprensa e indústria. Afinal, seria o primeiro disco dos Stones após a perda trágica de Brian Jones e subsequente entrada de Mick Taylor.
Naqueles tempos, auge da indústria do disco, as bandas ligadas as grandes gravadoras – não importa o seu tamanho – eram obrigadas por contrato a comparecer com (pelo menos) um álbum novo por ano.
Lançado em 1971, Sticky Fingers encerrou um hiato de dois anos desde o Let It Bleed – uma eternidade para os padrões da época.
Mick J. (de virote?) bocejando na photoshoot |
Ex-membro da banda The Byrds, Gram Parsons (1946-1973) ficou amigo de Keith Richards e Mick Jagger no final dos anos 1960, estimulando na dupla o interesse pela música country. O resultado apareceria em canções como Dead Flowers e Sweet Virginia (do Exile...).
“Tá tudo ali em termos de rock ‘n’ roll: irreverência, deboche, perigo, relatos barra pesada, a perda da inocência e das ilusões, fazendo de Sticky Fingers um dos discos definitivos do rock”, acrescenta.
Outro nome fundamental no resultado de SF foi a entrada do guitarrista Mick Taylor na banda, recrutado para substituir o membro fundador Brian Jones, encontrado morto em sua piscina em 1969.
“SF marca a chegada definitiva de Mick Taylor, o melhor músico que passou pelos Stones. Gravado na estrada (no Alabama e na Inglaterra), tem blues, country e gospel traduzidos na linguagem pop de uma forma que nenhuma banda estadunidense chegou perto – mas aquele bando de ingleses fica a vontade, com total intimidade”, observa o químico Nei Bahia, outro aficionado, parceiro inicial de composição de Fábio Cascadura.
“É tão bom que quase ninguém lembra que a capa é obra de um tal de Andy Warhol”, sugere. Close de um homem “animadinho” em calças jeans justas, a ousada capa original trazia um zíper real, que, quando era aberto, revelava a cueca do rapaz.
Não se pode esquecer também a importância do produtor Jimmy Miller (1942-1994), um dos grandes produtores do rock clássico, que ainda assinou outros três álbuns dos Stones: os já citados Beggars Banquet, Let It Bleed, Exile on Main Street e ainda Goats Head Soup (1973).
Fim da Era Beatle
A estreia do selo Rolling Stones Records (e o logo da língua) foi com o SF |
E, finalmente, com Sticky Fingers os Stones conseguiram sair da sombra dos Beatles: “Depois de dois discaços consecutivos – Beggar´s Banquet e Let It Bleed, os Stones soltaram este petardo, provando que a Era Beatle pertencia ao passado”, provoca o artista Miguel Cordeiro.
“E foi então que ali se consolidou a frase de que eles eram ‘a maior banda de rock ’n’ roll do mundo’”, conclui, certeiro.
Faixa a faixa
Brown Sugar: O riff de abertura é tão clássico, tão característico e sacana que dá até para visualizar Keith Richards se curvando sobre a Fender, daquele jeitão. Em um boogie imperialista, Mick canta sobre “ingleses de sangue quente” enlouquecidos pelas moças de um puteiro em New Orleans.
Sway: Outro riff que já entra lascando bonito, desta vez em ritmo hard blues. A voz de Mick mais rasgada do que nunca, plena de dor e Nicky Hopkins brilhando ao piano. Boa de chorar.
Wild Horses: Por falar em chorar, quem não fica com uma lágrima com essa aqui simplesmente não tem coração. Balada country levada ao violão, é as vezes meio difícil saber se Mick canta sobre uma certa nostalgia da infância ou se é mera dor de corno. O fato é que é uma das músicas mais dilacerantes do rock.
Can't You Hear Me Knocking: Faixa que começa R&B e cai num batuque latin jazz de rachar o assoalho. O assunto são as drogas, a fissura por mais uma dose. Não a toa, embala a abertura do filme Profissão de Risco (Blow, 2001), ambientada em uma plantação de coca no 3º Mundo. Grande momento de Bobby Keys (sax).
You Gotta Move: Releitura de um clássico spiritual afro americano popularizado pelo bluesman Mississippi Fred McDowell. “Você pode ser rico ou pobre, mas quando o Senhor estiver pronto, you gotta move (você terá de ir)”.
Bitch: A faixa mais agressiva e veloz de SF abre o lado B do vinil original. Riff sacanérrimo e balanço de arrasar. A vontade é de se acabar na primeira fila do show
I Got the Blues: Balada soul de arrepiar todos os pelos do corpo. O solo de Hammond de Billy Preston é uma pintura
Sister Morphine: Diz a lenda que essa é só da Marianne Faithfull (gravada por ela em 1969), mas no disco aparece creditada a ela, Jagger e Richards. Espetacular visão em primeira pessoa de alguém prestes a morrer em uma cama de hospital. Ry Cooder quebra tudo no slide
Dead Flowers: Faixa mais debochada do LP, esse country influenciado por Gram Parsons. Sacaneia uma patricinha que se acha a Rainha do Underground
Moonlight Mile:Talvez a faixa menos apreciada do LP. Balada folk estradeira sobre a solidão da vida em turnês intermináveis
The Rolling Stones / Sticky Fingers / Rolling Stones Records - Universal Music / R$ 45,90
Menino, o Zorra Total quebrou tudo sábado passado!
ResponderExcluirhttp://www.brasilpost.com.br/2015/07/26/zorra-total-coxinha_n_7874566.html?utm_hp_ref=brazil
Digno de um SNL!
Mas é isso mesmo, todo castigo pra coxinha e milico é pouco! Maravilhoso!
Para apreciar: Um Poema Capitalista, do nosso companheiro Sputter, publicado na revista O Olho da História:
ResponderExcluirhttp://oolhodahistoria.org/inicio/?p=293
Para visitar algum dia: Pekar Park, Cleveland.
ResponderExcluirhttp://www.bleedingcool.com/2015/07/26/a-splendid-dedication-for-harvey-pekar-park-cleveland/
.
ResponderExcluirRomário dá cartão vermelho pro juiz que cometeu crime de trânsito e que processou a guarda que o parou:
https://br.noticias.yahoo.com/rom%C3%A1rio-apresenta-projeto-que-transforma-em-crime-pr%C3%A1tica-da--carteirada-125332742.html
Romário apresenta projeto que transforma em crime prática da 'carteirada'
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado tem em mãos projeto do senador Romário (PSB-RJ) que torna crime a conhecida prática da “carteirada”. O PLS 66/15 altera o Código Penal e impõe detenção de três meses a um ano, além de multa, para os infratores.
“A sociedade brasileira não aceita, como antes, essa construção da barreira simbólica entre cidadãos de primeira e segunda categoria. É urgente uma providência do Congresso Nacional para tratar sobre este comportamento ilegal de alguns agentes públicos e de seus familiares”, explica Romário.
Ainda de acordo com o PLS proposto por Romário, a pena seria aumentada em um terço se a “carteirada” for dada por autoridades ou membros da família de membros dos três poderes e comandantes das Forças Armadas. O aumento também ocorre se houver ameaça ou constrangimento a agente público no exercício da função ou em razão dela.
Pou valeuzão Chico, sinto-me honrado!!
ResponderExcluirduplamente, lá e cá...
Genial esse lance a ZT...mundo virado...se até a globo tem medo...tem um cara falando embaixo que o exercito é a mão amiga...cada "pérola" nos comentários...nem Lobão apoia a volta da ditadura...dá vontade de voltar só pra ver o que essa galeria ia fazer...
Sempre sacaneio dizendo que Stones só com Brian Jones...mas esse disco é foda...o exile tb...wild horses é linda demais...única...
Contra a dita dura comunista, apoie a ditadura militar...a minha dita, dura é mejor que a sua...puxa, que piada nível ZT old school!!!
Genial:
https://www.brasil247.com/pt/247/brasil/190472/Protestos-anticorrup%C3%A7%C3%A3o-v%C3%A3o-poupar-Cunha.htm
Porque culpado só pode ter um só...André Mendes vai gostar desse link acima...
é culpa do pt:
http://blogdoperrone.blogosfera.uol.com.br/2015/07/no-brasil-eu-nao-estaria-preso-diz-marin-a-advogados-sobre-processo/
vou protestar na rua contra a corrupção com minha camisa da cbf...opa...mejor nao-
hehehehe
e as polêmicas continuam:
http://nagradedomma.blogosfera.uol.com.br/2015/07/27/lutadora-minimiza-seio-de-fora-no-ufc-nao-tenho-vergonha-do-meu-corpo/
http://esportes.yahoo.com/blogs/redacao/p%C3%AAnis-de-lebron-james-gera-problemas-para-canal-de-televis%C3%A3o-152206896.html
Essa Ernesto vai gostar:
https://br.noticias.yahoo.com/blogs/super-incr%C3%ADvel/cidade-nos-eua-ganha-pol%C3%AAmica-est%C3%A1tua-que-faz-ode-ao-dem%C3%B4nio-150828154.html
ps.: não tenho camisa da cbf, claro!
É, rapaz, a coisa não tá fácil nem pra pastor!
ResponderExcluirhttp://www.brasilpost.com.br/2015/07/27/porta-dos-fundos-faz-piad_n_7880850.html?utm_hp_ref=brazil
vi esse vídeo...essa galera é famosa, mas mantém em média boas sacadas...e a porra é semanal...e num é um só...
ResponderExcluirTem um certo jornalista que lançou coluna hj e num atualizou...ô gentinha preguiçosa...como nós os acompanhadores vamos nos atualizar?
Prosear, fofocar, alfinetar...
Chico, soube que Marcos Rodrigues e Arthur Ribeiro montaram uma loja de quadrinhos...sabe de algo??
Sei, Sputter.
ResponderExcluirVeja: https://www.facebook.com/hellskitchencomicbookstore/timeline?ref=page_internal
Hj tá punk. Publico a Coletânea mostarda!
que coleta é essa??
ResponderExcluire tu vai discotecar hj??
Coleta: Coletânea é o nome da coluna que assino às terças-feiras no periódico da Tankred Snows Avenue. É a mesma coluna iniciada por Luciano Matos ainda no extinto Caderno Dez! e que eu assumi, a partir de 2007 ou 08.
ResponderExcluirHoje, não. Sexta. Mas não espalha.
eu acho q lembro, se vacilar sai e as porra-ehhehehe
ResponderExcluirmas é tudo culpa da Dilma...e dos contra Dilma...me enchem o saco todos eles...e ela-ehhehehe
bora chico???
http://www.fotolog.net/thehonkers/248000000000034388/
Honkers e Iventura ni Alagoinhas...arrumo um Advogado, um Cadillac cheio de coisinhas gonzerianas na mala pra vc fazer o que é o mais legal: resenha musical.
6a vou discotecar tb! mas não lá!
https://www.youtube.com/watch?v=W1PNvopXjbg
ResponderExcluirouça este som!! você vai adorar !
os coxinha vibra e os petralha enfia a cabeça no buraco. palavras da presidenta Dilma: "Não vamos colocar meta. Vamos deixar a meta aberta, mas, quando atingirmos a meta, vamos dobrar a meta"
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