Desrroche, foto Fernando Lopes |
As pessoas não entenderam direito o que estava acontecendo, enquanto ouviam o som de aviões e helicópteros que pareciam sobrevoar o local.
Fumaça. Em meio ao público, homens acorrentados, trajados como o elenco de Mad Max, surgiram, e auxiliados por um outro sujeito vestido de forma extravagante, se livraram das correntes e subiram ao palco.
Tudo isso foi só o início do show da banda local de rock gótico industrial Desrroche, que se apresentou no Largo Pedro Archanjo com as bandas Síncope e Os Jonsóns.
Foi uma intervenção”, conta Lexpedra, o vocalista e responsável pelo “resgate” dos outros membros da banda.
Fizemos um ato, como se os caras estivessem em um campo de concentração, encapuzados e acorrentados. Criamos um ambiente de guerra mesmo, eu puxando a corrente no meio do publico, aí rolava o sinal de ataque aéreo, eu mandava todo mundo se agachar, ninguém sabia o que estava rolando. Cara... foi demais”, diverte-se.
"Devemos voltar a nos apresentar no Pelô no Halloween, mas ainda vamos confirmar. Mas daqui pra lá com certeza outras coisas, outros shows devem acontecer", garante.
Rammstein com Kiss
Atualmente contando com Lexpedra, Lucius Dark (sintetizador), Ninovski (baixo), Rada Horus (guitarra), Luca Oliver (violino) e Moka (bateria), a Desrroche é uma daquelas bandas que se esmeram no visual, inspirando-se no sentido de espetáculo do Kiss e no estilo neoexpressionista heavy industrial dos alemães do Rammstein.
"Kiss e Rammstein são nossas bandas preferidas”, afirma Lex.
“Os caras fazem espetáculo. Você não sabe se bate cabeça ou se presta atenção. É performance, teatro, interação com o público, cinema expressionista, pirotecnia, iluminação – tudo muito organizado. Isso me cativou. Coisa bem feita, a galera assiste e sai impressionada”, diz.
Na atividade desde 2002, a banda já tem dois CDs e alguns EPs gravados – sempre com letras em português.
“O rock é universal, tem que ser cantado em todas línguas”, afirma Lex.
"A Desrroche vem de outra banda. Eu era de uma banda punk nos anos 1990, e o pessoal me chamou para tocar baixo. Mas eles tavam mesmo precisando de um vocalista, só que a minha linha não era exatamente o punk. Na época eu gostava muito de grunge, psicodélico e tal. Enfim eu queria fazer um projeto dentro disso, envolvendo tanto o punk quanto outra música mais peculiar. Sugeri montar outra banda, e a Desrroche saiu disso", relata.
"Aí em meados de 2000, 2001, eu conheci o Rammstein. Já conhecia Marilyn Manson, Rob Zombie etc, que eu gostava muito e procurava aqui em Salvador quem fizesse esse tipo de som. Ninguém fazia isso por aqui. Eu vou ter que fazer. Eu gosto e tenho que encontrar quem goste também. Esse foi um dos motivos para montar esse projeto. Tava cansado de ir para o show e só ouvir a música. Isso pra mim é tedioso. Prefiro pôr o CD e ouvir em casa", afirma.
"Aí nos shows rolam umas pirotecnias, uns fogos indoor quando é possível, tem que ter autorização, claro. Mas sempre que dá, usamos. Tentamos fazer um espetáculo mesmo, é uma coisa totalmente insana", garante Lex.
"Nesse sentido, o Kiss é muito importante pra gente. Foi uma época muito boa do rock, toda aquela fantasia, isso é muito bom, uma influência grande. Nosso baixista é louco por Kiss desde antes de entrar. Ele já gostava da Desrroche, e quando surgiu o convite ele ficou felizão", conta.
"Uma coisa nova legal foi a entrada do violinista Luca Oliver. Ontem (domingo) foi a estreia dele e foi perfeito. Na música Se Eu Morresse Amanhã arrancamos lágrimas do público. Foi muito forte, muito emocionante, uma pegada louca, cara", conta.
"No início desse ano lançamos um single chamado Canção Nova. Agora estamos batalhando para gravar um outro EP com mais 4 ou cinco músicas”, diz.
Batalha, mesmo. “Por show, a banda gasta uns R$ 2 mil em produção”, garante o cantor.
“Tem bandeiras, cilindros de gás, macacão com faróis, toda uma parafernália que a gente mesmo monta”, conclui.
Ouça: www.facebook.com/BandaDesrroche
NUETAS
Dia do Rock local
Os brasilienses da Madre Negra |
Camisa com Lo Han
O Camisa de Vênus segue nova temporada (a terceira) aos sábados no Dubliner’s. Esta semana, o hard rock da Lo Han abre a night. 22 horas, R$ 30.
Scambo com Oriente
A banda local Scambo recebe a niteroiense Oriente para um show na casa The Hall neste domingo (20), às 16 horas. A formação da Oriente é inusitada, prometendo algo diferente: Nissin (vocal), Chino (vocal), Bruno Silva (Baixo, Violino) e Geninho (beatbox, vocal de apoio). R$ 30 (pista antecipado), nas lojas Midialouca (RV), HC3 (Shopping Iguatemi) e BBZen (Pituba).
RIP Vange Leonel.
ResponderExcluirhttp://oglobo.globo.com/cultura/musica/morre-cantora-ativista-vange-leonel-aos-51-anos-13256817
Nos anos 80 ela teve uma banda meio blues muito legal, chamava Nau.
E fez sucesso com o tema de abertura da novela Vamp, Noite Preta.
Chicão e demais rockloquistas, o melhor berro da Bahia, vulgo Maurão da Úteros/Bestiário, tá cantando no novo EP da Orange Poem, confiram aqui: https://soundcloud.com/theorangepoem/sets/orange-poem-ep-balance-2014
ResponderExcluirMais informações aqui:
http://elmirdad.blogspot.com.br/2014/07/orange-poem-lanca-ep-balance.html
ROCK porra!
Bom. Uma matéria postada no mesmo dia da publicação.
ResponderExcluirIndependente do nível musical, a banda Desrroche já tem o mérito de valorizar o impacto no público ao investir TUDO. Imagino que o gasto dos R$ 2 mil em produção por show seja amortizado ao longo de 2 anos. Isto é, eles devem ter comprado um material desse preço de uma vez, que eles vão usando a cada apresentação. Do contrário, já teriam ido á falência.
Enfim: é bom saber que já temos artistas profissionais na caracterização do grupo como uma unidade artística , em que todos sabem o que devem fazer. Diferente da maioria esmagadora dos ouros roqueiros baianos, que, salvo raras e honrosas exceções, como Carol Ribeiro e os ex-Dead Billies, geralmente ficam perdidos no palco, sem saber como se mexer ou o que vestir.
Isso salta aos olhos quando apenas UMA integrante da Banda Lou se destaca como o único ponto seguro no palco.
Enquanto Carol Ribeiro sempre se produz á perfeição, vestida como uma deusa rocker punk-chique, sempre de preto, e mesmo estando quase parada, ela se impõe com presença de palco (algo que quase nenhum músico brasileiro sabe o que é) as 3 colegas de banda dela se vestiam como meninas de classe média passeando na calçada --- e ficavam todas perdidas, sem rumo, sem posicionamento de palco, sem saber para onde fixar o olhar nem como se dirigir ao público.
No final, ficava sempre a impressão de que somente Carol Ribeiro, a guitarrista no nosso lado direito do palco, era a única pessoa na banda que SABIA o que estava fazendo, controlando a situação e em pleno domínio de cena.
ResponderExcluirMuito bem. Ainda esperamos vossas considerações a respeito do Mestre Setaro.
Estou fazendo uma varredura em todos os posts de ambos os blogs dele. Conteúdo realmente reflexivo.
Recomendo tanto o EP novo do Orange Poem com meu truta Maurão nos vocais quanto o André Mendes novo, já disponível aqui:
ResponderExcluirhttp://andremendesmusica.com.br/
Um é matador, o outro é do amor.
Sem viadagem, claro.
Sério, os dois discos soam muito bem: maduros, originais e bem produzidos.
Curioso, parece que está se configurando um bom momento para o rock local em termos de gravações de trabalhos mais consistentes.
Pode ser só impressão, mas... sei lá, vamos ficar atentos.
O Setaro ainda vai sair. Falta tempo. Mas vai sair.
ResponderExcluirValeu, Chicão!! E ainda virão mais dois EPs (tá rolando o ancestrodélico, hehehe), um CD duplo e show de lançamento no final do ano.
ResponderExcluirSobre o mestre Setaro, deixei minha homenagem aqui: http://elmirdad.blogspot.com.br/2014/07/ao-mestre-andre-setaro-com-carinho.html
Foi foda. Um ser único. A Facom acabou. Não tem como um estudante se dizer faconiano sem ser aluno do maior professor de todos.
muito obrigado,chico!!! é muito bom ler esse seu comentário.muito obrigado pelo espaço e atenção de sempre!!!
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