Anunciado em São Paulo em julho, a série de eventos nacionais Circuito Banco do Brasil dá o pontapé inicial em Salvador, amanhã, no Wet ‘n’ Wild.
Com muitos shows, tenda eletrônica, campeonato de skate vertical e até mostra de artes, o evento começará de tarde e se estenderá madrugada adentro com a discotecagem eletrônica encerrando as atividades.
A expectativa maior é pelo show da principal atração internacional (coisa ainda rara nesta capital), a cantora inglesa de neosoul Joss Stone, já que todas as outras não são inéditas e já foram assistidas inúmeras outras vezes pelo público local.
Como é de se esperar, a organização do evento promete toda uma estrutura de conforto para o público, a começar por 200 seguranças dentro e “presença dos efetivos da Policia Militar, Polícia Civil e Guarda Civil Metropolitana” fora do Wet.
O material de divulgação ainda lista 150 banheiros químicos, 2 postos médicos e 2 ambulâncias, equipe de orientadores de público e quatro bares fixos.
Talento precoce
Simpática, mas dona de sotaque praticamente indecifrável para não-britânicos, Miss Stone conversou rapidamente por telefone com A TARDE.
Sincera, disse que ainda não sabia do set list do show: “Ih, nem sei! Sabe como é, acho que vejo isso quando chegar aí! Vai ter música velha, música nova, algumas muito velhas, outras nem tanto. Não decidi ainda”.
Seu último álbum, The Soul Sessions Volume 2, saiu ano passado, como uma continuação do seu primeiro disco – o Vol. 1 (de 2003) – então, é de se supor que o show terá músicas deste álbum, além de grandes sucessos, como Super Duper Love, Right to Be Wrong, You Had Me e Fell in Love With a Boy, entre outros.
Precoce, Joss se iniciou bem cedo na vida artística: “Sim, eu comecei bem novinha, ficava cantando pela casa. Na verdade, comecei a cantar profissionalmente já aos 12 anos”, conta.
Hoje aos 26, ela foi a precursora de um ressurgimento da soul music, o qual depois trouxe Amy Winehouse, Sharon Jones & The Dap-Kings, Charles Bradley e muitos outros artistas dos dois lados do Atlântico.
“Eu acho maravilhoso (esse ressurgimento). A música soul nunca morreu de fato, nem fugiu por aí. Ela só não era uma música popular... popular, entende?”, reflete Joss.
“Mas quando as pessoas viram o quão bons Amy e outros artistas são, não demorou para eles chegarem ao Top Ten. Foi mesmo uma pena Amy ter ido embora tão cedo. Ela mostrou que, quando você faz música com sentimento, as pessoas são atraídas naturalmente. Não se trata apenas de sacudir a bunda na pista de dança. Graças a Deus, rock 'n' roll também é sobre sentimentos”, acrescenta.
Há coisa de dois anos, Joss participou do projeto Super Heavy, que rendeu um álbum com Sir Mick Jagger, Dave Stewart, Damien Marley e outros artistas.
”Adoraria fazer outro (disco), mas não depende de mim. Você deveria perguntar a ele (Jagger), não a mim”, diz.
Depois do Soul Sessions Vol. 2, ela pretende entrar em breve no estúdio para gravar um novo álbum, mas ainda não sabe como será: "Ainda não, não estou bem certa, sabe? Tenho muitas ideias, mas não sei se serão suficientes".
Sobre suas influências, ela é bem direta: "Aretha Franklin. Sim, foi ela quem me levou a fazer o que faço. Ela é a maior".
Já sobre os diferentes estilos de soul music, ela diz não ter assim, um preferido: "Eu não saberia nomear um, é uma grande mistura para mim. Não há um som único no qual eu gostaria de me fixar".
Cheia de planos, ela planeja entrar no livro Guinness com uma turnê que percorrerá todos os países do mundo, a partir de 2014: “Oh, yeah. Vou tentar fazer isto ano que vem. Tenho certeza de que será muito divertido”, acredita a cantora.
Sobrevivente com dignidade
Uma das últimas bandas (daquilo que restou) do pop rock brasileiro a manter certa dignidade no mainstream, o Skank é outra atração aguardada, já que há algum tempo não se apresenta aqui.
“Cada show é diferente, cada público é de um jeito, mas aí sempre somos muito bem recebidos pelo calor e carisma baiano. Estamos muito felizes em poder voltar pra cidade”, conta o tecladista Henrique Portugal.
“Sempre tentamos fazer um show que, antes de qualquer coisa, agrade ao público. Então procuramos tocar aquelas que os fãs mais gostam, sendo mais antigas ou mais novas”, avisa.
Sobrevivente em um cenário pop degradado, o Skank não tem segredo para continuar fazendo sucesso: “Para nós é muito simples e orgânico o jeito que o Skank toca, compõe, faz música. Então estar nessa há tanto tempo só nos faz perceber que temos muita sorte de fazer o que fazemos”, reflete Henrique.
Sobre um novo álbum de estúdio, ele preferiu não dar maiores detalhes, mas adiantou: "Estamos empolgados, mais para saber o que o público vai pensar sobre. Como passamos bastante tempo em estúdio, juntos, fazemos um som que pra gente sempre será SKANK. Mas é só o pessoal que pode nos dizer".
Esta é terceira vez que o Skank se apresenta no mesmo dia e palco que Joss Stone. Alguma chance de uma jam inédita? “Seria muito legal se rolasse”, limitou-se a comentar Portugal.
Circuito Banco do Brasil / Palco Brasil: Banda Praiana, Preta Gil e Jau, Monobloco / Palco Circuito: Jota Quest, Skank, Joss Stone, Carlinhos Brown (COM Rogério Flausino e Samuel Rosa) / Eletrônico: Ask2Quit E Taboo / Amanhã, portões abertos à partir das 14 horas / Wet ‘n’ Wild (Av. paralela, S/N) / R$ 160 e R$ 80 / Balcões Ticketmix
Matéria publicada antes no Caderno 2+ do jornal A Tarde. Agradecimentos a Roberta e Renata, da InPress Pini.
Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
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sexta-feira, agosto 30, 2013
terça-feira, agosto 27, 2013
PRIMEIRO DISCO DOS FALSOS MODERNOS SURPREENDE E CANTOR BONI É UMA REVELAÇÃO. SHOW É QUINTA-FEIRA
Ano passado, quando soube que o guitarrista baiano Bruno Carvalho (ex-The Honkers e Pessoas Invisíveis) estava chegando com banda nova no pedaço, o colunista já imaginava que vinha coisa boa aí.
Pois bem, com o primeiro CD dos Falsos Modernos (foto: Carla Galrão) em mãos, é com alegria que constato que minhas expectativas foram superadas.
Divertido e descontraído, o som dos Falsos Modernos consegue equilibrar o punch roqueiro com uma abordagem pop próxima da Jovem Guarda em levadas limpas, dançantes.
Mas o que mais impressiona na banda é a revelação que ela traz na figura do cantor e letrista Boni. Dono de um belo vozeirão – que ele já sabe utilizar, mas que sugere um potencial para desenvolver muito mais ainda – o rapaz ainda é capaz de escrever letras muito bacanas.
Na faixa Balada Sem Lei, ele resume a proposta da banda: “Escrevi, publiquei meus versos falsos modernos / uma pitada vintage / um ritmo cético, contraposto ao complexo / uma balada sem lei”.
“Essa música foi meio que uma tomada de consciência: tem alguma coisa legal acontecendo”, conta Boni.
Participações
”A letra nos resume: a gente quer tocar e se divertir, fazer um som legal e agradável para que as pessoas ouçam e se divirtam também, nada complexo”, diz.
Produzido pela banda com Irmão Carlos (da banda O Catado), o debut vem com 11 faixas e muitas participações: Luiz Rocha (gaita em duas faixas), Candice Fiais (dueto em Universo Paralelo), Cebola Pessoa (Callangazoo, voz), Leonardo Leal (Os Jonsóns, trompete) e João Carlos Mascarenhas (baixo, arranjos).
”A participação dessa galera foi fundamental no resultado do disco”, acredita Boni. “Luiz Rocha botou pra lascar. Fiquei de cara com o que ele fez. Mudou a cara da música”, acrescenta.
“O álbum todo foi gravado de forma bem econômica, ao vivo. Só a voz e as participações foram gravadas depois”, conta.
Além de Boni e Bruno, a Falsos Modernos também é Leo Abreu (bateria) e Dudare (baixo).
“Inicialmente, você pode ouvir o CD na nossa fanpage. Saiu físico, que está a venda por módicos R$ 10. Nossos planos agora são rodar, fazer show e vender discos”, afirma Boni.
Falsos Modernos - Lançamento do CD Perfil de Cena / quinta-feira, 21 horas / Largo Tereza Batista / Entrada franca
www.facebook.com/bandafalsosmodernos
NUETAS
Pizza de Beatles
Hoje é dia de Beatles Social Club. As bandas traVoltA toca Rock, Os Jonsóns (foto), Fractais e Setembro são as encarregadas de por a mão na massa. Companhia da Pizza, 20 horas, free.
Retro–Visor + 2 vozes
O trio instrumental Retro–Visor se apresenta no Largo Pedro Archanjo com as participações luxuosas de dois cantores: Virgínia Rodrigues e Fábio Cascadura. O Retro–Visor, vale lembrar, é uma formação inusitada: baixo, bateria e vibrafone. Sexta-feira, 20 horas, grátis.
Vendo 147, Quarteto
Outra grande banda instrumental, a Vendo 147 – que até andou meio sumida – se apresenta no Dubliner’s Irish Pub. A Quarteto de Cinco e a Stereowatts completam a night. Sexta-feira, 22 horas, R$ 15.
Pois bem, com o primeiro CD dos Falsos Modernos (foto: Carla Galrão) em mãos, é com alegria que constato que minhas expectativas foram superadas.
Divertido e descontraído, o som dos Falsos Modernos consegue equilibrar o punch roqueiro com uma abordagem pop próxima da Jovem Guarda em levadas limpas, dançantes.
Mas o que mais impressiona na banda é a revelação que ela traz na figura do cantor e letrista Boni. Dono de um belo vozeirão – que ele já sabe utilizar, mas que sugere um potencial para desenvolver muito mais ainda – o rapaz ainda é capaz de escrever letras muito bacanas.
Na faixa Balada Sem Lei, ele resume a proposta da banda: “Escrevi, publiquei meus versos falsos modernos / uma pitada vintage / um ritmo cético, contraposto ao complexo / uma balada sem lei”.
“Essa música foi meio que uma tomada de consciência: tem alguma coisa legal acontecendo”, conta Boni.
Participações
”A letra nos resume: a gente quer tocar e se divertir, fazer um som legal e agradável para que as pessoas ouçam e se divirtam também, nada complexo”, diz.
Produzido pela banda com Irmão Carlos (da banda O Catado), o debut vem com 11 faixas e muitas participações: Luiz Rocha (gaita em duas faixas), Candice Fiais (dueto em Universo Paralelo), Cebola Pessoa (Callangazoo, voz), Leonardo Leal (Os Jonsóns, trompete) e João Carlos Mascarenhas (baixo, arranjos).
”A participação dessa galera foi fundamental no resultado do disco”, acredita Boni. “Luiz Rocha botou pra lascar. Fiquei de cara com o que ele fez. Mudou a cara da música”, acrescenta.
“O álbum todo foi gravado de forma bem econômica, ao vivo. Só a voz e as participações foram gravadas depois”, conta.
Além de Boni e Bruno, a Falsos Modernos também é Leo Abreu (bateria) e Dudare (baixo).
“Inicialmente, você pode ouvir o CD na nossa fanpage. Saiu físico, que está a venda por módicos R$ 10. Nossos planos agora são rodar, fazer show e vender discos”, afirma Boni.
Falsos Modernos - Lançamento do CD Perfil de Cena / quinta-feira, 21 horas / Largo Tereza Batista / Entrada franca
www.facebook.com/bandafalsosmodernos
NUETAS
Pizza de Beatles
Hoje é dia de Beatles Social Club. As bandas traVoltA toca Rock, Os Jonsóns (foto), Fractais e Setembro são as encarregadas de por a mão na massa. Companhia da Pizza, 20 horas, free.
Retro–Visor + 2 vozes
O trio instrumental Retro–Visor se apresenta no Largo Pedro Archanjo com as participações luxuosas de dois cantores: Virgínia Rodrigues e Fábio Cascadura. O Retro–Visor, vale lembrar, é uma formação inusitada: baixo, bateria e vibrafone. Sexta-feira, 20 horas, grátis.
Vendo 147, Quarteto
Outra grande banda instrumental, a Vendo 147 – que até andou meio sumida – se apresenta no Dubliner’s Irish Pub. A Quarteto de Cinco e a Stereowatts completam a night. Sexta-feira, 22 horas, R$ 15.
segunda-feira, agosto 26, 2013
QUEENS OF THE STONE AGE VOLTA MAIS POP - MAS NÃO MENOS MATADOR - EM ...LIKE CLOCKWORK
...Like Clockwork, seu novo álbum, vem, de novo, reiterar isto.
Mesmo que, por vezes, pisem lá embaixo no pedal de distorção e mandem um hard rock cavalar canal auditivo adentro, há uma qualidade – que muitos dizer ser feminina – em seu som, a qual que torna seus álbuns acessíveis a qualquer fã de rock ‘n’ roll, dos 8 aos 80 anos.
Esta característica já se fazia notar no primeiro álbum (QOTSA, 1998) e continua em alta em ...Like Clockwork.
“Dono” da banda e único membro constante, seu guitarrista e vocalista, Josh Homme, é quem define este estilo, com seus riffs sinuosos, levadas sensuais e vocais entre o lamento másculo e o falsete.
Outra característica que se repete é o grande número de convidados de primeira linha. Aqui, a lista é extensa, indo desde parceiros habituais (Dave Grohl, Mark Lannegan, Alex Artic Monkeys Turner e Nick Oliveri), até nomes inusitados, como Elton John (piano e backing vocals em Fairweather Friends), Jake Shears (do Scissor Sisters, voz em Keep Your Eyes Peeled), Trent Reznor (do Nine Inch Nails, voz em Kalopsia) e por aí vai.
“Como um relógio”
O resultado, certamente, é um dos melhores álbuns de 2013. Da abertura climática, com Keep Your Eyes Peeled, ao encerramento ainda mais sensível – com direito a orquestra – da faixa-título, o que fica entre elas é o reflexo sombrio de um homem de temperamento dito mercurial, que “morreu” e depois voltou à vida em uma mesa de operações durante uma cirurgia no joelho, em 2010.
Não por acaso, os adjetivos mais comumente utilizados para definir ...Like Clockwork vão desde “misterioso” ao “sedutor”, passando pelo “sinistro”.
Certo mesmo é que foi aqui que Homme melhor exercitou a veia pop da qual já dava mostras no hit Make It Witchu (do último álbum, Era Vulgaris, 2008).
I Sat By The Ocean, hit mais óbvio do álbum, é de levantar qualquer festa. If I Had a Tail, mais lenta, é outro triunfo pop.
My God is The Sun, a mais pesada, poderia estar no clássico Songs for The Deaf (2002). The Vampyre of Time and Memory é balada dramática, à base de piano e sintetizadores.
Kalopsia, outra pérola, é balada-metal com um toque de doo-wop. Um álbum em que tudo funciona ...“como um relógio”.
...Like Clockwork / Queens of the Stone Age / Matador - Lab 344 / R$ 34,90 / www.lab344.com.br
Abaixo, confira sequência de animações para cada faixa, criadas pelo mesmo artista responsável pela bela arte de capa:
sexta-feira, agosto 23, 2013
CACHORRO GRANDE ABRE SÉRIE DE SHOWS COM NOMES DO CENÁRIO NACIONAL
Primeira edição do Cascadura + ainda conta com abertura do duo Martin & Eduardo, músicos de Pitty
Duas grandes bandas do rock brasileiro fazem uma noitada excelente amanhã, no Solar Boa Vista: a prata da casa Cascadura e a gaúcha Cachorro Grande (foto: Cisco Vasques).
Martin & Eduardo, projeto paralelo do guitarrista e baterista de Pitty, faz as honras da casa, abrindo o show.
Este show é o primeiro de uma série intitulada Cascadura +, que terá outras três edições nos dias 14 de setembro, 11 de outubro e 09 de novembro. A ideia é que seja sempre com a participação de artistas do cenário nacional.
O Cachorro Grande está em temporada de divulgação do seu recém-lançado DVD Ao Vivo no Circo Voador e também do último álbum de estúdio, Baixo Augusta (2012).
“Por isso, o repertório do show aí vai ter o básico do DVD, mais algumas músicas do Baixo Augusta, que aliás, está saindo em vinil. Semana que vem chega nas lojas, então continuamos com ele”, avisa o guitarrista Marcelo Gross.
Para os músicos das três bandas da noite, a ocasião vai ser uma reunião de amigos, já que, há alguns anos, membros do Cachorro, Pitty e Cascadura compartilhavam as dores e delícias do exílio artístico nas quebradas da Rua Augusta (SP).
“São bandas irmãs, mesmo. Temos uma relação muito boa com Fabão (Cascadura) e Thiago (Trad), são amigos queridos. É uma alegria muito grande tocar aí com eles, o clima vai ser de celebração”, diz Gross.
“Inclusive, Martin (guitarra) e Duda (bateria) vão abrir o show com Rodolfo (Krieger, baixo) e Pedro (Azambuja, bateria) da nossa banda, acompanhando”, conta o músico.
Sem remendos
Sobre o DVD, Gross revela que o show que ele apresenta foi gravado, inicialmente, para um programa de TV.
“O programa acabou não rolando, aí as pessoas que filmaram chamaram a gente e resolvemos lançar como DVD”, conta.
“Por isso ele não foi feito com planejamento. Quando tinha erro, não fazia (a música) de novo. Não houve pós-produção, regravação, nada. É um show inteiro no pau. Um retrato fiel do que é o nosso show, com todos os erros, improvisos e espontaneidade”, relata.
"No fim das contas, o DVD saiu bem legal, pela Midas - Universal, é uma coisa que o público cobrava há um tempão, esse DVD. A MTV já passou algumas vezes e a repercussão tem sido bem boa. Já lançamos em Porto Alegre e vamos fazer São Paulo em setembro", acrescenta.
Marcelo conta que a banda já pensa em entrar no estúdio para gravar disco novo em janeiro “para sair depois do Carnaval”, diz.
Antes disso, porém, ele ainda lança seu primeiro álbum solo.
“Chama Use o Assento Para Flutuar e sai em dezembro, pela Trama. É back to basics, gravado em um porão, power trio ao vivo, esquema Exile on Main Street (clássico dos Rolling Stones)”, conclui.
Cascadura + Cachorro Grande + Martin & Eduardo / Amanhã, 22 horas / Teatro Solar Boa Vista / Eng. Velho de Brotas / R$ 50 e R$ 25 (1º lote) e R$ 60 e 30 (meia) 2º lote / Vendas: Ticketmix / Classificação: 18 anos
Duas grandes bandas do rock brasileiro fazem uma noitada excelente amanhã, no Solar Boa Vista: a prata da casa Cascadura e a gaúcha Cachorro Grande (foto: Cisco Vasques).
Martin & Eduardo, projeto paralelo do guitarrista e baterista de Pitty, faz as honras da casa, abrindo o show.
Este show é o primeiro de uma série intitulada Cascadura +, que terá outras três edições nos dias 14 de setembro, 11 de outubro e 09 de novembro. A ideia é que seja sempre com a participação de artistas do cenário nacional.
O Cachorro Grande está em temporada de divulgação do seu recém-lançado DVD Ao Vivo no Circo Voador e também do último álbum de estúdio, Baixo Augusta (2012).
Cascadura, foto Leo Monteiro |
Para os músicos das três bandas da noite, a ocasião vai ser uma reunião de amigos, já que, há alguns anos, membros do Cachorro, Pitty e Cascadura compartilhavam as dores e delícias do exílio artístico nas quebradas da Rua Augusta (SP).
“São bandas irmãs, mesmo. Temos uma relação muito boa com Fabão (Cascadura) e Thiago (Trad), são amigos queridos. É uma alegria muito grande tocar aí com eles, o clima vai ser de celebração”, diz Gross.
“Inclusive, Martin (guitarra) e Duda (bateria) vão abrir o show com Rodolfo (Krieger, baixo) e Pedro (Azambuja, bateria) da nossa banda, acompanhando”, conta o músico.
Sem remendos
Sobre o DVD, Gross revela que o show que ele apresenta foi gravado, inicialmente, para um programa de TV.
“O programa acabou não rolando, aí as pessoas que filmaram chamaram a gente e resolvemos lançar como DVD”, conta.
“Por isso ele não foi feito com planejamento. Quando tinha erro, não fazia (a música) de novo. Não houve pós-produção, regravação, nada. É um show inteiro no pau. Um retrato fiel do que é o nosso show, com todos os erros, improvisos e espontaneidade”, relata.
Martin & Eduardo, foto divulgação |
Marcelo conta que a banda já pensa em entrar no estúdio para gravar disco novo em janeiro “para sair depois do Carnaval”, diz.
Antes disso, porém, ele ainda lança seu primeiro álbum solo.
“Chama Use o Assento Para Flutuar e sai em dezembro, pela Trama. É back to basics, gravado em um porão, power trio ao vivo, esquema Exile on Main Street (clássico dos Rolling Stones)”, conclui.
Cascadura + Cachorro Grande + Martin & Eduardo / Amanhã, 22 horas / Teatro Solar Boa Vista / Eng. Velho de Brotas / R$ 50 e R$ 25 (1º lote) e R$ 60 e 30 (meia) 2º lote / Vendas: Ticketmix / Classificação: 18 anos
quarta-feira, agosto 21, 2013
GIL SHAHAM, VIOLINISTA 'WORLD-CLASS', SE APRESENTA COM A OSBA NESTA SEXTA-FEIRA
Considerado um dos maiores violinistas do mundo hoje, o norte-americano de origem israelense Gil Shaham (foto: Boyd Hagen) é a atração principal do próximo espetáculo da Série TCA 2013.
Ao lado da Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba) e sob a regência do seu diretor artístico, maestro Carlos Prazeres, Shaham vai executar algumas das mais belas peças criadas para o violino.
No programa, destaques para Sonata n º 1 em Sol Menor, de Johann Sebastian Bach (1685-1750), Till Eulenspiegel - Op. 28, de Richard Strauss (1864-1949) e Concerto para Violino em Ré Maior, Op. 35, de Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893).
“O concerto para violino de Tchaikovsky é uma das maiores peças escritas para o instrumento e eu tive a sorte de tocá-la em diversas oportunidades”, afirma o simpático músico, em entrevista por email, exclusiva para A TARDE (como é óbvio, esta matéria foi escrita para e publicada primeiro no periódico da Tankred Snows Avenue).
“Adoro revisitar este trabalho e espero que a audiência aprecie nossa performance”, reitera.
A elaboração do programa para um concerto como este, ele conta, costuma ser fruto de diálogos entre os músicos: “Há muitos fatores diferentes que entram no processo de escolha do programa para um concerto. Geralmente, há um diálogo entre o solista, o condutor e o conjunto. Felizmente, decidimos o repertório com tempo hábil o bastante para eu poder praticar”, observa.
Pé no chão
Filho de cientistas israelenses, Shaham, aos 42 anos, nunca tinha vindo ao país: “Esta será minha primeira vez no Brasil e eu estou muito animado. Sempre tive curiosidade pela música e cultura brasileiras e estou ansioso para visitar o país e conhece-lo pessoalmente”, diz.
Igualmente animado ele tambem está para o contato com os músicos da Osba e seu maestro: “Será a minha primeira vez com a Osba, mas já ouvi maravilhas sobre a orquestra”, afirma.
“É sempre divertido trabalhar com uma orquestra pela primeira vez e conhecer os músicos dentro e fora do palco. Também estou animado para colaborar com o maestro Prazeres”, diz.
Como se vê, trata-se de um músico que, além de renomado mundialmente no circuito de concertos, adiciona à sua habilidade uma atitude pé no chão com a qual trata seus pares, não importa de onde venham.
Afinal, este é o mesmo sujeito que se apresenta rotineiramente com algumas das maiores orquestras do planeta, como Filarmônica de Nova Iorque, Filarmônica de Berlim, Filarmônica de Israel e a Sinfônica de São Petersburgo, entre outras.
Em sua discografia constam 20 álbuns pelo selo Deutsche Grammophon. Entre seus admiradores estão maestros igualmente renomados, como Gustavo Dudamel, Pierre Boulez, André Previn e Colin Davis.
Por tudo isso, não admira que ele, candidamente, atribua parte de sua fama e sucesso à mais simples das razões: paixão.
“Há muitos fatores que definem um violinista. Contudo, acho que o mais importante é o amor pela música. Estar apto para compartilhá-la com os colegas e tocar esta música que eu admiro, é o que realmente me move. É paixão o que nos leva fazer o que fazemos”, afirma.
Menino-prodígio
Shaham (foto: Chris Steiner), como costuma acontecer com grandes músicos, já espantava os adultos desde criança.
Com apenas dez anos de idade, já se apresentava com a Filarmônica de Jerusalém. Aos 11, foi regido por Zubin Mehta na Filarmônica de Israel.
Sua carreira decolou de vez em 1989, ao substituir, de última hora, Itzhak Perlman, em um concerto da Sinfônica de Londres.
Com tal trajetória, faria bem aos jovens músicos baianos atentar às suas palavras.
“Tive a sorte de crescer em uma casa que incentivava o fazer musical. Sempre foi parte de nossa infância. Minha irmã caçula, Orli, é uma pianista maravilhosa – acabamos de lançar um álbum em duo, chamado Nigunim”, conta.
“Meu conselho é estar sempre em torno da música e de outros músicos, tanto quanto for possível – e sentir o prazer que o fazer musical pode proporcionar”, sugere.
Ele mesmo aprendeu bastante, convivendo com grandes músicos: “Sou músico profissional há 25 anos e tenho tido a sorte de trabalhar com algumas das maiores orquestras e maestros de todos os tempos. Fico realmente espantado toda vez que trabalho com algum desses titãs da música”, conclui.
Série TCA 2013 - Ano XVIII - Gil Shaham e Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA) / Sexta-feira, 21 horas / Sala Principal do Teatro Castro Alves / R$ 100 (inteira - A a P), R$ 80 (inteira - Q a Z) e R$ 60 (inteira - Z1 a Z11) / Vendas: Bilheteria do TCA e SACs Barra e Iguatemi
Ao lado da Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba) e sob a regência do seu diretor artístico, maestro Carlos Prazeres, Shaham vai executar algumas das mais belas peças criadas para o violino.
No programa, destaques para Sonata n º 1 em Sol Menor, de Johann Sebastian Bach (1685-1750), Till Eulenspiegel - Op. 28, de Richard Strauss (1864-1949) e Concerto para Violino em Ré Maior, Op. 35, de Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893).
“O concerto para violino de Tchaikovsky é uma das maiores peças escritas para o instrumento e eu tive a sorte de tocá-la em diversas oportunidades”, afirma o simpático músico, em entrevista por email, exclusiva para A TARDE (como é óbvio, esta matéria foi escrita para e publicada primeiro no periódico da Tankred Snows Avenue).
“Adoro revisitar este trabalho e espero que a audiência aprecie nossa performance”, reitera.
A elaboração do programa para um concerto como este, ele conta, costuma ser fruto de diálogos entre os músicos: “Há muitos fatores diferentes que entram no processo de escolha do programa para um concerto. Geralmente, há um diálogo entre o solista, o condutor e o conjunto. Felizmente, decidimos o repertório com tempo hábil o bastante para eu poder praticar”, observa.
Pé no chão
Filho de cientistas israelenses, Shaham, aos 42 anos, nunca tinha vindo ao país: “Esta será minha primeira vez no Brasil e eu estou muito animado. Sempre tive curiosidade pela música e cultura brasileiras e estou ansioso para visitar o país e conhece-lo pessoalmente”, diz.
Igualmente animado ele tambem está para o contato com os músicos da Osba e seu maestro: “Será a minha primeira vez com a Osba, mas já ouvi maravilhas sobre a orquestra”, afirma.
“É sempre divertido trabalhar com uma orquestra pela primeira vez e conhecer os músicos dentro e fora do palco. Também estou animado para colaborar com o maestro Prazeres”, diz.
Como se vê, trata-se de um músico que, além de renomado mundialmente no circuito de concertos, adiciona à sua habilidade uma atitude pé no chão com a qual trata seus pares, não importa de onde venham.
Afinal, este é o mesmo sujeito que se apresenta rotineiramente com algumas das maiores orquestras do planeta, como Filarmônica de Nova Iorque, Filarmônica de Berlim, Filarmônica de Israel e a Sinfônica de São Petersburgo, entre outras.
Em sua discografia constam 20 álbuns pelo selo Deutsche Grammophon. Entre seus admiradores estão maestros igualmente renomados, como Gustavo Dudamel, Pierre Boulez, André Previn e Colin Davis.
Por tudo isso, não admira que ele, candidamente, atribua parte de sua fama e sucesso à mais simples das razões: paixão.
“Há muitos fatores que definem um violinista. Contudo, acho que o mais importante é o amor pela música. Estar apto para compartilhá-la com os colegas e tocar esta música que eu admiro, é o que realmente me move. É paixão o que nos leva fazer o que fazemos”, afirma.
Menino-prodígio
Shaham (foto: Chris Steiner), como costuma acontecer com grandes músicos, já espantava os adultos desde criança.
Com apenas dez anos de idade, já se apresentava com a Filarmônica de Jerusalém. Aos 11, foi regido por Zubin Mehta na Filarmônica de Israel.
Sua carreira decolou de vez em 1989, ao substituir, de última hora, Itzhak Perlman, em um concerto da Sinfônica de Londres.
Com tal trajetória, faria bem aos jovens músicos baianos atentar às suas palavras.
“Tive a sorte de crescer em uma casa que incentivava o fazer musical. Sempre foi parte de nossa infância. Minha irmã caçula, Orli, é uma pianista maravilhosa – acabamos de lançar um álbum em duo, chamado Nigunim”, conta.
“Meu conselho é estar sempre em torno da música e de outros músicos, tanto quanto for possível – e sentir o prazer que o fazer musical pode proporcionar”, sugere.
Ele mesmo aprendeu bastante, convivendo com grandes músicos: “Sou músico profissional há 25 anos e tenho tido a sorte de trabalhar com algumas das maiores orquestras e maestros de todos os tempos. Fico realmente espantado toda vez que trabalho com algum desses titãs da música”, conclui.
Série TCA 2013 - Ano XVIII - Gil Shaham e Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA) / Sexta-feira, 21 horas / Sala Principal do Teatro Castro Alves / R$ 100 (inteira - A a P), R$ 80 (inteira - Q a Z) e R$ 60 (inteira - Z1 a Z11) / Vendas: Bilheteria do TCA e SACs Barra e Iguatemi
terça-feira, agosto 20, 2013
NGANGA LEVA AFROBEAT E IMPROVISAÇÃO À VARANDA DO SESI HOJE À NOITE
Coletividade e capacidade de improvisação.
Salvo engano, esses são as duas linhas-mestras que definem a banda Nganga (pronuncia-se “Ganga”), que se apresenta hoje à noite, na Varanda do Sesi (Rio Vermelho).
Projeto afrobeat que reúne alguns dos músicos mais requisitados do cenário independente local hoje em dia, a Nganga (foto: Alexandre Amaral) surgiu “como um projeto coletivo, mas foi tomando uma identidade muito particular”, define Du Txai (guitarra).
Du, assim como o baixista Ricardo Cadinho, integram a atual formação da Cascadura, mas eles também emprestam seus talentos a outras bandas, como Retrovisor (Cadinho) e Rock Forever (Du).
Na Nganga, os dois são acompanhados por Antenor Cardoso (bateria) e Didoné (percussão e vocal).
No show de hoje, a Nganga terá como convidada no palco a cantora e percussionista Alexandra Pessoa.
A ideia inicial, quando ainda contavam com outra guitarrista, Camile, era de ser uma formação dinâmica.
“Por exemplo: tem um show que só podem ir dois músicos? Vão só dois. Com um aspecto tal que passamos dois anos tocando sem um ensaio sequer. Nosso primeiro ensaio foi ontem (quinta-feira). Sem brincadeira”, ri Du Txai.
Mash up ao vivo
Com algumas saídas de membros e substituições, alguns ensaios, contudo, acabaram se tornando necessários.
Mas sem crise: “O afrobeat dá pra gente essa possibilidade, por que se trabalha em cima do mantra. O som não fica diretamente ligado a harmonia. Você mescla uma na outra, como um DJ, só que com instrumentos. É um mash up ao vivo”, explica o músico.
No show, a Nganga dá a sua interpretação muito particular para Gilberto Gil (Babá Alapalá, Ela), Jorge Ben Jor (Zumbi, Olha o Menino), Adoniran Barbosa (Torresmo à Milanesa), Criolo (Bogotá) e outros.
“Já temos composições próprias que tocamos no show também, mas ainda estamos trabalhando na pré-produção de algo mais amplo”, diz Du.
“A experiência está sendo interessante para todos. Estamos completamente apaixonados. A tendência é termos cada vez mais músicas nossas”, conclui.
Nganga (participação: Alexandra Pessoa) / Hoje, 21 horas / Varanda do Sesi (Rua Borges dos Reis, 09, Rio Vermelho) / R$ 10
www.facebook.com/ngangafrobeat
NUETAS
André, Álvaro e Eric
Noite guitarrística pra bluesman nenhum botar defeito: André Christovam (ao lado, foto Morgade), Álvaro Assmar e Eric Assmar Trio quebram tudo nesta quinta-feira, no B-23, às 21 horas. R$ 30, R$ 40 (2º lote).
Cachorro & Casca
Falando em “grande”, a gauchada boa do Cachorro Grande (perdão pelo eco) se apresenta neste sábado, com a Cascadura. Garantia de night rock ‘n’ roll das boas. Solar Boa Vista, 22 horas, R$ 50 e R$ 25.
Baia e Scambo dia 1º
O grande Maurício Baia volta à cidade para fazer o show do CD Com a Certeza de Quem Não Sabe Nada. Dia 1º de setembro, no ZEN. Abertura da Scambo. Ingressos a venda na Midialouca: R$ 20 (antecipado). Lista: R$ 30 (lista@zensalvador.com.br). No dia: R$ 40.
sexta-feira, agosto 16, 2013
ANGRA COMEMORA 20 ANOS COM TURNÊ - SHOW EM SALVADOR É DOMINGO
Uma das bandas mais cultuadas do heavy metal brasileiro, o Angra comemora a marca de duas décadas de carreira com extensa série de shows mundo afora.
Em Salvador, o quinteto se apresenta neste domingo, na casa de shows Bali Beach Club.
Na verdade, a banda foi formada em 1991, mas como o primeiro álbum, Angels Cry, só foi lançado em 1993, considera-se esta a data dos 20 anos.
Adequadamente, os fãs podem esperar um repertório abrangente durante a apresentação.
“Tocaremos uma média de duas músicas de cada CD. Vai rolar Time, Make Believe, Lisbon, Rebirth, No Pain For the Dead e muitas outras”, adiantou, por email, o guitarrista-fundador Rafael Bittencourt.
Atualmente, a banda conta com Rafael e Kiko Loureiro nas guitarras, Felipe Andreoli no baixo, Ricardo Confessori na bateria e percussão e o italiano Fabio Lione, vocalista da banda Rhapsody, como convidado.
Lione ocupa, pelo menos temporariamente, a vaga deixada pelo cantor Edu Falaschi (que, por sua vez, substituiu André Mattos). Falaschi saiu do Angra no ano passado, por questões de saúde.
No momento, Bittencourt ainda não sabe dizer se o Lione permanecerá em definitivo na banda: “A dúvida está cada vez mais latente. A aceitação têm sido muito boa e a decisão deve incluir a opinião de fãs de fora do Brasil, empresários e gravadoras”, pondera.
“Esperaremos o final desta turnê. Ainda iremos ao Japão em outubro onde teremos a oportunidade de colher opiniões lá também. Por enquanto vamos curtindo tocar juntos e celebrar esta nova energia que está nos motivando”, acrescenta o músico.
As constantes mudanças na formação não deixam de preocupar o músico, que já chegou a pensar em encerrar a carreira da banda: "Sim . mais de uma vez", confirma.
"Nunca pensei em abandonar a música ou minha carreira. Mas já me desanimei com o Angra muitas vezes. Não é fácil trabalhar em grupo. E o heavy metal dá o maior trabalho pra fazer e ninguém dá valor. Ainda mais no Brasil, aonde as dificuldades triplicam. Mas quando existe foco, o êxito e o alcance de um grupo é muito maior do que sozinho", acredita.
Temática e sonoridade BR
Surgida em uma época em que o heavy metal brasileiro começava a bater asas rumo ao reconhecimento no exterior, pode-se dizer que o Angra é uma banda que já nasceu grande.
Seu primeiro vocalista, André Mattos (entre 1991 e 2000), vinha de uma outra banda de sucesso no cenário, o Viper.
De cara, gravaram a primeira demo, Reaching Horizons (1992), na Alemanha. Angels Cry foi gravado e lançado no Japão. E assim tem sido para o Angra, sempre com boa base de fãs e contatos no exterior.
O que não significa que não valorizem suas origens tropicais. O segundo álbum do Angra, Holy Land (1996), trazia, no som e na temática, referências bem brasileiras. Sucesso, rendeu disco de ouro no Japão, turnê pela Ásia e Europa.
Curiosamente, as pessoas só costumam lembrar do Roots, álbum em que o Sepultura também flexionou suas influências brasileiras, em uma abordagem mais para o indígena – e que saiu naquele mesmo ano.
“O Angra sempre combinou a musicalidade brasileira porque entendemos que é o nosso grande diferencial. É natural para a gente este tipo de sonoridade. Não acho que há uma disputa para saber quem fez primeiro. A Tropicália e outros movimentos já faziam. O que importa é que provamos que para termos o respeito no exterior temos que ter orgulho da nossa origem”, considera Bittencourt.
De qualquer forma, as duas bandas são companheiras e já fizeram turnês juntas. “Temos muita admiração pelo Sepultura porque, inegavelmente, foi a banda que mais expôs o Brasil para o mundo e abriu caminho para todos nós, que viemos depois. O que eles conquistaram na América foi sem precedentes e nunca mais atingido por outra banda”, observa o guitarrista.
Com várias passagens por Salvador, o Angra tem grande aceitação entre os fãs de metal na cidade, mas a vez em que o nome da banda caiu na boca do povo local foi quando o guitarrista Kiko Loureiro acusou a banda Parangolé de plagiar o riff da música Nova Era (do CD Rebirth, 2001) no pagode Azevixe.
Episódio superado, segundo Bittencourt: “Não deu em nada. Resolvemos esquecer. Estamos cansados de aparecer na mídia por causa de alguma polêmica ou notícia negativa. Estamos trabalhando duro para bombar a mídia de coisas boas”, diz.
De Salvador, ele prefere guardar boas lembranças e referências das bandas locais: “O Minus Blindness é excepcional. O Malefector é uma ótima banda. Sou muito fã de Raul Seixas e respeito muito a Bahia por ser o berço do maior roqueiro do Brasil. Ricardo Primata é um guitarrista baiano muito bom”, cita.
Entre as coisas boas devem estar as gravações para um novo álbum de estúdio, o primeiro desde Aqua (2010). “Queremos gravar ainda no primeiro semestre de 2014. Já estamos falando sobre o direcionamento e influências que podemos trazer. Cada um já está coletando idéias para depois nos juntarmos”, revela Bittencourt.
Angra - Latin American Tour 2013 / Abertura: Age Of Artemis e Terraprima / Domingo, 18 horas / Bali Beach Club/ R$ 50
Em Salvador, o quinteto se apresenta neste domingo, na casa de shows Bali Beach Club.
Na verdade, a banda foi formada em 1991, mas como o primeiro álbum, Angels Cry, só foi lançado em 1993, considera-se esta a data dos 20 anos.
Adequadamente, os fãs podem esperar um repertório abrangente durante a apresentação.
“Tocaremos uma média de duas músicas de cada CD. Vai rolar Time, Make Believe, Lisbon, Rebirth, No Pain For the Dead e muitas outras”, adiantou, por email, o guitarrista-fundador Rafael Bittencourt.
Atualmente, a banda conta com Rafael e Kiko Loureiro nas guitarras, Felipe Andreoli no baixo, Ricardo Confessori na bateria e percussão e o italiano Fabio Lione, vocalista da banda Rhapsody, como convidado.
Lione ocupa, pelo menos temporariamente, a vaga deixada pelo cantor Edu Falaschi (que, por sua vez, substituiu André Mattos). Falaschi saiu do Angra no ano passado, por questões de saúde.
No momento, Bittencourt ainda não sabe dizer se o Lione permanecerá em definitivo na banda: “A dúvida está cada vez mais latente. A aceitação têm sido muito boa e a decisão deve incluir a opinião de fãs de fora do Brasil, empresários e gravadoras”, pondera.
“Esperaremos o final desta turnê. Ainda iremos ao Japão em outubro onde teremos a oportunidade de colher opiniões lá também. Por enquanto vamos curtindo tocar juntos e celebrar esta nova energia que está nos motivando”, acrescenta o músico.
As constantes mudanças na formação não deixam de preocupar o músico, que já chegou a pensar em encerrar a carreira da banda: "Sim . mais de uma vez", confirma.
"Nunca pensei em abandonar a música ou minha carreira. Mas já me desanimei com o Angra muitas vezes. Não é fácil trabalhar em grupo. E o heavy metal dá o maior trabalho pra fazer e ninguém dá valor. Ainda mais no Brasil, aonde as dificuldades triplicam. Mas quando existe foco, o êxito e o alcance de um grupo é muito maior do que sozinho", acredita.
Temática e sonoridade BR
Surgida em uma época em que o heavy metal brasileiro começava a bater asas rumo ao reconhecimento no exterior, pode-se dizer que o Angra é uma banda que já nasceu grande.
Seu primeiro vocalista, André Mattos (entre 1991 e 2000), vinha de uma outra banda de sucesso no cenário, o Viper.
De cara, gravaram a primeira demo, Reaching Horizons (1992), na Alemanha. Angels Cry foi gravado e lançado no Japão. E assim tem sido para o Angra, sempre com boa base de fãs e contatos no exterior.
O que não significa que não valorizem suas origens tropicais. O segundo álbum do Angra, Holy Land (1996), trazia, no som e na temática, referências bem brasileiras. Sucesso, rendeu disco de ouro no Japão, turnê pela Ásia e Europa.
Curiosamente, as pessoas só costumam lembrar do Roots, álbum em que o Sepultura também flexionou suas influências brasileiras, em uma abordagem mais para o indígena – e que saiu naquele mesmo ano.
“O Angra sempre combinou a musicalidade brasileira porque entendemos que é o nosso grande diferencial. É natural para a gente este tipo de sonoridade. Não acho que há uma disputa para saber quem fez primeiro. A Tropicália e outros movimentos já faziam. O que importa é que provamos que para termos o respeito no exterior temos que ter orgulho da nossa origem”, considera Bittencourt.
De qualquer forma, as duas bandas são companheiras e já fizeram turnês juntas. “Temos muita admiração pelo Sepultura porque, inegavelmente, foi a banda que mais expôs o Brasil para o mundo e abriu caminho para todos nós, que viemos depois. O que eles conquistaram na América foi sem precedentes e nunca mais atingido por outra banda”, observa o guitarrista.
O "episódio Parangolé"
Com várias passagens por Salvador, o Angra tem grande aceitação entre os fãs de metal na cidade, mas a vez em que o nome da banda caiu na boca do povo local foi quando o guitarrista Kiko Loureiro acusou a banda Parangolé de plagiar o riff da música Nova Era (do CD Rebirth, 2001) no pagode Azevixe.
Episódio superado, segundo Bittencourt: “Não deu em nada. Resolvemos esquecer. Estamos cansados de aparecer na mídia por causa de alguma polêmica ou notícia negativa. Estamos trabalhando duro para bombar a mídia de coisas boas”, diz.
De Salvador, ele prefere guardar boas lembranças e referências das bandas locais: “O Minus Blindness é excepcional. O Malefector é uma ótima banda. Sou muito fã de Raul Seixas e respeito muito a Bahia por ser o berço do maior roqueiro do Brasil. Ricardo Primata é um guitarrista baiano muito bom”, cita.
Entre as coisas boas devem estar as gravações para um novo álbum de estúdio, o primeiro desde Aqua (2010). “Queremos gravar ainda no primeiro semestre de 2014. Já estamos falando sobre o direcionamento e influências que podemos trazer. Cada um já está coletando idéias para depois nos juntarmos”, revela Bittencourt.
Angra - Latin American Tour 2013 / Abertura: Age Of Artemis e Terraprima / Domingo, 18 horas / Bali Beach Club/ R$ 50
quinta-feira, agosto 15, 2013
A MÚSICA DO CONTINENTE AO SUL
O virtuoso do violão de sete cordas Yamandu Costa lança CD novo, Continente
Festejado desde seu surgimento no cenário musical como um dos maiores virtuosos do violão brasileiro, Yamandu Costa (foto: Claudio Gadotti) resolveu explorar as possibilidades da formação em trio no seu novo álbum, Continente.
Com onze faixas, o CD traz Yamandu em dez delas ao violão de sete cordas e requinto (violão menor e mais agudo), mais Guto Wirtti no baixolão (baixo acústico horizontal de cordas de náilon) e Arthur Bonilla no violão de sete cordas. A exceção é a faixa Aperto, um belo solo de Guto ao baixolão.
Explorar a formação em trio acústico era um velho desejo de Yamandu: “Esse CD foi gravado há uns dois anos, estava na lista de espera para sair”, conta o músico, por telefone.
“É minha homenagem a uma tradição musical da América Latina, que é o trio de violões. Essa formação existe desde o México até a Argentina, é super tradicional esse tipo de sonoridade e eu queria mostrar isso no Brasil, com uma linguagem fronteiriça”, detalha Yamandu.
A abordagem que ele chama de “fronteiriça” se refere às tradições gaúchas – e aqui se entende o termo gaucho como referente não apenas àqueles nascidos no estado do Rio Grande do Sul, mas à toda a região dos Pampas, que atravessa o estado sulista, o Uruguai e a Argentina.
“A tradição de trios que eu conheço mais é uruguaia e argentina. E é engraçado isso, por que no Brasil se conhece mais a tradição mexicana (mariachis) do que sul-americana”, nota.
Mas que não se espere de Continente uma sonoridade meramente folclórica. Todas as faixas são autorais – de Yamandu, Guto (a maioria) e Arthur.
Para alcançar essa sonoridade dita fronteiriça, o trio se vale tanto de técnica, quanto de intuição. “É as duas coisas juntas. Tem uma raiz ibérica muito forte. Representa um outro Brasil que as pessoas não conhecem direito, já que em termos musicais, sempre se foca muito na coisa do samba, no estereótipo de Brasil”, percebe.
"Música culta"
“O Brasil tem tanta diversidade. Estive no Maranhão e, meu Deus, é outro mundo. A gente nem sabe o que existe por lá. Como aí na Bahia, que tem o Elomar. Seria legal focar nessas diferenças também”, exorta.
Requisitadíssimo, Yamandu está sempre a viajar pelo Brasil e pelo mundo, levando sua música aos mais variados públicos. “Nos últimos anos tenho ido muito ao exterior, mais ou menos seis ou sete vezes por ano. Viajar levando essa música que eu faço é um privilegio, uma alegria muito grande”, diz.
Como todo viajante, Yamandu descobre ainda mais sobre o próprio país no exterior: “Estive em Tel Aviv e Jerusalém e vi uma plateia muito fina, muito preparada. A diferença é essa: lá, há muita curiosidade pelo que não se conhece. Isso não acontece aqui. Estamos tão longe disso, de ter plateias preparadas para o que não conhece. Nosso povo é televisivo demais, só sabe do que está na TV”, lamenta.
“A internet ajuda a mudar um pouco isso, pois segmenta os guetos e dá acesso a essa música, que Egberto Gismonti chama de ‘música culta’”, conta.
Para Yamandu, “música instrumental” é “um termo que nos atrapalha. Quando você vai no show de um cantor, você não fala que vai num show de ‘música cantada’. Isso de ‘instrumental’ so existe na América Latina”, observa.
Mas triste mesmo Yamandu ficou com a recente perda de um dos maiores talentos brasileiros das últimas décadas: Dominguinhos, com quem gravou dois álbuns.
“Me deu uma brochada. Era uma pessoa que só fez o bem, não era de excessos. Tive a felicidade de trabalharmos juntos e ele me ensinou muito. Estou amargando muito isso. Desde a morte do meu pai, eu não tinha esse sentimento de pesar tão profundo”, conclui.
Continente / Yamandu Costa / Biscoito Fino / R$ 34,90 / www.biscoitofino.com.br / www.yamandu.com.br
Festejado desde seu surgimento no cenário musical como um dos maiores virtuosos do violão brasileiro, Yamandu Costa (foto: Claudio Gadotti) resolveu explorar as possibilidades da formação em trio no seu novo álbum, Continente.
Com onze faixas, o CD traz Yamandu em dez delas ao violão de sete cordas e requinto (violão menor e mais agudo), mais Guto Wirtti no baixolão (baixo acústico horizontal de cordas de náilon) e Arthur Bonilla no violão de sete cordas. A exceção é a faixa Aperto, um belo solo de Guto ao baixolão.
Explorar a formação em trio acústico era um velho desejo de Yamandu: “Esse CD foi gravado há uns dois anos, estava na lista de espera para sair”, conta o músico, por telefone.
“É minha homenagem a uma tradição musical da América Latina, que é o trio de violões. Essa formação existe desde o México até a Argentina, é super tradicional esse tipo de sonoridade e eu queria mostrar isso no Brasil, com uma linguagem fronteiriça”, detalha Yamandu.
A abordagem que ele chama de “fronteiriça” se refere às tradições gaúchas – e aqui se entende o termo gaucho como referente não apenas àqueles nascidos no estado do Rio Grande do Sul, mas à toda a região dos Pampas, que atravessa o estado sulista, o Uruguai e a Argentina.
“A tradição de trios que eu conheço mais é uruguaia e argentina. E é engraçado isso, por que no Brasil se conhece mais a tradição mexicana (mariachis) do que sul-americana”, nota.
Mas que não se espere de Continente uma sonoridade meramente folclórica. Todas as faixas são autorais – de Yamandu, Guto (a maioria) e Arthur.
Para alcançar essa sonoridade dita fronteiriça, o trio se vale tanto de técnica, quanto de intuição. “É as duas coisas juntas. Tem uma raiz ibérica muito forte. Representa um outro Brasil que as pessoas não conhecem direito, já que em termos musicais, sempre se foca muito na coisa do samba, no estereótipo de Brasil”, percebe.
"Música culta"
“O Brasil tem tanta diversidade. Estive no Maranhão e, meu Deus, é outro mundo. A gente nem sabe o que existe por lá. Como aí na Bahia, que tem o Elomar. Seria legal focar nessas diferenças também”, exorta.
Requisitadíssimo, Yamandu está sempre a viajar pelo Brasil e pelo mundo, levando sua música aos mais variados públicos. “Nos últimos anos tenho ido muito ao exterior, mais ou menos seis ou sete vezes por ano. Viajar levando essa música que eu faço é um privilegio, uma alegria muito grande”, diz.
Como todo viajante, Yamandu descobre ainda mais sobre o próprio país no exterior: “Estive em Tel Aviv e Jerusalém e vi uma plateia muito fina, muito preparada. A diferença é essa: lá, há muita curiosidade pelo que não se conhece. Isso não acontece aqui. Estamos tão longe disso, de ter plateias preparadas para o que não conhece. Nosso povo é televisivo demais, só sabe do que está na TV”, lamenta.
“A internet ajuda a mudar um pouco isso, pois segmenta os guetos e dá acesso a essa música, que Egberto Gismonti chama de ‘música culta’”, conta.
Para Yamandu, “música instrumental” é “um termo que nos atrapalha. Quando você vai no show de um cantor, você não fala que vai num show de ‘música cantada’. Isso de ‘instrumental’ so existe na América Latina”, observa.
Mas triste mesmo Yamandu ficou com a recente perda de um dos maiores talentos brasileiros das últimas décadas: Dominguinhos, com quem gravou dois álbuns.
“Me deu uma brochada. Era uma pessoa que só fez o bem, não era de excessos. Tive a felicidade de trabalharmos juntos e ele me ensinou muito. Estou amargando muito isso. Desde a morte do meu pai, eu não tinha esse sentimento de pesar tão profundo”, conclui.
Continente / Yamandu Costa / Biscoito Fino / R$ 34,90 / www.biscoitofino.com.br / www.yamandu.com.br
terça-feira, agosto 13, 2013
CANDICE FIAIS MOSTRA PARTE DO REPERTÓRIO DO PRIMEIRO DISCO SOLO EM SHOW NO VISCA
À frente da banda Anacê, a cantora Candice Fiais (foto: Georges Baladi) já dava uma boa mostra do seu talento em diversas apresentações pela cidade.
Com seu grupo original desativado há alguns anos, Candice volta ao cenário, agora mostrando seu trabalho solo em show sexta-feira, no Visca.
De caráter essencialmente bluesy, as canções que ela apresenta no palco estarão em seu primeiro álbum solo, a ser lançado até o fim do ano.
No seu site oficial já é possível ouvir duas faixas finalizadas: De Verdade e Ode à Solidão. Há ainda uma curiosa versão bossa jazzy para At Last (Etta James).
Pelo que se pode ouvir aí, será um trabalho classudo, linha Susan Tedeschi (grande cantora do blues contemporâneo e influência declarada de Candice).
Méritos não só para ela, dona de bela voz, diga-se, mas também para o produtor / multi-homem Jorge Solovera, Ícaro Brito (guitarra), CH Straatmann (baixo) e Brian Knave (bateria).
Ansiosa
“O show ainda não apresenta todas as músicas autorais. Ainda estamos caminhando com as canções e os arranjos”, conta Candice.
“Até o ano passado, eu só fazia show de cover. Mas com esse desejo de fazer música autoral, demorou um tempinho para entrosar a banda”, diz.
Como todo artista independente, ela trabalha devagar e sempre – o que não a impede de se sentir ansiosa para concluir as gravações: “Estamos trabalhando uma música de cada vez. Tem umas quatro ou cinco faixas prontas, mas a previsão é lançar esse ano mesmo, senão fico maluca”, ri Candice.
“Pelo menos, estamos nos programando para isso. E quero lançar em CD físico, com show de lançamento e tudo. Quero muito, só penso nisso”, reitera.
Quanto à antiga banda, Candice esclarece que ela nunca acabou. “Cada um foi pra um lado, mas não acabou oficialmente. Um teve filho, o outro arranjou emprego e ficou ocupado demais. A Anacê ainda existe, mas estamos parados”, diz.
No show, Candice não faz músicas do álbum da Anacê, O Mundo (2008). “É que são repertórios bem distintos. É outra linha na hora de compor, outro clima. A Anacê era mais pop rock. O solo é mais blues. Mais até do que imaginava”, diz.
Candice Fiais / Sexta-feira, 21 horas / Visca Sabor & Arte (Rua Guedes Cabral, 123, Rio Vermelho) / R$ 15
Ouça: www.candicefiais.com
NUETAS
Mensageiros no Pelô
A banda Mensageiros do Vento leva seu espetáculo A Música da Década hoje, para o Largo Quincas Berro D’Água. A ocasião também marca o início oficial do projeto Anunaki, anunciado como “a primeira ópera-rock em animação feita no Brasil”. 21 horas, gratuito. Confira vídeo com amostra logo abaixo:
Cameleon às quartas
O Revolver Bar Pub (Largo da Dinha) promove as Quartas do Jazz, sempre com a banda Cameleon Jazz, veterana dos anos 1980, agora de volta. Só músico fera, soltando os bichos. Amanhã, 21 horas, R$ 10.
Electric City no Visca
Dois super-guitarristas e bases eletrônicas. Este é o Electric City, projeto paralelo de Jô Estrada e Du Txai, que mistura classic rock com eletrônica. Sábado, no Visca, às 22 horas, R$ 10.
Com seu grupo original desativado há alguns anos, Candice volta ao cenário, agora mostrando seu trabalho solo em show sexta-feira, no Visca.
De caráter essencialmente bluesy, as canções que ela apresenta no palco estarão em seu primeiro álbum solo, a ser lançado até o fim do ano.
No seu site oficial já é possível ouvir duas faixas finalizadas: De Verdade e Ode à Solidão. Há ainda uma curiosa versão bossa jazzy para At Last (Etta James).
Pelo que se pode ouvir aí, será um trabalho classudo, linha Susan Tedeschi (grande cantora do blues contemporâneo e influência declarada de Candice).
Méritos não só para ela, dona de bela voz, diga-se, mas também para o produtor / multi-homem Jorge Solovera, Ícaro Brito (guitarra), CH Straatmann (baixo) e Brian Knave (bateria).
Ansiosa
“O show ainda não apresenta todas as músicas autorais. Ainda estamos caminhando com as canções e os arranjos”, conta Candice.
“Até o ano passado, eu só fazia show de cover. Mas com esse desejo de fazer música autoral, demorou um tempinho para entrosar a banda”, diz.
Como todo artista independente, ela trabalha devagar e sempre – o que não a impede de se sentir ansiosa para concluir as gravações: “Estamos trabalhando uma música de cada vez. Tem umas quatro ou cinco faixas prontas, mas a previsão é lançar esse ano mesmo, senão fico maluca”, ri Candice.
“Pelo menos, estamos nos programando para isso. E quero lançar em CD físico, com show de lançamento e tudo. Quero muito, só penso nisso”, reitera.
Quanto à antiga banda, Candice esclarece que ela nunca acabou. “Cada um foi pra um lado, mas não acabou oficialmente. Um teve filho, o outro arranjou emprego e ficou ocupado demais. A Anacê ainda existe, mas estamos parados”, diz.
No show, Candice não faz músicas do álbum da Anacê, O Mundo (2008). “É que são repertórios bem distintos. É outra linha na hora de compor, outro clima. A Anacê era mais pop rock. O solo é mais blues. Mais até do que imaginava”, diz.
Candice Fiais / Sexta-feira, 21 horas / Visca Sabor & Arte (Rua Guedes Cabral, 123, Rio Vermelho) / R$ 15
Ouça: www.candicefiais.com
NUETAS
Mensageiros no Pelô
A banda Mensageiros do Vento leva seu espetáculo A Música da Década hoje, para o Largo Quincas Berro D’Água. A ocasião também marca o início oficial do projeto Anunaki, anunciado como “a primeira ópera-rock em animação feita no Brasil”. 21 horas, gratuito. Confira vídeo com amostra logo abaixo:
Cameleon às quartas
O Revolver Bar Pub (Largo da Dinha) promove as Quartas do Jazz, sempre com a banda Cameleon Jazz, veterana dos anos 1980, agora de volta. Só músico fera, soltando os bichos. Amanhã, 21 horas, R$ 10.
Electric City no Visca
Dois super-guitarristas e bases eletrônicas. Este é o Electric City, projeto paralelo de Jô Estrada e Du Txai, que mistura classic rock com eletrônica. Sábado, no Visca, às 22 horas, R$ 10.
segunda-feira, agosto 12, 2013
RE-START AGAIN
Alta Fidelidade e Febre de Bola, os clássicos de Nick Hornby, voltam às livrarias com nova tradução
Quem foi jovem nos anos 1990 e não leu Alta Fidelidade, não entendeu nada do que foi aquela década.
Clássico instantâneo desde que foi lançado em 1995 (no Brasil, em 1998), o livro alçou o inglês Nick Hornby a ícone da literatura pop.
Agora, tanto Alta quanto seu segundo maior sucesso, Febre de Bola, ganham reedições brasileiras, com nova tradução, de Christian Schwartz.
Em Alta Fidelidade, acompanhamos o périplo amoroso / musical de Rob Gordon, um sujeito de 35 anos que acaba de ser deixado pela mulher e é dono de uma loja de discos de vinil, a Championship Vinyl.
Imaturo, completamente incapaz de encarar o rompimento de forma adulta e tocar pra frente, Rob passa o tempo fazendo listas top five, ou seja, os cinco maiores (ou piores) isso ou aquilo.
Exemplo: cinco melhores faixas de abertura de todos os tempos. Logo de cara, faz a lista dos seus “cinco términos de namoro mais memoráveis”.
De resto, vive às turras com seus dois empregados na loja, Barry e Dick – duas figuras tão diametralmente opostas que poderiam ser um yin-yang humano.
Isso tudo, quando não está desesperadamente correndo atrás de rabos de saia dos mais diversos perfis.
Preconceito cultural legitimado
Visto assim, parece uma bobagem.
Talvez até seja, mas, na época, falou diretamente com a geração que havia crescido ao som da explosão do rock alternativo pós-grunge de Seattle e do Britpop.
Não deu outra: tornou-se O Livro daquela geração, assim como (mal comparando) Feliz Ano Velho o foi para quem cresceu nos anos 1970.
Mérito da prosa incrivelmente fluida de Hornby, que dispensa intermediários e fala em primeira pessoa com o leitor, sempre com um cacho de citações de música pop à mão.
Uma das coisas mais divertidas do livro é como ele consegue legitimar um certo preconceito cultural.
Para a maioria das pessoas, não importa que tipo de música os outros ouvem. Ninguém é capaz de julgar ninguém só por que fulano ouve, digamos, Naldo.
Para Rob, esta é a coisa mais importante. A música que você ouve diz tudo o que Rob precisa saber sobre você.
Com o imenso sucesso do livro, Alta Fidelidade foi adaptado para o cinema pelo cultuado cineasta inglês Stephen Frears.
O filme não chega a ser ruim, mas frustrou as expectativa de muitos fãs do livro por algumas razões – sendo a primeira e mais óbvia, a transposição da história, de sua Londres original, para Chicago.
O mesmo equívoco foi cometido com a adaptação de Febre de Bola, espécie de Alta Fidelidade sobre futebol.
No livro, um sujeito que conta histórias de sua vida (e inevitáveis desencontros cômicos / românticos) em capítulos intitulados com os placares de partidas do time inglês do Arsenal.
Ou seja: sai o fanatismo por música, entra o do esporte.
Estrelada por Adam Sandler, sua adaptação para o cinema se passa em Boston, substituindo o time do Arsenal pelo Boston Red Sox, time famoso por ser um dos maiores azarões do beisebol.
Sinceramente: esqueça esse filme. Leia o livro.
Alta Fidelidade e Febre de Bola / Nick Hornby / Companhia das Letras / 352 e 312 pgs. / R$ 39 (cada livro)
Quem foi jovem nos anos 1990 e não leu Alta Fidelidade, não entendeu nada do que foi aquela década.
Clássico instantâneo desde que foi lançado em 1995 (no Brasil, em 1998), o livro alçou o inglês Nick Hornby a ícone da literatura pop.
Agora, tanto Alta quanto seu segundo maior sucesso, Febre de Bola, ganham reedições brasileiras, com nova tradução, de Christian Schwartz.
Em Alta Fidelidade, acompanhamos o périplo amoroso / musical de Rob Gordon, um sujeito de 35 anos que acaba de ser deixado pela mulher e é dono de uma loja de discos de vinil, a Championship Vinyl.
Imaturo, completamente incapaz de encarar o rompimento de forma adulta e tocar pra frente, Rob passa o tempo fazendo listas top five, ou seja, os cinco maiores (ou piores) isso ou aquilo.
Exemplo: cinco melhores faixas de abertura de todos os tempos. Logo de cara, faz a lista dos seus “cinco términos de namoro mais memoráveis”.
De resto, vive às turras com seus dois empregados na loja, Barry e Dick – duas figuras tão diametralmente opostas que poderiam ser um yin-yang humano.
Isso tudo, quando não está desesperadamente correndo atrás de rabos de saia dos mais diversos perfis.
Preconceito cultural legitimado
Visto assim, parece uma bobagem.
Talvez até seja, mas, na época, falou diretamente com a geração que havia crescido ao som da explosão do rock alternativo pós-grunge de Seattle e do Britpop.
Não deu outra: tornou-se O Livro daquela geração, assim como (mal comparando) Feliz Ano Velho o foi para quem cresceu nos anos 1970.
Mérito da prosa incrivelmente fluida de Hornby, que dispensa intermediários e fala em primeira pessoa com o leitor, sempre com um cacho de citações de música pop à mão.
Uma das coisas mais divertidas do livro é como ele consegue legitimar um certo preconceito cultural.
Para a maioria das pessoas, não importa que tipo de música os outros ouvem. Ninguém é capaz de julgar ninguém só por que fulano ouve, digamos, Naldo.
Para Rob, esta é a coisa mais importante. A música que você ouve diz tudo o que Rob precisa saber sobre você.
Com o imenso sucesso do livro, Alta Fidelidade foi adaptado para o cinema pelo cultuado cineasta inglês Stephen Frears.
O filme não chega a ser ruim, mas frustrou as expectativa de muitos fãs do livro por algumas razões – sendo a primeira e mais óbvia, a transposição da história, de sua Londres original, para Chicago.
O mesmo equívoco foi cometido com a adaptação de Febre de Bola, espécie de Alta Fidelidade sobre futebol.
No livro, um sujeito que conta histórias de sua vida (e inevitáveis desencontros cômicos / românticos) em capítulos intitulados com os placares de partidas do time inglês do Arsenal.
Ou seja: sai o fanatismo por música, entra o do esporte.
Estrelada por Adam Sandler, sua adaptação para o cinema se passa em Boston, substituindo o time do Arsenal pelo Boston Red Sox, time famoso por ser um dos maiores azarões do beisebol.
Sinceramente: esqueça esse filme. Leia o livro.
Alta Fidelidade e Febre de Bola / Nick Hornby / Companhia das Letras / 352 e 312 pgs. / R$ 39 (cada livro)
sexta-feira, agosto 09, 2013
THEY'RE BACK, BITCH! PODCAST CLASH CITY ROCKERS NO AR!
De volta após longo e tenebroso inverno, o podcast do blog Clash City Rockers (companheiro de primeira hora do Rock Loco) subiu dois podcasts inéditos.
O primeiro eu perdi o timing, sorry. (Tudo bem que ninguém se dignou a enviar sequer um email para avisar este blogueiro aqui, mas é isso aí. Quem mandou eu não estar no Face, né?).
Abaixo, o segundo episódio, dividido em duas partes, dedicado aos "álbuns perfeitos".
Ao microfone, o Clash City Rocker-mór Marcos Rodrigues (arquiteto, baixista da Theatro de Seraphin), Osvaldo Braminha Silveira (empresário, rockloquista de primeira hora e o homem da MTV Bahia), Sérgio Cebola Martinez (bancário, historiador, overmaster hadouken do rock local, o mais velho dos Martinez Brothers, ex-Berlinda) e o jovem Caio Tuy (advogado e roqueiro nas horas vagas, também conhecido nas quebradas da Bonocô Avenue como "o estagiário de Cebola").
Bem-vindo de volta, CCR! Boa audição a todos!
Agradecimentos ao Caio Tuy, que, plenamente imbuído das atribuições do seu cargo, avisou ao Rock Loco. Por telefone.
O primeiro eu perdi o timing, sorry. (Tudo bem que ninguém se dignou a enviar sequer um email para avisar este blogueiro aqui, mas é isso aí. Quem mandou eu não estar no Face, né?).
Abaixo, o segundo episódio, dividido em duas partes, dedicado aos "álbuns perfeitos".
Ao microfone, o Clash City Rocker-mór Marcos Rodrigues (arquiteto, baixista da Theatro de Seraphin), Osvaldo Braminha Silveira (empresário, rockloquista de primeira hora e o homem da MTV Bahia), Sérgio Cebola Martinez (bancário, historiador, overmaster hadouken do rock local, o mais velho dos Martinez Brothers, ex-Berlinda) e o jovem Caio Tuy (advogado e roqueiro nas horas vagas, também conhecido nas quebradas da Bonocô Avenue como "o estagiário de Cebola").
Bem-vindo de volta, CCR! Boa audição a todos!
Agradecimentos ao Caio Tuy, que, plenamente imbuído das atribuições do seu cargo, avisou ao Rock Loco. Por telefone.
quinta-feira, agosto 08, 2013
13 ANOS DE ROCK, INDEPENDÊNCIA E INFORMALIDADE
Selo independente Big Bross Records solta coletânea tripla para baixar, com 39 faixas que resumem a cena underground local
Assim como é impossível falar do rock de Seattle sem falar de Sub Pop ou de Manchester sem citar a Factory Records, não há como abordar a cena underground de Salvador das últimas duas décadas sem falar de Rogério Big Bross Brito (foto ao lado) e do selo que carrega seu apelido.
Guardadas as devidas proporções, o selo Big Bross, que completa 13 anos soltando a coletânea tripla (e gratuita) Canções do Leste, é parte indissociável do rock local. Suas histórias se confundem.
“Vou comemorando os 10 anos do selo até fazer 15”, graceja Rogério. “Na época (2011), fizemos um show no Pelourinho com The Baggios (SE) e Theatro de Seraphin. Era para (a coletânea) sair naquele ano, em CD duplo. Mas o tempo passou, virou triplo, para baixar”, relata.
Disponível na edição do mês da revista on line Verbo 21 (nº 168), Canções do Leste, com suas 39 faixas, é um verdadeiro who’s who do underground.
Há desde faixas raras de bandas clássicas (brincando de deus - ao lado, foto Sora Maia), Retrofoguetes, Cascadura) a voos solo de ex-membros desta última (Paulinho Oliveira, Alex Pochat e Ricardo The Flash Alves).
Há os registros iniciais de bandas cultuadas, como Ronei Jorge & Os Ladrões de Bicicleta, Theatro de Seraphin, Radiola, The Honkers e Vendo 147.
Há ainda a recente leva de bandas instrumentais, como Tentrio, Retrovisor, Hessel e Peito de Planta. Duas bandas de ex-membros da lendária Úteros em Fúria (Sangria e Guizzzmo).
Trabalhos solo ou em banda de grandes músicos locais como Jorge Solovera, Glauber Guimarães (como Teclas Pretas) e o recentemente morto Peu Sousa (como Diga Aí, Chefe).
A cantora Nancy Viegas, outro talento inescapável, comparece em dose dupla, com a banda Crac! e Os Grazzers.
Há bandas que marcaram a cena por um curto período, como Brinde, Matiz, Golpe de Mestre, Demoiselle (ao lado), Tara Code, Tudomundo.
Além de projetos que não chegaram a decolar, mas deixaram registro, como Lacme e Cinnamon.
E ainda não é tudo.
Um painel e tanto de uma geração que, mesmo que careça de reconhecimento popular, também se acostumou a não esperar por ela – prova inconteste de independência artística.
“A ideia sempre foi andar pelas ruas menos óbvias de Salvador”, reitera Rogério.
Informalidade a toda prova
“Hoje, o incrível é que, enquanto a maioria dos selos estão fechando, as pessoas estão começando a me reconhecer. O fornecedor (outros selos) diz que CD não vende. Aí, o lojista que comprava vinte pra loja dele, hoje compra cinco. Esse grão em grão me interessa”, diz.
Para ele, “esse mercado que todo mundo diz que não existe mais, ainda existe pra mim”, garante o produtor, DJ e agitador cultural.
O segredo de Big é o mais simples possível: informalidade absoluta.
“O Big Bross Records nunca editou uma música. Nunca prendeu artista, não existe contrato assinado com uma banda sequer. É tudo informal”, conta.
“Agora, quando eu começar a trabalhar dentro da norma legal, com CNPJ (registro de pessoa jurídica), não vou passar por sufocos que outros selos daqui, como Maniac, Atalho e Estopim passaram. Por que tentaram atuar como grandes numa época que não era possível”, diz.
Canções do Leste / Vários artistas / Curadoria e direção de arte: Glauber Guimarães / Big Bross Records / Download gratuito: www.verbo21.com.br
Assim como é impossível falar do rock de Seattle sem falar de Sub Pop ou de Manchester sem citar a Factory Records, não há como abordar a cena underground de Salvador das últimas duas décadas sem falar de Rogério Big Bross Brito (foto ao lado) e do selo que carrega seu apelido.
Guardadas as devidas proporções, o selo Big Bross, que completa 13 anos soltando a coletânea tripla (e gratuita) Canções do Leste, é parte indissociável do rock local. Suas histórias se confundem.
“Vou comemorando os 10 anos do selo até fazer 15”, graceja Rogério. “Na época (2011), fizemos um show no Pelourinho com The Baggios (SE) e Theatro de Seraphin. Era para (a coletânea) sair naquele ano, em CD duplo. Mas o tempo passou, virou triplo, para baixar”, relata.
Disponível na edição do mês da revista on line Verbo 21 (nº 168), Canções do Leste, com suas 39 faixas, é um verdadeiro who’s who do underground.
Há desde faixas raras de bandas clássicas (brincando de deus - ao lado, foto Sora Maia), Retrofoguetes, Cascadura) a voos solo de ex-membros desta última (Paulinho Oliveira, Alex Pochat e Ricardo The Flash Alves).
Há os registros iniciais de bandas cultuadas, como Ronei Jorge & Os Ladrões de Bicicleta, Theatro de Seraphin, Radiola, The Honkers e Vendo 147.
Há ainda a recente leva de bandas instrumentais, como Tentrio, Retrovisor, Hessel e Peito de Planta. Duas bandas de ex-membros da lendária Úteros em Fúria (Sangria e Guizzzmo).
Trabalhos solo ou em banda de grandes músicos locais como Jorge Solovera, Glauber Guimarães (como Teclas Pretas) e o recentemente morto Peu Sousa (como Diga Aí, Chefe).
A cantora Nancy Viegas, outro talento inescapável, comparece em dose dupla, com a banda Crac! e Os Grazzers.
Há bandas que marcaram a cena por um curto período, como Brinde, Matiz, Golpe de Mestre, Demoiselle (ao lado), Tara Code, Tudomundo.
Além de projetos que não chegaram a decolar, mas deixaram registro, como Lacme e Cinnamon.
E ainda não é tudo.
Um painel e tanto de uma geração que, mesmo que careça de reconhecimento popular, também se acostumou a não esperar por ela – prova inconteste de independência artística.
“A ideia sempre foi andar pelas ruas menos óbvias de Salvador”, reitera Rogério.
Informalidade a toda prova
“Hoje, o incrível é que, enquanto a maioria dos selos estão fechando, as pessoas estão começando a me reconhecer. O fornecedor (outros selos) diz que CD não vende. Aí, o lojista que comprava vinte pra loja dele, hoje compra cinco. Esse grão em grão me interessa”, diz.
Para ele, “esse mercado que todo mundo diz que não existe mais, ainda existe pra mim”, garante o produtor, DJ e agitador cultural.
O segredo de Big é o mais simples possível: informalidade absoluta.
“O Big Bross Records nunca editou uma música. Nunca prendeu artista, não existe contrato assinado com uma banda sequer. É tudo informal”, conta.
“Agora, quando eu começar a trabalhar dentro da norma legal, com CNPJ (registro de pessoa jurídica), não vou passar por sufocos que outros selos daqui, como Maniac, Atalho e Estopim passaram. Por que tentaram atuar como grandes numa época que não era possível”, diz.
Canções do Leste / Vários artistas / Curadoria e direção de arte: Glauber Guimarães / Big Bross Records / Download gratuito: www.verbo21.com.br
terça-feira, agosto 06, 2013
DAGANJA SOLTA EP PARA DOWNLOAD EM SHOW GRATUITO COM BANDA AO VIVO SEXTA-FEIRA, NO PELÔ
Referência do hip hop baiano, o rapper Daganja (foto: Max Gaggino) faz um show imperdível para os apreciadores de black music (ou só de music, ponto) nesta sexta-feira.
Imperdível por que, além de mandar muito bem na letra e nas ideias, o rapper se apresenta acompanhado de banda ao vivo, integrada por músicos de alta responsabilidade.
A noite ainda conta com o convidado MC Marechal (Niterói - RJ) e VJ Gabiru, com suas projeções.
“O show é para marcar o lançamento virtual do EP Tá no Ar”, anuncia Daganja.
“O disco tem oito faixas e foi gravado aqui em Salvador, nos Estúdios WR, com produção do DJ Gug, Vitor H e Abel Vargas, de Curitiba. A mixagem e a masterização é de Luis Café, especializado em hip hop. O cara já trabalhou com MV Bill, Emicida, Rashid, todo mundo”, conta.
No show, Daganja sobe no palco acompanhado de alguns dos músicos que gravaram o Tá no Ar: Alan do Grave (baixo), Prince Addam (guitarra), Manchinha (trombone) Ras Elias (trompete) e DJ Leandro. As baterias são programadas.
Tá no Ar e na rua também
”O título é Tá no Ar por que, desde que comecei, todo o meu processo de evolução musical se deu independente de ‘estar na mídia’. Nossa música vai além disso. Se estou no ar, é graças às facilidades da internet, através da qual conseguimos chegar em todo o Brasil e em outros países”, reflete o rapper.
Esperto e articulado, Daganja gravou diversas cenas do clipe para a faixa Nossa Conquista durante uma das manifestações ocorridas durante o mês de junho, em Salvador.
“O tema da música é sobre isso mesmo. A ideia foi do Max Gaggino, diretor. Fomos para a rua e também captamos imagens de pessoas que são símbolo de resistência, como um amigo meu que é padeiro. Tem um que faz artesanato, outro que tem um estúdio. Pessoas que conseguem lutar a batalha do dia a dia sem perder a graça, a dignidade”, observa.
No show de sexta-feira, ele convida todos a gravarem os próprios vídeos.
“É um clipe em produção coletiva. Todo mundo filma com o que tiver na mão. Depois a gente coleta a imagens para montar o clipe”, convida.
Daganja / Show de lançamento do CD Tá No Ar/ Part.: MC Marechal (RJ) / Largo Pedro Archanjo (Pelourinho) / Sexta-feira, 21 horas / Gratuito
Ouça, baixe: www.daganjaoriginal.com
NUETAS
Júlio: agosto agitado
Só dá o guitarrista Júlio Caldas no Pelourinho este mês. Sábado, tem show na Teresa Batista (21 horas, grátis). E dias 15 e 29, ele prossegue com o IV Circuito Guitarra Baiana, no Teatro Sesc Senac, sempre com convidados. 20 horas, gratuito.
Concertos gratuitos
Chão - Um Concerto Solo é o título de uma série de três concertos do Camará Ensemble (grupo de música de câmara da Osufba), que começa hoje, no Palacete das Artes. Serão apresentadas peças solo para violoncelo, flauta, saxofone tenor e violino. Hoje e nas próximas duas terças-feiras (13 e 20). Às 20 horas, gratuito.
Qd5 e a Recompensa
Quarteto de Cinco leva o show Recompensa ao Teatro Gamboa Nova na sexta-feira e sábado. 20 horas, R$ 20 e R$ 10.
Imperdível por que, além de mandar muito bem na letra e nas ideias, o rapper se apresenta acompanhado de banda ao vivo, integrada por músicos de alta responsabilidade.
A noite ainda conta com o convidado MC Marechal (Niterói - RJ) e VJ Gabiru, com suas projeções.
“O show é para marcar o lançamento virtual do EP Tá no Ar”, anuncia Daganja.
“O disco tem oito faixas e foi gravado aqui em Salvador, nos Estúdios WR, com produção do DJ Gug, Vitor H e Abel Vargas, de Curitiba. A mixagem e a masterização é de Luis Café, especializado em hip hop. O cara já trabalhou com MV Bill, Emicida, Rashid, todo mundo”, conta.
No show, Daganja sobe no palco acompanhado de alguns dos músicos que gravaram o Tá no Ar: Alan do Grave (baixo), Prince Addam (guitarra), Manchinha (trombone) Ras Elias (trompete) e DJ Leandro. As baterias são programadas.
Tá no Ar e na rua também
”O título é Tá no Ar por que, desde que comecei, todo o meu processo de evolução musical se deu independente de ‘estar na mídia’. Nossa música vai além disso. Se estou no ar, é graças às facilidades da internet, através da qual conseguimos chegar em todo o Brasil e em outros países”, reflete o rapper.
Esperto e articulado, Daganja gravou diversas cenas do clipe para a faixa Nossa Conquista durante uma das manifestações ocorridas durante o mês de junho, em Salvador.
“O tema da música é sobre isso mesmo. A ideia foi do Max Gaggino, diretor. Fomos para a rua e também captamos imagens de pessoas que são símbolo de resistência, como um amigo meu que é padeiro. Tem um que faz artesanato, outro que tem um estúdio. Pessoas que conseguem lutar a batalha do dia a dia sem perder a graça, a dignidade”, observa.
No show de sexta-feira, ele convida todos a gravarem os próprios vídeos.
“É um clipe em produção coletiva. Todo mundo filma com o que tiver na mão. Depois a gente coleta a imagens para montar o clipe”, convida.
Daganja / Show de lançamento do CD Tá No Ar/ Part.: MC Marechal (RJ) / Largo Pedro Archanjo (Pelourinho) / Sexta-feira, 21 horas / Gratuito
Ouça, baixe: www.daganjaoriginal.com
NUETAS
Júlio: agosto agitado
Só dá o guitarrista Júlio Caldas no Pelourinho este mês. Sábado, tem show na Teresa Batista (21 horas, grátis). E dias 15 e 29, ele prossegue com o IV Circuito Guitarra Baiana, no Teatro Sesc Senac, sempre com convidados. 20 horas, gratuito.
Concertos gratuitos
Chão - Um Concerto Solo é o título de uma série de três concertos do Camará Ensemble (grupo de música de câmara da Osufba), que começa hoje, no Palacete das Artes. Serão apresentadas peças solo para violoncelo, flauta, saxofone tenor e violino. Hoje e nas próximas duas terças-feiras (13 e 20). Às 20 horas, gratuito.
Qd5 e a Recompensa
Quarteto de Cinco leva o show Recompensa ao Teatro Gamboa Nova na sexta-feira e sábado. 20 horas, R$ 20 e R$ 10.
sábado, agosto 03, 2013
MICRO-RESENHAS SABOR DE SALADA MULTICULTURAL INDUSTRIAL ETC & TAL
Back in black
Oitavo álbum da banda inglesa de brit pop. A morte do baterista em 2010 rendeu uma obra um tanto mais sombria do que de costume. Mas é um belo disco, com destaque para as guitarras pesadas de Catacomb e a fluência pop de In a Moment. Stereophonics / Graffiti On The Train / Lab 344 / R$ 29,90
Metal confessional
Banda paralela de Corey Taylor (líder do Slipknot), o Stone Sour tem ganhado mais elogios da crítica do que a banda oficial. Tudo graças a discos como este, no qual Taylor assume um tom mais confessional, em canções mais elaboradas. Stone Sour / House of Gold and Bones Part 2 / Warner / R$ 37,90
Tem barítono no samba
Agradável surpresa, Tabajara Assumpção bota o vozeirão barítono e a formação erudita a serviço do samba e (variações diversas) neste belo álbum em que homenageia São Paulo, a poesia concreta e musas inspiradoras. Fluente, descontraído, afiado. Tabajara Assumpção / Sampa Samba / Tratore / R$ 27,90
Loops profissionais
Com 20 anos de experiência, o DJ Fabricio Peçanha apresenta seu primeiro CD autoral, com set de 11 onze faixas. Para quem não é do ramo, parece uma só, mas a sequência hipnótica de loops em crescendo e beats sintéticos soa profissa. Fabrício Peçanha / Silver Lining / Moodmusic / Preço não divulgado
Rodo religio$o
Com um som na linha da Comunidade Nin-Jitsu (funk carioca com guitarras e vocais gritados), os Miami Bros. passam o rodo nos pastores evangélicos e sua igrejas / empresas, padres pedófilos, Xuxa e o diabo a quatro. Trilha para a JMJ. Miami Bros. / O Templo Não Para / Tamborete - Brechó / R$ 6.66
Recuerdos do underground fortalezense
Remanescente da cena rock de Fortaleza dos anos 1970 / 80, Mona Gadelha relembra aqui as canções que embalaram a cidade na época, sempre encharcadas de lirismo e musicalidade blues. Um belo trabalho, com influências de Rita, Raul e Zé. Mona Gadelha / Cidade Blues Rock Nas Ruas / BrazilBizz / R$ 25
Sem salvação
O Fall Out Boy, a despeito de vender milhões de discos e ter até algum respaldo crítico (por incrível que pareça), é uma das piores bandas de rock do planeta. Este novo CD, o primeiro desde 2008, é mais um pesadelo típico da geração American Idol. Horroroso. Fall Out Boy / Save Rock And Roll / Universal / R$ 29,90
O popsambalanço do parceiro
Sobrinho do saudoso Paulo Moura, Gabriel é parceiro de Seu Jorge em hits regravados neste CD, como Mina do Condomínio e Quero Ver Você no Baile, entre outros. O próprio Seu Jorge canta com Gabriel Miss Favela. Popsambalanço carioca com tratamento eletrônico aqui e ali. Gabriel Moura / Karaoke Tupi 2 / Som Livre / R$ 22,90
Wllie The Wise Man
Lenda viva da música de raiz norte-americana, Willie Nelson investe aqui em um álbum de perfil romântico e sonoridade suave, para dançar de rostinho colado. Destaques para a versão abolerada da faixa- título, de Irving Berlin. Romântico sem ser brega. Willie Nelson & Family / Let's Face the Music and Dance / Sony Music / R$ 29,90
Funk carioca de gaúcho e com guitarras
Autossuficiente, a cena rock gaúcha guarda preciosidades pouco conhecidas no resto do país, como a Comunidade Nin-Jitsu. Mistura bagaceira de hard rock e hip hop, faz bonito diante de multidão de fãs. Traz também uma das últimas aparições ao vivo de Chorão. Comunidade Nin-Jitsu / Ao Vivo No Opinião / Coqueiro Verde / DVD: R$ 21,90 / CD: $ 19,90
Não é o Bryan
Com um timbre de voz que lembra muito o inexcedível Bryan Ferry, as canções do português David Fonseca soam pouco melhores do que um Coldplay genérico. Não é ruim, mas também não arrebata. A cena pop lusa é melhor do que isso, vide o fantástico Mundo Pequenino, da banda Deolinda. David Fonseca / Seasons Rising - Seasons Falling / Universal Music / R$ 38,90
Ainda não disse a que veio
Headliner de grandes festivais no hemisfério norte, a banda francesa Phoenix, a bem da verdade, ainda não mostrou bem a que veio. Neste segundo CD, mandam melhor em faixas mais experimentais, como a título, Oblique City e Drakkar Noir. Nota 6. Phoenix / Bankrupt! / Warner / R$ 31,90
A nova do Snoopy
Puristas vão chiar, mas até que não ficou ruim: este álbum é uma quadrinização contínua de várias tiras originais de Charles Schulz e um especial de TV. Ela foi toda adaptada e redesenhada por outros artistas (no estilo do criador, claro) e é o primeiro volume de uma nova série de HQs. Vale conferir. Snoopy: A Felicidade é um Cobertor Quentinho! / Charles Schulz / Nemo/ 88 p./ R$ 28/ editoranemo.com.br
Bergman com policial
Belo romance policial do espanhol Krmpotic, se passa durante a ditadura argentina. O autor alterna a narração em primeira pessoa entre vários personagens, em meio a uma trama de vingança. Elogiado pela crítica, foi descrito como uma mistura de Ingmar Bergman com thriller policial. As Três Balas de Boris Bardin / Milo J. Krmpotic / Tordesilhas / 128 p. / R$ 29,50 / tordesilhaslivros.com.br
Fique sabendo
Fenômeno editorial espanhol, a coleção Breve História chega ao Brasil. Os primeiros volumes são Incas e Vikings. Como o nome diz, conta de forma resumida, descomplicada e com muitas imagens a história desses povos, sempre escrita por pesquisadores e especialistas. Breve História: Incas e Vikings / P. T. Cortez e M. Velasco / Versal / 224 e 188 p. / R$ 35 (cada) / versal.com.br
Sobrou pretensão, faltou talento
O cantor e compositor Dante Fenderrelli estreia com este CD em que mistura guitarras distorcidas meio grunge com cello e piano. Interessante, mas carecia de melhor produção. Ele canta meio engraçado também, como se forçasse a rouquidão. Tente outra vez? Dante Fenderrelli / Flor Afegã / Tratore / R$ 24,90
alt.NY
O criador de Hellboy (Mignola) e um experiente autor de FC e fantasia (Golden) se unem para contar o romance ilustrado de uma Nova York alternativa, meio submersa desde 1925. Em meio a seres anfíbios mutantes, uma dupla de andarilhos vive as mais improváveis aventuras. Joe Golem e a cidade submersa / Christopher Golden e Mike Mignola / Gutenberg / 272 p./ R$ 43,90/ grupoautentica.com.br
Vampiros vs. nazis
1941: em meio ao inverno soviético, soldados nazistas congelam até os ossos. Mas o pior ainda está por vir quando eles descobrem que, não importa o quanto tentem, existe algo ainda mais eficiente do que eles na fina arte de matar seres humanos. Mais uma HQ da ótima série de vampiros 30 Dias de Noite. 30 Dias de Noite: Neve Rubra / Ben Templesmith / Devir/ 104 p./ R$ 24,90/ devir.com.br
Verdes anos
Traduzida direto do russo por Maria Aparecida Botelho Soares, esta trilogia, narrada em primeira pessoa pelo personagem Nikolai Irtêniev, é uma radiografia completa da Russia Czarista, desde sua infância no campo feudal até os costumes da burguesia moscovita. Grandioso, como todo o Tolstói. Infância, Adolescência, Juventude/ Lev Tolstói / L&PM/ 400 p./ R$ 25/ lpm.com.br
Roda de segunda-feira
Evento que acontece todas as segundas-feiras há oito anos no Rio de Janeiro, o Samba do Trabalhador lança este DVD, que mostra a roda de forma bem próxima e íntima para o espectador. 16 faixas reunindo bambas de várias gerações. Moacyr Luz & Samba do Trabalhador / Ao Vivo No Renascença Clube / Lua Music / CD: R$ 25 / DVD: R$ 39
Beast files
Arquivos da Besta: gravado durante a turnê do LP Seventh Son Of A Seventh Son (1988) este DVD traz o show e mais alguns documentários. Captura a banda já consolidada, a caminho da estagnação em que está até hoje. Iron Maiden / Maiden England 88 / EMI / DVD Duplo: R$ 74,90 / CD: R$ 59,90
O Rachmaninoff da Valentina
Acompanhada da London Symphony Orchestra, a pianista russa Valentina Lisitsa sola os concertos (piano e orquestra) do conterrâneo Sergei Rachmaninoff (1873-1943). Bonito, mas a crítica especializada andou reclamando que a moça não alcançou os “recessos mais sombrios” das composições. Valentina Lisitsa / Rachmaninov: Piano Concertos 1 to 4 / Decca - Universal / R$ 42,90
Western moderno
Charlie e Eli Sister são irmãos que vivem de golpes e assassinatos por encomenda no Velho Oeste. A caminho da Califórnia para mais um serviço, a dupla se depara com um pouco de tudo: tiroteios, jogatina, prostitutas, um urso e até dramas de consciência. Hilariante. E veloz como um bom cavalo de fuga. Os Irmãos Sister / Patrick deWitt / Planeta/ 208 p./ R$ 29,90 / editoraplaneta.com.br
Contos do vampiro
O vampiro de Curitiba vai direto na jugular nesta coletânea de contos que reúne excertos e ideias de outros livros seus. Entre gatos, anãs, vizinhos, cigarros e a cidade adormecida, Trevisan investiga o que há de desconcertante e incerto na rotina de seres até então ordinários. Frufru Rataplã Dolores / Dalton Trevisan / L&PM/ 128 p./ R$ 14/ lpm-editores.com.br
Paella de referências
Nocilla é a nutella espanhola. E também dá nome a este livro, que, por sua vez, deu origem à geração nocilla, jovens autores pós-Nocilla Dream, tamanho o seu sucesso. São dezenas de microcapítulos que podem estar interligados. Ou não. Uma paella de referências. Nocilla Dream / Agustín Fernández Mallo / Companhia das Letras/ 216 p./ R$ 35/ companhiadasletras.com.br
Oitavo álbum da banda inglesa de brit pop. A morte do baterista em 2010 rendeu uma obra um tanto mais sombria do que de costume. Mas é um belo disco, com destaque para as guitarras pesadas de Catacomb e a fluência pop de In a Moment. Stereophonics / Graffiti On The Train / Lab 344 / R$ 29,90
Metal confessional
Banda paralela de Corey Taylor (líder do Slipknot), o Stone Sour tem ganhado mais elogios da crítica do que a banda oficial. Tudo graças a discos como este, no qual Taylor assume um tom mais confessional, em canções mais elaboradas. Stone Sour / House of Gold and Bones Part 2 / Warner / R$ 37,90
Tem barítono no samba
Agradável surpresa, Tabajara Assumpção bota o vozeirão barítono e a formação erudita a serviço do samba e (variações diversas) neste belo álbum em que homenageia São Paulo, a poesia concreta e musas inspiradoras. Fluente, descontraído, afiado. Tabajara Assumpção / Sampa Samba / Tratore / R$ 27,90
Loops profissionais
Com 20 anos de experiência, o DJ Fabricio Peçanha apresenta seu primeiro CD autoral, com set de 11 onze faixas. Para quem não é do ramo, parece uma só, mas a sequência hipnótica de loops em crescendo e beats sintéticos soa profissa. Fabrício Peçanha / Silver Lining / Moodmusic / Preço não divulgado
Rodo religio$o
Com um som na linha da Comunidade Nin-Jitsu (funk carioca com guitarras e vocais gritados), os Miami Bros. passam o rodo nos pastores evangélicos e sua igrejas / empresas, padres pedófilos, Xuxa e o diabo a quatro. Trilha para a JMJ. Miami Bros. / O Templo Não Para / Tamborete - Brechó / R$ 6.66
Recuerdos do underground fortalezense
Remanescente da cena rock de Fortaleza dos anos 1970 / 80, Mona Gadelha relembra aqui as canções que embalaram a cidade na época, sempre encharcadas de lirismo e musicalidade blues. Um belo trabalho, com influências de Rita, Raul e Zé. Mona Gadelha / Cidade Blues Rock Nas Ruas / BrazilBizz / R$ 25
Sem salvação
O Fall Out Boy, a despeito de vender milhões de discos e ter até algum respaldo crítico (por incrível que pareça), é uma das piores bandas de rock do planeta. Este novo CD, o primeiro desde 2008, é mais um pesadelo típico da geração American Idol. Horroroso. Fall Out Boy / Save Rock And Roll / Universal / R$ 29,90
O popsambalanço do parceiro
Sobrinho do saudoso Paulo Moura, Gabriel é parceiro de Seu Jorge em hits regravados neste CD, como Mina do Condomínio e Quero Ver Você no Baile, entre outros. O próprio Seu Jorge canta com Gabriel Miss Favela. Popsambalanço carioca com tratamento eletrônico aqui e ali. Gabriel Moura / Karaoke Tupi 2 / Som Livre / R$ 22,90
Wllie The Wise Man
Lenda viva da música de raiz norte-americana, Willie Nelson investe aqui em um álbum de perfil romântico e sonoridade suave, para dançar de rostinho colado. Destaques para a versão abolerada da faixa- título, de Irving Berlin. Romântico sem ser brega. Willie Nelson & Family / Let's Face the Music and Dance / Sony Music / R$ 29,90
Funk carioca de gaúcho e com guitarras
Autossuficiente, a cena rock gaúcha guarda preciosidades pouco conhecidas no resto do país, como a Comunidade Nin-Jitsu. Mistura bagaceira de hard rock e hip hop, faz bonito diante de multidão de fãs. Traz também uma das últimas aparições ao vivo de Chorão. Comunidade Nin-Jitsu / Ao Vivo No Opinião / Coqueiro Verde / DVD: R$ 21,90 / CD: $ 19,90
Não é o Bryan
Com um timbre de voz que lembra muito o inexcedível Bryan Ferry, as canções do português David Fonseca soam pouco melhores do que um Coldplay genérico. Não é ruim, mas também não arrebata. A cena pop lusa é melhor do que isso, vide o fantástico Mundo Pequenino, da banda Deolinda. David Fonseca / Seasons Rising - Seasons Falling / Universal Music / R$ 38,90
Ainda não disse a que veio
Headliner de grandes festivais no hemisfério norte, a banda francesa Phoenix, a bem da verdade, ainda não mostrou bem a que veio. Neste segundo CD, mandam melhor em faixas mais experimentais, como a título, Oblique City e Drakkar Noir. Nota 6. Phoenix / Bankrupt! / Warner / R$ 31,90
A nova do Snoopy
Puristas vão chiar, mas até que não ficou ruim: este álbum é uma quadrinização contínua de várias tiras originais de Charles Schulz e um especial de TV. Ela foi toda adaptada e redesenhada por outros artistas (no estilo do criador, claro) e é o primeiro volume de uma nova série de HQs. Vale conferir. Snoopy: A Felicidade é um Cobertor Quentinho! / Charles Schulz / Nemo/ 88 p./ R$ 28/ editoranemo.com.br
Bergman com policial
Belo romance policial do espanhol Krmpotic, se passa durante a ditadura argentina. O autor alterna a narração em primeira pessoa entre vários personagens, em meio a uma trama de vingança. Elogiado pela crítica, foi descrito como uma mistura de Ingmar Bergman com thriller policial. As Três Balas de Boris Bardin / Milo J. Krmpotic / Tordesilhas / 128 p. / R$ 29,50 / tordesilhaslivros.com.br
Fique sabendo
Fenômeno editorial espanhol, a coleção Breve História chega ao Brasil. Os primeiros volumes são Incas e Vikings. Como o nome diz, conta de forma resumida, descomplicada e com muitas imagens a história desses povos, sempre escrita por pesquisadores e especialistas. Breve História: Incas e Vikings / P. T. Cortez e M. Velasco / Versal / 224 e 188 p. / R$ 35 (cada) / versal.com.br
Sobrou pretensão, faltou talento
O cantor e compositor Dante Fenderrelli estreia com este CD em que mistura guitarras distorcidas meio grunge com cello e piano. Interessante, mas carecia de melhor produção. Ele canta meio engraçado também, como se forçasse a rouquidão. Tente outra vez? Dante Fenderrelli / Flor Afegã / Tratore / R$ 24,90
alt.NY
O criador de Hellboy (Mignola) e um experiente autor de FC e fantasia (Golden) se unem para contar o romance ilustrado de uma Nova York alternativa, meio submersa desde 1925. Em meio a seres anfíbios mutantes, uma dupla de andarilhos vive as mais improváveis aventuras. Joe Golem e a cidade submersa / Christopher Golden e Mike Mignola / Gutenberg / 272 p./ R$ 43,90/ grupoautentica.com.br
Vampiros vs. nazis
1941: em meio ao inverno soviético, soldados nazistas congelam até os ossos. Mas o pior ainda está por vir quando eles descobrem que, não importa o quanto tentem, existe algo ainda mais eficiente do que eles na fina arte de matar seres humanos. Mais uma HQ da ótima série de vampiros 30 Dias de Noite. 30 Dias de Noite: Neve Rubra / Ben Templesmith / Devir/ 104 p./ R$ 24,90/ devir.com.br
Verdes anos
Traduzida direto do russo por Maria Aparecida Botelho Soares, esta trilogia, narrada em primeira pessoa pelo personagem Nikolai Irtêniev, é uma radiografia completa da Russia Czarista, desde sua infância no campo feudal até os costumes da burguesia moscovita. Grandioso, como todo o Tolstói. Infância, Adolescência, Juventude/ Lev Tolstói / L&PM/ 400 p./ R$ 25/ lpm.com.br
Roda de segunda-feira
Evento que acontece todas as segundas-feiras há oito anos no Rio de Janeiro, o Samba do Trabalhador lança este DVD, que mostra a roda de forma bem próxima e íntima para o espectador. 16 faixas reunindo bambas de várias gerações. Moacyr Luz & Samba do Trabalhador / Ao Vivo No Renascença Clube / Lua Music / CD: R$ 25 / DVD: R$ 39
Beast files
Arquivos da Besta: gravado durante a turnê do LP Seventh Son Of A Seventh Son (1988) este DVD traz o show e mais alguns documentários. Captura a banda já consolidada, a caminho da estagnação em que está até hoje. Iron Maiden / Maiden England 88 / EMI / DVD Duplo: R$ 74,90 / CD: R$ 59,90
O Rachmaninoff da Valentina
Acompanhada da London Symphony Orchestra, a pianista russa Valentina Lisitsa sola os concertos (piano e orquestra) do conterrâneo Sergei Rachmaninoff (1873-1943). Bonito, mas a crítica especializada andou reclamando que a moça não alcançou os “recessos mais sombrios” das composições. Valentina Lisitsa / Rachmaninov: Piano Concertos 1 to 4 / Decca - Universal / R$ 42,90
Western moderno
Charlie e Eli Sister são irmãos que vivem de golpes e assassinatos por encomenda no Velho Oeste. A caminho da Califórnia para mais um serviço, a dupla se depara com um pouco de tudo: tiroteios, jogatina, prostitutas, um urso e até dramas de consciência. Hilariante. E veloz como um bom cavalo de fuga. Os Irmãos Sister / Patrick deWitt / Planeta/ 208 p./ R$ 29,90 / editoraplaneta.com.br
Contos do vampiro
O vampiro de Curitiba vai direto na jugular nesta coletânea de contos que reúne excertos e ideias de outros livros seus. Entre gatos, anãs, vizinhos, cigarros e a cidade adormecida, Trevisan investiga o que há de desconcertante e incerto na rotina de seres até então ordinários. Frufru Rataplã Dolores / Dalton Trevisan / L&PM/ 128 p./ R$ 14/ lpm-editores.com.br
Paella de referências
Nocilla é a nutella espanhola. E também dá nome a este livro, que, por sua vez, deu origem à geração nocilla, jovens autores pós-Nocilla Dream, tamanho o seu sucesso. São dezenas de microcapítulos que podem estar interligados. Ou não. Uma paella de referências. Nocilla Dream / Agustín Fernández Mallo / Companhia das Letras/ 216 p./ R$ 35/ companhiadasletras.com.br