Uma das representações mais tradicionais do hip hop baiano, a banda Simples Rap’ortagem (ao lado, na foto de Leo Azevedo) tem ganhado bastante evidência no cenário local nos últimos anos.
Na ativa desde 1996 (!), a Simples já passou por diversas formações e se apresentou em São Paulo e pelo Nordeste – porém, só conseguiu lançar seu primeiro álbum no ano passado: Em Primeira Mão,disponível para download gratuito no site oficial da banda.
Hoje, a Simples são dois MCS: o membro fundador Jorge Hilton e Preto Dú, incorporado há dois anos e meio.
Em janeiro último, ganharam uma inesperada exposição na grande mídia local ao se apresentarem ao lado de Saulo Fernandes e da Banda Eva, durante o último Festival de Verão.
“Já sabíamos que Saulo é um cara com um perfil diferente dentro do cenário do axé. Aí nossa produção ligou para ele, propondo uma parceria”, conta Preto Du.
“Ele aceitou de cara. Fizemos uma versão de uma música dele, Que Batuque é Esse. Tempos depois, ele nos ligou, convidando para se apresentar com a Banda Eva no Festival de Verão. Ele cantou uma música chamada Tudo Bem em Salvador. Na sequência, nos chamou no palco para cantar uma música que diz justamente o contrário, Dá Pra Ver. A experiência foi incrível”, relata.
Na vitrine do Red River
Neste mês de julho, a dupla se apresenta todos os sábados no Donna Cheffa Pizza Music Bar, acompanhados de banda enxuta, formação power trio: Cesar Araujo (baixo), Afro Mocca (guitarra) e Gabriel Cruz (bateria).
O Donna Cheffa fica bem no olho do furacão das agitadas nights do Rio Vermelho, defronte o Largo da Dinha. A intenção, claro, é formar público, se apresentando para a diversificada fauna do Red River.
“A gente faz umas palestras em cursinhos de classe média pra garotada e eles adoram. Até por que o rap da Simples não tem essa coisa de ficar só falando de racismo, periferia etc”, explica Preto.
“A gente fala de problemas sociais, claro. Mas com humor e também muita poesia. Isso acaba conquistando a galera mesmo”, acredita.
Letras dedo na ferida
De fato, dá gosto ouvir o trabalho da Simples. Com arranjos eficientes e samples que evidenciam bom conhecimento de black music, a dupla se esmera não só em cantar as belezas da Bahia, mas também em apontar as (lamentáveis) semelhanças entre o pagode baiano e o rap bling-bling americano (Rap da Suingueira), em levantar bandeiras contra a homofobia (Que Babado) e contra a violência doméstica (Corte o Mal Pela Raiz) e outras boas causas.
Nos próximos sábados, a nova black music baiana está em cartaz no Rio Vermelho. Vá lá.
Noites Remixadas / Sábados de julho, 22 horas / Simples Rap'ortagem e Afro Jhow (dia 28) e Sr. Rânneo & Mc Kdu + DJ M.Jay (14 e 21) / Donna Cheffa Pizza Music Bar (Rio Vermelho, em frente Largo da Dinha) / R$ 20 e R$ 10 / casadinha: R$ 20 (Até 23h)
Baixe: www.simplesrap.com
NUETAS
Pã: domingo e grátis
A banda Pã, do guitarrista Libório, lança seu disco Pesado & Sujo em show gratuito com Chip Trio. O CD já está disponível para download no liborioliborio.wix.com/panrock#!cd. Domingo, no Dubliner’s Irish Pub, 16 horas. 14 anos.
Triunvirato às terças
Temporadas mil em julho. Além de Simples Rap’ortagem, Falsos Modernos (quartas no Donna Cheffa), mais duas merecem atenção. Triunvirato, trio de jazz formado por Marcelo Galter (piano), Mauro Tahin (bateria) e Ldson Galter (contrabaixo), se apresenta às terças no Visca Sabor & Arte. 21 horas, R$ 10.
E Diego O. às sextas
Já às sextas, o mesmo Visca abriga Diego Orrico & The Blues Bullets. 21 horas, R$ 14.
Jera Cravo: workshop de gravação no WR
O produtor fonográfico (e fotógrafo) baiano Jera Cravo, atualmente residindo no Canadá, volta à cidade em agosto, para ministrar um workshop de gravação e mixagem nos Estúdios WR. Será nos dias 4 e 5, das 9 da manhã até as 18 horas.O investimento é de R$ 400 – via depósito bancário (com 5% de desconto), Pagseguro (10 vezes semjuros) ou Paypal. Inscrições e informações: www.jeracravo.com.
rap'ortagem broca
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