Se hoje em dia “artistas” competem entre si para ver quem mais tem mais seguidores no twitter, houve um tempo em que bandas de rock rivalizavam para ver quem fazia a obra de arte mais espetacular e ambiciosa.
E a rivalidade mais famosa (e frutífera) entre todas que marcaram o rock se deu nos anos 1960, entre os Beatles e a californiana The Beach Boys (foto de Guy Webster).
É uma história já bem conhecida entre apreciadores. Quando os Beatles lançaram o genial Revolver (1966), os Beach Boys responderam, no mesmo ano, com uma obra-prima: Pet Sounds, LP que Paul McCartney diz conter a única canção que já o fez chorar: God Only Knows.
Pet Sounds instigou os Fab Four, levando a briga para outro nível ainda mais complexo, adicionando ao caldeirão psicodélico vigente à época recursos sofisticados, como arranjos orquestrais, experimentações de vanguarda, referências literárias e folclóricas.
Foi a senha para os Beatles e seu mentor, o maestro Sir George Martin, despirocarem de vez no estúdio Abbey Road. O resultado foi o mítico, o insuperável Sargeant Pepper’s Lonely Hearts Club Band (1967).
Foi demais para o juízo de Brian Wilson, líder dos Beach Boys. Empenhado em criar, ao lado do letrista Van Dyke Parks, o que ele definiu como uma “sinfonia adolescente para Deus”, Wilson se debatia entre conceitos cada vez mais ambiciosos, a pressão da gravadora Capitol (que aliás, não estava gostando nada da ideia deles criarem, em paralelo a tudo isso, um selo independente) e a própria loucura que permeou o zeitgeist da segunda metade da década.
Também não ajudou muito costume de Wilson de ingerir ácido lisérgico (o famoso LSD) como se fossem pastilhas Tic Tac. Resultado: o gênio dos Beach Boys, seu principal compositor, saiu do ar. Pirou o cabeção, como se diz hoje em dia.
Entre outras estripulias, ele exigiu que os músicos usassem chapéus de bombeiro na gravação da faixa Fire. Em outra ocasião, mandou afundar um piano na piscina para ver o som que sairia dali.
Wilson estava tão confuso, as ideias estavam tão desconexas e o resultado das sessões de gravação, tão fora do normal, que, em maio de 1967, o assessor de imprensa da banda anunciou que Smile não seria mais lançado.
Para tapar o buraco com a Capitol, a facção da banda que ainda conseguia pensar objetivamente soltou às presas o LP Smiley Smile (1967), que trazia algumas faixas aproveitadas de Smile em arranjos mais simples, como Good Vibrations, Heroes and Villains e Wind Chimes.
O disco foi recebido com frieza, e, depois desse episódio, a banda nunca mais foi a mesma. Engavetado, Smile teve diversas faixas lançadas em bootlegs (discos piratas) ao longo das décadas.
Em 2004, recuperado dos problemas mentais, Brian Wilson regravou o disco ao vivo, com sua banda solo, no CD Brian Wilson Presents Smile, para aclamação crítica.
Agora, finalmente, as sessões originais de Smile chegam à tona, em diversos formatos: CD simples (lançado no Brasil), LP duplo e os lucrativos box sets com trocentos CDs, LPs, compactos, livro em capa dura, memorabilia e demais frescuras.
O que importa é que a música de Smile, finalmente, resplandece em uma longa sinfonia de melodias iluminadas como uma tarde de verão à beira-mar.
É um álbum fácil? Não exatamente. Algumas faixas soam como uma colagem de trechos sem muita conexão entre si.
Mas canções centrais do álbum, como Surf’s Up, Good Vibrations, Heroes and Villains e Cabin Essence transcendem o complexo conceito geral, encantando o ouvinte à primeira audição.
Smile talvez não seja o melhor disco dos Beach Boys (Pet Sounds, mais fluido e objetivo, ainda é o campeão), mas, no fim das contas, merece sim, figurar entre os LPs míticos do rock.
Para completar o pacote, em dezembro, os membros remanescentes dos Beach Boys, Brian Wilson, Mike Love, Al Jardine, Bruce Johnston e David Marks anunciaram que voltarão aos palcos e estúdios em 2012, comemorando os 50 anos da banda.
É primeira vez em décadas que Wilson se juntará aos antigos companheiros. No dia 12 de fevereiro, a banda dá o chute inicial, se apresentando na cerimônia do prêmio Grammy.
Smile / The Beach Boys / Capitol - EMI / edição nacional (CD simples): R$ 26,90 (preço médio) / LP importado: R$ 124,90 / The Smile Sessions Box Set (inclui cinco Cds, 2 Lps, 2 compactos de sete polegadas, poster 24 x 36 cm com arte de capa assinada pelo artista plástico Frank Holmes e livreto de 60 páginas com notas de produção): US$ 130.49
Grande Irvine Welsh!
ResponderExcluirhttp://omelete.uol.com.br/cinema/filth-adaptacao-do-livro-do-autor-de-trainspotting-tem-novidades-no-elenco/
Engraçado, por que ontem (ou foi anteontem) mesmo acabei de ler um livro dele, Crime (saiu no Brasil pela Rocco), que achei espetacular. E o personagem principal, o policial Ray Lennox, é o mesmo que aparece em Filth, que vai ser adaptado agora para o cinema.
Será que rola o filme de Crime na sequencia? Tomara, por que é um livrão! E vou procurar esse Filth pra ler tb!
Alguem aí vai um spoiler PESADO sobre Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge?
ResponderExcluirhttp://omelete.uol.com.br/batman-o-cavaleiro-das-trevas-ressurge/cinema/batman-o-cavaleiro-das-trevas-ressurge-atriz-mirim-revela-segredo-do-filme/
Alguém? Buuuueller?
Esse material dos X-Men é a cara dos anos 1990, quando quelquer coisa com um "X" na capa vendia que nem água.
ResponderExcluirhttp://omelete.uol.com.br/x-men/quadrinhos/era-do-apocalipse-saga-dos-x-men-vai-ser-republicada-no-brasil/
Mas é ruim. A pergunta que fica é: pra que republicar um material tão fraco? Ah, é mesmo: pra ganhar dindim! Duh!
A luta continua:
ResponderExcluirhttp://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI5568020-EI6578,00-Desocupa+Joao+e+campanhas+querem+saida+do+prefeito+de+Salvador.html
É como disse o italiano lá: Va da bordo, João! Cazzo!
ResponderExcluirJá foi a grande Etta James.
ResponderExcluirhttp://br.omg.yahoo.com/noticias/aos-73-anos-morre-cantora-etta-james-164300522.html
RIP.
todo ano eu leio que relançaram o smile...mas num foi a audição do rubber soul que fez que os garotos da praia lançassem o pet sounds?
ResponderExcluirpelo menos li assim uma certa vez...pq ambos os 2 discos são de 66, o revolver e o pet.
o "nosso" prefeito tá ferrado...e nem existe + acm pra ele jogar a culpa em cima-hehehehe.
eu vi que a Etta morre, pensei logo no blog, pois falou dela dia desses...vc tá matando os ícones é Chiconha?
fala de restart aí-hehehe
e que porra é essa de disco fácil ou difícil? é matemática ou filosofia?
ehhehehe
o + curiso é que o juaum foi reeleito no 1o turno...e o povo agora reclama...devia é aguentá-lo até o fim né?
ResponderExcluirnum pediram ele? tome-o...
num diz o velho ditado que cada povo tem o mandante que merece?
Brian Wilson de volta com os outros originais pra uma tour e mais um disco novo?Q noticia maravilhosa!Estamos em janeiro e ja arrisco dizer q foi a melhor noticia do ano em termos de musica.Tao bom quanto isso so a volta do Grand Funk Railroad,pelo menos o trio inicial.
ResponderExcluirChico,se vc me permite,o Pet sounds foi lancado antes do Revolver,acho q 1 ou 2 meses antes.O Brian Wilson declara publicamente q o Rubber Soul foi a sua inspiracao pra conceber o Pet Sounds,por sua vez o George Martin diz q "sem o Pet Sounds nao haveria o Sgt Peppers",isso tudo ta escrito no encarte do cd do Pet Sounds.Foi um ping pong de influencias magnifico!Eu ja ouvi uma estoria q pior do q o uso das drogas ou de pressoes contratuais,o Brian Wilson tinha uma forte tendencia a esquizofrenia e tambem na sua infancia levou umas surras bem dadas do seu pai,isso tudo fudeu com a caixola dele,o q mais tarde junto com os demais problemas resultou nessa piracao.
E concordo,nos bons tempos a rivalidade entre as bandas era travada atraves de discos classicos,apesar de as vezes ter rolado umas farpas (principalmente Beatles X Stones),a coisa era feita em alto nivel e os fans eram os maiores beneficiados com altos sons.
Em 2006/2007 o Brian Wilson fez uma tour comemorativa dos 40 anos do Pet Sounds,logicamente tocou o petardo na integra,foram shows memoraveis, e o Al Jardine se juntou a ele,o q deu ainda mais um clima de Beach Boys.
Desculpem a nossa (minha) falha.
ResponderExcluirQuis moleque feio do cão!
ResponderExcluirhttp://omelete.uol.com.br/series-e-tv/beavis-e-butt-head-veja-como-seriam-os-personagens-da-animacao-na-vida-real/
Teve gente que ficou com lágrimas nos olhos ao saber disso...
ResponderExcluirhttp://omelete.uol.com.br/musica/morrissey-pode-fazer-quatro-shows-no-brasil/
rapá, claro que eu veria sempre o velho Mozz...mas pra mim eu vi ele quando eu era FANZAÇO, em 2000, depois disso eu acho que ele "caiu" um pouco, claro que o Mozz "caído" é mejor que muita banda no "auge"...e olha que nem vi o mejor show dele, q foi no Rj...deveria ter visto todos,ou pelo menos o de SP...ele era + rocker...agora tá muito crooner pro meu gosto..mas se for perto e tiver dimdim, quem sabe...
ResponderExcluirserá que o Mozz tá precisando de uns trocados pra tocar por aqui?
ResponderExcluirehhehe
e depois que show de rock por aqui virou coisa de adolescente histérico, fan de sandy e jr, ir pra um show tipo o de mozz e ver vários "fans" chatinhos cantando + alto que ele deve ser um SACO.
Programinha interessante. O trailer, pelo menos, é alucinante. Segue release:
ResponderExcluirFilme da dupla The Chemical Brothers será exibido em 6 cidades brasileiras
“Don’t Think”, que terá estreia mundial em São Paulo, é o primeiro filme-concerto com imersão total e mixado em som Dolby 7.1 a ser visto no país
Quem gosta de música eletrônica pode se preparar, pois o UCI Jardim Sul, em São Paulo, exibirá simultaneamente com mais 20 cidades de todo o mundo, no dia 26 de janeiro, a pré-estreia do show Don’t Think, protagonizado pelo The Chemical Brothers. Mas os fãs da dupla do restante do país podem ficar tranquilos; em fevereiro, o filme estreia também nas telonas de Rio de Janeiro, Fortaleza, Curitiba, Salvador e Recife.
A produção, dirigida por Adam Smith, apresenta cenas inéditas do show da banda durante o Fuji Rock Festival, em julho de 2011, no Japão. Este é o primeiro filme-concerto com imersão total e mixado em som Dolby 7.1 a ser exibido no Brasil.
Todas as imagens deste espetáculo audiovisual foram registradas por 21 câmeras espalhadas pelo palco e pelo público formado por mais de 50 mil fãs. O concerto, o primeiro a ser documentado em 20 anos de carreira de Tom Rowlands e Ed Simons, exibe um show de som, luzes e efeitos, que mergulha a multidão em uma experiência única e vibrante.
A venda antecipada de ingressos para as sessões de pré-estreia e estreia já começou. As entradas custam R$ 50 (inteira) e podem ser adquiridas nas bilheterias do cinema e no site www.ingresso.com.br .
Confira abaixo as datas de exibição do filme nos cinemas:
São Paulo | UCI Jardim Sul: 26 de janeiro (estreia mundial) e 3 e 4 de fevereiro
Rio de Janeiro | UCI New York City Center: 1º e 2 de fevereiro
Fortaleza | UCI Ribeiro Fortaleza Iguatemi Shopping: 2 e 3 de fevereiro
Curitiba | UCI Palladium 2 e 3 de fevereiro
Salvador | UCI Orient Iguatemi Salvador: 3 e 4 de fevereiro
Recife | Kinoplex Recife Shopping: 3 e 4 de fevereiro
Amanhã, post novo. Possivelmente, sem tantos erros...
ResponderExcluirNada pra fazer...vamos tripudiar!!!
ResponderExcluirOs EUA ( impressa e formadores de opinião musical de mãos dadas) já me encheram o saco com essa conversa: Beach Boys, Pet sounds, Smile, pra se comparar com o Beatles; sejamos razoavéis....NÃO CHEGARAM PERTO PORRAAAAAAAA, não dá pra comparar nem pontualmente nem no conjunto das obras. O BBs são ótimos, mais.....MENOS!!!!
O empresário do Wilco mandou um email dando bronquinha (ou quase isso) no blogueiro oficial de hypes.
ResponderExcluirhttp://omelete.uol.com.br/musica/wilco-pode-voltar-ao-brasil-em-marco/
Bom, Nei, um certo Paul McCartney discorda de você. Eu também. E um bando de "formadores de opinião" também.
ResponderExcluirA quem interessar possa...
ResponderExcluirHOJE, 24/01 VandexTV com Cascadura!
O Papo e o som rolando - Ao Vivo! Berlim Puro!
Pire pelo site: www.vandex.com.br
Uhú! Dimaissss!
ResponderExcluirhttp://omelete.uol.com.br/marvel-comics/quadrinhos/fury-max-garth-ennis-vai-fazer-nova-minisserie-adulta-com-nick-fury/
Cebola, Macca gostou de UMA MÚSICA DE UM DISCO, e além de tudo é um rapaz educado, isso não quer dizer que todo artista que um Beatle gostar de ouvir pode ser comparado com eles..acorda Alice!!
ResponderExcluirÓi, vocês que são brancos que se entendam!
ResponderExcluirCuidado com o revisionismo. Pode levar a equivocos, como achar que em 65, 66 os Beach Boys tinham algum tipo de comparação com os Beatles em termos influencia, estatura, ect. Fica parecendo que houve uma troca entre iguais em 66 entre Beatles e os B.B. O reconhecimento da fase dos Pet Sounds dos Beach Boys veio depois, devido principalmente a gente como os Beatles , que eram então uma banda de vanguarda e com boa dose de generosidade, ligada em novas bandas e novos sons.A carreira dos Beatles não tem paralelo paralelo com nenhuma outra banda do rock, seja em termos de influencia, inovação ( para uma banda de grande porte) e com uma qualidade inegavel. Falo isso com tranquilidade porque não fanzaço dos Beatles, desta geração sou fanzaço do Who, mas negar a historia não dá. Contexto galera.
ResponderExcluirNei, se vc precisar de fatos eu os tenho em um calhamaço de quase mil páginas de uma biografia de Paul. Esta UMA musica de que voce fala é a que ele considerou A melhor de todos os tempos. O resto do disco ele decorou, entendeu, pensou, tomou as rédeas da bagaça beatle nas mãos e cometeu Sgt Peppers. Alice manda avisar que também leu um pouquinho.
ResponderExcluirAh sim. EU sou fanzaço de beatles. E de contexto também. Mas curto fatos ainda.
ResponderExcluirFinalizando e contextualizando: Pet sounds é tão bom e quanto qualquer disco dos Beatles, em qualquer fase.
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