Todo clichê costuma ter um fundo de verdade. Até por que nada se torna um clichê a toa. Aquele que diz que “por trás de todo grande homem há uma grande mulher” acaba de ganhar mais uma confirmação com o recém-lançado álbum de HQ Essa Bunch é um Amor (Conrad).
Sua autora, Aline Kominsky-Crumb, como o nome indica, é a esposa de ninguém menos que Robert Crumb, um dos maiores quadrinistas de todos os tempos – depois da morte de Will Eisner em 2005, não seria exagero dizer que se trata de um dos dois mais importantes artistas vivos de HQ, ao lado de Alan Moore (Watchmen).
E esse peso, o de ser casada com um ícone desde 1978, está bem patente em boa parte das HQs de Essa Bunch é um Amor, que reúne histórias criadas desde o início de sua carreira, no começo da década de 1970, até meados dos anos 1990. Mas esse fato não afeta em nada o brilho do seu trabalho.
Aline Kominsky-Crumb está longe, bem longe, de ser apenas “a mulher do Robert Crumb”.
Au revoir, América
Essa jovem senhora, hoje com 63 anos, nascida em uma família judia de classe média de Long Island (Nova York), já carregava em si, desde os primeiros trabalhos, a marca do humor anárquico, despudorado e autodepreciativo tão comum aos outros humoristas / cartunistas de sua geração – especialmente os de origem judaica.
Assim como Woody Allen (e seu próprio marido), Aline também demonstra verdadeiro horror ao espírito do norte-americano branco médio (o tal do redneck), aquele tipo consumista que dirige carros SUV, vota em políticos do Partido Republicano e faz churrasco de hambúrguer no quintal no fim de semana.
Não a toa, foi ela quem fez a maior pressão em Robert para que se mudassem em definitivo para uma vilazinha no interior da França, aonde vivem desde o início dos anos 1990.
Neuroses femininas
Com seu traço a primeira vista um tanto tosco – mas que evoluiu bastante ao longo das décadas –, Aline cria HQs em que basicamente conta, com fluência espantosa e sinceridade absoluta, episódios de sua vida.
Desde os tempos de Long Island, quando seu pai ficou horrizado ao ver seus primeiros trabalhos na escola de arte (“Que diabo é isso? Pago esses idiotas para ensinarem lixo pra minha filha?”, pergunta ele, irado, em plena exposição), até a casa dos 40 anos, morando na França e lutando para se livrar do sotaque de Nova York.
Outro ponto de atração inequívoco no trabalho de Aline – especialmente para as mulheres – é sua abordagem das neuroses tipicamente femininas, como a preocupação com peso, a insegurança, o esforço para ser aceita em turminhas descoladas na juventude, para acompanhar a moda e a autopressão em se firmar como artista, independente do marido famoso.
Além de um amor, essa Bunch é também um sucesso.
Essa Bunch é um Amor / Aline Kominsky-Crumb / Conrad/ 160 p./ R$ 49,90/ www.lojaconrad.com.br
Isso sim vale a pena comentar...e ler!
ResponderExcluirMas não acho que ela deveria perder seu sotaque...umas pessoas dizem que tenho pra caralho, outras nem tanto, adoro ter um sotaque baiano, mas particular...influênciado pela minha história de vida...sem querer imitar ninguém de outra cidade ou país...mas talvez pra ela seja horrível pertecer a cultura que ela cresceu...e olha que ela é de NY...imagine...
mas não vamos longe não amigos:
http://vnnforum.com/showthread.php?t=121280&page=3
Acidentalmente hoje entrei nesta merda...aqui no Br mesmo...mas abaixo tem umas fotos de um povo dos EUA (creio que seja) colocando armas nas mãos de crianças...só pode ser algo doentio...pena que o mundo não acabe mesmo em 2011...
Porra, vou procurar minha vilazinha por aqui tb...até pensei já, mas me censuraram e não deixaram ir...agora quem não queria q eu fosse nem vejo + direto...foda...mas não pense Aline que todos os franceses sejam libertários por natureza...xenofobia ali num é pouca tb...Le Pen que o diga...e os colaboracionistas...
A humanidade é foda...PEOPLE LOVE HATE, já dizia um pseudo-poeta...
Porra, Sputter, que link sinistro. Preferia não ter visto essa gentalha nojenta. Quem cultua o ódio ao próximo não merece nem viver. Não vale nem o ar que respira. Fico horrorizado com essa escória. Deus me livre.
ResponderExcluirMas Chico... quanto ódio ao próximo... nooossa...
ResponderExcluirfoda bicho...foda...tenho pena das crianças...nem queria postar isso, sinto mal véi, o ar pesa, me deprimo...o mundo sempre foi canalha, desde sempre...até mesmo o crumb já mostrou isso na bíblia...veja o gênesis...destruição e morte...mas tem o outro lado claro...esse é que me mantém em pé...mesmo caído, eu ainda acredito um pouco...
ResponderExcluirmorreu o assunto.
vamos ver um pouco do mar que vale + a pena.