Ex-editor reúne textos autoiográficos do Velho Buk em ordem cronológica
Muito admirado – e também muito imitado, mas jamais igualado – o americano / alemão Charles Bukowski (1920-1994) levou a figura do escritor marginal e beberrão ao paroxismo em obras como Mulheres, Fabulário Geral do Delírio Cotidiano, Notas de um velho safado e Factótum, entre vários outros.
No recém-lançado Bukowski - Textos autobiográficos (L&PM), os leitores já familiarizados com a extensa parte de sua obra já editada no Brasil encontrarão pouca coisa inédita.
O volumão – tem quase 500 páginas – é uma compilação de, como o título já entrega, textos que contam passagens de sua – difícil, alcóolica e, no fim das contas, longa e vitoriosa – vida.
Organizado de forma cronológica, o livro reúne trechos de mais de vinte livros, entre romances e volumes de contos e poemas.
Tudo começa com os textos do espetacular romance Misto quente, no qual exorciza sua infância miserável num subúrbio de Los Angeles, apanhando do pai tirano um dia sim e no outro também, sob o olhar impassível de uma mãe omissa – ou talvez covarde, que não se manifestava para não cair na porrada junto com o filho.
Para veteranos e neófitos
Compilado por John Martin, amigo de longa data e editor de Bukowski na Black Sparrow Press, editora independente que lançou boa parte de sua obra, o livro traz ainda uma quantidade incrível de poemas e trechos de livros como Cartas na rua, Hollywood, Ao sul de lugar nenhum e Numa fria, além dos já citados Mulheres e Factótum, entre outros.
Apesar de trazer pouca coisa inédita, o livro poderá agradar tanto aos leitores veteranos quanto aos neófitos, dado o seu inusitado caráter “autobiográfico involuntário“.
Lendo-o, fica patente que, mais do que um beberrão e fanfarrão sexista, Bukowski era na verdade um ser humano com uma profunda ternura pelo seu semelhante – desde que este não tocasse no seu copo, claro.
Impossível não rir e se emocionar com suas desventuras longa noite americana adentro.
BUKOWSKI - TEXTOS AUTOBIOGRÁFICOS / Charles Bukowski, John Martin (Org.) / Tradução: Pedro Gonzaga e Marcos Santarrita / 480 páginas / L&PM Editores / R$ 66
Ajoelhai-vos, mortais!
ResponderExcluir;-)
ajoelhar jamais, mas tomar uns goles ...
ResponderExcluircláudio moreira
Aí sim, ajoelho, de bêbado, e ergo um brinde ao fia da puta genial. Hollywood tavlez seja meu predileto. Comprá-lo-ei, certo!
ResponderExcluire na fnac.com.br tá por 46,20. De nada.
ResponderExcluire ainda sobra um troquinho pra cerveja,eheheeh...
ResponderExcluirchico, na lista dos melhores da década esqueci um disco perfeito: sean lennon - "friendly fire". PHoda!
ResponderExcluirGLAUBER
bukowski tinha seu encanto no seu tempo. serve como reliquia de uma epoca não tão distante assim.nada mais chato nowadays que um bebado.
ResponderExcluirPermita-me, braméuticvs. Mas discordo com veemência. Querer resumir Bukowisky à um mero bêbado escrivinhador é um reducionismo vão. É como definir Jim Morrison como um drogado decadente. É muito mais do que isso.
ResponderExcluirÉ, Bramis, concordo com Ceboléuris!
ResponderExcluirBêbado, OK, mas um bêbado extremamente talentoso.
Relendo seus textos antigos nesse livro, pude confirmar que o tempo passou, mas sua produção continua atual e melhor do que qualquer autor novo que tenha surgido nesses últimos sei lá, 30 anos.
Imitadores surgiram aos borbotões, mas como disse Cebola, não basta escrever contos bebuns de sarjeta. Até por que ele não era só isso. Tinha muita humanidade em tudo o que ele escrevia.
Ele conseguia transmitir ternura e compaixão sem abrir mão de um milímetro sequer de testosterona e sem se derramar na página. Coisa de alemão, mesmo.
O bêbado chato não era ele, e sim, a fauna de malucos de Los Angeles que o cercava - e que ele transformava em personagens espetaculares, reais pra caralho.
Pra mim, o mestre ainda é o mestre.
Não percam amanhã, no periódico da Tankred Snows Ave., capa e página dupla do companheiro Edu bastos sobre o livrão Led Zeppelin - Quando Os Gigantes Caminhavam Sobre a Terra (Ed. Larousse), biografia de Mick Wall. Resenha, entrevista com o autor, as abertas absurdas do Led etc.
ResponderExcluirApesar do querido led ter sido como um beatles do rock pesado, hj eu percebo como o cream foi muito mais legal
ResponderExcluircláudio moreira
Cláudio Esc, sempre do contra... Se não fosse, também não seria O Esc.
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