O hype da hora! Ops, já passou...
Melhor banda de todos os tempos da última semana, o MGMT (ou The Management) está deslumbrando crítica e hypeiros de plantão com seu rock mezzo psicodélico, mezzo electro. Um curioso – e por vezes divertido – cruzamento entre Flaming Lips e Ladytron, que tem lá suas qualidades, mas está longe de ser a coisa genial que andam dizendo. Para chegar lá, ainda precisam comer muito feijão (com cogumelos, provavelmente). Não por acaso, o CD de estréia foi produzido pelo mesmo produtor dos melhores álbuns dos Lips e do Mercury Rev, Dave Fridmann. Ouvindo com critério, dá para pescar 3 bons singles: Time to Pretend (a letra é uma pérola), Kids e Electric Feel. Nota 6,5.
Oracular Spectacular
MGMT
Sony BMG
R$ 28,90
www.whoismgmt.com
Acrescente água e deguste
O cantor Elvis Costello, revelado na primeira geração do punk britânico, foi, muito provavelmente, aquele com a produção mais prolífica e com a carreira mais constante entre seus pares. Ano sim, ano não, sai um novo álbum deste irlandês, nascido Declan McManus em 1954. O melhor de toda essa inquietação é que Costello simplesmente não perde a mão para criar ótimas composições. Momofuku, o CD mais recente – o título é homenagem ao japonês que criou o macarrão instantâneo – é mais um belo prato cozido pelo cantor. Os ingredientes são rocks básicos e baladas, tudo muito direto e sem frescuras eletrônicas. Este Elvis, vivo como poucos, é hoje um artista no mesmo nível de mestres como Neil Young, Lou Reed e Van Morrison: em termos de som, seus discos podem não trazer nenhuma novidade, mas são sempre uma aula de rock, composição e gravação. Stella Hurt, No Hiding Place e American Gangster são as saborosas provas. É só degustar.
Momofuku
Elvis Costello
Universal
R$ 29,90
www.elviscostello.com
Releitura de pulps derrapa
Subintitulado As Aventuras de Fahfrd & Gatuno, o álbum As Crônicas de Lankhmar traz as adaptações que os astros dos quadrinhos Howard Chaykin (American Flagg!) e Mike Mignola (Hellboy) produziram em 1991 para o extinto selo Epic, da Marvel, a partir dos personagens criados por Fritz Leiber em 1939. Segundo estudiosos da literatura pulp, Leiber definiu, ao lado de Robert E. Howard (Conan, o Bárbaro) as bases do que veio a se tornar o hoje popular gênero espada & feitiçaria: aventuras sangrentas em mundos exóticos entre dragões, mulheres seminuas e feiticeiros malignos. A adaptação de Chaykin e Mignola, apesar de simpática, derrapa nos roteiros pouco inspirados e confusos do primeiro, jogando por terra a homenagem. As histórias simplesmente não engrenam, fazendo o leitor perder o interesse rapidamente. Uma pena, pois os desenhos de Mignola (um mestre do claro-escuro) mereciam coisa melhor.
Crônicas de Lankhmar
Howard Chaykin & Mike Mignola
Devir
200 p. | R$ 45
www.devir.com.br
Altas psicodelias gaúchas
Não é segredo para ninguém que o rock gaúcho é uma cena à parte do resto do Brasil, com sustentação e mercado próprios, além de seus indefectíveis gênios Wander Wildner, Frank Jorge, Júpiter Maçã e aquele que talvez seja o menos conhecido no resto do Brasil, Marcelo Birck. Parceiro de Jorge e do também conceituado Thomas Dreher na lendária Graforréia Xilarmônica (umas das melhores bandas que o Brasil não ouviu), Birck chega ao segundo CD solo com Timbres Não Mentem Jamais, uma tresloucada viagem entre a jovem guarda (que guiava a Graforréia), o psicodelismo, o atonalismo e o experimentalismo aparentado do kraut rock alemão. Se parece complicado para o grande público, isso não parece importar ao músico, que solta todas as petecas em faixas esquisitíssimas e dissonantes, como Cybersurf, Tchap-Tchura, Filme Surf (essa é colagem de sons, mesmo) e Skylab. Birck só alivia em algumas faixas, como Ouça Esta Canção e Muito Mais Além.
Timbres Não Mentem Jamais
Marcelo Birck
Grenal Records
R$ 20
www.marcelobirck.com
Cristianismo em apologia acurada
Gilbert Keith Chesterton (1874 -1936) foi um dos mais importantes escritores, ensaístas e pensadores do seu tempo. Suas idéias influenciaram não apenas outros escritores, como Ernest Hemingway, Jorge Luis Borges, T.S. Eliott e até mesmo o pop Neil Gaiman, mas também apontaram caminhos para ícones da luta pela paz, como Gandhi, Martin Luther King e Michael Collins (um dos fundadores do IRA irlandês). Nascido anglicano, converteu-se ao catolicismo em 1922. Não por acaso, seu personagem mais famoso, o detetive Padre Brown, é um religioso. Em Ortodoxia, Chesterton faz a sua defesa do cristianismo com a pena afiada que lhe era peculiar.
Ortodoxia
G. K. Chesterton
Mundo Cristão
264 p. | R$ 17,90
mundocristao.com.br
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