Resenhas de lançamentos mais ou menos recentes, baixados diretamente do servidor Bramis-Torrent. Dois hoje, dois no próximo post e assim por diante. (A menos que surja alguma notícia urgente na Central de Jornalismo da Rock Loco Corporation).
Profetas do Apocalipse
O clima de concerto na capela continua para o Arcade Fire em Neon Bible. Também, com tantos órgãos de igreja, cordas, coros e acordeons, fica difícil não fazer a associação com uma congregação de domingo. Isso, mesmo para quem não entende inglês, já que as letras seguem investigando os recônditos sombrios da alma humana nestes tempos de retorno à barbárie, ignorância e fundamentalismo religioso, algo já bem próximo ao catolicismo brasileiro, vide o blá blá blá medieval de Bento XVI em sua passagem pelo Brasil - um país em transe profundo por quatro dias, paralisado pela mera visita de um sujeito que usa saias. (Tudo culpa da imprensa, mas aí eu já me desviei demais do assunto em questão). O que difere o Arcade Fire do discurso puramente religioso é que a fé de Win Butler, Regine Chassagne e cia na humanidade (e em sua redenção) parece já ter se esgotado; o que lhes resta é, como profetas do apocalipse que são, é anunciar e esperar pelo dia de se abrigar das bombas e gases tóxicos. Do jeito que vão as coisas, não é de se estranhar que uma banda com uma proposta tão singular seja uma das mais aclamadas pelos críticos. A veneranda Ana Maria Bahiana, em artigo assinado na última Bizz (Tarantino na capa), já se assumiu plenamente convertida. Seu fervor foi tamanho, que, qual um John Belushi de saias (em The Blues Brothers), o deixou aos pulos pela sala, como se possuída pelo próprio Espírito Santo. Conversões à parte, não há dúvidas de que se trata de uma obra à altura - talvez até melhor que sua antecessora. Na verdade, é cedo para dizer. O que é certo é que faixas como Keep the Car Running (Talking Heads no confessionário), Black Waves / Bad Vibrations (divino dueto do casal líder), Antichrist Television Blues (Bruce Springsteen fase Nebraska no púlpito) e No Cars Go (que já tinha aparecido do EP de estréia da banda, épica e carregada de enlevo espiritual) são alguns pontos altos de um álbum que parece estar sempre a pelo menos um metro do chão. Assim fica mais fácil de nos ajoelharmos em adoração.
Neon Bible
Arcade Fire
Slag
O Punk blues da diva exótica
Em homenagem ao grande radialista britânico John Peel, falecido em2004, P.J. Harvey lançou seu CD de Peel Sessions, um título que invariavelmente prenuncia belas performances gravadas ao vivo nos estúdios da BBC, apresentando grandes bandas. As "Sessões Peel" da exótica Polly Jean mantêm a tradição e valem este puta disco de rock na veia, totalmente desprovido de firulas. É tudo muito simples e intenso: baixo, guitarra e bateria em fúria, acompanhando o proverbial vozeirão da cantora em estado de graça. Tem gente que vai chiar, mas na minha humilde opinião, isso aqui é o que de mais próximo existe do que seria o blues urbano contemporâneo, se o estilo nascido nas plantações de algodão do sul dos EUA não fosse tão preso aos seus próprios dogmas e chavões. O clássico Wang Dang Doodle, do pai Willie Dixon não está aqui (em versão arrasadora) de graça. Naked Cousin (fantástica), Victory e Water são lamentos furiosos nascidos no asfalto e não me deixam mentir. Mais para o fim do CD, de That was my Veil (de John Parish, com quem ela lançou um álbum em parceria anos atrás, e é quase um spiritual) em diante, violões aparecem, suavizando um pouco a bagaceira que veio antes. Mas o estrago já foi feito. John Peel sorri do outro lado.
The Peel Sessions 1991-2004
P.J. Harvey
Universal
Profetas do Apocalipse
O clima de concerto na capela continua para o Arcade Fire em Neon Bible. Também, com tantos órgãos de igreja, cordas, coros e acordeons, fica difícil não fazer a associação com uma congregação de domingo. Isso, mesmo para quem não entende inglês, já que as letras seguem investigando os recônditos sombrios da alma humana nestes tempos de retorno à barbárie, ignorância e fundamentalismo religioso, algo já bem próximo ao catolicismo brasileiro, vide o blá blá blá medieval de Bento XVI em sua passagem pelo Brasil - um país em transe profundo por quatro dias, paralisado pela mera visita de um sujeito que usa saias. (Tudo culpa da imprensa, mas aí eu já me desviei demais do assunto em questão). O que difere o Arcade Fire do discurso puramente religioso é que a fé de Win Butler, Regine Chassagne e cia na humanidade (e em sua redenção) parece já ter se esgotado; o que lhes resta é, como profetas do apocalipse que são, é anunciar e esperar pelo dia de se abrigar das bombas e gases tóxicos. Do jeito que vão as coisas, não é de se estranhar que uma banda com uma proposta tão singular seja uma das mais aclamadas pelos críticos. A veneranda Ana Maria Bahiana, em artigo assinado na última Bizz (Tarantino na capa), já se assumiu plenamente convertida. Seu fervor foi tamanho, que, qual um John Belushi de saias (em The Blues Brothers), o deixou aos pulos pela sala, como se possuída pelo próprio Espírito Santo. Conversões à parte, não há dúvidas de que se trata de uma obra à altura - talvez até melhor que sua antecessora. Na verdade, é cedo para dizer. O que é certo é que faixas como Keep the Car Running (Talking Heads no confessionário), Black Waves / Bad Vibrations (divino dueto do casal líder), Antichrist Television Blues (Bruce Springsteen fase Nebraska no púlpito) e No Cars Go (que já tinha aparecido do EP de estréia da banda, épica e carregada de enlevo espiritual) são alguns pontos altos de um álbum que parece estar sempre a pelo menos um metro do chão. Assim fica mais fácil de nos ajoelharmos em adoração.
Neon Bible
Arcade Fire
Slag
O Punk blues da diva exótica
Em homenagem ao grande radialista britânico John Peel, falecido em2004, P.J. Harvey lançou seu CD de Peel Sessions, um título que invariavelmente prenuncia belas performances gravadas ao vivo nos estúdios da BBC, apresentando grandes bandas. As "Sessões Peel" da exótica Polly Jean mantêm a tradição e valem este puta disco de rock na veia, totalmente desprovido de firulas. É tudo muito simples e intenso: baixo, guitarra e bateria em fúria, acompanhando o proverbial vozeirão da cantora em estado de graça. Tem gente que vai chiar, mas na minha humilde opinião, isso aqui é o que de mais próximo existe do que seria o blues urbano contemporâneo, se o estilo nascido nas plantações de algodão do sul dos EUA não fosse tão preso aos seus próprios dogmas e chavões. O clássico Wang Dang Doodle, do pai Willie Dixon não está aqui (em versão arrasadora) de graça. Naked Cousin (fantástica), Victory e Water são lamentos furiosos nascidos no asfalto e não me deixam mentir. Mais para o fim do CD, de That was my Veil (de John Parish, com quem ela lançou um álbum em parceria anos atrás, e é quase um spiritual) em diante, violões aparecem, suavizando um pouco a bagaceira que veio antes. Mas o estrago já foi feito. John Peel sorri do outro lado.
The Peel Sessions 1991-2004
P.J. Harvey
Universal
sem chico, o disco da pj harvey foi um dos melhores do ano passado.evidente a inspiraçao de harvey em patti smith, e harvey tem talento e personalidade de sobra para transformar sua proposta musical como uma das coisas mais vicerais no rock atualmente.
ResponderExcluirera pra começar com um ,sem duvida chico
ResponderExcluirana maria bahiana é uma chata, mas neon bible é mesmo viciante.
ResponderExcluirdê um chegue no you tube e saque os clipes, aliás, saque os clipes tb do primeiro disco.
p.j harvey não à toa é musa de muitos posterioes e antecessores.
ah, se ligue: não largo na soledade deste domingo, 17, pça da soledade-lapinha traz theatro de séraphin de graça!! além disso a banda habitué os irmãos da bailarina e a alkimia humana, da qual nunca ouvi falar.
dêem um chegue!
Neon Bible é fuderoso mesmo, mas miwkyta, fala mal da ana maria não que é uma das poucas que eu definitivamente adoro quando escreve qualquer coisa. Essa saca, e muito, não é nenhuma conhecedora de google, não mesmo!
ResponderExcluirfaçamo assim, cebola:
ResponderExcluirdiante de sua presença, não falarei mal da chata.
a fonte dela não é o google, mesmo pq o google trabalha a nosso serviço há... o quê.. uns 7 anos??
Não custa nada lembrar que hj, quinta (17), tem Cascadura tocando ao vivo no Jornal da MTV. Por volta das 20h.
ResponderExcluirfrase do kele okereke do bloc party: o raio do hype nao cai duas vezes no mesmo lugar.
ResponderExcluirOk, aaaalriight, miwky, mas, só pra eu ser chato, quem dera, no nível de Ana Maria Bahiana: Só acho que se um décimo dos textos que lemos hoje em dia, seja em blogs, revistas, jornais, etc etc etc, possuíssem, um oitavo da profundidade, conhecimento de causa, lirismo, inteligência, PAIXÃO e intensidade de qualquer coisa que ela escreve, eu poderia achar que estaríamos bem por aqui, mas...é isso.
ResponderExcluirconcordo cebleuris, ana maria è um dos melhores textos q temos por aqui, alem de ser uma das pessoas que criaram o jornalismo pop no brasil.so nao concordo com que ana maria , miwky e vc concordam: neon bible è apenas ok, nao vejo o motivo para tantas loas.assim como estou achando o son volt novo(the search) muito superior ao wilco novo(sky blue sky).mas isso sao apenas opinioes sobre rock'n'roll(but i like it)
ResponderExcluirAinda tem alguem aì ?
ResponderExcluirPlaylist do conexão rock desta sexta-feira, 22:00 na 88 FM.
Grinderman(nova banda de Nick Cave)
Wilco( do Sky Blue Sky)
Son Volt ( do The Search)
Built To Spill ( do You in Reverse)
LCD Soundsystem
Gravenhurst ( do mesmo tributo a Ray (The Kinks)Davies)
Eric Burdon Devil Slide,( versao de Coração Satanico de Marcelo Nova)
Walverdes
Estrada Perdida
Stooges
Peter Bruntnell (de um tributo da Mojo a Ray Davies)
Los Canos
hahahaha!!
ResponderExcluirné engraçadíssimo?
ResponderExcluirbraméuris man, son volt é uma predileta da casa, procederei à baixação agora mesmo, mas, como gostei pra caralho do sky blue sky, disco daqueles que crescem com audições seguidas, deverá ser difícil achar o mesmo que vossa mercê...vejamos pois.
ResponderExcluirengraçado sim, cebola.
ResponderExcluirfã é foda!
não, não foi opinião de fã, aliás, foram duas opiniões diferentes de quem conhece a moça, portanto, não queira diminuir nossas opiniões nos colocando o título, neste caso, pejorativo, de fã. O buraco é mais embaixo, niet? Mesmo por que, ser fã de jornalista não é pra mim não.
ResponderExcluirmas admirador, isso eu sou sim, e não só eu, pelo visto aí por cima.
ResponderExcluirpois é, eu quis me abster de falar mal da moço pra vc, mas tá me cobrando isso, né??
ResponderExcluirse quiser, posso.
Tô cobrando nada não, miwkyta. relax. neste caso, são só opiniões, nem vale a discussão. Eu me identifico pracaráio com os textos dela, e, me pareceu, braminha tb. Vc acha ela chata. Pronto. game over, bling.
ResponderExcluirBreve nova edição do Pocket Radio, com um especial da banda Magazine. Não, não é a banda do Kid Vinil. Prévia, por enquanto, no http://clashcityrockers.blogspot.com
ResponderExcluirQuem passou por aqui esta semana foi o Mark Gardener (ex-Ride). E sexta tem OMD. Cheers, boys.
Ana maria é uma das pedras fundamentais do jornalismo pop brasileiro.não tinha idade suficiente para acompanhar a primeira e ultra-alternativa(na epoca) publicação da rollingstone brasileira.mas a revista pop eu li e acompanhei desde o primeiro numero. e ana maria se destacava no meio de ezequiel neves e ze emilio rondeau(depois se tornou seu marido). impossivel transcrever as sensações despertadas com as leituras e as descobertas propiciadas nas reportagens de ana maria, num tempo aonde as informações chegavam de jegue e as coisas não estavam todas disponiveis e catalogadas como hoje em dia.Ana Maria foi uma das pessoas que fizeram a tradução(em varios sentidos) entre o que acontecia no mundo pop e este poço de breguice que era( e continua sendo em muitas areas) o brasil.isto não tira o direito de miwky achar hoje em dia o texto dela chato.Mas o jornalismo pop brasileiro tem um grande debito ao pioneirismo e a sensibilidade de ana maria bahiana.
ResponderExcluirGrande Osvaldão. É isso aí, maluco.
ResponderExcluirGalera, desculpem a demora em atualizar, tô concluindo um trabalhinho que tá me tomando bastante tempo (e um pouco do juízo tb). Mas ainda no início da semana que vem eu tô de vorta para dar continuidade à essa série de "orelhadas".
Sabe como é, primeiro o trabalho. Depois vem a diversão.
Té lá!
No Conexão Rock desta sexta na 88 FM as 10 da noite :
ResponderExcluirManic Street Preachers – do novíssimo Send Away The Tigers
Big Star
Aliens - do Astronomy for Dogs
Rickie Lee Jones
Waterboys – do recente Book Of Lightning
Shins
Monster Magnet
Mastodon
TV Personalities
Vibrators
Dream Syndicate
Manic Street Preachers! Ye-yeah! (Por que eu tenho a impressão de ser o último cristão que ainda se importa com essa banda?)
ResponderExcluirSe tem alguém aí que ainda não conhece Chris Nicolotti e seu megasucesso "Vai tomar no cú", ora, vai tomar no cú, porra!
http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/arch2007-05-20_2007-05-26.html#2007_05-24_01_26_50-10045644-0