Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
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quinta-feira, janeiro 25, 2007
PAGUE AÍ QUE EU TÔ DOIDÃO ( LISTA DE 2006¨)
Na cena local não avançamos muito. As mesmas questões de sempre. Alguns dizendo que as coisas estão melhorado, que Salvador já foi pior, e que gente que só faz reclamar não contribui em nada para a "cena". Outros reclamam e dizem Salvador já foi mais do caralho, que nem sempre foi terra tão arrasada assim, que "the good ole days were the days". Só fico pirado com desinformação, e nesta época de info disponível num click, apenas preguiça pode explicar algumas bicudas. Apenas uma coisa se tornou uma constante, a eterna falta de recursos, materiais e intelectuais, que assola esta terra desde Cabral. Pior que a pobreza material é a pobreza espiritual. Algumas pessoas continuam achando (fingindo?) que existe lanche grátis. Não existe lanche grátis, alguém sempre está bancando, consciente (empresas, produtores, politica cultural do estado, os mecenas ou um simples mortal que esta a fim de doar seu trabalho), ou inconscientemente ( os tais incentivos fiscais, ou seja todo mundo). Então dito isso, garção, traz a saideira, e bro, paga aí que eu to doidão.
Minha lista de melhores de 2006
10-) The Spell - Black Heart Procession
Mais um mini classico de Pall e Nathaniel. Sombrio, belas melodias, e inspiração do gótico americano. Não recomendado para pessoas depressivas.
9-) Enemies Like This - Radio Four
De longe a melhor banda associada a DFA. Esqueça Rapture e LCD Soundsystem. Algo de Clash, sem imitação.
8-) Rather Ripped - Sonic Youth
Melhor disco deles em algum tempo, léguas superior a Sonic Nurse e Murray Street.
7-) Jerry Lee Lewis - Last Man Standing
Um disco de duetos. Destaque para as faixas com Jimmy Page e Buddy Guy. A marra do titulo é totalmente justificada e verdadeira (pensem nisto!).
6-) Peel Sessions - P.J. Harvey
Herdeira direta de Patti Smith, e muito alem de uma simples gravação ao vivo em estúdio, Polly Jean faz do seu disco uma homenagem a Peel. Um disco que cresce (epa!) a cada audição.
5-) Return To Cookie Mountain - T.V. On The Radio
Uma banda moderna no bom sentido. Ecos do My Bloody Valentine e musica experimental, tocado com mais vigor e vocais mais vicerais.
4-) Bogary - Cascadura
Uma seqüência virtuosa para Vivendo em Grande estilo, um pouco baladeiro demais a partir da metade do disco, mais sempre muito inspirado .
3-) The Crane Wife - The Decemberists
Uma surpresa. A banda do Oregon, é erudita na linguagem , ao mesmo tempo que é fiel a sua origem indie, mas com uma vertente totalmente original. The Crane Wife é um disco conceitual, sobre um tema inusitado, o assasinato de uma mulher durante a guerra civil americana e musicas de 10 minutos com órgão Hammond. Indie Prog?
2-) Modern Times - Bob Dylan
A única unanimidade que não é burra. Dizer o que?
1-) Hello Young Lovers! - Sparks
Definitivamente foi um ano estranho. Este disco salvou meu ano. Os americanos irmãos Mael, que tiveram seu auge comercial na Inglaterra em pleno Glam. (?), treinados classicamente, que tinham como sua banda de abertura uma tal de Queen( Mercury foi abertamente influenciado pelos arranjos vocais de Russell) , encenam o mais improvavel dos renascimentos. Depois de amargarem ostracismo em boa parte dos 70 , foram resgatados por Giorgio Moroder, ainda na era disco, fazendo uma espécie de eletro-disco (alguém já ouviu a genial When Do I Get to Sing My Way?), voltaram ao ostracismo, quando se reinventaram com o fenomenal Lil´Bethoven 3 anos atrás. Hello Young Lovers aperfeiçoa o conceito, que se mantem indefinível. São dez operetas pop, os arranjos de Ron são classicosos e luxuosos, os vocais de Russell as vezes operisticos, tudo embalado numa AULA sobre o pop nos ultimos 30 anos. As letras, irônicas mordazes e em ultima analise, cruéis constatações da condição humana, aparentemente "no brainers", mas no fundo inteligentíssimas. E ainda um hino pra nossas vidas "Dick Around". Um clássico e um gosto a se adquirir pelos não iniciados.
terça-feira, janeiro 16, 2007
VERÃO DO VICIOUS: DEZ ANOS DEPOIS
Era uma tarde qualquer de outubro de 1996, quando o telefone tocou e era meu velho amigo Apú, me chamando para ir com ele em um lugar, ver um negócio de um emprego:
- É um bar aí que vão abrir na Barra. Do mesmo dono do Padang Padang.
- Bar? VOCÊ vai trabalhar num bar? Humph! Você vai é beber o estoque do home todo, isso sim!
- Bora lá, porra!
Eu fui, e no caminho ele foi me explicando que seria um bar diferente, moderno, com uma decoração muito louca. Que os garçons seriam pessoas selecionadas, com um bom nível sócio cultural e seus uniformes seriam assinados por Alexandre Herchcovitch. Rã, rã...
Chegando lá, encontramos várias caras conhecidas, como Joe Tromondo, Pitty, Fábio Cascadura e Paulinho Oliveira, entre outros. Na verdade, desses dois últimos eu não tenho 100% de certeza, então, se alguém lembrar melhor que eu, me fala aí nos comments ou manda um email pr'esse endereço aí do lado para quaisquer correções.
O bar ficava na chamada Rua da Lama, na área próxima ao Porto do Barra, perto também de onde ficava o Manga Rosa, nos idos dos anos '80. Você entrava por uma portinha, subia uma escada íngreme da porra e chegava no lugar. Havia um grande balcão central e mesas espalhadas em volta dele. Em seguida vinha uma pista de dança não muito grande, banheiros e tal. Mas o que mais me chamou a atenção na época foram as mesas. Rabiscadas com respingos de tintas de várias cores, elas eram côncavas e tinham tampos de vidro, sob os quais jaziam prosaicas escovas e tubos de pasta de dente, pentes e escovas de cabelo, entre outros badulaques.
Quando foi inaugurado com grande estardalhaço, no mês de dezembro daquele ano, contava com os citados Apú, Joe e Pitty, além de Bel Machado e outros que não lembro agora, como garçons. Lorena, que em 2004 abriria o Miss Modular, era a chamada hostess e ficava na porta, recebendo as pessoas. Messias (da brincando de deus) e Spencer eram os DJs. O nome, Vicious, já era um negócio que chocava os, digamos, caretas. Até por que eles não saberiam quem foi Sid Vicious, suposto homenageado pelo dono do estabelecimento.
O auê gerado pela sua proposta diferenciada bastou para o bar passar a ser freqüentado em massa pela nata descolê de Salvador: do povo do rock a jornalistas, publicitários, povo de teatro, universitários em geral, comunidade gay (inclusive havia um dia da semana dedicado à eles)... you name it.
Tamanha convergência de públicos tão diferenciados acabou fazendo com que muita gente se conhecesse ali, naquele ambiente esfumaçado e colorido. Bandas foram formadas e terminaram ali também, mas enfim... Namoros, casos fugazes, grandes amizades, turmas inteiras de amigos nasceram ali. Como todo bom bar, o Vicious acabou se tornando palco para acontecimentos que marcariam a vida de muita gente. Pergunte à qualquer um que freqüentou o Vicious naquele verão - e eu garanto que ele ou ela terá uma história para contar.
Certa manhã, abri o jornal na página policial e me deparei com uma foto do proprietário do estabelecimento dentro de um camburão - aquele olhar de "que saco!", típico do malandro experiente. Na noite anterior rolara uma batida da polícia e fora apreendida uma quantidade "x" de drogas lá, provavelmente a mesma quantidade que deve rolar em qualquer barzinho ou boate da moda qualquer noite dessas. Um colega de faculdade que estava lá me contou depois que foi muito engraçado, por que em questão de segundos, todo mundo largou o que tinha no chão e depois ficou olhando pra cima, com cara de "hã? Quê?" E aquele monte de bagulho no chão...
Na época tava rolando fácil um negócio chamado grafite, que era uma coisinha preta simplesmente diabólica. O sujeito tomava e virava uma bola de tênis, quicando pelas paredes do bar e conversando com todo mundo, de mesa em mesa - inclusive com as paredes. Talvez, também por isso, parecia tão fácil conhecer pessoas naquela época.
No verão de 1997, você chegava no Vicious e todo mundo estava lá. Apesar dos preços um pouco mais salgados em relação aos botecos da vida, dava para ir pelo menos uma vez por semana. Os amigos já estariam lá - afinal, era lá que eles trabalhavam. Era muito engraçado ir num dia de movimento intenso e ver aquela galera pouco experiente em trabalho pesado pirando, correndo meio desesperados de um lado para o outro. Eles mesmos também faziam a discotecagem quando os titulares não estavam. Também não era raro vê-los dançando loucamente, misturados em meio aos fregueses quando o bicho pegava, altas horas da madrugada. "Estou no meu intervalo, vamo nessa", era a senha.
Você ia para a pista de dança, que era separada do bar por uma parede de vidro e lá dentro tinha uma cama de ferro enorme em um canto. Você poderia ficar lá - no ar condicionado - dançando, ou então acomodado na cama, curtindo o movimento - ou fazendo sabe-se lá o quê. Nego se acabava de dançar os hits de Beck ("Yo soy un perdedor / I'm a loser baby / so why don't you kill me"), Oasis, Prodigy, Chemical Brothers, Beastie Boys, aquela coletânea de desenho animado - Saturday Morning e outras coisas da época. A brincando de deus, inclusive, foi a única banda a tocar lá, casa cheia, noite louca da porra.
Qualquer coisa no ar daquele verão contribuiu para torná-lo inesquecível, e no clima algo cosmopolita daquele barzinho metido à besta (uma raridade numa cidade tão detestavelmente jeca como Salvador), a estação parecia chegar ao seu auge. Uma noite no Vicious nunca terminava de forma previsível. Música eletrônica ainda era uma novidade interessante e o rock parecia estar mudando, junto com o mundo todo. Era fim de século, e pela primeira vez, eu sentia esse fato inexorável em Salvador. De repente, não parecia mais tão tolo assumir um certo ar de modernidade na vida, nos gostos, modos de vestir e se divertir.
Como quase tudo o que é bom nessa cidade, contudo, o Vicious não durou muito. Cumpriu seu ciclo regulamentar de um verão e foi logo fechado. "Lavagem de dinheiro", disseram na ocasião, como dizem para quase qualquer coisa aqui na Bahia. O bar não existia mais, mas as novas amizades, namoros, flertes, contatos, planos e sonhos daqueles dias continuaram - pelo menos, durante um bom tempo. A vida parecia mais interessante do que há seis meses atrás.
Aquele bar deixou saudades em muita gente. Pessoalmente, foi um período bem mais intenso do que na época avaliei - para o bem e para o mal. Dizem que não devemos idealizar nada - nem pessoas, nem lugares, nem períodos de vida, sob o risco de ficarmos para sempre decepcionados com o que temos no presente.
Dane-se. O fato é que alguns verões são mais divertidos do que outros. E o de 1997 foi assim - e suponho que o foi também para muita gente que estava inserida naquele contexto específico, não apenas para mim. Senão, por que diabos eu estaria perdendo meu tempo aqui, contando tudo isso?
"Vicious / hey you hit me with a flower / you do it every hour / oh baby, you're so vicious"?
Lou Reed, 1972.
segunda-feira, janeiro 08, 2007
NACHO! NACHO! NACHO!
NACHO LIBRE REAFIRMA TALENTO DO DIRETOR JON HEDER E CONSAGRA JACK BLACK COMO O REI DOS CANASTRÕES
Certa vez, muitos anos atrás, li na coluna do professor André Setaro no jornal Tribuna da Bahia, que existem dois tipos de diretores de cinema: os autores e os artesãos. Grossisimo modo (isso existe?), os autores são aqueles sem grandes preocupações com o aspecto formal e técnico do cinema, fazendo basicamente o mesmo filme a vida inteira, mudando apenas a ambientação e os atores, mas quase sempre abordando as mesmas temáticas. Exemplos de grandes diretores autores: Woody Allen, Ingmar Bergman, Orson Welles, Alfred Hitchcock, Jerry Lewis, Federico Felinni. Já os diretores artesãos são aqueles que têm pleno domínio formal do veículo, mas sem um universo autoral próprio, e com qualquer fiapo de roteiro que lhe caia nas mãos, são capazes de plasmar na tela o cinema em estado puro, criando grandes filmes. Exemplos de autores artesãos: Vincent Minnelli, Billy Wilder, Roman Polanski, John Frankenheimer, William Friedkin.
Jon Heder, já em seu segundo filme, parece querer se encaixar firmemente naquela primeira categoria, a de cineastas autores, fazendo-se dono de um universo narrativo-ficcional próprio, sempre orbitando em torno das vidas dos párias e excluídos.
Se em Napoleon Dynamite, seu primeiro filme, Heder nos apresentou a vidinha modorrenta e medíocre dos caipiras de Idaho, em Nacho Libre ele transporta sua afeição pelas minorias e desajustados da vida para outro cú de mundo esquecido por Deus: Oaxaca, México. Inspirado na história real de um padre que, secretamente, participava de torneios de luta livre à noite, o diretor criou mais uma bela fábula cômica e politicamente incorreta, ladeado pelos talentos de Jack Black (Escola do Rock, Alta Fidelidade) no papel principal e Mike White (parceiro de Jack em Escola...), no roteiro.
Além da temática em si (o loser sem noção que dá volta por cima e salva a pátria) e do óbvio carinho do diretor pelas minorias, muita coisa já vista em Napoleon Dynamite retorna em Nacho Libre, inclusive no aspecto visual: a câmera quase sempre parada, deixado que as piadas e situações se resolvam por si sem a interferência da edição, os pratos de comida ricamente decorados e os desenhos infantis de heróis, monstros e lutadores mascarados. O parceiro do personagem principal também dá as caras por aqui. Se em Napoleon tínhamos Pedro, o mexicano sorumbático, Nacho tem em Esqueleto (Héctor Jimenez, hilário), um esfomeado morador de rua, seu sidekick perfeito.
Tantas semelhanças com Napoleon Dynamite, contudo, não desvalorizam Nacho Libre como uma mera continuação ou refilmagem, pelo contrário. Tudo o que tornou o primeiro filme de John Heder uma daquelas sessões da tarde inesquecíveis é aprofundado neste segundo. O papel principal parece ter sido escrito especialmente para o talento de Jack Black. O gordinho, ágil como um jovem cervo nas cenas de humor físico, leva a fina arte da canastrice cômica a novos patamares ao interpretar Ignacio, o jovem noviço de um orfanato mexicano que sonha em ser um grande luchador, e com o dinheiro ganho nas lutas, salvar o orfanato da falência e as crianças, da fome.
Decidido, Ignacio começa a treinar com Esqueleto, a quem escolhe para ser sua dupla. A sequência do treinamento, aliás, é uma das mais engraçadas do filme. Com sua atuação exagerada, cheia de caras e bocas, esgares e levantadas de sobrancelhas, discursos pomposos e canções derramadas, Black deixa no espectador a sensação de estar assistindo uma daquelas novelas mexicanas infantis toscas, tipo Chispita ou algo assim. A partir daí, começa uma dura seqüência de surras na dupla, aplicadas por um lutador mais bizarro que o outro.
O mundo da lucha libre mexicana é um prato cheio para o diretor, com seus lutadores mascarados e mitologia toda própria. A partir daí, Heder vai gentilmente conduzindo o filme para seu final não muito imprevisível. Apesar disso, Nacho Libre é uma das melhores comédias de 2006 e renderá à quem o assisti-lo sua hora e meia de muitas risadas e diversão pura - e por incrível que pareça, para os tempos em que vivemos, totalmente inocente, censura livre - como toda boa sessão da tarde.
À exemplo de Napoleon, o segundo filme de Jon Heder foi solenemente ignorado pelo exibidores de cinema no Brasil, sendo lançado direto em DVD, menos de um mês depois de ND chegar às locadoras. Na dúvida, alugue os dois ao mesmo tempo e perceba a mão autoral de Heder, cineasta que é uma das boas promessas do cinema americano atual.
COM A MÃO NA MASSA - Amigo dileto deste bloguista há mais de 15 anos, Rogério Big Brother dispensa apresentações. A última do Gordoidão mais querido do rock baiano é a sua nova coluna no site Bahia Rock, "A Cozinha Maravilhosa do Big", onde ele entrevista e prepara uma receita sugerida por um convidado a cada semana (ou quinze dias, isso eu não sei bem). Na primeira coluna, churrasco com Gabriel Boizinho (pô, o cara come os próprios parentes! Desculpem, não resisti), batera do Cachorro Grande. Na segunda, moqueca de carne com Ricardo Spencer, outra figuraça que dispensa apresentações. Pelo visto, a coluna não é indicada para vegetarianos.
ROCKIN' THE MOVIES - Nos próximos anos, veremos uma enxurrada de filmes enfocando as vidas (os chamados biopics) de grandes astros do rock e cercanias. Senão, vejamos:
Spike Lee filmará a biografia de James Brown, Samuel L. Jackson já surgiu como o nome mais cotado para o papel principal;
Johnny Depp atuará como Fred Mercury em um filme sobre sua vida (lá dele);
Tem um filme inglês, intitulado Control, sobre a vida de Ian Curtis (Joy Division) engatilhado para estrear a qualquer momento ainda esse ano. A direção é do famoso fotógrafo Anton Corbijn e o site oficial já está no ar;
Mike Myers será Keith Moon (The Who), no respectivo filme sobre sua biografia, Roger Daltrey produz;
Don Cheadle (Hotel Ruanda) não somente atuará como Miles Davis no filme sobre sua vida, como também o dirigirá;
Existem uns dois ou três projetos relacionados à Renato Russo. Uma biografia, claro, e mais dois filmes baseados nas letras de Faroeste Caboclo e Eduardo e Mônica;
Em 2008, chegará aos cinemas um filme baseado na vida de Jeff Buckley;
Projetos sobre as vidas de Jimi Hendrix e Janis Joplin ("A Rosa" não vale como biografia de Janis) sempre existiram e sempre existirão em Hollywood, sendo mera questão de tempo até alguém pegá-los de jeito e transformarem-nos em grandes filmes para o grande público. Depois do enorme sucesso de filmes como Ray, Johnny & June (Walk the line) e Cazuza (aqui no Brasil), parece que a indústria resolveu explorar um novo filão. Vamos ver quantos se salvam dessa leva.
O TEMPO PASSA, O TEMPO VOA, E A BAHIA CONTINUA A MESMA MERDA - O grande show de rock do verão 2007 será o mesmo do verão 2006. Wander Wildner (na ilustração ao lado, da autoria de Silvis, se não me engano) volta à Salvador dia 16 próximo para um show único no ICBA, devendo fazer mais ou menos o mesmo show apresentado ano passado, ainda no Miss Modular. Apesar de ficar feliz de poder ver o bardo gaúcho novamente, fica um gosto amargo saber que ano após ano, os baianos que não rebolam a bundinha e cuja indigência ainda não é mental - é apenas financeira - continuam sem opção de assistir à bons shows de rock de bandas de fora da cidade. Ben Harper e Matisyahu seriam boas opções - se tocassem na Concha Acústica ou algum outro local mais decente, e não naquele arremedo de festival - para o qual aliás, gostaria de propor um boicote generalizado, não apenas do público do rock, mas também das bandas, que deveriam tomar vergonha na cara e dar uma banana pros organizadores. Quem perde ao não escalar as bandas de rock da Bahia é o próprio festival, que apenas cava sua própria sepultura escalando para o palco principal as mesmas atrações de merda todo santo ano e ignora os novos nomes que poderão salvá-lo no futuro. Isso lá é festival digno do nome? BOICOTE JÁ!