O velho jornalista, um dos últimos bastiões de integridade e ética na profissão, deu adeus ao futebol e seu uísquezinho ao cair da tarde. Ficam suas preciosas lições, espalhadas em inúmeras crônicas impressas em todos os jornais de Salvador e transmitidas pela Rádio Sociedade AM e pelo Cartão Verde Bahia da TVE (Oscar: aquele abraço, amigo).
Em um lugar e época de jornalista big bosta Brasil (que coisa podre, ridícula e lamentável), o exemplo de Armando Oliveira, com sua inteligência aguda, fala mansa, texto limpo e objetivo, servirá somente para aqueles que tem olhos para ler, ouvidos para ouvir e cérebro para pensar.
E aos estagiários que hj lotam as redações, um conselho: procurem saber quem foi Armando Oliveira pra ver se vcs tiram o pé da lama. (Ainda que eu duvide, visto que até a diferença óbvia e gritante entre hardcore melódico e rock de gente grande passa batida hj em dia).
Esse roqueloquete aqui lamenta muito o falecimento de Armando Oliveira, um amigo pessoal de minha família e tb meu. Lamenta ainda mais ter perdido contato com o mestre após o desaparecimento de sua mãe e avó (a quem ele visitava regularmente, para o já citado uísquinho no happy hour), e dessa forma, não ter podido absorver um pouco mais de sua presença agradabilíssima e lições inesquecíveis.
A Bahia fica menos inteligente e íntegra a partir de hoje.
Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
4 comentários:
Perdemos nossa referencia na imprensa esportiva e talvez de todas as areas do jornalismo baiano.Todos nós do Rock Loco estamos de luto.
é isso aí, Márcio, vc definiu melhor do que eu o estilo Armando Oliveira de jornalismo: antes de tudo, ele era um homem de uma elegância à toda prova e isso sobressaía tanto em seus textos, qto em suas falas na TV ou no rádio. e isso é um valor fundamental e cada vez mais desprezado hj em dia: elegância. hj vale tudo pra se dar bem: até jogar o diploma no lixo e participar do big bosta em nome de uma certa "curiosidade intelectual". tem que ser MUITO babaca mesmo, viu. faça-me uma garapa.
aproveitando: Ô Franciel: cadê? é pontocompontobr, man. vc mandou pro email certo?
Nei Bahia
Chiquito, que fala aqui é alguem que não suporta jornalistas esportivos, com raras exceções, Armando uma delas;(meu pai odeia mais do que eu, mais Armando pra ele também era uma exceção). Fazendo um paralelo com nossa praia principal, é triste você ter uma voz dessas restrita a nossa tão ignorante Bahia, quando o resto do país se contenta com Miltons merdas da vida; é o mesmo que ter visto o Deadbillies e saber que a maioria dos mortais não saberá que eles existiram.
Hoje o padrão é achar tudo lindo: o jogador é lindo, o treinador é lindo, a torcida é linda(mesmo que seja um gang disfarçada), a parceria é linda...e por aí vaí.
Armandão vai deixar saudades.
Ivete é linda, Daniela é linda, Carlinhos é lindo, Rapazola é lindo, o Tchan é lindo, Durval é lindo, Ricardo é lindo, o Psirico é lindo, o Chiclete então, nem se fala. Ainda bem que todo mundo aqui é feio e mal encarado. E se orgulha disso.
Apareça sempre, Nei.
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