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quarta-feira, fevereiro 20, 2019

ARTO SEM BAIXO, MAS COM GRAVE

Hoje: Arto Lindsay se junta a Junix e João Meirelles em show único no Vila Velha

Arto e sua guitarra no batente, foto Chris Owen Richards
Figura histórica do levante punk / experimental novaiorquino na segunda metade dos anos 1970 com a banda DNA, Arto Lindsay é mais conhecido no Brasil pelo seu envolvimento com grandes nomes da MPB, como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Marisa Monte e Naná Vasconcellos.

Hoje, ele se apresenta no Teatro Vila Velha acompanhado de dois músicos ponta de lança da moderna música local: Junix 11 (guitarra) e João Milet Meirelles.

Apesar de norte-americano (de Richmond, Virginia), Lindsay passou boa parte de sua juventude no Brasil, para onde seus pais vieram trabalhar como missionários. Não deu outra: virou tropicalista desde criancinha.

Desde então, vem traduzindo sua brasilidade adotada em trabalhos solo ou em bandas como The Lounge Lizards e Ambitious Lovers.

A oportunidade do  show de amanhã rolou durante o último CMC Festival Ciclo de Música Contemporânea, em dezembro último.

“Estava na Bahia para fazer um show na CMC. Numa conversa com Marcio Meirelles, surgiu a possibilidade de um show no Vila no verão”, conta Arto.

“Junix já tocou e excursionou comigo e admiro  muito seu trabalho. Estava procurando uma oportunidade pra voltarmos a tocar juntos. Pensamos logo em chamar o João para completar o trio”, acrescenta o músico, por email.

No repertório, músicas do seu último álbum e mais: “Isso mesmo. Algumas canções mais velhas e algumas do disco novo Cuidado Madame (2017) e quem sabe alguns sambas”, detalha.

Modelo bloco afro

Arto e sua guitarra em repouso, foto Anitta Boa Vida
Conhecido pelo estilão livre e ruidoso de tocar guitarra, Arto buscou outra fera do instrumento para acompanha-lo: Junix. Mas peraí, e quem toca o baixo?

“Acho que serão duas guitarras. Mas aguarde nosso grave!”, promete Arto.

Aproveitando a oportunidade de entrevistar Arto, vale matar uma velha curiosidade: teria ele sido influenciado pelo guitarrista Glenn Branca, histórico mentor  da cena experimental novaiorquina?

“Só escutei Glenn alguns anos depois de começar a tocar. As minhas influências eram Hendrix, o Miles Davis da fase elétrica com Pete Cosey na guitarra e... Jorge Ben!”, diz.

“Voltando ao Glenn, antes de escutar suas composições com muitas guitarras eu o conheci com um trio chamado Static. Relativamente desconhecido, mas muito bom! Procurem”, dá a dica.

Visitante regular do Brasil, país que certamente ama, Lindsay também vê com apreensão o atual momento: “Estamos numa situação realmente difícil. Temos que nos unir. Como artista penso ser  importantíssimo acharmos maneiras coletivas de agir. Em grupos grandes, médios e pequenos. Em movimentos políticos, lúdicos  e críticos. Sempre nos fortalecendo pela união”, exorta.

“A Bahia já nos oferece um belo modelo: os Blocos Afros. Cultura em escala mundial conseguido quase que sem apoios, na base da presença física de cada um”, olha aí outra dica boa.

Arto Lindsay & a Dúvida - com Junix 11 e João Milet Meirelles / Amanhã, 20 horas / Teatro Vila Velha / R$ 30 e  R$ 15 / venda: Bilheteria TVV e site www.sympla.com.br/teatrovilavelha


NUETAS

Vibre no vibrafone

O vibrafonista Antenor Cardoso (da banda Retro–Visor) se apresenta amanhã na session Quartas Instrumentais do  Bardos Bardos. Uru Pereira (fagote) e Didoné (percussão) acompanham. Convidados: Dandê e Alex Simões. 17 horas, pague quanto quiser.

CTRL-X, Ander Leds...

Rapaziada teenager que promete, a banda CTRL-X faz mais uma edição do seu evento Rock Games, com as bandas Ander Leds, Noturnos no Paraíso e Obama Leitte. Sábado, 16 horas, no Portela Café. R$ 15.

Rock de SSa e Feira

Jack Doido e Búfalos Vermelhos & A Orquestra de Elefantes recebem a visita da banda feirense Sofie Jell no  Feirassa Rock. Sábado, 18 horas, no BukPorão. R$ 10.

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