João Bosco e Hamilton de Holanda, foto Marcos Portinari |
Este é o encontro entre João Bosco e Hamilton de Holanda, que chega à cidade em quatro sessões na Caixa Cultural, de amanhã até domingo.
Junto, o duo apresenta pelo Brasil o espetáculo Eu Vou pro Samba, em homenagem ao centenário do gênero síntese do Brasil.
No set list, só clássicos: Dorival Caymmi, Ary Barroso, Moacir Santos, Paulinho da Viola, Milton Nascimento, Chico Buarque e o próprio João (com o parceiro Aldir Blanc).
A parceria surgiu, como costuma acontecer entre artistas, pela admiração mútua. “Sempre gostei do jeito dele tocar”, diz Hamilton, por telefone.
“Aí, em 2006 convidei ele para um projeto em Brasília, que foi super especial. Na sequência, João gravou o DVD Obrigado, Gente! (2006), no qual eu toquei Linha de Passe com ele. Volta e meia participávamos dos shows um do outro. Até que resolvemos marcar esse show”, conta.
Com lotações esgotadas por onde passa, o show tem feito muito sucesso. Tanto, que ainda este ano será “exportado”: “Sim, deu super certo. No segundo semestre vamos para Montreaux (Suíça), Roterdã (Holanda) e Londres”, conta.
Emoção na plateia
Se Hamilton é mundialmente reconhecido como um dos maiores bandolinistas do planeta, João não fica muito atrás – sua habilidade ao violão derruba queixos mundo afora não é de hoje.
A união entre tamanhos talentos exige, desta forma, algum trabalho entre os músicos. Ou não?
“A mão direita de violão dele é muito suingada. E esse suíngue vem do samba. Logo na primeira vez que tocamos juntos a coisa já se encaixou. Isso já é metade do trabalho pronto. O resto vem pela beleza das músicas”, relata Hamilton.
“Gostamos de fazer longas passagens de som. Muitas vezes tocamos músicas que nem entram no show. Só pra curtir, sabe? Ou então ficam tão legais que até entram no show. Aí o repertório vai mudando, se renovando. Sempre aprendo alguma coisa nova. Então nunca enjoa”, conta.
Com um repertório tão bonito e artistas tão capazes, o resultado não poderia ser outro. No You Tube já há alguns vídeos mostrando trechos do show.
E o momento catártico, compreensivelmente, é O Bêbado e A Equilibrista, o hino libertário de João e Aldir.
“Todo show temos que tocar e todo show vira um coral, um grande karaokê. Todo mundo canta junto e se emociona”, conta Hamilton.
“É natural, a canção tem uma ressonância muito forte neste momento, que é de muita apreensão e incerteza. Não sabemos bem o que vai acontecer, mas temos esperança”, afirma o músico.
No momento, tanto João quanto Hamilton tocam suas carreiras individuais em paralelo ao trabalho em dupla.
João, com o álbum Mano Que Zueira, lançado no final do ano passado.
E Hamilton com um mega projeto em homenagem à Jacob do Bandolim, uma caixa com quatro CDs.
Mas não está descartado um registro oficial para o espetáculo Eu Vou Pro Samba.
“Já falamos sobre isso, sim. A qualquer momento pode rolar, há uma possibilidade grande. Ele esta com disco novo e eu também, mas no que pintar uma datinha aí vamos gravar com certeza”, promete.
João Bosco e Hamilton de Holanda: Eu vou pro samba / De amanhã até domingo / sexta, às 20h, sábado, às 17h e às 20h e domingo às 17h / CAIXA Cultural Salvador (Rua Carlos Gomes, 57, Centro) / R$ 10 e R$ 5 / vendas: bilheteria CAIXA Cultural, a partir das 09 horas de amanhã
PQP, acabaram com minha sexta-feira!!!
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