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sexta-feira, março 23, 2018

MÚSICA CALMA PARA NERVOSOS

Banda Ira! estreia na Sala Principal do Teatro Castro Alves com seu show Folk, no qual relê clássicos e canções mais românticas do repertório em versões acústicas 

Scandurra e Nasi: quase 40 anos de parceria. Foto Carina Zaratin
Uma das principais bandas surgidas no boom do rock brasileiro dos anos 1980, o Ira! volta a Salvador com seu novo show acústico, intitulado Folk, hoje a noite, na Sala Principal do Teatro Castro Alves.

Habitué de apresentações memoráveis na Concha Acústica há uns 30 anos, o duo Nasi (vocais) e Edgard Scandurra (guitarra) faz sua estreia na Sala Principal do TCA com os músicos de acompanhamento do projeto Folk: Daniel Scandurra (baixolão) e Johnny Boy Chaves (piano).

“Pois é, nossa primeira vez na Sala Principal! É um detalhe muito importante, pois (o TCA) é um teatro imponente, histórico, em um ponto histórico de Salvador. Pra nós, é a mesma emoção de tocar no (Teatro) Municipal de São Paulo. Me senti o próprio Pavarotti”, brinca Nasi, por telefone.

Febre nos anos 1990, início dos 2000, os álbuns acústicos ofereciam uma forma mais “amigável” para o grande público se iniciar no repertório de muitas bandas de rock.

Em 2005, o próprio Ira! lançou seu Acústico MTV – que é bom lembrar, contou até com uma participação da baiana Pitty (na faixa Eu Quero Sempre Mais).

Já o Folk, lançado em CD e DVD no final do ano passado, em uma parceria com Canal Brasil, traz uma outra abordagem de formato acústico para o repertório da banda, segundo o vocalista.

Scandurra, Nasi, Daniel Scandurra e Johnny Boy. Foto Marcos Paulo
“Olha, muita coisa difere o Acústico MTV do Ira! Folk. O próprio termo folk já define, por que fizemos no estilo dos bardos folk estilo Bob Dylan, que se caracteriza pelo despojamento, é o artista e seu violão, sem bateria”, afirma.

“No Acústico a gente tinha nove músicos no palco, com piano, cordas, bateria, percussão, muita massa sonora, enfim. Este é um show delicado, o violão é o astro-rei da apresentação. É um show com mais silêncios, onde o público pode apreciar melhor as harmonias, pois valorizamos bastante os vocais. Até porque não estamos lutando contra microfonia da guitarra, conta o esporro da bateria”, detalha Nasi.

No repertório, além de alguns clássicos inescapáveis (Dias de Luta, Flores em Você, Envelheço na Cidade, Núcleo Base), Nasi e Edgard privilegiaram as canções  mais românticas da banda, além de alguns lados b.

“Quando começamos o projeto, eu e o Edgard nos encontramos algumas tardes, cada um com sua lista de umas vinte músicas. Aí, além das clássicas que não podem faltar, escolhemos aquelas que neste formato ficam valorizadas, as baladas que saem em conta gotas nos shows de rock, como Tolices, Mariana Foi Pro Mar, Mudança de Comportamento, Tarde Vazia, Quinze Anos, Mesmo Distante”, enumera.

“Nesse show elas ganham grande destaque, por que neste formato elas valorizam bastante. E o público também pode observar os formatos iniciais, já que 80% das músicas do show nasceram nesse estilo em que estamos tocando, então é um show bem diferente”, acrescenta o cantor.

Foto Lening Abdal
Esquenta para disco novo 

De volta em 2013 após alguns anos desativada devido a brigas entre os membros e seu empresário, a banda ainda não apresentou material inédito.

Para Nasi, a atual turnê acústica não deixa de ser uma forma de esquentar os motores para um futuro álbum com novas canções.

“Quando começamos esse projeto não tínhamos a pretensão de que virasse  um disco. A gente queria fazer algo diferente em palcos diferentes. Então estamos fazendo muitos shows em teatros, locais incomuns para shows de rock”, conta Nasi.

“O show tem crescido muito, tem sido bem requisitado. Aí veio a parceria com o Canal Brasil por que virou um show de sucesso. Em algumas capitais fizemos duas, três vezes. Acabou virando mais um capítulo de nossa discografia”, relata o cantor.

Com o fim da turnê Folk (que começou em 2016), Nasi, Edgard, Daniel, Johnny Boy e o baterista Evaristo Pádua já se preparam para entrar em estúdio em breve.

“Esses shows não deixam de ser um esquenta mesmo para um material inédito. Estamos trabalhando,  esboçando as primeiras músicas, para lançar um disco novo já no segundo semestre”, conclui Nasi.

IRA! Folk / Hoje, 21 horas / Teatro Castro Alves / filas A a P:  R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia) / Filas Q a Z6: R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia) / filas  Z7 a Z11: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia) / Vendas: Bilheteria do Teatro, SACs Shopping Barra e Shopping Bela Vista ou pelo www.ingressorapido.com.br

Um comentário:

  1. RIP, Miranda.

    https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2018/03/nunca-houve-um-amigo-como-miranda.shtml

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