Martin. Foto Caroline Bittencourt |
Bom pra eles – e pra gente, que gostamos de vê-los, antes de baterem asas de novo.
Guitarrista de Pitty, Martin Mendonça aproveita a temporada para fazer shows de divulgação do seu trabalho solo.
Intitulada Verão do Amor, a mini-turnê de Martin já passou por Catu (no dia 23), passa por Salvador
Acompanhado dos experientes Ricardo Cadinho (baixo) e Vitor Brasileiro (bateria), Martin vai mostrar ao público canções dos seus dois álbuns solo: Dezenove Vezes Amor (2010, em parceria com Duda, baterista de Pitty) e Quando Um Não Quer (2014).
“O repertório é composto de músicas dos meus dois discos solo, Dezenove Vezes Amor e Quando Um Não Quer, e algumas das parceiras que tenho nas bandas das quais fiz/faço parte”, conta.
“Já fiz alguns shows desse disco em Salvador mas nenhum com e estrutura que eu tenho em mente pra chamar de 'show de lançamento'. Por estrutura me refiro a ter bastante tempo pra ensaiar com a banda, elaborar os arranjos e fazer o show completo, com todo o repertório e poder ainda convidar artistas que fizeram parte da história do disco. Também teremos a participação de dois dos muitos artistas que colaboraram no disco: Fábio Cascadura e Leo Cavalcanti, cantor paulistano convertido em soteropolitano que gravou as vozes da faixa Algum Lugar”, acrescenta.
Em Quando Um Não Quer, Martin fez seu primeiro solo de fato, com canções de caráter íntimo e pessoal. Na sonoridade, aqui e ali, vemos que semelhanças com o som que desenvolve na banda de Pitty - ainda que sejam visíveis (ou melhor, audíveis) os esforços do artista para imprimir uma marca 100% autoral própria.
"Rapaz, é curioso você apontar semelhanças pois é super difícil, pra mim, fazer essa análise e acabo conseguindo reconhecer só as diferenças. Essa parte do som mais próprio acaba sendo muito natural, uma vez que boa parte do material dos meus discos é composta por canções que escrevi e que acabaram não sendo aproveitadas nos outros projetos ao não se encaixarem neles ou por terem um caráter muito pessoal. Um fato que resume bem isso aconteceu quando estávamos compilando material para o que viria a ser o Chiaroscuro (terceiro disco de Pitty): a música Strange Days, ainda sem letra, figurava como uma possibilidade até que um dia Pitty virou pra mim e disse 'man, não dá pra outra pessoa gravar isso, tem que ser você, isso tem demais a sua cara'. Nunca vou saber se era verdade ou só uma desculpa pra ela escapar sem me magoar, hahahaha, só sei que aconteceu e eu fiquei super feliz por ser assim", relata.
É bom lembrar que, além de Pitty, Martin conta no currículo com o duo Agridoce (com a própria Pitty), uma passagem pelo Cascadura e participações em trilhas sonoras para os filmes Uma História de Amor e Fúria (2013) e Muita Calma Nessa Hora (2010).
Sobre o Agridoce, o guitarrista conta que não sabe se algum dia ele e Pitty voltarão a atuar sob esse nome, mas também não descarta a possibilidade. "Não dá pra responder assim (se algum dia volta). O Agridoce foi uma experiência incrível pra gente, um jorro de criatividade, experimentalismo e liberdade criativa sem paralelo na minha carreira. A porta fica sempre aberta, mas se vamos ou não entrar nela de novo a gente não sabe", diz.
Solo é gratificante
Foto Ana Tatsumi |
Em casa em Salvador, Martin faz uma reflexão bastante pertinente sobre o significado desse show e o momento em que ele se encontra na carreira: “Tô muito feliz de poder fazer esse show, nesse lugar, com essas pessoas. É como um encerramento de ciclo pra mim e, apesar de já estar há tanto tempo em São Paulo, ele acontecer em Salvador faz com que tenha um significado muito especial. Me dá um monte de trabalho, e custa um tanto de dinheiro levar meu trampo solo adiante, mas a recompensa não tem paralelo”, afirma.
“É como um investimento em algo que não consigo definir, só parece certo fazer e eu continuo. Eu preciso contar minhas histórias, pra quantas pessoas forem, onde for. Estamos passando por tempos muito nebulosos mas acredito que, longe de ser um delírio utópico, vamos sair dessa vivos e fortalecidos. Quando a onda passar fica quem não deixou de remar”, conclui.
Martin & Banda: Quando Um Não Quer / Participações de Fábio Cascadura e Leo Cavalcanti SÁBADO, Teatro Sesi Rio Vermelho, 20 horas / R$ 20 e R$ 10
NUETAS
A Terça é toda Delas
Grandes musicistas, Marcela Bellas (guitarra), Josyara (violão), Tati Trad (baixo) e Isbela Trigo (percussão) juntam as forças a fazem a temporada Terça Delas! nos dias 9, 16, 23 e 30 deste mês na Varanda do Sesi. No set list, autorais e releituras de sucessos da MPB. 21 horas, R$ 15.
Sávio, Desassossego
Mais baianos que voltam no verão: Sávio Andrade (do grupo vocal MP7) faz duas noites do show Desassossego no Teatro Sesi, nos dias 9 e 10. Repertório de autorais, mais Caetano, Chico etc. 21 horas, R$ 40 e R$ 20.
Cascadura! Dia 14!
Ainda mais baianos de volta: Fábio Cascadura voltou de Toronto em férias e convocou a galera para um show comemorativo dos 25 anos de fundação Reunião 25 Anos da banda. Show único e imperdível. Dia 14, 17 horas, na Praça Pedro Archanjo. Ingressos: Sympla.com.
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