Saravá Jazz Bahia, fotos Priscila Felipe |
Agora, eles lançam o primeiro álbum, autointitulado, com quatro shows em três cidades do Recôncavo.
Hoje, eles tocam em Cachoeira. Amanhã, em São Félix. E nesta quinta-feira, dia 21, é a vez de Salvador, no Teatro Sesc Pelourinho.
Belíssimo, o álbum é um testemunho da desterritorialização (eita!) da música negra, provando que esta saiu da África para se universalizar pelo planeta, especialmente nas Américas.
Não a toa, o jazz da Saravá tem raízes que se estendem de New Orleans ao Recôncavo baiano, trazendo elementos de ijexá, blues, jazz, samba e reggae etc.
Além do disco, a banda lança junto um livro com todas as partituras e cifras das faixas.
“Vejo como um projeto de certa forma audacioso, pois não se trata só dos fonogramas de temas instrumentais, mas sim de uma proposta de incentivo à produção musical e a autoestima do músico, instrumentista e compositor baiano”, afirma Márcio.
“O livro traz, além das partituras em formato música e cifra (leadsheet), a grade orquestral de todos os instrumentos da maneira que está no CD, bem como as poesias de Juraci Tavares e Mateus Aleluia (pai) e textos falando do processo de inspiração e criação das músicas”, conta.
Rumo New Orleans
Gravado no estúdio do Ilê Ayiê (Senzala do Barro Preto, Curuzú), o disco foi registrado quase todo ao vivo, isto é, com a banda toda tocando junta ao mesmo tempo. “A maior parte foi ao vivo justamente pra manter a espontaneidade das improvisações e com o máximo de verdade no discurso musical”, afirma Márcio.
Uma curiosidade (pelo menos para este colunista) é como se resolvem no som da banda as influências afro-baianas: estas se resumem no uso de percussões?
“A influência afro brasileira e afro-baiana aparecem nas composições e no jeito de tocar e improvisar. Nas inflexões, nos ritmos, nas melodias e imagens sonoras, que são em boa parte inspiradas neste nosso universo cultural. As manifestações populares, as danças, os cantos, dentre outros signos característicos de nossa cultura inspiraram o conteúdo apresentado no disco”, diz.
Formada por Márcio, Nino Bezerra (baixo acústico), Carlos Careca (bateria), Mateus Aleluia (filho, trompete), Vinícius Freitas (saxofone tenor) e Bruno Nery (trombone), a Saravá espera alçar voos mais altos em 2018. “A ideia é rodar por aí pelo mundo e manter-se ativo com os shows nas cidades brasileiras, disseminar essa utopia de popularizar o jazz baiano”, planeja Márcio.
“O livro de partituras é bilíngue e traz textos de dois amigos norte-americanos que moram em New Orleans: Christopher Dunn, chefe de departamento da Universidade de Tulane, e Michaela Harrison, cantora de jazz que vem muito à Bahia. Como morei lá por quase três anos , já estou enviando o livro e o CD aos meus contatos para que me ajudem a levar o Saravá Jazz Bahia à New Orleans”, conclui.
Saravá Jazz Bahia / show de Lançamento: Quinta-feira, 19 horas / Teatro SESC Pelourinho / R$ 20 e R$ 10
NUETAS
O blues segue vivo
A banda Ipa Hop (Rex, Uzeda & Candido) faz jam de blues na Rhoncus. Quinta-feira, 21 horas, couvert não informado.
Giovani, Josyara e Jadsa
Giovani Cidreira e Josyara fazem a última Noites Radioca de 2017. Participação de Jadsa Castro. Sexta-feira, 22 horas, no Commons Studio Bar, R$ 20 (primeiro lote na Sympla).
Uma nota blue
Álvaro, nunca vou esquecer de um show no Acbeu (1995!) em que o aplaudi no meio de uma música, logo após um solo especialmente arrepiante. A plateia sentiu o mesmo, pois aplaudiu junto. Ainda tenho uma foto daquela jam na Barraca de Bambam, no Canela, onde fomos vizinhos. Eu na bateria, imagine. Que honra. Too soon, baby. R.I.P.
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