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terça-feira, novembro 21, 2017

EX-SCAMBO, GRACO VIEIRA ESTREIA NOVO PROJETO BA_CO. SEXTA-FEIRA, NO FESTIVAL NO CAMINHO

Ba_Co: Nina Campos e Graco Vieira. Foto Douglas Mendes
Veterano guitarrista de bandas queridas do público como Inkoma, Scambo e Bailinho de Quinta, Graco Vieira está de projeto novo na praça.

Batizado Ba_Co (é underline mesmo, revisor!), trata-se de um duo com a baixista Nina Campos (da banda Macumba Love), que parte das células rítmicas do samba-reggae para criar um som híbrido com toques de rock e eletrônica.

Quem quiser conferir o novo som do Graco – e da Nina – tem uma excelente oportunidade nesta sexta-feira, na primeira edição do festival No Caminho, que ainda traz mais duas bandas de fora: a carioca Ventre e a gaúcha Dingo Bells.

Estreando banda e festival novos, Graco admite um friozinho na barriga: “Sim, a estreia de um projeto é sempre.... caótica (risos). Mas sei que as coisas vão se ajeitando com o tempo e que precisamos dar esse start, sair do digital e partir pros palcos”, afirma.

“Fiquei muito feliz com o convite de Marcelo Argôlo e Gabriele Jessi (produtores) pra gente estrear no festival No Caminho e torço muito para o sucesso dessa empreitada. Vejo verdade e vontade neles. Um festival de musica autoral é sempre importante pra circulação de bandas e projetos na cidade”, acrescenta Graco.



Composição de referências

Com cinco faixas disponibilizadas no Soundcloud, o Ba_Co apresenta uma proposta consistente, casando bem a guitarra (ora psicodélica, ora pesada) de Graco com  levadas que poderiam ter saído de um disco do Olodum.

Ba_Co. Foto Douglas Mendes
"O fim da Scambo foi inesperado, deixou um vazio. Mas esse vazio trouxe angústia e deu espaço suficiente para assumir um projeto completamente autoral. A gênese do Ba_Co: Minha infância e adolescência em Itapuã, nessa época eu gostava de dançar e foi ali que fui fisgado pelo Olodum, Timbalada, Edson Gomes, Gera Samba... Em 1999 passei a fazer parte do Inkoma, e entrei no mundo do rock baiano. Em 2006 me aproximei do grande mestre Ramiro Musotto e a Scambo gravou o seu melhor disco, com a produção dele, o disco que Nikima canta. Ver Ramiro produzir e tocar foi uma escola. Os anos que frequentei a UFBA, onde as musicas do Ba_Co começaram a surgir, principalmente nas discussões com Paulo Miguez e Renatinho da Silveira sobre o carnaval baiano e as matrizes africanas... O samba-reggae é um fetiche antigo, sempre gostei e sempre achei que poderia mesclar isso com as experiências que acumulei, seja no hardcore, no reggae, rock ou nas marchinhas e frevos do Bailinho”, conta.

Depois de compor e gravar algumas demos com a ajuda do sampler, Graco convidou Japa System (Baiana System) para ajuda-lo na parte eletrônica e Mario Pam (Ilê Aiyê) para acrescentar o peso dos tambores.

“Acho importante pontuar que o Ba_Co não é um projeto de samba reggae, é um composição de referencias de uma Salvador urbana e caótica, que me interessa e da qual faço parte. O início do processo de construção foi todo a partir do computador, como produtor, DJ, editando samples de percussão da Bahia e compondo riffs de guitarra. Com a primeira versão pronta senti que precisava do elemento orgânico da percussão e convidei Japa System para regravar alguns instrumentos. Durante minha pesquisa conheci o Mestre Mario Pam (Ilê Aiyê) que tem um conhecimento enorme da historia e ancestralidade dos ritmos afro baianos e que tem contribuído muito para expansão conceitual do projeto. No Ba_Co os tambores são tão importantes quantos os riffs de guitarra, as linhas de baixo, as letras e os beats eletrônicos”, pontua.

“Ao vivo, sempre quis a pressão do tambor. No show, vamos ter as bases eletrônicas e samplers, que fazem parte da essência do Ba_Co, mas também a percussão 'valendo'. Será um desafio, mas contaremos com dois grandes percussionistas, o mestre Mario Pam (Ilê Aiyê) e Nanny Sanntos (Cortejo Afro). No baixo e voz, minha parceira no projeto, Nina Campos. E eu na guitarra e cantando. Tocar com Nina é, sem dúvida, minha grande motivação pra colocar um projeto novo na rua”, afirma.

No estúdio, Graco e parceiro tiveram de lançar mão de uma certa alquimia para que a 'pressão' dos tambores não engolissem todos os outros instrumentos.

"Desde que comecei a produzir pro projeto, as musicas pintavam a partir de um riff de guitarra e as coisas iam se construindo ao redor. Então não tive tanta dificuldade em fazer soar bem... Todo o arranjo termina reforçando o riff. Optei por musicas harmônica e melodicamente muito simples, algo que sempre me agradou. Na minha pesquisa, percebi que as bandas que costumam gravar esses gêneros de musica soam gigantes ao vivo e quase sempre um pouco 'magras' nos discos. Minha solução foi colocar bases eletrônicas com bumbos e caixas, trazendo um caráter mais pop e uma linguagem mais moderna pras canções", detalha.

Lançada a banda, Graco e Nina seguem com um olho no mercado local e outro lá fora, de modo a aumentar as possibilidades de atuação.

"Os anos trabalhando com musica me deram a possibilidade de fazer um bom network, vou aproveitar isso pra colocar a banda pra rodar, é importante pra azeitar as coisas, ir dando corpo ao trabalho, pra gente ir testando e experimentando. A primeira musica que compus pro projeto, Paraguaçu, faz parte de uma coletânea chamada Bahia Music Export. O lançamento dessa coletânea fora do país imediatamente abriu uma porta e a mesma musica saiu em um compilação inglesa, The Rough Guide to Psychedelic Samba. Isso foi importante pra eu perceber o interesse e curiosidade dos estrangeiros pelo projeto. A segunda musica que compus,  Peixe (em parceria com Fabio Cascadura – que criou quase todas as letras comigo), foi uma das finalistas do XIII Festival da Educadora. Hoje, a faixa intitulada Oriente está concorrendo na edição 2017 do mesmo festival. Essas pequenas conquistas foram me fazendo perceber que existe algo de sólido ali. Minha ideia inicial  era lançar um EP, mas decidi lançar faixas separadamente, ir trabalhando com singles e depois juntar isso num disco, provavelmente no primeiro semestre do ano que vem", conclui Graco.

Festival No Caminho / Com Ventre (RJ), Dingo Bells (RS) e Ba_Co / Sexta-feira, 19 horas / Cine Teatro Solar Boa Vista /  R$ 25 (no Sympla)



NUETAS

Soraya e o Maldito

No show Doce Maldição, a cantora Soraya Aboim faz tributo ao maldito Sérgio Eu Quero é Botar Meu Bloco na Rua Sampaio. Sexta-feira, no Espaço Cultural Casa da Mãe. 22 horas, R$ 15.

Francisco, Jadsa...

A banda Francisco el Hombre (SP) se junta à cantora Jadsa Castro e ao DJ Camilo Fróes na festa Noites de Radioca. Sexta-feira, 23 horas, no Portela Café. R$ 30 (Sympla).

Música Solar Fest

O restaurante Solar (R. Fonte do Boi) realiza ao longo do mês seu Solar Music Festival. Esta semana tem Bago de Jazz (nesta quinta-feira e na próxima, dia 30), Candice Fiais & Soulshine Blues Band (sexta) e Grupo Barlavento (sábado). Sempre às 20h30, R$ 15.

4 comentários:

  1. Chico, vale uma nota sobre o Feira Noise (fsa) e o Suiça Bahiana em Conquista. Os dois festivais estão com atrações muito boas, locais e nacionais. Principalmente o Feira Noise. Seriamente tentado a descer pra Feira de Santana nesse fim de semana.


    Abraço

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  2. Tô ligado, Victor. Gostaria muito, mas ando meio sem espaço, condições etc...

    Infelizmente este ano não possível prestar um apoio.

    Torçamos por dias melhores e menos sombrios...

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  3. Uai?!?!

    http://www.clebertoledo.com.br/blogct/2017/11/23/91731-conselho-de-etica-expulsa-katia-abreu-do-pmdb-decisao-ja-sera-comunicada-ao-tre-e-ao-tse

    Eu nem sabia que se podia juntar "ética" e "pmdb" na mesma frase!

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  4. Grandes merdas.

    http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/huck-informou-a-familiares-e-amigos-que-nao-sera-candidato-diz-o-jornalista-gilberto-dimenstein/

    Já já a mídia golpista inventa um novo nome "de centro". Quem será o próximo salvador da pátria dos coxinhas?

    Datena? Tiririca? Faustão? Bonner? Façam suas apostas!

    (Isso, claro, em se confirmando que o marido da Angélica realmente desistiu dessa ideia imbecil).

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