Alceuzão. A foto, cedida pela produção, veio sem autor. Quem souber avisa. |
A pancada deve vir logo na primeira música, a espetacular Anjo de Fogo, que dá título ao show e foi pinçada do álbum Espelho Cristalino (1977).
Originalmente acústica, a canção ganhou um arranjo elétrico pesado no show Vivo! Revivo! (2015), conduzido pela guitarra do mestre pernambucano das seis cordas (e parceiro de décadas) Paulo Rafael.
“Anjo de Fogo é um show que cobre minha carreira desde a década de 1970 até agora”, conta Alceu por telefone.
“Começa com Anjo de Fogo, passa por Papagaio do Futuro, Embolada do Tempo, depois vem Espelho Cristalino, Coração Bobo, Solidão, entra nos anos 80 com Tropicana, Como Dois Animais, Estação da Luz. Aí volto ainda mais no tempo e canto Pagode Russo de Luiz Gonzaga, volto aos anos 70 com Táxi Lunar e por aí vai. É um show de módulos sonoros e poéticos”, detalha Alceu, engatando a quinta marcha.
Dono de memória prodigiosa, Alceu garante se lembrar de todos os shows que fez na cidade. “Me lembro de todos os tempos que fui aí em Salvador. Lembro que fui entrevistado pro seu jornal (A TARDE) pelo (então repórter) Nonato Freire, sobre um show que fiz no Icba (Instituto Cultural Brasil Alemanha). Me hospedei na pensão de dona Germana, que era no Corredor da Vitória”, relata.
Ele ainda lembra que, durante o show, “um alemão fez várias fotos minhas. Depois ele me deu uma foto em que eu aparecia com várias pessoas de chapéu. Algum tempo depois fui a Paris e a usei no cartaz de um show (fala com sotaque francês: ‘grand premiere’’’, ri.
Mestre da cultura nordestina – e portanto, universal – Alceu rejeita dizer que seu som tem pegada roqueira: “Tem uma pegada roqueira, mas não é rock. Nunca fiz parte de grupo, fiz minha música do jeito que eu queria”, afirma.
“Quem não gostava de rock ficava com raiva de mim por que achava que não podia ter guitarra na minha música. E quem gostava de rock achava que eu era muito regional. Aí uma vez Luiz Gonzaga assistiu meu show e eu fui falar com ele depois. Achei que ele ia meter o pau. Aí ele falou (imita um perfeito Gonzagão): ‘Adorei. Parece uma banda de pífanos elétrica’”, conta, aos risos.
Alceuzão, mesmo caso da foto anterior: sem crédito |
Artista de peito aberto, que fala o que pensa de forma clara, Alceu vê com preocupação o levante “conservador” que tem perseguido artistas e livres pensadores por motivos, no mínimo, duvidosos.
“Parece que as pessoas estão ficando loucas. Está na hora de parar pra pensar. As coisas mudam, o tempo muda. Veja como a igreja católica mudou. Tenho todo respeito, mas ela queimou muita gente nas fogueiras (durante a Inquisição). Depois fez uma autocrítica. Então, está no momento de parar e pensar um pouco mais”, lembra.
“Tenho formação filosófica. Gosto de pensar, conceituar. Sou um perguntador, sempre tive essa posição, que vem muito de meu pai, que dizia: ‘não gosto de fechar questão’. O que eu quero dizer é: vamos deixar que as pessoas se expressem. Essa questão de gênero, vamos deixar cada um ser o que é. As pessoas tem o direito de fazer do corpo dela o que quiserem, não tenho nada a ver com isso”, conclui.
Alceu Valença: Anjo de Fogo / Amanhã, 19 horas / Concha Acústica do Teatro Castro Alves / R$ 80 e R$ 40 / Camarote: R$ 160 e R$ 80 / Vendas: bilheteria TCA, SACs Shoppings Barra e Bela Vista e www.ingressorapido.com.br
Esse show foi ontem. Tinha deixado agendada para publicar sábado. Não publicou. Ou "não publiquei?" Sei lá, nunca tinha feito isso. Agora já foi. Mas foi tão legal conversar com Alceu que publico assim mesmo. Dane-se, ninguém tá lendo mess!
ResponderExcluir;-)
Gente de bem:
ResponderExcluirhttp://www.diariodocentrodomundo.com.br/video-em-foz-homem-joga-veneno-em-criancas-que-faziam-aula-de-maracatu-isso-ai-nao-e-cultura-e-uma-vergonha/
Cadê que nessa hora não aparece o pai de uma criança dessas e enfia aquela mangueira no cu daquele nazista?
As serpentinhas que saíram do ovo do fascismo:
ResponderExcluirhttp://www.diariodocentrodomundo.com.br/video-em-cruz-alta-rs-bolsonaro-e-saudado-por-grupos-de-jovens-de-camisas-negras-precisa-desenhar/
Como não (cof cof) "amar" o Brazil do golpe?