So live and let die! Foto Breno Galtier / T4F |
O show de Paul McCartney na Itaipava Arena Fonte Nova na noite de sexta-feira preencheu todas as expectativas com louvor.
Ninguém se importou com a chuva que caía, parava e voltava.
Ninguém pareceu notar que o homem estava ligeiramente rouco.
Ninguém estava nem aí com aperto na pista premium (na área mais próxima do palco).
Ninguém nem tchuns com o atraso de 15 minutos pra começar.
O clima geral foi de felicidade e incredulidade: um Beatle, Paul McCartney, estava em Salvador, cantando para os baianos, falando em português e mandando gírias locais, como "Ave Maria!", "Vocês são massa" e até "Ó paí, ó!", quando uma moça bonita de shortinho subiu ao palco para dançar com ele, em Birthday, próximo ao fim do show.
O show em si foi rigorosamente igual ao apresentado em Porto Alegre no último dia 13 (e coberto pela reportagem de A TARDE a convite da produtora Time 4 Fun): começa com A Hard Day's Night, passa por Jet, All My Loving, I've Got a Feeling, Maybe I'm Amazed, revisita os Quarrymen com In Spite of All The Danger, volta aos Beatles com You Won't See Me, Love Me Do, And I Love Her e Blackbird.
Traz novidades como New, Queenie Eye e Four Five Seconds, homenageia os Stones com I Wanna Be Your Man, George Harrison com Something (de chorar), lembra os 50 anos de Sargeant Peppers com Being For The Benefit of Mr. Kite e A Day in The Life.
Joga as mãos do povo pra cima com Hey Jude e Let It Be, provoca explosões e chamas com Live and Let Die e encerra quebrando geral com Helter Skelter, Birthday e Golden Slumbers.
Uma revisão monumental (com quase três horas de duração) de uma carreira irretocável, de um dos maiores artistas da cultura ocidental do século 20.
Seu Paulinho e sua sua banda. Foto Breno Galtier / T4F |
Ao final, os rostos das pessoas expressavam um misto de felicidade, incredulidade e (claro) cansaço.
"É inacreditável um senhor desta idade fazer um show de 3 horas desses. Estou muito surpresa", disse Katucha Bastos.
"Rapaz, estou pasmo. Paul estava ali, ó", admirava-se, ainda incrédulo, seu marido, Ricardo "The Flash" Alves, ex-guitarrista da banda local Cascadura. "Paul estava ali e eu estava aqui. Nem acredito. É tudo o que posso dizer", afirmou.
O químico Nei Bahia, um veterano de shows internacionais no Brasil, e que já tinha assistido ao show do ex-Beatle em São Paulo em 2011, considerou o de sexta-passada ainda melhor: "Seis anos depois desse show, ele parece até mais novo. É um show que consegue ser, ao mesmo tempo, super estudado, mas sem ser mecânico, sem perder a espontaneidade".
Na volta para casa, só restava uma certeza: o sonho nunca acabou. Ele permanece vivo no coração de quem ainda acredita no poder da música feita com verdade de intenções e (muito) talento.
Volta logo, Paul!
Bônus: Birthday, com Yasmin dançando para Sir Paul. Enviado ao You Tube por Hans Freaks
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