Godard (Garrel) e Wiazemsky (Martin) correm da polícia no Maio de '68 |
Ambientado entre os turbulentos anos de 1967 e 1968, a obra do oscarizado Michel Hazanavicius (O Artista) centra sua narrativa em dois temas: o relacionamento do cineasta (na pele do ator Louis Garrel) com a atriz Anne Wiazemsky (Stacy Martin) e seu engajamento na “revolução”, obsessão de Godard na época.
Na época, protestos pela liberação dos costumes e contra a guerra do Vietnã e as ditaduras na América do Sul e Europa varriam o mundo, especialmente em Paris, culminando na greve geral de Maio de 1968, com estudantes, proletários e intelectuais erguendo barricadas e tacando pedras contra a Gendarmerie (polícia) no Quartier Latin.
Nesse contexto, Godard lança seu filme mais revolucionário, A Chinesa (La Chinoise, 1967), estrelado pela jovem e bela Wiazemsky.
De maneira hábil, o roteiro de Hazanavicius alterna a narrativa entre a recepção do filme com a militância do casal (mais dele do que dela) e o relacionamento difícil, dada a índole complicada de Godard, que fazia questão de ofender todos (conhecidos ou desconhecidos) que o abordavam – afinal, ninguém entendia de cinema e de revolução tanto quanto ele.
Tudo bem ser um alienado de direita, mas por favor não quebre meus óculos |
A abordagem de Hazanavicious é leve e divertida, com o próprio Godard, quem diria, como alívio cômico (involuntário) em diversas cenas.
Nesse sentido, o diretor marca pontos ao utilizar o recurso de uma piada que se repete ao longo do filme – no caso, a dos óculos do cineasta, que toda hora alguém dá um jeito de pisotear.
A ironia também parece escorrer pela tela em momentos divertidos de metalinguagem, como quando Godard, nu em pelo, reclama da obsessão de alguns cineastas em mostrar gente pelada nos filmes – ou quando ele diz que odeia atores: “Você os manda chorar, eles choram. Você os manda rir, eles riem. Você os manda dizer que odeiam atores, eles dizem! Odeio isso!”.
Fôrra Temerr! Fôrra Temerr! Fôrra Temerr! |
Esta escolha lhe rendeu críticas de sexista, já que baseou seu roteiro na autobiografia da atriz, Un An Après (Um Ano Depois), além de raso na abordagem do Maio de 68 e episódios como o cancelamento do Festival de Cannes daquele ano, a pedido de Godard e outros cineastas.
Retratado como um marxista confuso e estridente, o Godard de O Formidável deve ser visto antes como comédia. O biográfico saiu devendo.
O Formidável (Le Redoutable) / Dir.: Michel Hazanavicius / Com Louis Garrel, Stacy Martin / Sala de Arte Cinema do Museu, Sala de Arte Cine Paseo, Sala de Arte Cine XIV e UCI Orient Shopping da Bahia / 14 anos
Quer ouvir um disco de rock brasileiro foda feito e lançado em 2017?
ResponderExcluirAqui, filhão:
https://soundcloud.com/garotas-suecas/sets/futuro-do-preterito
Finalmente disseram a que vieram. (Na minha humirde opinião, craro).
Parecem vindos de um pretérito setentista! São Cariôcas?
ResponderExcluirAs Garotas Suecas são paulistas.
ResponderExcluirum amigo disse que Godard ODIOU esse filme...pq sexista se foi baseado na bio dela??
ResponderExcluirpor sinal...que linda a atriz...ela fez ninfomaníaca?
pelo que pesquisei sobre ela...nem vi essa película...
Rapaz, já ouvi os primeiros acordes desses suecas aí...vamos ver no que dá, tá cedo pra dizer o que achei, mas até agora........um DISCAÇO de rock brazuca, feito por meus vizinhos e amigos:
https://gameoverriverside.bandcamp.com/album/game-over-riverside-empty
melhor lançamento do ano...anote aí...do rock mundial...e olha que fucei TODO o new album releases e até o billy lançou esse ano...
Pô manô, aê! Nada a verrr... rsrs
ResponderExcluirNatural ter odiado. Apesar de ser um retrato afetivo, Godard é um completo abestado no filme.
ResponderExcluirSexista por que não foi retratada a relação abusiva que a a atriz relata no livro.