PRONTOS PARA A DESINCUBAÇÃO

Irmão Carlos, Ana Luísa Barral e a banda Zuhri fazem show que encerra mais um ano do projeto Incubadora Sonora, que capacita novos talentos musicais 

Ana Luisa Barral, foto Denisse Salazar 

 Figura essencial para o cenário da música independente baiana atual, o músico e produtor Irmão Carlos e banda se apresentam  amanhã, com a cantora  Ana Luísa Barral e  a banda Zuhri.

O show no Portela Café a preço popular (R$ 5) conclui o terceiro ano de um dos muitos projetos em que Carlinhos, como é conhecido no meio, se envolve: o Incubadora Sonora.

Viabilizado pelo Edital Setorial de Economia Criativa (SecultBA), a Incubadora é um programa de capacitação e profissionalização de músicos e bandas iniciantes de Salvador e RMS.

Nesta terceira edição da iniciativa, Carlinhos e sua equipe trabalharam com Neila Kadhí,  MC Dyou e as bandas  Ojá e Maus Elementos, mais Ana Luísa e a Zuhri.

Evolução ano a ano

Irmão Carlos, foto Ted Ferreira

Conta o músico que, ao longo dos três anos do projeto, ele teve de ser repensado para ser mais eficiente.

“No primeiro ano pegamos uma galera ainda muito verde. Aí entravam no estúdio se achando os Rolling Stones, Amy Winehouse, que ganhou na Mega Sena”, conta.

“Aí quando acaba o projeto, vê que a realidade é outra. Daquelas cinco bandas, só duas ainda existem. No ano seguinte repensamos, pegamos bandas que já estavam trabalhando, sabiam das dificuldades de produzir. A terceira turma já foi a melhor de todas, uma galera mais consciente”, elogia.

"A verdade é que a gente tem produtos sensacionais na Bahia. Só precisamos aprender a botar na vitrine para vender. Porque aquele sonho do empresário que vai bater na sua porta com um contrato a gente (na Incubadora) quebra logo isso. Morreu nos anos 90", acrescenta.

Sobre as atrações com quem ele compartilha o palco do Portela este sábado, ele conta que "a Zuhry eu conheci agora e estou muito surpreso. É uma galera jovem com uma linguagem sensacional, tem jazz, funk, soul e rap com letras... mais positivas, otimistas, digamos. O rap deles tem até melodia no falar. E a turma é gente boa. Eles tem até um evento próprio, tipo o que eu produzia no Marback, que eles fazem no Amsterdam Pop Club".

Zuhri, foto Denisse Salazar

"Já a Ana Luisa Barral eu também tô conhecendo agora e achei muito bonito o trabalho dela, é na linha nova MPB, mas tem personalidade. E ela dirige cada músico no estúdio com perfeição, ela sabe exatamente o que quer, cada arranjo cada timbre, ela sabe. Acabou de lançar um disco e agora gravou mais duas faixas para nossa coletânea", conta Carlinhos.

Em novembro, o projeto conclui seus trabalhos com o lançamento de uma coletânea reunindo as duas faixas gravadas por cada artista.

Irmão Carlos, Ana Luísa Barral e Zuhri / sábado, 22 horas / Portela Café / R$ 5