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terça-feira, maio 16, 2017

O "PEACE PUNK MELÓDICO" DA suRRmenage

Power trio liderado por Arthur Caria (ex-Dead Easy) lança novo EP com show gratuito sexta

Arthur Caria, Mark Mesquita e Maynard Passos, foto Fernando Udo
Baixista veterano do hard rock em Salvador e no Rio de Janeiro, Arthur Caria (ex-Dead Easy e X-Rated) volta à cena com um novo trabalho de sua banda atual, a suRRmenage.

Headphoning Life é o título do EP de quatro faixas que a banda lança em pocket show gratuito nesta sexta-feira, inaugurando o evento Casarão Pocket, do novo e reformado Estúdio Casarão, de Candido Soto Jr. (ex-Cascadura).

Mais coeso e maduro do que the suRRmenage sessions (2009), o trabalho anterior, o EP é rápido e nada rasteiro, trazendo três composições inéditas e um resgate dos tempos do X-Rated, Moonshine.

“O novo trabalho é produto de uma banda tocando junto por mais de dois anos com a mesma formação”, conta Arthur.

“Além disso, o disco de agora é bem diferente do anterior em termos de letras, traz mais positividade (Ubuntu, Transition), esperança (Someday) e amor (Moonshine). O anterior trazia uma certa frieza poética e desesperança”, observa.

"À maneira do anterior, foi mixado e masterizado por Jera Cravo, hoje radicado no Canadá. E terá a distribuição da Trinca de Selos (#AquiTemRockBaiano). Tanto as músicas inéditas quanto a regravação que fizemos, buscam revisitar algo de um terreno sonoro que prezo muito, da minha adolescência aos 16 anos tocando punk-metal em bares da Pituba, na Residência Universitária da UFBA, ou nos recreios do Colégio Social, em 1987 com a banda Saci Monstro (com o hoje bluesman Celso Dutra e o vocalista Jorge Calvo)", detalha Arthur.

"O disco anterior (2009) vinha de um projeto amplo que envolvia outras áreas do conhecimento como literatura e ciência, mas que no final migrou para uma experiência poética pessoal minha, combinada musicalmente com alguns parceiros na gravação (Jera Cravo e Flávio Maranhão) e outros nas diversas jam sessions (como Jorge King Cobra, Maynard Passos e Igor Tavares para citar alguns à época)", observa.

Ladeado por Maynard Passos (guitarra) e Mark Mesquita (bateria), Arthur lança hoje mesmo, no You Tube, o clipe da faixa Ubuntu (dirigido e filmado por Fernando Udo), com letra sobre o conceito sul-africano de harmonia entre o indivíduo e o universo, rejeitando o narcisismo e o individualismo exacerbado.

“Juntando música e letra, o disco novo é uma espécie de peace punk (punk da paz) melódico”, ri o músico.

Uma curiosidade é a faixa Moonshine, do repertório da banda carioca de hard rock X-Rated, que ele integrou após a extinção da Dead Easy, de Salvador, e com a qual tinha ido ao Rio tentar a sorte no circuito rock do eixo Rio-SP.

Capa do EP, com pintura de Antonio, filho de Arthur, de 5 anos
"A música Moonshine é do disco Untold Story do X-Rated, que gravamos em 1994 no Rio de Janeiro, e que foi lançado via Tratore em 2010. Eu (baixo e backing vocals), Rodrigo Van Stoli Eymael (vocalista), o guitarrista Mark D.B. (ex-Azul Limão) e o baterista André Chamon (ex-Stress). Eu pincei Moonshine como um tributo ao X-Rated, mas também por ela se encaixar, com o novo arranjo, na proposta que pensamos para o EP Headphoning Life", conta.

Apesar do grande número de bandas do estilo, o hard rock no Brasil nunca foi muito popular, muitas vezes subestimado por público e crítica.

"Exatamente. Concordo. Tomando minha experiência pessoal com as bandas Dead Easy e o X-Rated, penso que os grupos de feição Hard Rock no Brasil sempre foram subestimados porque elas traziam (mais do que os outros estilos), elementos estranhos para um público que não estava - na época - pronto para consumi-los, características estéticas e musicais muito específicas. Sempre éramos muito elogiados pela crítica (que decifravam aquilo que fazíamos), e recebidos mornamente pelo público daqui", conta Arthur

Show intimista

Nesta sexta, vale dar um pulo no Casarão para conferir a performance deste afiado power trio. Mas se ligue: é bom chegar cedo.

“Vamos inaugurar o Casarão Pocket, um formato para a realização específica de pocket shows intimistas, concentrando-se na estética do micro-evento, do show íntimo com mini-plateia (máximo de 20 pessoas), idealizado também para o registro em vídeo e para a banda sentir de perto a reação do público”, conta.

"Em 2016 fizemos alguns pilotos desse formato com seis bandas baianas no Home Pocket da Clipoems Rock (com Fernando Udo, Cândido Martínez e Mark Mesquita) e foi algo bastante gratificante. A banda recepcionará os convidados com comes e bebes, exibição de vídeos da banda, músicas inéditas e antigas, e ao final, o pocket show na sala grande do Casarão. As pessoas presentes receberão o disco da banda gratuitamente", acrescenta.

"Eu criei o Clipoems como uma reunião de iniciativas audiovisuais experimentais sem fins lucrativos, estritamente de cunho artístico e científico. Já o Clipoems Rock é uma seção dessas mesmas iniciativas (Clipoems) que é dedicada à captação e à divulgação de trabalhos autorais, principalmente em rock and roll. Sempre realizadas de maneira colaborativa e compartilhada", acrescenta.

Lançado o novo trabalho, agora é fazer planos para prosseguir produzindo e tocando.


“Depois de meses concentrados na produção do EP, os planos são divulgar o  novo trabalho, tocar com mais frequência e produzir mais material. Temos inclusive novos singles que tocaremos em breve, antes mesmo de os gravarmos”, conta Arthur.

suRRmenage / Sexta-feira, 20 horas / Casarão Pocket (Av. Mario Leal Ferreira, 310, Bonocô Center, próximo à Estação Brotas do Metrô) / Gratuito / www.surrmenage.com

NUETAS

Jigsaw e Louder

Álvaro Assmar, foto Mauricio Requião
As bandas Jigsaw e Louder estão no Quanto Vale o Show? de hoje.  19 horas, Dubliner’s, pague quanto puder.

Álvaro aos sábados 

No sábado, o bluesman master Álvaro Assmar cumpre a terceira data de uma temporada de quatro noites na Varanda do  Sesi. É a segunda edição do Projeto Blues na Varanda, que já tinha rolado com sucesso em março último. 22 horas, R$ 30.

Led e Rush sábado

O sábado também tem uma night de classic rock de respeito com as bandas Celebration Day (fazendo o Led Zeppelin) e Fountainhead (fazendo o Rush). Músicos experientes de competência comprovada em ambas garantem o bom nível. Dubliner’s, 23 horas, R$ 20.

3 comentários:

  1. https://www.youtube.com/watch?feature=em-upload_owner&v=gPNDuNYLL-Q&app=desktop

    viu isso chico??

    registro de uma época...

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  2. Tô deprê.

    https://omelete.uol.com.br/musica/noticia/chris-cornell-vocalista-do-soundgarden-e-do-audioslave-morre-aos-52-anos/

    Ídolo de uma geração, vocalista extraordinaire.

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  3. RIP Kid Vinil...grande mestre do rock brazuca, Kid Vinil...na tour que fizemos de carro pelo Brasil e Argentina em 2005, fomos entrevistado por ele...e passamos uma tarde deveras aprazível falando sobre rock and roll de todas as épocas...foi épico..RIP Grande mestre...obrigado por ter nos ajudado a conhecer as bandas que mudaram nossas vidas.

    Uma imagem desse inesquecível dia, em que horas pareceram segundos:

    http://www.fotolog.com/thehonkers/9908541/

    numa semana com "boas notícias" sobre safados políticos se dando mal...morre um grande cara do rock nacional...e essa perda triste do Cris Cornell...depressão é foda...às vezes ser do rock e não ter grana nos dá força pra enxergar outras coisas...ser mais duros pra segurar a deprê...mas tb não é nem um pouco fácil...enfim...descansem em paz!

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