Caian lift off. Foto Lorena Vinturini |
O espetáculo, que concorre ao Prêmio Caymmi na categoria Melhor Show, é também nome do seu primeiro álbum solo – e ainda é o recital de formatura do artista no curso de Música Popular da Ufba.
Que ninguém diga que Caian não é um sujeito pragmático.
"A transição (para carreira solo) se deu de forma bastante natural pra falar a verdade. Os Beduínos Gigantes era um nome que eu trazia dos tempos de escola, onde me apresentava sempre com um trio, fruto da influência dos Paralamas do Sucesso. Quando decidi lá em 2009 gravar o primeiro demo com esse nome era só o começo da carreira profissional, mas era também uma continuação do sonho de ter uma banda, como nos tempos de escola. Alguns anos após o lançamento do EP Trânsito em 2012, fui amadurecendo, a minha música também amadureceu e vi que eu já tinha esgotado o conceito em volta dos Beduínos e da formação power trio, aí decidi assumir somente o Caian, meu segundo nome. Inclusive às vezes quando leio o nome penso que eventualmente alguém pode pensar que se refere à uma banda e não a um artista solo, e mesmo sendo, hoje sinto que o grupo que hoje me acompanha já tem uma forte ligação pessoal e musical, sou muito grato a esses caras todos os dias pela parceria", relata.
Lançado on line no passado, Plutão ainda aguarda sua materialização em CD, dependendo da colaboração dos fãs e amigos do músico em uma campanha de crowdfunding.
"Antes o trabalho era todo pensado para um formato power trio e com uso de samples. Hoje nós somos uma grupo de 7 pessoas, trompete, trombone, duas guitarras, baixo, bateria e teclado. Ganhei mais possibilidades de pensar os arranjos das músicas, ter outros instrumentos solando. Além de que o repertório era menos autoral do que hoje, com os Beduínos eu fazia mais covers de artistas que referenciavam o trabalho da gente na época como Gil, Raul, Mutantes, entre outros. Hoje eu faço um show quase 100% autoral e em parcerias. Algumas músicas do EP transito foram também rearranjadas para esse novo formato, como Ela é de Leão e Samba Software", conta o músico.
Sacudido, Produzido por Tiago Ribeiro (Toco Y Me Voy), Plutão é um rock bem brasileiro, com influências claras (e assumidas) do Paralamas do Sucesso, incluindo as letras no estilo crônica social, como Ela é de Leão e Último Ato (com participação da cantora Bruna Barreto).
“A referência maior em termos de sonoridade e instrumentação foi Os Paralamas do Sucesso”, diz Caian.
“A mistura de reggae, rock com guitarras distorcidas e melodias marcantes por um conjunto de sopros foram as características que quis imprimir no disco. E Herbert, Bi e Barone foram os primeiros a fazer isso lá nos anos 1980”, lembra.
Caian em missão de reconhecimento. Foto Lorena Vinturini |
Narrativa coesa
Apesar de não ser um trabalho conceitual, as faixas de Plutão acabam constituindo uma narrativa e concedendo unidade estética ao trabalho, um sinal claro de sua consistência. “O disco é uma coleção de canções, por assim dizer, mas que na ordem em que se apresentam e na maneira como foram arranjadas constroem também uma narrativa”, diz.
“O discurso político e social que estamos vivendo hoje é uma das temáticas que constroem essa narrativa, junto com a irreverência das canções, mesmo nas mais românticas. E todo esse caldeirão de estilos e ritmos que apresento no disco estão ligados pela maneira como os versos são escritos e pela sonoridade rock n roll. A música Plutão foi escolhida como a que intitula o disco por ser ela a mais antiga de todas, do final da adolescência e que foi uma das últimas a ficar realmente pronta na época de gravação do disco, logo, ela é a que perpassa por todas as outras que vieram após com mais experiência e maturidade. Plutão não era mais planeta, voltou a ser, eu era Beduíno, hoje sou só Caian, enfim, tudo muda o tempo todo e a gente também, se reinventa, se dá outros nomes”, observa.
Lançada a obra, Caian faz seus planos para divulga-la: "Acho que o mesmo caminho que todos os artistas emergentes tem buscado. Fazer um bom trabalho de divulgação nas redes sociais, e fazer shows, muitos shows. O plano é lançar um clipe de uma das músicas do disco no início no segundo semestre, e rodar primeiro pela Bahia. Estou tendo o prazer de lançar meu disco junto à trinca de selos baianos, a Big Bross Records, São Roque Discos e a Brechó Discos, que recentemente lançaram Irmão Carlos e mais um punhado de gente boa surgindo na cena do estado. O caminho é esse somado ao que ocorrer", conclui o artista.
Caian: Plutão / Sexta-feira, 21 horas / Arena do Teatro Sesc-Pelourinho / R$ 20 e R$ 10 / Campanha de pré-venda do CD: www.catarse.me/caian_plutao
NUETAS
Divino Achiles hoje
O Quanto Vale o Show? de hoje traz para o palco do Dubliner’s o premiado cantor Achiles. Ex-Caim, duo de Vitória da Conquista, Achiles se lança solo com o álbum Divino e Ateu, um trabalho de caráter mais pop e eletrônico, sintonizado com o empoderamento LGBT. A night ainda traz o cantor local Dimazz. 20 horas, pague quanto puder.
Matanza domingo
A banda carioca Matanza volta à cidade com show do último álbum, Pior Cenário Possível (2015). Música para beber e brigar neste domingo, às 18 horas, na Praça Tereza Batista, R$ 50.
Ronei's season finale
Ronei Jorge fecha temporada de quatro datas no Teatro Gamboa Nova domingo, às 17 horas. R$ 20 e R$ 10.
Dois registros rápidos.
ResponderExcluirTive a honra e o prazer de entrevistar Jerry Adriani por duas ocasiões recentemente e o cara sempre foi de uma gentileza adorável.
http://rockloco.blogspot.com.br/2015/07/jerry-adriani-repassa-cinco-decadas-de.html
http://rockloco.blogspot.com.br/2016/04/a-outra-face.html
Lamento sua perda.
Ao tempo que espero não ter de lamentar a morte desse aqui tão cedo:
http://edition.cnn.com/2017/04/24/entertainment/elton-john-hospitalization/index.html
Força aí, Eltão.
E olha só, (re)descobri uma terceira entrevista de Jerry à este blog, feita no ano de 2005, em uma colaboração especialíssima do nosso querido Zezão:
ResponderExcluirhttp://rockloco.blogspot.com.br/2005/10/no-sobrou-nenhum-assento-seco-em-todo.html
O RL já tá tão véio que nem lembro mais de tudo que já saiu por aqui!....
RIP Jonathan Demme
ResponderExcluirhttp://www.adorocinema.com/noticias/filmes/noticia-130445/
O Silêncio dos Inocentes e Totalmente Selvagem, Stop Making Sense dos Talking Heads e vários docs e shows de Neil Young.
Foi pouca merda não.