Irmão Carlos, foto Ted Ferreira |
Sábado, quando lança seu primeiro álbum solo, é boa oportunidade para começar a faze-lo.Auto-produzido, auto-bancado e gravado no Estúdio Caverna do Som, parte do Espaço Dona Neusa, Carlinhos, como é conhecido, contou com ajuda dos amigos e admiradores via crowdfunding para viabilizar as cópias físicas do disco e o show de lançamento, que será na rua e gratuito, no Palco Toca Raul (Rio Vermelho).
“Só mandei o disco para masterizar em São Paulo. O resto, fiz tudo, da composição à mixagem. Aí os caras do estúdio que masterizou, o Absolute Master, se amarraram no som e resolveram patrocinar também”, conta, feliz.
“Eles vem pra Salvador curtir o show e tudo. Imagine? Aqui a gente dificilmente consegue patrocínio, aí vem uma galera de São Paulo patrocinar e prestigiar. Está tudo caminhando da melhor forma”, afirma.
"Quando decidi fazer esse solo decidi que era o momento em que me sinto sem pele, sem casca, os nervos expostos, hora de botar tudo que é bom e ruim pra fora. Isso veio muito da angústia e da ansiedade de ser também o momento em que eu saio da casa de Dona Neusa, depois de 39 anos, depois de muita coisa acontecendo na vida. E o disco foi sendo feito assim, nesse momento de transição. Entre compor e gravar foram dois anos", relata.
Convidados de primeira
Depois de três álbuns à frente da banda O Catado, Irmão Carlos, o disco, vem demonstrar a imensa habilidade do músico para criar grooves funk de rachar o assoalho – sem soar vazio nas letras, influência de bandas dos anos 1980, como Skowa & A Máfia, Talking Heads e Titãs, sua preferida.
“Esse disco traz uma mudança pra mim, por que tem a raiz, eu me mantenho no funk. Mas também visito a música eletrônica e o blues”, conta.
Nas letras, aborda temas atuais, como o mito meritocracia, devidamente desmascarado em Seu Lugar.
“Muitas coisas que ficaram escondidas e não podíamos falar, estamos falando mais abertamente agora: o racismo, o machismo, a homofobia. Estamos podendo falar, debater, quem é contra, que é a favor, ouvimos argumentos de um lado e de outro. Então as letras são relacionadas a coisas que vivi. Estudei em escola particular e não percebia aquela coisa velada (racismo), mas com o tempo você começa a perceber o que acontecia na época. Tipo por que naquele dia tal eu não pude entrar naquele tal lugar?”, afirma.
Outra habilidade de Carlinhos é o da agregação. Em diversas faixas, convidados locais de primeira linha abrilhantam suas composições.
Engrenagem da Ilusão conta com a IFÁ Afrobeat e seus metais em brasa. E Quando Eu Acordar traz o guitar hero Eric Assmar, W Raimundo tem Enio (que aliás, faz o show de abertura no sábado), Me Engasguei Outra Vez no Jantar apresenta Alexandre Tosto (da Scambo) e Flutuar é Uma Vontade tem o guitarrista e produtor Junix.
“A gravação foi uma Disneylandia, cada encontro foi uma festa. A IFÁ passou um dia inteiro aqui. Iam fazer uma música só, mas Jorge Dubman (bateria) e Fabricio Mota (baixo) se empolgaram e gravaram outra, Me Engasguei..., com Tosto”, conta.
“Já com Eric Assmar foi engraçado. Ele chegou com um slide raro, de vidro de remédio americano. Aí eu tava com uns amigos no estúdio e aconteceu um acidente, o negocio caiu no chão e quebrou. Ele ficou triste, mas não baixou a guarda. Olhou de um lado, olhou de outro, pegou uma garrafinha de cerveja long neck e meteu nas cordas. E saiu o som que ele quis”, relata, admirado.
No show de sábado, porém, ele não conta com convidados. O foco será nele e na sua banda.
"A prefeitura, dona do Palco Toca Raul, entra com o palco e a liberação (junto à Sucom), eles tem um acordo com a Sucom, algumas secretarias que eu precisaria oedir autorização. Eles já fazem isso internamente, já facilita. A grana para som luz e cobertura foi para a equipe do Tio Bill, que é uma das melhores. Ele mesmo (Bill) deu a ideia, 'vamos fazer esse show na rua', 'mas eu não tenho dinheiro', 'ah, venha conversar vamos fazer uma parceria'. Então foi assim, tá tudo dando certo. No show não tem convidados. Tem o show de abertura de Enio e o meu, comigo e minha banda, que é uma mistura (de membros) da Suinga, com Tabuleiro Musiquim e Gazumba: Silvio de Carvalho (guitarra), Danilo Figueiredo (baixo), Allan Villas Boas (bateria) e Marcos Felipe (teclados). Eu também toco uns brinquedinhos eletrônicos", conclui.
Irmão Carlos: Show de lançamento / Abertura: Ênio / Sábado, 18 horas / Palco Toca Raul (ao lado da Paróquia de Sant’Ana, Rio Vermelho) / Gratuito
MA-RA-VI-LHO-SO!
ResponderExcluirhttp://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/filho-de-bolsonaro-nao-o-da-papuda-faz-enquete-sobre-eleicoes-de-2018-e-lula-sai-ganhando/
Fuén, fuén, fueeeeeennnn!