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sexta-feira, janeiro 20, 2017

A FICHA CORRIDA DE UM GRUPO EXTRAORDINÁRIO

Páginas em 3D do Dossíê Negro
A Liga Extraordinária: Dossiê Negro é mais uma amostra humilhante do talento de Alan Moore. A obra compila dados “secretos” do grupo de personagens clássicos da literatura

Nesta vida, existem poucas verdades universais à prova de negação, como, por exemplo, “o dia precede a noite” e “Alan Moore nunca decepciona”.

A Liga Extraordinária: Dossiê Negro é mais um delírio deliciosamente elaborado pela mente mais brilhante dos quadrinhos modernos.

Criada em parceria com o desenhista Kevin O’Neill, o Dossiê Negro é a última HQ da série A Liga  Extraordinária  que ainda estava inédita no Brasil – via editora Devir, ela  chega às livrarias e comic shops do Brasil  com seu complexo esplendor quase intacto.

Explica-se: como o título dá a entender, trata-se de um dossiê contendo (muitos) dados e alguma memorabilia sobre o exótico grupo de aventureiros dotados de talentos especiais à serviço da coroa inglesa.

Mais páginas em 3D
Assim, a edição original norte-americana trazia, entre outros objetos acondicionados em um envelope de papel pardo encartado no livro, até um compacto de vinil sete polegadas, com duas canções de rock estilo anos 1950 compostas e cantadas pelo próprio Alan Moore (imitando Elvis Presley), atribuídas a  fictícia banda Eddie Enrico & His Hawaiian Hotshots: Immortal Love e Home With You (ouça no vídeo abaixo).

A edição brasileira não se dá a esse luxo todo, até por que encareceria ainda mais uma edição já dispendiosa o bastante (R$ 150).

Mas o fã que se coçar para adquiri-la certamente se sentirá recompensado com o seu conteúdo.

Além da obra em si, que é magnífica, o envelope de papel pardo da Devir traz  oito cartões postais, um “catecismo” (HQ erótica vintage), um óculos 3D, o encarte do compacto já citado e um marcador de página em forma de espada, que também serve para romper o lacre de uma  narrativa erótica no álbum.

Fugitivos do MI5

Trecho d'A Vida de Orlando
Criada pela dupla inglesa no fim dos anos 1990, A Liga Extraordinária reúne personagens famosos da tradição literária europeia (e alguns norte-americanos) para atuar de forma secreta, como Mina Murray-Harker (de Drácula, de Bram Stoker), Allan Quatermain (As Minas do Rei Salomão, de H. Rider Haggard), Capitão Nemo (20 Mil Léguas Submarinas, de Jules Verne), Orlando (de Virginia Woolf) e muitos outros.

Foram lançados três álbuns do grupo: Volumes I, II e III (o último também intitulado Século), este Dossiê Negro e uma aventura solo de Janni Dakkar, a filha do Capitão Nemo: Coração de Gelo.

Em todas essas obras, Moore e O’Neill criam verdadeiros caleidoscópios de referências culturais diversas, que vão desde a alta literatura a personagens pulp esquecidos – e nada, absolutamente nada é  jogado de forma gratuita. Cada referência é matematicamente apoiada no contexto.

No Dossiê Negro, estamos em 1958, em pleno governo totalitário do Grande Irmão (referência à George Orwell) e os aparentemente imortais Mina e Allan, tornados clandestinos pelo MI5 (o serviço secreto britânico), invadem o quartel-general da instituição em Londres para roubar o Dossiê.

Com ele em mãos, começam a ler documentos sobre as várias encarnações da Liga, existente desde o século 16.

Irados, os governantes mandam seu principal agente, um certo Jimmy (sobrenome Bond) atrás da dupla.

O leitor acompanha a narrativa em dois níveis: a perseguição de Jimmy a Mina e Allan e a leitura do dossiê feira pelos dois últimos.

O Dossiê, em mais uma amostra humilhante de talento do seu autor, chega ao luxo de trazer textos apócrifos de Shakespeare e Jack Kerouac, além de relatórios de agentes, crônicas, excertos, mapas, diagramas e outros mimos.

A Liga Extraordinária: Dossiê Negro / Alan Moore e Kevin O’Neill / Devir / 208 p. / Edição de Luxo (capa dura): R$ 150

5 comentários:

  1. Rapeize, semana que vem este blog vai ficar um pouco parado porque farei uma viagem a trabalho.

    Em breve envio notícias de terras distantes.

    Mas podem continuar enviando comentários, que eu continuo liberando - lá ele.

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  2. traga presentes...aceitamos mimos como essa edição gringa da liga-ehheehe
    e num é que o Alan faz um som mais legal que muita banda...embora a 1a faixa, com uma pegada doo wooop tb, ele emula a voz um pouco de "sacanagem", mas todas as duas canções são bem legais...tem alguma ligação com a hq as canções chico?
    ou mr. moore "aproveitou" o lançamento pra "divulgar" sua "carreira" de cantor?
    ehheheeheh
    a galera aqui sempre mete a faca, Às vezes por conta de impostos e etc...mas enfim...garanto que os 150 pilas que pagamos aqui, num equivale a 150 pilas pagando no gringo com disquim e tudo...se vacilar vão vender só o disquim aqui a esse preço...

    ps.: Chico, vc tá muito noveleiro...sem dizer pra onde vai, nos deixando ansiosos, curiosos, o que El Chicón irá fazer...aprontar...em que lugar do planeta, ou da galáxia...em tempos...poderia mandar os politicos daqui fazer um teste em uma galáxia muito distante...de uns 15 anos pra chegar e uns 15 anos pra voltar...pra nos contar como foi a experiência...meu medo é que assim pode ter começado o império de stas wars...

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  3. boa viagens (se é que vc me entende)-heheehhehe

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