Kalouv, foto de Hannah Carvalho |
Essas e muitas outras bandas, mais conhecidas pelos iniciados em indie rock, são associadas ao estilo denominado post rock (pós-rock), que é quase sempre instrumental e mais ligado às texturas e timbres.
No Brasil, ainda há poucas bandas abertamente post rock. No dia 3, uma das principais, a pernambucana Kalouv, se apresenta na programação do Festival Big Bands, ao lado da paraibana Hazamat e das locais Game Over Riverside, Soft Porn e Ronco.
Uma boa oportunidade para conferir ao vivo o som que o quinteto apresenta em seus álbuns (baixe no site deles), uma linda trilha sonora de sonhos e delírios em technicolor, cheia de climas viajandões.
"Acho que, desde o começo da banda, o que nos move de forma inicial é a busca por melodias. As texturas acabam sendo um complemento natural ao longo do processo de composição, um resultado das ideias que vão surgindo e se somando. Nas músicas mais recentes, tanto as do EP Planar Sobre o Invisível (2016), como as novas que temos apresentado nos últimos shows e que estarão no terceiro álbum, estamos muito atentos às questões de dinâmica. Percebemos que isso ajuda muito na comunicação com o público, especialmente ao vivo. É nesses momentos de subida e descida de intensidade que quem está assistindo normalmente se conecta mais com a gente. E julgamos isso fundamental, pois nossa intenção nunca é fazer algo só pra nós. Acreditamos que a música instrumental pode dizer muito e queremos cada vez mais dividir isso com quem nos ouve", diz Túlio Albuquerque (guitarra).
“É um nicho pequeno ainda, mas acredito que, nos últimos anos, a música instrumental e o post-rock têm tido mais atenção de público e mídia e participado mais de line-ups dos festivais independentes. E, de certa forma, penso que não estamos mais divididos numa “prateleira” alternativa. Quem curte música instrumental escuta várias outras coisas, não há porque existir uma divisão”, observa.
"Não saberia especificar o que define post-rock, mas bandas estrangeiras como Mogwai, Explosions in the Sky, Tortoise e brasileiras como ruído/mm, Constantina e Labirinto serão sempre referências. Nossas influências são diversas. Nós cinco escutamos literalmente de tudo. De Tom Zé a Snarky Puppy, de Bee Gees a Alcest. Atualmente temos ouvido muito Badbadnotgood, M83, Bon Iver, Radiohead, Jaga Jazzist, além do último trabalho de Rodrigo Amarante, Cavalo, e Levaguiã Terê, o disco recém-lançado do conterrâneo Vitor Araújo. Temos também muita influência de trilhas de jogos de videogame. Tanto os mais recentes, conceituais e independentes (Journey, To The Moon, Braid), como os clássicos (Chrono Trigger, Final Fantasy, Shenmue, etc.). Basicamente toda música que emociona a gente de alguma forma serve como referência", enumera Túlio.
Túlio, Basílio Queiroz (baixo), Bruno Saraiva (teclado), Rennar Pires (bateria) e Saulo Mesquita (guitarra) formam um grupo heterogêneo, de influências diversas.
“No começo foi difícil alinhar as ideias, pois os meninos tinham uma formação mais ligada ao metal e a bandas de rock progressivo, enquanto eu e Basílio tínhamos raízes mais ligadas à música brasileira”, conta.
“Ao longo do processo de criação do primeiro álbum, Sky Swimmer (2011) , começamos a entender e respeitar cada vez mais essas formas de raciocinar a música, tentando extrair o máximo dessas diferenças”, relata Túlio.
Ah, agora sim, olha eles aí. Kalouv, foto de Hannah Carvalho |
Complexa porém encantadora, a música do Kalouv se insinua lentamente, ganhando o ouvinte camada por camada, como peças eruditas costumam fazer.
A impressão que dá é que as músicas são escritas em partitura e só depois, executadas. Ledo engano.
“Dos cinco, os que estudaram de maneira mais formal foram Bruno e Basílio. O primeiro teve formação erudita por cinco anos no conservatório. O segundo passou por várias escolas de música na adolescência. Eu, Saulo e Rennar somos autodidatas, mas procuramos exercitar diariamente a criatividade”, conta.
"As músicas normalmente surgem das guitarras e do teclado. Na maioria das vezes compomos em casa, gravamos uma guia com as ideias que tivemos e levamos para trabalhar em grupo. A partir daí tudo pode acontecer. Já tivemos músicas que ficaram exatamente iguais às ideias propostas inicialmente, como outras que sofreram mudanças completas. Mas nunca escrevemos nada em partitura", acrescenta.
Apesar de ser a primeira vez da banda aqui, os meninos já rodaram bastante pelo Brasil. “O fato de ser no Bigbands nos deixa ainda mais ansiosos. Que seja o primeiro contato de uma relação duradoura”, diz.
Festival Big Bands / kalouv, Game Over Riverside, Hazamat (PB), Soft Porn e Ronco / Dia 3, 22 horas / Dubliner’s Irish Pub / R$ 20
Ouça / baixe: www.kalouv.com.br
NUETAS
Pajeh com Plano
Pajeh e Segundo Plano são as bandas do Quanto Vale o Show? de hoje. Dubliner’s, 19 horas, pague quanto quiser.
Theatro, Pancreas, suRRmenage
A Theatro de Seraphin faz show com Pancreas e suRRmenage para lançar seu álbum Décadas. 22 horas, no 30 Segundos Bar, R$ 35 (rapazes), R$ 30 (moças).
Skanibais na baile
Skanibais celebram o Baile do Ska na Commons. Sexta, 22 horas, R$ 15 (lista), R$ 20.
VdV, Limbo, Indigo, Bagum
Limbo, Índigo, Van der Vous e Bagum fazem o Festival Mantra Sounds. Este será o segundo show da Van der Vous com seu novo integrante, Rod Reis, no saxofone e sintetizadores. Sábado, Casa Antuak (2 de Julho), 15 horas.
Dois clipes, duas musas para agora:
ResponderExcluirSammliz - Faca (ao vivo)
https://youtu.be/SeRbynR24b8
Lara e os Ultraleves - Hora de ir Embora
https://youtu.be/wlSj3OWlXpU
“De um país a caminho da civilização inclusiva estamos nos transformando lentamente numa tribo de homens que puxam as mulheres pelos cabelos para dentro da caverna. Só não vê quem não quer.”
ResponderExcluirhttp://marceloauler.com.br/o-carnaval-dos-animais
Sim, ainda se faz jornalismo neste país:
ResponderExcluirhttp://jornalggn.com.br/noticia/xadrez-dos-interesses-ocultos-nas-operacoes-das-forcas-tarefas
"O mais sensato é escolher o mais ferido. O mais inteligente é, na hora de ajudar alguém, não fazer acepção de pessoa. O triste é que, num país que se diz cristão, a gente precise ainda ensinar o óbvio! O que vocês andam aprendendo na igreja?"
ResponderExcluirhttp://justificando.com/2016/11/21/escolha-entre-traficante-em-estado-grave-e-policial-levemente-ferido-e-falso-dilema-mas-de-resposta-facil/
O Barça está certo. Já vi e é realmente um filmaço:
ResponderExcluirhttp://blogdobarcinski.blogosfera.uol.com.br/2016/11/23/poucos-viram-um-dos-melhores-filmes-do-ano-e-como-foi-o-bjm-na-argentina/
O Canal Curta! vai exibir o doc Jack Kerouac - King of Beats. Seguem as informações retiradas do release para quem quiser se programar.
ResponderExcluirQUINTA DO PENSAMENTO
Jack Kerouac: O Rei dos Beats (Documentário)
Essa é a biografia premiada do rei da Geração Beat. A escrita de Jack Kerouac, incluindo seu extraordinário romance "Na Estrada", levou a literatura americana a novos níveis de criatividade, e, no processo, inspirou mudanças culturais e sociais sem precedentes. Desde sua infância católica, atravessando seu desenvolvimento como um dos mais importantes autores americanos, até seu falecimento autodestrutivo aos 49 anos, Jack Kerouac - King of the Beats é ao mesmo tempo uma detalhada biografia e um comovente drama.
Diretor: John Antonelli
Duração: 52 min
Estreia: 01 de dezembro, quinta-feira, às 23h.
Classificação: Livre
Horários alternativos:
Dia 02 de dezembro, sexta-feira, às 3h e às 17h;
Dia 03 de dezembro, sábado, às 11h;
Dia 04 de dezembro, domingo, às 23h.