Jack Huston na famosa cena da corrida de bigas: quatro meses de treinamento |
multiplex paulista, os atores Rodrigo Santoro e Jack Huston receberam a imprensa em um hotel
da capital para uma rodada de entrevistas sobre seu novo filme, Ben-Hur.
Dirigido por Timur Bekmambetov, um russo especialista em filmes de ação como Procurado e Abraham Lincoln Caçador de Vampiros, o novo Ben-Hur é vendido pelos atores não como um remake do clássico vencedor de 11 Oscars dirigido por William Wyler em 1959, mas como um novo filme, baseado no livro Ben-Hur escrito por Lew Wallace e publicado em 1880.
Rodrigo, que faz o papel de Jesus Cristo, no filme, definiu a experiencia como "transformadora".
"Jesus é um personagem como nenhum outro, então, depois de buscar muitas referencias em
livros, filmes e imagens, percebi que o caminho era outro", disse.
"Então, vi que quanto menos racional eu fosse, melhor, seria um caminho muito mais interessante. Procurei não ter fórmula", afirmou.
Praticante de yoga há muitos anos, ele conta que a prática oriental foi fundamental no processo
de interiorização do personagem no sentido de investir mais no olhar e menos no gestual.
"Eu saí da Palavra. A gente cresce escutando a história do menino Jesus, eu tinha uma avó era católica e outra espírita, então eu tinha minha própria ideia íntima do personagem. Todo mundo tem,
mesmo quem não é cristão", afirma.
Rodrigo Santoro crucificado: frio dos infernos |
ator.
Com direito a cena de crucificação, Rodrigo conta que a cena muito difícil. "Foi sem dúvida uma das cenas mais difíceis da minha vida. Nevou (em Matera, Itália, onde o filme foi rodado) na noite anterior. Estava muito, muito frio. Como vou fazer isso? Era uma cena no topo de uma montanha, em um frio descomunal", conta.
"Aí preparam um sistema de calefação, nos colocaram na cruz (Jesus e os dois ladrões ) e começaram a lanar ar quente na nossa direção. Aí só pedi que fizéssemos de uma vez só. Foi um longo take único, sem repetição. Me crucifiquem, mas uma vez só", acrescentou, rindo.
Após a rodada com jornalistas, houve uma coletiva, durante a qual Rodrigo chegou a ir às lágrimas.
"Foi uma sensação absolutamente indescritível a cena da crucificação", disse tomando fôlego, com a sala cheia de jornalistas em absoluto silêncio diante da emoção do ator.
Nobre estirpe
Jack Huston e Morgan Freeman fazendo... Morgan Freeman |
Fã do Ben-Hur original, ele conta que não esperava ganhar esse papel algum dia, mas que tinha ambição: "Sempre esperei fazer um filme assim. Tinha muita familiaridade com o original, passava na TV todo ano na Páscoa".
"Mas esse não é Ben-Hur, o remake. É um filme baseado em um grande livro", afirma.
Ambientado em meio a ocupação romana de Jerusalém enquanto Jesus Cristo estava se formando, BenHur tem um subtexto político evidente, ao justapor as diferenças dos habitantes da cidade, entre judeus e palestinos, aos invasores romanos.
"Acho também que é um momento brilhante para contar essa história. Há muito ódio, muita raiva,
muito do que está acontecendo politicamente ecoa no filme", observa Jack Huston.
Assim como no clássico de 1959, o filme tem seu auge em uma sangrenta corrida de bigas. Na nova versão, a cena levou seis semanas para ser filmada.
"Mas antes teve uns três meses só de treinamento. Primeiro aprendemos a conduzir sentados, uma charrete com dois cavalos. Depois, uma com quatro. Depois, uma com quatro, de pé. Depois, uma biga com ses cavalos, sentados. E só depois de tudo isso, de pé, com seis cavalos", conta.
"Os cavalos adoram. Quando veem o caminho livre, disparam. É muito difícil controlar. Toby (Kebbel, o Messala na nova versão) ficava apavorado (faz cara de assustado, com os olhos arregalados). Como é que você atua numa situação dessas?", ri Jack Huston.
Ben-Hur estreia nos cinemas em 18 de agosto.
O jornalista viajou a São Paulo a convite da Paramount Pictures ao jornal A Tarde.
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