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sexta-feira, maio 06, 2016

O SOM DO ERMO, SEGUNDO ASLEY

Conheça Asley, talento folk rock de Irecê que se apresenta hoje apresentou terça última no Dubliner’s

Asley e seu violão, em foto de João Júnior
O interior da Bahia pode estar gestando um novo movimento de música folk nordestina.

Direto de Irecê, o jovem Asley é a ponta de lança de um pequeno grupo de orgulhosos músicos interioranos a fim de fazer um som diverso do que sai dos porta-malas dos carros estacionados nas praças.

A base de violão, o som de Asley é ora delicado, ora sofrido, mas sempre sincero e bonito.

Seu primeiro trabalho, um EP com sete faixas, está disponível no Soundcloud e vale muito o seu tempo.

E apesar de jovem, o rapaz já conta com alguma moral: no ano passado, Asley venceu o II Canta Sertão, em São Gabriel, com a bela Cabaré do Santo Amor.

Já no 39º Festival de Música Popular de Ibotirama, ficou em terceiro, com a pungente Mais do que Pó – ambas as canções estão no EP.

“Sim, eu moro em Irecê. Já morei em Belo Horizonte um tempo para estudar, mas voltei”, conta, por telefone.

Asley residiu na capital mineira entre 2009 e 2015. “Lá passei por um processo de maturação musical, mas foi  meio solitário. Já gostava de tocar, de desenvolver composições, mas não encontrei parceiros na mesma frequência“, conta.

Só no final de 2014, de férias na Bahia, ele encontrou seus pares musicais: Mateus Zingue e Daniel Penha, dois artistas da modesta Capim Grosso.

“Abandonei tudo em Minas, onde fazia Comunicação, para voltar e tentar construir um movimento de folk de forma orgânica, um som limpo com instrumentos de verdade, sem artificialismos”, demarca.

Em Capim Grosso, o trio se trancou no estúdio de outro músico local, o sanfoneiro Kelvin Diniz: “Esse cara é um prodígio, sabe tudo. Foi no estúdio dele que fizemos esse EP que está no Soundcloud”, conta.

Boy George segundo Asley

Asley no ermo da secura, em foto de João Júnior
E hoje terça-feira passada, Asley estará esteve em Salvador, para fazer seu segundo show na capital, na noite Quanto Vale o Show?, ao lado da banda local Astral Plane. O primeiro foi no dia 9 último, na Casa da Mãe.

“Vou tocar acompanhado de banda: guitarra, baixo e bateria. E no sábado, abro para a Scambo aqui em Irecê”, diz.

No repertório, as faixas autorais do EP e algumas releituras de hits pop como Karma Chameleon (Culture Club) e Your Song (Elton John).

O hit do Boy George e sua banda, aliás, está no EP e é uma delícia. No Soundcloud, já conta com mais 1,2 mil audições.

“Eu tenho esse repertório intimista de covers, gosto muito dessas baladas. Engraçado que  todo mundo me pede para tocar artistas tradicionais do folk, como Bob Dylan e Johnny Cash, mas nem toco eles. Acabo  escolhendo músicas que se tornam folk ao violão”, diz.

Ligado ao interior, Asley, Mateus e Daniel, que também tem trabalhos próprios, querem voltar os olhos da capital para o campo: “O folk necessita desse contato com o campo, a coisa rancheira. Não é imitação do americano. É que aqui a gente tem muito disso: a secura, o ermo. Não é coisa nova, já fizeram isso: Belchior, o Pessoal do Ceará, Ednardo. Queremos trabalhar nessa linha", conclui.


NUETAS

Vivendo com Gerônimo

A sempre bem-vinda Vivendo do Ócio volta à city para uma série de shows no Circuito Música Bahia da Caixa Cultural. Serão quatro apresentações com o grande Gerônimo de convidado, de quinta-feira a domingo, com ingressos a ridículos R$ 8 e R$ 4. Sempre às 20 horas, exceto domingo, que é as 19 horas.

O diabo à quatro

Pancreas, Declinium, Jack Doido e Ronco quebram tudo no  Taverna Music Bar. Rock em vários estilos diferentes para gostos diversos: tem hard, pós-punk e blues rock. Sábado, 22 horas, R$ 10.

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