O pessoal da Radiata. Foto: Enzo Battesini |
É o quarteto Radiatta, que vem surgindo meio de mansinho, mas trabalhando direito, tocando para quem os quiser ouvir, sem escolher público: escolas, confraternizações de empresas, batizados e inferninhos, sem distinção.
“Já tocamos juntos há muito tempo, desde os tempos da escola. Sempre fizemos esse som meio Rolling Stones”, conta o vocalista e guitarrista-base Carlos Magno.
O grupo soltou dia desses um álbum com dez faixas autorais, nas quais se destaca o excelente trabalho de Bruno Uzeda (também da Síncope, de heavy metal), guitar hero insuspeito, ainda por ser devidamente apreciado na cena.
“Bruno é um puta guitarrista, e muito versátil: toca jazz, rock, metal”, afirma Magno.
Nesta sexta-feira, a banda se apresenta no Red River Café.
Esperto, o quarteto joga para a torcida, atacando um repertório eminentemente classic rock, com releituras dos já citados Stones e Barão, mais Beatles, Creedence, Elvis etc, com as canções próprias inseridas ali pelo meio, para a galera ir se familiarizando.
Na verdade, a Radiatta, de início, seria só uma banda cover da gangue do Mick Jagger, mas depois, os caras resolveram chutar o balde: “Se Salvador já não suporta a gente tocando rock, vamos fazer logo autoral. Pelo menos, fazemos algo nosso”, raciocina.
Não morreu: ficou seletivo
Material lançado, banda na ativa, Carlos Magno & Cia vão curtindo e tocando por aí – pelo menos, quando não estão trabalhando em seus empregos formais.
“Sou professor no Sartre COC e no Antonio Vieira, no primeiro e segundo anos do ensino médio. Ah, os alunos adoram, dá até um alívio ver que tem uma parte que se salva no rock. Sinal de que não morre tão cedo”, conta.
“Esse papo de que o rock morreu é furado. O rock morreu para quem não procura pelo rock. Pode não tocar nas rádios de Salvador, mas as bandas que eu gosto ainda estão aí. Eu costumo dizer que o rock não morreu: ele só ficou mais seletivo”, diverte-se.
Show Radiatta / Sexta-feira, 22 horas / Red River Café / R$ 30
Acesse: www.facebook.com/Radiatta
NUETAS
Sexta classic rock
Como é feriado, hoje não tem Quanto Vale o Show?. Mas a sexta-feira no Dubliner’s tem Abismo Solar (Black Sabbath cover) e Fountainhead (Rush cover). 23 horas, R$ 20.
União hardcore
O pessoal do coletivo TomanacaraHC, inconformistas incorrigíveis, organiza show (cartaz ao lado) com Motim 13 (Pojuca), Culinária Guerrilha, Ivan Motoserra e Derrube o Muro – mais bate-papo com César Oliveira (BSB Hardcore), intervenções, exposição da revista Nihil e Mini Bazar Cultural. Domingo, no Diqbrada (Av. Dorival Caymmi, em frente as dunas de Itapuã). A partir das 14 horas, pague o quanto puder.
Não sou fã do Emicida, mas aqui ele mandou bem:
ResponderExcluirhttp://www.brasilpost.com.br/2015/06/22/emicida-virada-cultural_n_7635678.html?utm_hp_ref=brazil
"Ter que sobreviver ao pai que abusa, o ferro sobre a blusa, as fardas que mata ‘nóis’ e nunca fica reclusa, ao Estado que te usa, e aos ‘otário’ que quer vir falar de racismo ao contrário.
Tempo doido, a espinha gela, onde as mulheres ‘é’ estuprada e a culpa ainda é delas".
Se a classe política já era um câncer no Brasil, imagine se fazendo de carola?
ResponderExcluirhttp://www.brasilpost.com.br/2015/06/23/estado-laico-religiao-brasil_n_7637440.html?utm_hp_ref=brazil
Tempos sombrios.
Atenção nesse doc do Geneton Moraes Neto:
ResponderExcluirhttp://omelete.uol.com.br/filmes/noticia/cordilheiras-no-mar-a-furia-do-fogo-barbaro-documentario-explora-polemicas-de-glauber-rocha/
A conferir.
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ResponderExcluirInteressante.
O único delírio anunciado na reportagem sobre esse doc a respeito de Glauber Rocha é essa afirmação demente:
"...uma patrulha ideológica na cola do diretor, que morreu no início da década de 1980, em decorrência do que se entende como sendo um “assassinato cultural”."
O que se entende é que ó sujeito que escreveu isso não fala coisa com coisa.
Glauber Rocha faleceu vítima de septicemia, ou como foi declarado no atestado de óbito, de choque bacteriano, provocado por broncopneumonia que o atacava havia mais de um mês.
Ernesto, já ouviu falar de psicossomática?
ResponderExcluirSobre Emecida...concordo...mas esse papo já tá enchendo tb...dia desses ele foi acusado de machismo por causa de uma faixa dele...AÍ depois falam que vc não pode falar sobre o tema...pois vc é macho...enfim...esse é o século 21...e tá só no começo...pra mim a civilização é a mesma bosta de sempre...embora muita coisa tenha mudado...eu q tou ferrado....tenho pinta de tá barão, mas tou ferrado...e na periferia...que pensam que não sou de lá...porque não canto que nem a cartilha que acham que temos que cantar...
Não poderia ter respondido melhor, Sputter. Pois é, Ernesto. Nem todo mundo leva numa boa ser desprezado e excluído pelos seus pares.
ResponderExcluirMudando de assunto, esse doc sobre o pop psicodélico brazuca dos 60's e 70's parece do caralho, hein?
http://entretenimento.r7.com/blogs/andre-barcinski/frodo-e-coisa-nossa-20150622/
A coisa tá feia mesmo. Nem o Superman escapa do bullying / chantagem on line:
ResponderExcluirhttp://www.bleedingcool.com/2015/06/24/an-educated-guess-as-to-why-lois-outed-clark-kent-spoilers/
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ResponderExcluirConcordo.
Faz sentido: Glauber Rocha pode ter psico-somatizado a injustiça que os anões predominantes da panelinha do cinema brazuca fizeram a ele. O que o levou á morte.
Revoltante.
Li tardiamente, mas excelente análise da pataquada de Aécio e amiguinhos em Caracas:
ResponderExcluirhttp://www.brasilpost.com.br/joao-estrella-de-bettencourt/aecio-tintim-e-asterix-na_b_7618402.html
"Existe alguma dúvida de que tudo o que aconteceu durante a viagem dos senadores fazia parte de um script, minuciosamente planejado?
Ato 1: pegamos o avião, sem pautas concretas. Ato 2: chegamos e causamos um auê, o que quer que aconteça. Ato 3: dizemos que fomos vilipendiados. Ato 4: cobramos uma reação do governo brasileiro e o criticamos, independente do que faça. Ato 5: atacamos a Dilma, genericamente, por colaborar com um regime ditatorial.
É evidente, mesmo para os mais ácidos críticos do regime chavista, que o objetivo dessa história toda não era ajudar a oposição a Maduro, e sim desgastar o governo Dilma."
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ResponderExcluirConcordo.
Faz sentido: os tucanos poderiam ter feito essa viagem há anos. Porque somente agora, é mais do que uma questão de "timing".
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ResponderExcluirQuanto a esse urgente artigo:
É notável como o seu trabalho de repórter aprofundou-se e estendeu sua gama de informações para além das atrações consagradas ou resenhas de discos. Agora, nota-se que você também presta atenção a músicos que ainda não lançaram discos ou que nem são conhecidos da maior parte da cena musical soteropolitana. Em suma, sua função de jornalista ganhou em densidade e domínio do assunto.
No caso da banda Radiatta e o show do CD recém-lançado, o núcleo do tema são essas afirmações esclarecedoras:
“Se Salvador já não suporta a gente tocando rock, vamos fazer logo autoral. Pelo menos, fazemos algo nosso.”
“Esse papo de que o rock morreu é furado. O rock morreu para quem não procura pelo rock. Pode não tocar nas rádios de Salvador, mas as bandas que eu gosto ainda estão aí. Eu costumo dizer que o rock não morreu: ele só ficou mais seletivo.”
Direto no centro da questão: a MÍDIA ELETRÔNICA de RÁDIO e TV da Bahia está cada vez mais alienada da realidade musical da metrópole e cada vez menos representativa da cena mais dinâmica de todas, com um grande público de dezenas de milhares de pessoas que desde 1982 pagam para ouvir rock n roll de autoria de rockers baianos.
Antigamente já foi melhor. Nos anos 90, a atriz de teatro e estrela do rock soteropolitano como cantora da banda THC, a grande musa Lygia Cabus foi jurada de programas musicais de televisão. Talvez porque ela mesma é uma pessoa extraordinariamente culta, inteligente e bem articulada. E sofreu com essa super-exposição. Havia também uma interação maior na heróica rádio Transamérica, que de fato interagia com os roqueiros e patrocinava grandes shows. Em 2010, havia o quadro Amplificado do programa Soterópolis na TVE, apresentado pela guitarrista da Lou, Carol Ribeiro.
Mas hoje em dia, os roqueiros foram banidos. A mídia eletrônica está despreparada para o rock n roll. A exceção honrosa é o grande radialista Mario Kértesz, da Metrópole FM, que realizou uma histórica entrevista coletiva com Marcelo Nova em 2013 sem que este estivesse se apresentando em Salvador, pois ainda estava exilado de sua própria terra onde se consagrou, sem fazer shows aqui havia anos. Mas note bem: Marcelo Nova vive em São Paulo há 30 anos. E estamos falando dos músicos de rock que vivem e trabalham na Bahia. Ainda não existe mais um programa de rádio ou TV apresentado por um profissional da Comunicação Social especialista em rock baiano.
E a sua reportagem revela essa situação desconcertante melhor do que qualquer outro profissional da mídia impressa, tornando-a superior á mídia eletrônica de rádio e TV no quesito deste gênero musical.
Parabéns por lavrar esse tento e continue progredindo em seu trabalho. Você prova a cada artigo que se afirma como o articulista mais preparado na imprensa a lidar com a complexidade e as idiossincrasias concernentes ao rock baiano.
Sem dúvida, a essa altura de sua carreira, o sempre antenado repórter Chico Castro Jr se consolidou como um expert inigualável, insuperável e insubstituível. Pois domina o assunto melhor do que qualquer outro, circula com desenvoltura por um meio cultural alternativo e detém o patrimônio mais precioso que um jornalista pode almejar: total crediblilidade.