Hornby durante tarde de autógrafos em Seattle. Foto Joe Mabel / Wikicommons |
Mas, de uma coisa, qualquer um que já leu algum de seus livros, sabe: o homem escreve de uma forma que é praticamente impossível largar um de seus romances sem chegar à página final.
E prova isto mais uma vez, em seu sétimo romance, Funny Girl, lançado no Brasil pela Companhia das Letras.
OK, escrever de forma a prender o leitor não é determinante de qualidade: até Sidney Sheldon e Paulo Coelho conseguem.
Só que Hornby, diferente desses dois, escreve realmente bem: seus personagens parecem mesmo pessoas reais.
Suas páginas são capazes de trazer o leitor para dentro do seu mundo, envolvendo-o, enriquecendo seu entendimento das motivações dos personagens, de seu tempo, lugar e cultura.
Enfim: Hornby não é Aldous Huxley – mas é, sem sombra de dúvida, um escritor de respeito.
Beldade rumo ao estrelato
Mas talvez sua maior qualidade não seja a dignidade e a habilidade com que exerce sua função. A maior qualidade de Hornby é o seu profundo amor pelos seus personagens.
Em Funny Girl, assim como em Alta Fidelidade ou Um Grande Garoto, esse amor está impregnado em cada página do romance.
No centro de sua narrativa está a jovem Sophie Straw, Miss Blackpool 1965, que abdica de sua coroa para deixar a sonolenta cidade natal no norte da Inglaterra e tentar a sorte em Londres.
Bonita, loira e carismática, Sophie é fã número 1 da comediante Lucille Ball, estrela da sitcom americana I Love Lucy. Seu sonho é se tornar uma espécie de Lucy britânica.
Hornby conduz sua personagem com tanta habilidade – entre empregos ruins e encontros fortuitos – que, em questão de 100 páginas, a moça realiza seu sonho e se torna uma espécie de namoradinha da Grã-Bretanha – via BBC, em plena Swingin’ London.
A esta altura, o romance já capturou de vez o leitor, graças ao rico elenco de personagens cheios de vida com que Hornby cerca Sophie, além do cenário trepidante de uma Londres em meio a Beatlemania e a revolução de costumes.
Em sua jornada ao estrelato, Sophie tem quatro homens como companhia: Clive, o galã fútil; Bill, o roteirista gay combativo; Tony, o roteirista gay discreto (e casado) e Dennis, o produtor intelectualizado e menosprezado por uma esposa pedante e adúltera.
Cronista social, o autor registra com habilidade o clima vibrante de Londres nos anos 1960. Merece atenção também o conflito de atitudes entre os dois roteiristas homossexuais em meio à revogação da lei britânica que criminalizava o homossexualismo.
No fim das contas, o livro é a crônica de Hornby de uma sociedade conservadora que experimentava mudanças sociais profundas: enquanto alguns pulam de cabeça, outros resistem. Mas tudo sempre com muita leveza e humor.
Literatura peso pena, Funny Girl não vai ganhar o Nobel – mas renderá ao leitor várias horas de entretenimento iluminado e enriquecedor. Agora é aguardar o filme.
Funny Girl / Nick Hornby / Tradução: Christian Schwartz/ Companhia das Letras/ 424 p./ R$ 44,90/ E-book: R$ 29,90
Bônus: Teaser da Penguin Books com a abertura fictícia de Barbara (And Jim), a sitcom idem descrita no livro
Hã?!?!
ResponderExcluirhttp://omelete.uol.com.br/quadrinhos/noticia/all-new-all-different-marvel-reed-richards-do-universo-ultimate-sera-o-novo-hulk-da-marvel-nos-quadrinhos-diz-site/
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ResponderExcluirParabéns por seu artigo, senhor Castro.
Imparcial e objetivo como sempre, além de esclarecedor sobre a verdadeira dimensão da qualidades artísticas do autor retratado.
Outros resenhistas não conseguem ou não querem entrar nesses detalhes.
Somente você consegue ser tão honesto na crítica literária para não gerar expectativa em excesso ou de menos.
Malandro é malandro, mané somos todos nós.
ResponderExcluirhttp://espn.uol.com.br/post/516014_o-que-e-quem-esta-por-tras-de-ronaldo-o-moralizador
Digo, mané são vocês, que gostam de futebol. Eu passo longe (e muito bem, obrigado) sem essa merda na minha vida.
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ResponderExcluirEu tenho o vinil Sticky Fingers prensado em 1971, com o zíper de Andy Warhol.
E tenho o CD Angel Dust de 1992, com faixa bônus que virou tema da novela da Globo "Mulheres de Areia"
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ResponderExcluirSomos dois : Eu passo longe dessa merda também. Quem gosta de futebol é mané.
Quanto mais entusiasmo, paixão e deslumbramento, menos senso de ridículo.
Em qualquer país sério, Ricaço Teixeira seria enterrado vivo.
Numa latrina transbordando de merda.
Mas no Brasil, sempre temos os piores bostas no poder.
Aqui, no país-esgoto, os toletes mais podres sempre bóiam por cima de tudo.
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ResponderExcluirO Brasil é o único país do mundo cujo Partido Comunista nunca reconheceu os crimes de Stalin, e cuja direita religiosa não reconhece os crimes da Inquisição. Nós temos a esquerda mais medíocre do mundo, e a direita mais desprezível do planeta. Por isso elas se merecem. A direita e a esquerda brasileiras foram feitas uma para a outra.
Como disse um colega meu...
...após assistir uma palestra do picareta Nivaldo Cordeiro propondo como "solução contra o terrorismo islâmico" a proposta indecente de fazer exatamente o mesmo que os terroristas islâmicos desejam: DESTRUIR O Estado Laico; e após ouvir o picaretíssimo Olavo de Carvalho defendendo a Inquisição como "exemplo de democracia, tolerância e respeito aos Direitos Humanos, que criou o direito de defesa e PROTEGIA os judeus" e silenciando sobre a perseguição aos politeístas, hereges, protestantes e judeus e o extermínio de 5 milhões de índios de todas as idades:
"Meu velho, com essa direita de merda que nós temos, a esquerda vai continuar dominando tudo nesse país pela eternidade. Nos braços do povo. E com o aplauso dos liberais."
E ainda tem gente que ostenta o livro desse astrólogo de bosta se achando. É de dar pena.
ResponderExcluirE ah, só um aviso: o primeiro bundão que enviar o termo "feminazi" para esta caixa de comentários será definitivamente expurgado deste blog para todo o sempre.
Acho extremamente estúpido, ofensivo e sem noção essa babaquice de neguinho chiando contra filme de Mad Max e achando que as mulheres estão nos privando desse ou daquele direito. Piada, né?
Sem contar que comparar feminista com nazista é o fim da picada.
Os nazistas mataram 6 milhões. E as feministas, fizeram o que mesmo? Ah, é: queimaram sutiãs.
Recado dado.
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ResponderExcluirMAD MAX — Estrada da Fúria --- Chegou a hora de você saber o que é a experiência EXTREMA de ação, aventura e destruição, sabendo que tudo isso é REAL, sem nenhum efeito digital pra enganar. Nada mais será como antes. A maneira de encararmos os outros filmes de ação mudou. Depois dessa obra-prima revolucionária, tudo o que veio antes parece fraco, vazio, superficial. George Miller, você sim é que sabe dirigir. O velhote de 70 anos atropelou e esmagou tudo no caminho.
Trailer alucinante :
https://www.youtube.com/watch?v=hEJnMQG9ev8
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ResponderExcluirMinha colega escritora Melissa de Sá respondeu ao meu artigo:
Re: MAD MAX — Estrada da Fúria
Melissa de Sá:
Esse filme é realmente excelente. O melhor do ano até agora.
Fiz um texto sobre ele no meu blog, caso interesse:
http://livrosdefantasia.com.br/2015/06/04/mad-max-estrada-da-furia-e-um-filme-feminista/
ainda bem que num gosto de futebol desde 1997...só do Bahia, Clube qual vc torceu um dia-ehheehe
ResponderExcluirGosto de algo que me dê emoção...e o Bahia é o que tem mais dado pra mim essa sensação...embora tenha safadezas...mas está BEM menos pior...querem deixar o Clube o mais honesto possível...se isso é possível...viu o lance da Fifa? Galera de esquerda tá preocupado com isso...pq é daquele tipo de coisa, o FBI é a pulissa do mundo...
E de safadeza, a música tá cheia...vide os editais, só pra ficar por aqui...passei o olho no lance de ronaldo, que comeu travesti e nem teve a coragem de assumir, pra num perder $$$...ele quer ser presida da cbf ou da fifa?
man, num sei se no outro comentário foi, mas te passei um lance d´um bate papo que vou participar...