Cliff Williams, Brian Johnson, Stevie e Angus Young: AC/DC 2014. E 2015? |
Explica-se: 2014 foi, muito provavelmente, o ano mais difícil para a banda desde 1980, quando, em fevereiro, o então vocalista Bon Scott foi encontrado morto dentro do seu carro, sufocado pelo próprio vômito.
Incentivado pelos parentes de Scott, o quarteto remanescente testou vários candidatos, escolheu Brian Johnson para a vaga, entrou em estúdio, gravou e lançou, já em julho, um dos álbuns de rock mais arrasadores de todos os tempos: Back in Black.
Tudo isso, em questão de meses, resultou no melhor álbum da carreira da banda, além de também ser o mais vendido: 50 milhões de cópias – até 2011.
Bem, Rock or Bust não é assim um Back in Black – e seria até injusto esperar por isso.
Mas, considerando-se todos os perrengues passados por alguns membros da banda em 2014, o novo disco honra, com folga (e o som explosivo de sempre), a tradição roqueira casca-grossa do AC/DC.
Malcolm fora, Phil na cadeia
Foi há menos de um ano, em abril de 2014, que os primeiros relatos sobre as más condições de saúde do guitarrista base Malcolm Young, irmão do ícone Angus, guitarrista solo, começaram a pipocar na mídia internacional, em paralelo com reuniões dos membros para gravar um novo álbum.
Em setembro, a banda anunciou que Malcolm estava fora da banda devido a “demência”, e que seu novo disco, Rock or Bust, a ser lançado em novembro, seria o primeiro sem Malcolm.
Este foi substituído (nas gravações e no palco) por um sobrinho de 58 anos, Stevie Young.
Nos primeiros dias de 2015, a revista inglesa Q revelou que, além da demência, Malcolm também batalhou contra um câncer de pulmão em estágio inicial, debelado após uma cirurgia.
Para completar, teve também um marcapasso implantado no coração.
Para a banda, a perda de Malcolm é incalculável. Co-autor de quase todo o repertório do AC/DC ao lado de Angus, ele é frequentemente apontado como o melhor guitarrista-base do rock em todos os tempos, graças à uma sólida batida de mão direita, cheia de peso e suíngue.
Como se tudo isso não bastasse, em novembro último, a polícia da Nova Zelândia prendeu o baterista Phil Rudd (60 anos), sob acusações de encomenda para assassinato, ameaça de morte, posse de metanfetamina e maconha.
As acusações de conspiração e ameaça foram retiradas já no dia seguinte, mas não as de posse.
Neste momento, a situação de Rudd (em liberdade após pagamento de fiança) na banda permanece incerta.
Rudd não aparece nas fotos de divulgação de Rock or Bust e ainda não se sabe se ele continua no AC/DC para se apresentar na cerimônia do Grammy (em 8 de fevereiro) ou mesmo na turnê prevista para 2015.
Rock exaltação ao rock
Como se vê, 2014 foi dureza para o AC/DC. Mesmo assim, Rock or Bust não decepciona nem o mais cético dos fãs.
Ainda com todas as composições assinadas pela dupla Angus e Malcolm Young – e Phil Rudd na bateria –, o álbum abre no melhor estilo AC/DC: com a faixa-título, que tem um riff seco e poderoso linha Back in Black e o suingue característico que fez a fama da banda.
No geral acima da média, Rock or Bust tem ainda como destaques pérolas de pura exaltação ao bom e velho rock ‘n’ roll, como Got Some Rock & Roll Thunder, Rock The Blues Away, Rock The House e o single Play Ball.
Longa vida ao AC/DC.
Rock or bust / AC/DC / Columbia - Sony Music / R$ 27,90 / LP importado: R$ 189,90
Veja o clipe novo de Ayam Ubrais!
ResponderExcluirhttp://youtu.be/DYFx1xXoaaw