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terça-feira, novembro 04, 2014

AQUELE ABRAÇO PARA RIACHÃO

Show no Pelourinho reúne artistas locais para homenagear o grande sambista baiano Riachão

Homenagear os mortos é louvável, mas está longe do ideal. Quem é digno de homenagem, merece recebe-la em pessoa, olho no olho.

Felizmente, esse tem sido o caso do sambista baiano Riachão, patrimônio cultural vivo, que estará no centro do evento A Bahia Abraça Riachão, quinta-feira, no Pelô.

Além do público que sempre o abraçou, nomes consagrados do samba e da música baiana em si estarão lá para reverenciar o mestre, como Margareth Menezes, Saulo Fernandes, Nelson Rufino, Gal do Beco, Batifun e Fora da Mídia, entre outros não menos valorosos.

Prestes a completar 93 anos no dia 14 próximo, Riachão é um fenômeno.

Continua com aquela mesma energia, positividade e alegria que o povo já conhece. Semana passada, durante visita ao jornal A TARDE (que apóia o evento), cantou e conversou com todos que encontrava pelo caminho, distribuindo simpatia e carinho.

“Não tem nada melhor do que fazer samba com os amigos”, disse o veterano. “Deus é música, minha vida é cantar”.

Cercado de amigos e familiares, ostentando uma pesada corrente no pescoço e aneis por todos os dedos, Riachão foi recebido como a autoridade que de fato é, sentando-se a vontade no sofá da sala da presidência do jornal, com toda a elegância que o tornou célebre.

“De madrugada eu fico na cama, cantando baixinho para mim mesmo. Tem horas que eu até choro com as músicas, as lembranças”, confidenciou, deixando o resto da sala com um nó na garganta.

“Sinto saudade da velha guarda, ô tempo bom! Muita coisa já não lembro mais, mas sinto muita saudade”, diz.



Reconhecido nacionalmente

Visto por quem entende de música como um verdadeiro professor, monumento vivo da nossa cultura, Riachão nasceu Clementino Rodrigues, no distante ano de 1921.

Ao longo de nove décadas, criou mais de seiscentos sambas – a maioria nunca foi gravado. Mas o que foi registrado, em sua parca discografia de cinco álbuns e alguns poucos compactos (a maioria fora de catálogo), se tornou clássico.

Não a toa, foi reconhecido e regravado por gente do porte de Jackson do Pandeiro, Caetano Veloso, Tom Zé, Gilberto Gil, Jamelão, Cássia Eller, Dona Ivone Lara e muitos outros.

“Riachão é símbolo maior da cultura baiana e brasileira, por isso, merece todo o reconhecimento”, saúda a cantora Margareth Menezes.

“Mestre da  poesia musicada do samba, ele carrega em si a tradição da baianidade, toda a força da música que inspira a mim e a tanta gente. Foi com gratidão que recebi esse convite e é com alegria que vamos celebrá-lo nessa festa mais do que merecida”, acrescenta.

Personagem original

Para o produtor do evento, Wilson Santos, “é importante lembrar que, em sete anos, Riachão terá 100 anos. Precisamos abraça-lo agora, como um exemplo de artista e de pessoa”, diz.

“Quando  coloca seu quepe de motorneiro e a toalha em volta do pescoço ele se torna um personagem original, que transmite uma alegria contagiante. É o nosso grande artista”, afirma.

Já a sambista Luci Laura, que também veio ao jornal, vê Riachão como “uma parte viva da história do povo negro, que criou o samba. Sua musicalidade é muito alegre e divertida, cheia de histórias e da poesia popular da Bahia”.

Outro sambista presente à visita, André Lima, do grupo Sangue Brasileiro,  agradece a oportunidade de homenagear seu mestre: “Riachão é  o professor. Para mim, que já gravei Vá Morar com o Diabo com minha banda, é uma honra seguir seus passos e ensinamentos”, diz.

Cantor do grupo Amizade Partidária, que também estará no show de quinta-feira, Alã Nascimento chama atenção para a preservação de nossa memória musical: “O futuro não existe se não houver um passado para nos inspirar e nos ensinar. E foi isso que Riachão fez e tem feito. Nos sentimos no dever de continuar esse trabalho ao homenagear esse ícone da música”.

A Bahia abraça Riachão /Com Margareth Menezes, Saulo Fernandes, Nelson Rufino, Gal do Beco, Batifun,  Fora da Mídia, Neto Bala, Amizade Partidária, Luci Laura, Sangue Brasileiro e outros / Quinta-feira, 19 horas / Praça Pedro Archanjo, Pelourinho / R$ 20 / Venda antecipada nos postos de Classificados de A Tarde dos shoppings e na sede do jornal


5 comentários:

  1. Esse show devia ser gratuito, com apoio da prefeitura ou governo estadual, federal...pra todo mundo poder ir...
    aí na hora de lei num sei o quÊ lá, arrumam até pra ivete, claudia leite...

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  2. Também acho, Sputter.

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  3. Tinha jurado não ficar mais batendo nesses assuntos por aqui, mas acho bom replicar esse tipo de conhecimento, para tentar desfazer, na cabeça dos energúmenos, toda essa mitologia estúpida em torno do Bolsa-Família:

    http://brasildamudanca.com.br/bolsafamilia/mitos/#home

    Em tempo: sim, é o site do Instituto Lula, mas as fontes que ele aponta como origem desses dados são desde ministérios e Caixa Econômica a sites jornalísticos "acima de qualquer suspeita", como a Folha e o Globo.

    A dica foi do companheiro Nei Bahia.

    Se bem que, na cabeça dos energúmenos, nada é bom o bastante para faze-los enxergar.

    "None are so blind... as those who will not see", como diz nosso amigo Matt Murdock.

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  4. Mas o pior de toda essa estupidez explícita (nego na rua pedindo intervenção militar foi demais para meu juízo) é me tirar do meus cuidados para ficar advogando aqui por um partido do qual não faço, nunca fiz nem jamais farei parte.

    O Brasil ainda está na merda? Claro, estúpido. Mas eu ainda prefiro essa merda, à sua merda direitista, que nunca fez nem metade do que foi feito nos últimos 12 anos.

    Simples assim, fim de papo.

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  5. Neguinho não sabe mais o que inventar.

    http://omelete.uol.com.br/marvel-comics/quadrinhos/marvel-anuncia-o-fim-de-tudo-nos-quadrinhos-em-2015

    Boas HQs, cada vez mais raras nas revistas da Marvel, já seriam o bastante....

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