Chucho, elegante em seu terno vinho de veludo. Foto: www.valdeschucho.com |
Jesús Valdés Rodríguez parece confirmar a regra, ao conjurar música que parece vir dos céus quando deita suas mãos sobre o piano.
Os fiéis estão convocados para testemunhar amanhã, no Teatro Castro Alves.
Mais conhecido como Chucho Valdés, este cubano de 71 anos é um dos responsáveis por elevar a fama da música cubana a nível mundial – transcendendo embargo injusto, regime caquético etc – tudo com muito suor e a força de sua arte arrebatadora.
Em turnê pelo Brasil, Chucho traz a Salvador o show do seu último álbum, Border-Free (Sem fronteiras), no qual trabalha elementos da sua praia – o jazz afro-cubano –, misturando elementos díspares como Gnawa (música marroquina), flamenco e até da música Comanche, tribo ativa norte-americana.
“Ah, o show será muito variado”, conta ele, do seu quarto de hotel em São Paulo.
“Estou apresentando músicas de meu último disco, no qual faço uma fusão dos elementos de música afro-cubana, jazz afro-cubano, danza e contradanza de Cuba a elementos da música dos índios comanches, mais o jazz clássicos, flamenco e música do Marrocos”, detalha.
Além de temas de Border-Free, ele promete executar clássicos do “puro son cubano e também um tema composto por meu pai”.
Para quem não sabe, o talento de Chucho vem de berço. Seu pai, o também pianista Bebo Valdés (1918-2013), foi figura central da chamada era de ouro da música cubana, pré-Fidel.
Foi em casa, sob as asas do pai, que o jovem Chucho aprendeu os primeiros acordes ao piano.
Não é o Buena Vista
“Papai me ensinava música cubana, afro-cubana, jazz e todos os gêneros sul-americanos, incluindo o samba”, conta.
“Mas a educação formal, acadêmica, também foi muito importante. Uma coisa completa a outra, claro”, reflete.
Se a descrição da música do último disco de Chucho, com tantas influências díspares misturadas, pareceu estranha, o músico lembra que elas, na verdade, não são tão estranhas assim.
“Por exemplo, o flamenco nasce da influência árabe (moura) na música espanhola. Procuro o ponto em comum entre essas diferentes tradições, o elo que as une, como um ponto de partida”, explica.
Na música brasileira, Chucho já gravou com Ivan Lins, Hamilton de Holanda e fez shows com Ed Motta e Egberto Gismonti.
“Com Ivan, gravamos (com a banda Irakere) um concerto ao vivo em Havana, em 1996. E há um músico brasileiro que para mim é um gênio, que é o (bandolinista) Hamilton de Holanda, com quem gravei Pixinhguinha (Benguelê e Lamentos, no álbum Mundo de Pixinguinha, de 2012)”, elogia.
“Aqui em São Paulo acompanhei o cantor Ed Motta. Fiz três concertos com ele e foi uma maravilhosa experiência”, conta Chucho.
Agora, ganha um doce quem adivinhar a cantora brasileira que ele mais admira: “Mas adoraria gravar com Simone. É uma grande cantora”, surpreende, ao citar a pouco lembrada baiana de Eu Tô Que Tô, entre outros hits.
Agora, vale o aviso a quem pretende ir ao show: Chucho não é Buena Vista Social Clube. É jazz mesmo, no duro – estilo afro-cubano.
Ainda assim, ele conta que o efeito do filme de Wim Wenders (1997) foi benéfico para ele.
“Quando o filme saiu, eu já tinha muito trabalho e muito reconhecimento. Depois do filme, com a música cubana na moda, ficou ainda melhor. Para mim e para a música cubana. Chamou atenção, o mundo passou a ouvir e se interessar mais”, conta.
Hoje residindo na Espanha, na cidade de Málaga, Chucho conta que visita a ilha periodicamente, tanto para fazer concertos, quanto se atualizar com a nova geração de músicos cubanos.
"Sim, viajo muito a Havana. Inclusive, vou fazer dois concertos lá em breve. Um para piano e orquestra com a Sinfônica de Havana, com regência de Leo Brouwer. E outro com minha banda", conta.
“Em Cuba se mantém a tradição e há muita renovação, também. Este meu novo trabalho é todo com músicos muito talentosos da nova geração”, conclui.
Afro-Cuban Messengers (uma citação aos Jazz Messengers de Art Blakey), a banda de Chucho, conta com Yaroldy Abreu (percussão), Dreiser Durruthy Bombalé (tambores e voz), Reinaldo Melián (trompete), Gastón Joya (baixo) e Rodney Barreto (bateria).
Série TCA 2014: Chucho Valdés & Afro-Cuban Messengers / Teatro Castro Alves / Amanhã, 21 horas / R$ 140 e R$ 70 (filas A a P); R$ 110 e R$ 55 (Q a Z) e R$ 80 e R$ 40 (Z1 a Z11)
Aposta de Miranda - com apoio de Ricardo Alexandre - para "salvar" o rock brasileiro.
ResponderExcluirhttp://entretenimento.r7.com/blogs/ricardo-alexandre/musica-nova-marrero-com-au-20140911/
Ando tão de saco cheio que não tive nem vontade de ouvir. Faço isso depois.
Pena que minha $$$ seja pouca...ontem fui comprar pra minha namo o show de Mallu e Camelo, o tal de banda do mar, 100 contos...e ela nem saca a banda, porra, fan de Mallu Magalhães balzaquiana (aliás pós já, 4 anos) é foda-hehehehehe
ResponderExcluirfora os paga pau de marcelo camelo...
porra skol é dinarmaquesa, pensei que os escandinavos, sabiam fazer cerva...
ouvi o som por 10 segundos, bem feito, mas falta algo, em 10 segundos?
hehehehehe
num curti muito o vocal...
se miranda quisesse salvar o rock, deveria ter apostado em mim 10 anos atrás quando ele pirou no meu show e veio falar conosco-hehhehehe
deixa eu brincar um pouco...mas sério, a banda é boa, mas o vocal num viajei não, estilo "ovo na boca"...mas vamos ver no que dá...