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quarta-feira, junho 04, 2014

BOBBY McFERRIN: "A VIDA TODA É UMA IMPROVISAÇÃO"

Seis anos depois de sua última passagem por Salvador, o deus do gogó Bobby McFerrin volta à cidade (e ao palco do Teatro Castro Alves).

Desta vez, porém, é um show diferente: acompanhado de competentíssima banda (em 2008 era só ele no palco) e de sua filha Madison, também cantora, Bobby vem mostrar o repertório do seu último álbum, Spirityouall.

Trata-se de uma linda homenagem ao seu pai, Robert McFerrin Senior, um dos primeiros cantores de ópera negros da história.

No repertório, hits de Bob Dylan, Stevie Wonder e cânticos religiosos clássicos (spirituals), como Swing Low Sweet Chariot, Fix Me Jesus e outros. Imperdível.

ENTREVISTA: BOBBY McFERRIN

Seu último álbum, Spirityouall, é uma homenagem ao seu pai, pioneiro cantor negro de ópera. Como você se relaciona com este legado em disco e  show?

Robert McFerrin Sr.: pioneiro
Bobby McFerrin: Eu sempre conto meu pai entre minhas primeiras influências como cantor. Mas há muitas outras diferenças entre nós também. Eu nunca poderia fazer o que ele fazia, e eu nem gostaria de tentar. Ele já o fazia melhor do que eu jamais poderia fazer. Sua disciplina, ética de trabalho e reverência pelo seu ofício eram fenomenais. E aquela voz! Era o barítono mais maravilhoso (que já ouvi). Eu era só um garoto, então eu não percebia o quão sortudo eu era por poder ouvi-lo praticar e ensinar, especialmente poder ouvi-lo trabalhar com Hall Johnson (cuja avó foi escrava), ensinando-o a cantar os spirituals corretamente.

Você traz ao palco sua filha, Madison. Tem aí algum sentido de ritual para você, como uma passagem de bastão?

BM: Eu cresci numa casa cheia de música, em uma família que cantava junta o tempo todo – e meus filhos cresceram assim também. Eles são todos realmente talentosos. Taylor acaba de lançar seu primeiro álbum e tem feito grande sucesso no Japão. Jevon está no elenco de Motown - The Musical, na Broadway, tocando algumas partes e cobrindo o papel do Smokey Robinson. E Madison acaba de se formar na Berklee College of Music. É ótimo te-la em turnê.

Um crítico norte-americano disse que seus concertos são experiências que modificam  vidas. Quem modificou sua vida em um concerto? Porque?

BM: Duas experiências me ocorrem imediatamente. Uma foi Herbie Hancock com a Mwandishi Band. Eles tocaram uma música que durou uns 45, 50 minutos de pura improvisação. Aquela noite mudou toda a minha ideia do que é uma improvisação. Depois daquilo eu entendi: a vida toda é uma improvisação. A segunda foi Miles Davis e sua Electric Band. Minhas memórias mais claras são de antes do show. Não havia mais ingressos e uma mulher na fila deu seus ingressos para mim e minha namorada, como se fosse predestinado. E depois, quando eu senti que todo o meu corpo estava diferente. Aquela música me modificou em nível molecular.

Em Spirityouall você gravou um clássico de Bob Dylan, I Shall Be Released. No concerto de estreia, Madison canta com você a linda Don't You Worry 'Bout a Thing, de Stevie Wonder. Pode nos contar como você escolhe essas canções tão conhecidas e as torna tão suas?

BM: Eu apenas canto o que me parece certo, o que 'fala' comigo. Seja em um improviso, seja na melodia em si, eu estou todo ali, sou eu falando para a audiência, tentando cantar para ela a música que ouço na minha cabeça.

Algum artista novo te chamou atenção ultimamente?

Soa terrível, mas tenho viajado muito, e entre shows, eu só busco o silêncio. Só ouço música ao visitar amigos.

Vi esse vídeo do show de lançamento de Spirityouall no You Tube (abaixo). Teremos o mesmo show aqui? Ou você costuma mexer no repertório?

Temos um repertório, mas nunca o seguimos estritamente. Com certeza haverá surpresas!

Abertura da Série TCA 2014: Bobby McFerrin no show Spirityouall / Hoje, 21 horas / Teatro Castro Alves /  R$ 140 e R$ 70 (filas A a P); R$ 110 e R$ 55 (Q a Z) e R$ 80 e R$ 40 (Z1 a Z11)



EXTRA: THEATRO DE SERAPHIN FAZ SEGUNDO SHOW ACÚSTICO

Nossos chapas da Theatro voltam a se apresentar neste sábado no temporariamente redivivo Calypso em sua série de shows acústicos que comemoram seus anos de banda e deverão ajudar a rapaziada a levantar uma grana para gravar seu próximo álbum.

Desta vez, a discotecagem fica por conta da cantora, DJ e artista visual Andrea May.

Na parte visual do evento, o pessoal do LabFoto/Ufba, coordenado pelo professor da Faculdade de Comunicação (Facom) José Mamede, fará uma exposição de imagens instantâneas.

Os fotógrafos do grupo produzirão as imagens que serão impressas e expostas ali mesmo, na hora, e que serão postas a venda.

Na noite de inauguração, tivemos mostra das lindas e tocantes imagens de Miguel Cordeiro - e todas foram vendidas em questão de meia hora, quarenta minutos (média de preço: R$ 100, R$ 150). Um sucesso.

Outra notícia legal: haverá mais uma data (a quarta) deste evento no Calypso, desta vez com os ex-membros César Bill Murray Vieira (guitarra, brincando de deus) e JW Dantas (bateria), mais o baixista Nuno Chuck Norris. Mais detalhes, mais adiante.

Vale lembrar: "Os shows não serão abertos. Apenas amigos convidados por email ou através do Facebook poderão entrar. A contribuição mínima obrigatória para ter acesso a cada apresentação é R$ 10. Só será vendida cerveja premium ( mas a preços honestos, garante a produção) e somente em espécie (o mesmo vale para a entrada)", avisa o release.

Segunda edição do projeto Theatro de Séraphin Acústico (com exposição de imagens do LabFoto/Ufba e discotecagem de Andrea May) / Sábado, 07 de junho, às 18 horas / Café Calypso (Rio Vermelho) / R$ 10 (contribuição mínima)

EXTRA 2: DOIS EM UM SOLTA CLIPE DE SATURNO, COM TULIPA

Fala, Luisão!
 
"É com uma felicidade tremenda, que mostro a vocês o clipe que acabamos de subir da música 'Saturno' do disco 'Agora'. A direção foi do Tiago di Mauro e teve a participação da Tulipa Ruiz".
 

3 comentários:

  1. A Marvel parece estar preparando um novo papel para Nick Fury pai, já que o filho, Samuel L. Jackson, parece já ter assumido seu lugar.

    http://www.bleedingcool.com/2014/06/04/spoiler-swipe-file-the-last-page-of-original-sin-3-and-1954-senate-subcommittee-on-juvenile-delinquency/

    e aqui:

    http://www.bleedingcool.com/2014/05/06/more-theories-about-nick-fury-in-original-sin/

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  2. Grande clipe, gostei da voz de Fernanda...acho que agora ela encontrou um belo timbre para sua voz!

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  3. Ernesto Ribeiro3:42 PM

    Quanta demência mais sem sentido...


    Eu sempre DESPREZEI todos os filmes de terror com toda a mesma repugnância dos quadrinhos de horror.


    Não existe debiloidice maior do que aquelas séries de vilões descerebrados e indestrutíveis que saem por aí matando todas as pessoas que encontram pela frente sem nenhum motivo.


    Só retardado curte essas porcarias sem história, sem nexo, sem lógica --- sem cérebro.


    Haja mau gosto.


    Lixo.

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