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terça-feira, junho 17, 2014

BABY LIXO, DE HEITOR DANTAS, QUER DESCONSTRUIR O ROCK

Heitor Dantas, em foto de Claudio Braga
Tá vendo o rapaz barbudo aí do lado? Se você é leitor(a) atento(a) desta coluna, já o viu antes.

Heitor  Dantas é o guitarrista do power trio de blues avant garde Laia Gaiatta e também da banda que acompanhou Tuzé de Areu na temporada do seu badalado show / evento, Novas Aventuras no País do Som, ambos já vistos neste espaço.

Desta vez, Heitor volta à Coletânea com outro trabalho: a banda Baby Lixo, mais uma aventura sônica de tons vanguardistas do músico, que tem formação acadêmica e intenções ousadas: Heitor quer desconstruir o rock.

Hein?!?

“Mas a ideia é fazer rock mesmo, sem muita... (pausa). É explorar os limites do rock. Tem a coisa dos riffs de guitarra muito presente. É uma linguagem de rock, com vocais mais agressivos”, explica Heitor.

“No nosso primeiro EP, Bon Appetit, Sucuri,  trabalhamos a partir de canções. Mas não vai ser só isso. Fazemos colagens. Pega um  riff aqui, um texto ali, uma harmonia acolá. Tem um trabalho de decupagem sonora”, detalha o músico.

Procura-se o roque

Por mais que doa ao colunista, é possível que Heitor esteja prestando um serviço: tem coisa mais desmoralizada e irrelevante do que o rock hoje?

A juventude, em sua maioria absoluta, não quer mais nem saber. Está ocupada demais se exibindo em redes sociais e engolindo a próxima modinha (funk, sertanejo, pagode) sem qualquer questionamento.

Talvez seja mesmo bom para o rock ser desconstruído, reinventado.

“Sem dúvida, e  isso não é uma ideia nova. Os Beatles fizeram isso, o rock progressivo, o punk fez isso. E  acho que essa forma de trabalhar é muito contemporânea. A coisa do mash up,  CTRL+C,  CTRL+V é por aí. Vejo muito isso por aí e acredito que vai ser cada vez mais vai ser explorado”, reflete Heitor.

É possível que, após 50 anos (ou 60, para os mais otimistas) de constantes revoluções musicais,estéticas e de comportamento, estejamos diante de um esgotamento de linguagem do rock?

"Quem me falou a mesma coisa foi Ronei Jorge: as coisas mais arranjadas, criativas e inovadoras e ousadas hoje em dia não estão mais do rock. É curioso, isso. Mas não sei a linguagem se esgotou. Desde o comecinho dos anos 2000 tem pintado muito revival, muita banda refazendo as mesmas linguagens dos anos 60, 70, 80. Talvez por que o século 20 foi muito... Talvez por a gente ter tido muitas inovações em um período relativamente curto, determinadas linguagens foram aprofundadas, e os músicos de agora tenham essa necessidade de retomar o que se fazia nessas épocas. Mas não acho que tenha esgotado. Acho que não esgota nunca. Mas a sensação de saturação é possível. Aí fica a sensação de que não tem tem mais nada o que ser feito. Acho que não esgotou, não, vira e mexe, aparece algo. Claro que nao mais como nos anos 60, por exemplo que tinha uma coisa aqui outra ali e... Mas ainda aparece. O Radiohead nos ano 90, Björk, QOTSA, Mars Volta... Tudo bem que Björk não é mais tão rock, mas acho que ainda aparece coisa, sim", reflete Heitor

O primeiro registro do Baby Lixo, o já citado EP Bon Appetit, Sucuri, foi produzido por Jorge Solovera e estará disponível para baixar a partir de 19 de julho, no site da banda.

No mesmo dia, show no Café da Walter. No site www.babylixo.com.br já dá para ouvir as faixas Mundonela e Henry Miller foi Mendigo.

No palco, Heitor será acompanhado por Antenor Cardoso (bateria) Eduardo César (guitarra) Vitor Magalhães (baixo).

Baby Lixo: lançamento de Bon Appetit, Sucuri / Café da Walter (Biblioteca dos Barris) / 19 de julho, 20 horas / Preço do ingresso a ser divulgado




NUETAS

Lacertae no sábado

Incrível arte de Bruno Aziz no cartaz do show
A grande banda sergipana Lacertae, da cidade de Lagarto, andou sumida por alguns anos, mas agora está voltando – e este sábado já tem show em Salvador. vai ser no Warm-Up Festival Big Bands 2014, com as locais Tentrio, Modus Operandi e o DJ Bruno Aziz. Quem ainda não conhece o Lacertae, vale a pena: trata-se de um duo, formado por um guitarrista endiabrado, virado na estética hendrixiana, acompanhado por um baterista de kit inusitado, que inclui um berimbau de cipó de imbé, típico da região.  Tentrio é rock instrumental épico. E Modus Operandi, nosso representante na estética do rock industrial / gótico. Dubliner’s, 22 horas, R$ 10.

One for the money...

Amanhã tem os fantásticos Les Royales detonando mais uma edição da festa Rockabilly Sessions. No Commons Studio Bar, 22 horas, R$ 15 (lista amiga no www.commons.com.br).

Lucas no Show Box


A mesma Commons inaugura, no dia seguinte (quinta-feira, 19) um novo formato de eventos na casa: o Show Box, que terá apresenações em formato reduzido, tipo voz & violão, duos, live PA. O primeiro traz  Lucas Santtana, voz e violão. 22 horas, R$ 15 (lista amiga).

3 comentários:

  1. Sou mais o México Lindo!

    https://www.youtube.com/watch?v=OFIzf-Ay6p0

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  2. e quem tá renovando na música?
    vou perguntar isso pra Ronei...pq gostaria de saber...

    BMMP!!!

    Bora México Minha Porra!!

    Essa Copa Torcerei pra Bandeira Tricolor do Bahia, ops, da Holanda!!

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  3. Ernesto Ribeiro7:38 PM

    Como dizia o Casseta & Planeta:

    "México Gostoso!..."

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