Fast Eddie Clark, Phil Philthy Animal Taylor e Lemmy |
Prestes a completar 40 anos de atividade ininterrupta (em 2015), o power trio fundado pelo carismático Lemmy Kilmister ganhou uma biografia de respeito no livro A História Não Contada do Motörhead.
Assinada pelo experiente Joel McIver, autor de outros 16 livros sobre rock e heavy metal, a biografia Overkill: The Untold Stotry of Motörhead saiu lá fora em 2011 e chegou ao Brasil traduzida em português no finalzinho de 2013, pela Edições Ideal.
Mas afinal, por que uma banda suja, politicamente incorreta, musicalmente limitada e barulhenta como essa inspira tanto respeito e admiração?
Justamente por causa de todos esses fatores – os quais, não custa lembrar, são essenciais à legitimidade do rock ‘n’ roll.
E quando se trata de rock ‘n’ roll, legitimidade é – absolutamente – tudo, baby.
Antes do rock ‘n’ roll
Bem cotada pela crítica especializada internacional, A História Não Contada do Motörhead é praticamente uma história não contada de Lemmy.
E nem teria como ser diferente: fundador e único membro fixo desde o início, Lemmy é uma das figuras mais carismáticas da história do rock – e olha que a concorrência é bem acirrada.
Não a toa, McIver vai buscar as origens do Motörhead em 1945, ano de nascimento de Lemmy, na cidadezinha de Bursley, um recanto esquecido das Midlands (centro geográfico da Inglaterra).
Curiosamente, Ian Fraser Kilmister nasceu na véspera de Natal daquele ano, filho de um capelão da Força Aérea Britânica e uma moça local.
O rock 'n' roll personificado é o cara à direita |
Sobrevivente desde o berço, Lemmy cresceu sem o pai, que se pirulitou mal ele completou três meses de vida.
Sua mãe logo casou de novo e se mudou com o filho e avó para uma localidade ainda mais remota no País de Gales, a ilha de Anglesey.
Foi lá que Lemmy ganhou o apelido com o qual se tornou conhecido. E também descobriu o rock ‘n’ roll aos 12 anos – e sua vida nunca mais foi a mesma.
“Eu ia ser um criador de cavalos, mas então eu ouvi Little Richard e tudo mudou. Daí eu descobri que as mulheres estavam vidradas nisso também. De repente as pessoas escutaram aquilo e disseram ‘Que diabos é isso?’, e todo mundo mudou... Lembro-me de antes disso: era tudo terrível antes do rock ‘n’ roll”, relata o músico.
O pão que o Warpig amassou
Não demorou, Lemmy começou a tocar violão e logo estava integrando a banda The Rockin’ Vickers.
Pouco depois, mudou-se para Londres em plena efervescência da Swingin’ London, aonde entupiu o juízo de LSD, speed (sua droga de preferência até hoje) e bolinhas variadas.
Foi roadie de Jimi Hendrix (“Ele era um cavalheiro, abria a porta do carro para as moças”, lembra) e integrou a lendária banda space rock Hawkwind.
Expulso alguns anos depois por ser mais fã do speed do que do ácido (ente outras razões, mas por essa também), fundou o Motörhead em 1975.
Comeu o pão que o Warpig (mascote feioso da banda) amassou e era uma piada na visão dos críticos, mas nunca se vendeu, nunca se adequou, sempre fez à sua maneira – ou não o faria. O resto é história – e rock ‘n’ roll no talo.
Fatos Lemmy Kilmister
Kid Lemmy - Inglês de Burslem, Lemmy nasceu Ian Fraser Kilmister em 1945. Foi criado na zona rural do País de Gales. “Era como estar na porra da Bulgária, nada acontece lá”, disse ele.
Swingin’ London - Em 1966, foi morar em Londres, onde tornou-se roadie de Jimi Hendrix. Uma das atribuições era conseguir o LSD do chefe.
Filosofia - ”Sou um anarquista na essência. Viva e deixe viver é minha pedra angular”
A História Não Contada do Motörhead / Joel McIver / Edições Ideal/ 276 p./ R$ 44,90/ www.edicoesideal.com
Nosso próximo grande show na Arena Fonte Nova?
ResponderExcluirhttp://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,stones-podem-se-apresentar-no-pais-em-2014-relembre-5-shows-memoraveis,1132099,0.htm
Façamos figa!
"O Motörhead é uma daquelas bandas que, assim como os Ramones ou o AC/DC, todo roqueiro que se preza tem que respeitar. "
ResponderExcluirTENHO? Mesmo? Que pena... ainda bem que eu não sou músico nem roqueiro. Sou um homem LIVRE.
Dos Ramones, eu amo 4 canções: "Pet Sematary", "Poison Heart", "Straight to Endure", "I Believe in Miracles".
Do AC/DC, estou ouvindo nesse momento "Back in Black", a única canção deles que eu mantenho gravada em uma das coletâneas que fiz.
Já o Motörhead... olha, eu até gosto da letra de "Dont Let The Motherfuckers Grind You". Já a música... que música? Lemmy Killminster nem é cantor. ELE MESMO já admitiu isso nos anos 70.
Não sei se rockers como Jerry Lee Lewis, Chuck Berry e Little Richard respeitam esse tipo de som com vocais que se limitam a grunhidos. O cartunista Angeli já ridicularizou bandas assim na única piada boa do filme Wood & Stock em que o vocalista da banda é um porco. Os sons que o bicho lança pelo microfone são idênticos aos de 99% das bandas de rock pesado tão populares entre os roqueiros hoje em dia.
De um trabalhador profissional para outro, meu respeito por ele é o mesmo que ele teria por mim.
Ernesto, defendo até o fim seu direito de dizer o que quiser, concordar ou discordar.
ResponderExcluirMas isso é só o que eu penso.
O Motörhead é liiiindo, meu rei.
Ramones e AC/DC também.
E na verdade, quanto mais velho eu fico, mais eu mamo essa bandas básicas, sujas, barulhentas e que fazem o mesmo disco há quarenta anos ou mais....
Mas claro, vc não precisa concordar - e está tudo certo assim mesmo.
rararar... Adorei.
ResponderExcluirBem, fazendo um contraponto com "artistas que evoluem", como você sabe, eu TAMBÉM nunca engoli o fato de Marcelo Nova se recusar a tocar as canções com os arranjos originais.
Pior: os "novos arranjos" dele são sempre um DESASTRE: são PIORES e NÃO-MUSICAIS. Sem ritmo, sem melodia nem harmonia. Ou seja, sem música!
Porra, mele nem sequer canta nenhuma das 9 canções do primeiro álbum solo dele, o ÚNICO que eu gosto (além do último 12 Fêmeas) --- porque é música de primeira, com Gustavo Müllem na guitarra e nas composições musicais, com produção de Pena Schmidt e portanto no mesmo nível dos discos do Camisa de Vênus nos anos 80.
Pior ainda: em nome da "independência artística" desde 1990 que Marcelo Nova PAROU DE CANTAR --- ele só gargareja com voz de cabra.
Nos shows de "retorno" do Camisa, não tem mais harmonia mesmo: a banda vai prum lado e ele vai pro outro. Sempre se destacando como uma figura de desenho cortada fora do quadro. Bizarro.
(Que Miguel Cordeiro não me leia agora...)
...Que foi a razão principal de eu ir a TODOS os 5 shows da temporada do Camisa de Vênus sextas-feiras no Dubliners e no domingo de Iemanjá.
ResponderExcluirOs mesmos e insuperáveis arranjos de trinta anos ou mais.
Perfeitos.
Lou Reed do Céu, o menino Louis Augusto Müllem com 11 anos de idade toca bateria em shows Camisa de Vênus melhor do que a maioria dos profissionais efetivos! Um gênio! Filho de um Deus da Guitarra.
Fui no Dubliners 7 vezes em um mês, contando com o Tributo a Lou Reed. Gastei 50 paus de táxi de ida e volta para 20 reais de ingresso, mas valeu a pena assistir Miguel Cordeiro cantando "I'm Waiting for My Man".
Além de ouvir as conversas entre os gênios:
Karl Franz Hummel: Miguel, vem cantar com a gente no próximo show!
Miguel Cordeiro: Tudo bem, mas vocês aceleraram o andamento de "Simca Chambord". Não é pra fazer isso, porque aquele arranjo original é um rockabilly, mas também é um shuffle. Se mudar um pouquinho só, eu preciso mudar os vocais.
Karl: É, mais isso porque a interpretação de Marcelo é mais dramática, com aquelas escalas maiores. E a sua não precisa ser assim. Mas se precisar, a gente mantém o andamento original.
etc etc etc... É uma delícia e um eterno aprendizado ouvir uma conversa inteligente.
Yeah: Vida eterna aos arranjos originais, de bandas básicas, sujas, barulhentas... ISSO é rock n roll.
Marcelo Nova devia seguir o exemplo de Jerry Lee Lewis, Chuck Berry e Little Richard, que falou: "Eu nunca me canso de minhas próprias músicas. Seria me cansar de mim mesmo."
Ernesto, eu até poderia relevar esse comentário ridículo sobre o Motorhead, mas na boa, vc gosta de Camisa de Vênus, então só rindo mesmo. Mais do que isso, vc idolatra o Marcelo Nova, o retrato do roqueiro babaca, invejoso, que não sabe envelhecer e que vive de declarações "polêmicas" para ter qualquer relevância ainda.
ResponderExcluirMas enfim, píor que isso mesmo só esse puxa-saquismo constrangedor, para com tudo e todos (Miguel, Chico e aquele arremedo chamado Camisa de Vênus)... velho, vc dá pena...
Moore inédito no Brasil (um dos últimos, creio) a preço decente!
ResponderExcluirhttp://www.universohq.com/noticias/panini-lanca-fashion-beast-hq-inedita-de-alan-moore/
E em parceria com Malcolm McLaren! No mínimo, vale a curiosidade.
Caro anônimo, eu já deixei de publicar comments de Ernesto por que ele falava mal de amigos meus.
ResponderExcluirSeu comment vai na mesma linha.
Por que vc não assina?
Vc acha que ele vai te bater?
Assina!
O que Uatívis viu?
ResponderExcluirO Blob sem roupa?
Dup almoçando?
Os royalties de Jack Kirby?
Stan Lee no banheiro?
http://www.bleedingcool.com/2014/02/19/what-did-he-see/
Quem matou o Vigia? E porque?
Então alguém na Marvel curte Velozes & Furiosos e achou que seria uma boa ideia misturar o conceito do Motoqueiro Fantasma com o clima da série.
ResponderExcluirhttp://omelete.uol.com.br/marvel-comics/quadrinhos/motoqueiro-fantasma-vai-voltar-em-versao-motorista-fantasma/
Sei não.........
Mas afinal, quantos vilões vão aparecer nesse filme do Homem-Aranha mesmo?
ResponderExcluirhttp://www.universohq.com/noticias/homem-aranha-enfrenta-duende-verde-em-nova-foto-filme/
Rich Johnston "não curtiu" a ideia do Motorista Fantasma....
ResponderExcluirhttp://www.bleedingcool.com/2014/02/20/326597/
A propósito, Ernesto, conto com seu bom senso caso queira responder ao anônimo....
ResponderExcluirrararararara
ResponderExcluirComo disseram aqueles âncoras do noticiário americano sobre os brasileiros serem tão vulgares: "Vamos ser compreensivos. É uma outra cultura."
Tudo isso é ridículo; porém, bastante didático. São comentários assim que nos ensinam porque o Brasil é tão Terceiro Mundo --- na média geral, porque a Bahia já é Sexto Mundo.
Só mesmo um povo tão subdesenvolvido até culturalmente confunde o respeito e a admiração sincera com "puxa-saquismo".
Auto-explicativo: pessoas assim são tão pobres de espírito porque NUNCA tiveram referências pessoais de respeito e admiração. É por isso que o brasileiro tradicionalmente NÃO TEM PADRÕES DE VALORES para reconhece-los.
500 anos de uma cultura de miséria moral e intelectual, opressão e bajulação do patrão (cacofonia inevitável) levam a isso.
"Porquê, se alguém te elogia é porque está querendo tirar alguma vantagem de você?" A resposta é: SIM. Há 5 séculos.
ROCK LOCO também é sociologia.
Rapá me lembro que no final dos 90, comecinho dos anos 2000, quem gostava de motorhead e ac/dc era roqueiro camisa preta e cafona...ainda bem que sempre fui fora de moda...
ResponderExcluirCom GRANDE respeito meu velho Ernesto, mas Ramones bota no bolso camisa de vênus e até mesmo os EXCELENTES Dead Billies (que eram músicos melhores que os Ramones), aliás Ac/Dc com Bon Scott tb...e Motorhead num fica atrás, os Billies ganham de 2 gols de diferenças pra eles...e nem sei viu...pq Motorhead é foda...o 1o disco então...eu tenho um cd de músicas raras deles, q é tipo um ensaio, que é FODA, meu fave...vou até colocar o Welcome To Bear Trap deles pra escutar agora...
Creio que qq um do Motor seja mais músico do que qq um do camisa...e nem falo profissionalmente, que devem até superar os Billies
vou nem citar roxette e cindy lauper...hehehehe
O Maiden tem músicos melhores, mas ainda assim prefiro os Ramones e o Ac/Dc...falando de suas bandas favoritas...
Quanto ao ÓDIO que o Camisa de Vênus e Marcelo Nova ainda provocam em todo roqueiro babaca e invejoso...
ResponderExcluirAh, que delícia! Meus heróis continuam cumprindo a missão de INCOMODAR quem merece...
PS: Please, nos ensine "como envelhecer". Porque se for pra viver com Síndrome de Peter Pan, o velho Marceleza já nos ensina a evitar esse tipo de imaturidade.
Só espero que esse ódio ao Camisa não se refira a mim...pq eu não odeio a banda, gosto, ainda + as gravações ao vivo...só que gosto + das que citei acima...é um direito que me convém...
ResponderExcluirCalma, Rodrigo. Eu só me referia ao anônimo. Tá tudo em paz.
ResponderExcluir~=o)-
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