Chicago, via Feira
Banda-mãe da nova e vibrante cena alternativa de
Feira de Santana, o Clube de Patifes manda bem pacas neste Acústico, em
que canalizam Chicago, via sertão baiano. Arranjos, letras, melodias, tá
tudo redondinho aqui. Belo. Clube de Patifes / Acústico / Brechó Discos / CD: R$ 10 /
Baixe grátis: www.clubedepatifes.com.br
Parente do Visconde?
É assombroso como surgem cantoras incríveis no Brasil.
Lia Sabugosa, voz encantadora, tem um trabalho vigoroso, com elementos
de folk e rock rural psicodélico. Esqueça as cantoras patricinhas e
fofinhas. O papo aqui é de adulto. Lia Sabugosa / Chuvarada / Preço não divulgado /
www.liasabugosa.com.br
Trip que não chega a ser bad, mas também não bate
Produzido pelo
mago da psicodelia indie Dave Fridmann, o quarto álbum do duo MGMT
(Management) até que começa bem, remetendo ao Pink Floyd circa ‘67 de
Syd Barret. Conforme avança, torna-se desfocado e tedioso. Esse ácido
não bateu legal... MGMT / MGMT / Sony Music / R$ 24,90
Pau de bosta
Eis aqui como piorar algo que já era francamente ruim na essência: trata-se de uma versão remix do último álbum do Linkin Park, uma das bandas mais medíocres deste lado da Via Láctea. E não, não adianta chamar DJs badalados para disfarçar a falta de ideias. Lixão. Linkin Park / Recharged / Warner / R$ 29,90
Folk sem afetações vanguartíscas
Produzido pelo baixista Fernando Nunes, a estreia de Danielle Cavallon transita fluente pela sonoridade folk em faixas como Vermelho (Tchello Palma), Dê Um Rolê (Novos Baianos), Blue Red and Grey (Pete Townshend) e Leve. Danielle Cavallon / Delicada Euforia / Independente / Preço não divulgado
Do the lindy hop
Referência do swing jazz no Brasil, o trio liderado pelo guitarrista Ricardo Baldacci pratica um som fidelíssimo ao que se fazia nos EUA durante os anos 1930 / 40. Ótimo para ouvir – e fazer o lindy hop, dança típica da época. Ricardo Baldacci Trio / Tain’t what you do (it’s the way that you do it) / Tratore / R$ 29,90
"O guardião do teu irmão"
Quando criança, o autor da bíblia beatnik On The Road perdeu o irmão mais velho, Gerard, por problemas de saúde. O episódio, que o assombrou pelo resto da vida, rendeu este Visões de Gerard, um de seus últimos livros. Encharcado de tristeza, singeleza e sutilezas, esta é, talvez, a sua obra mais tocante. Visões de Gerard / Jack Kerouac / L&PM / 144 p. / R$ 29 / lpm.com.br
A dama faz fan fiction
O que acontece quando uma grande dama do crime como a inglesa P.D. James resolve fazer fan fiction? Morte em Pemberley, livro em que a cultuada autora retoma os personagens da obra-prima Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, e os envolve em vibrante trama policial. Adaptado com sucesso para TV, em uma minissérie em três capítulos da BBC (Death Comes to Pemberley). Morte em Pemberley / P.D. James / Companhia das Letras / 344 p. / R$ 44 / R$ 31 (E-book) / companhiadasletras.com.br
O case da Casa das Ideias
A empresa que hoje domina bilheterias (e o imaginário nerd) tem seus bastidores contados na preciosa pesquisa de Sean Howe. Diferente dos heróis que criaram, seus administradores eram verdadeiras raposas. Entre períodos de alta e baixa, uma trajetória impressionante. Marvel Comics: A História Secreta / Sean Howe / LeYa / 560 p. / R$ 49,90 / leya.com.br
Retorno com classe
Banda do produtor / escritor Emmanuel Mirdad, a Orange Poem volta com cantores convidados. Aqui, EP com três belas faixas prog folk com Glauber Guimarães nos vocais (já vale o download). Pink Floyd feelings, sem pastiche. Boa surpresa. The Orange Poem / Ground / Baixe: www.soundcloud.com/theorangepoem
Quem não ama o cabelo da Farrah Fawcett...?
Estreia do duo synthpop (com trompete!) Capital Cities, que nos melhores momentos remete à Giorgio Moroder – e nos piores, MGMT. Traz ao menos duas barbadas para pistas mais descoladas: Farrah Fawcett’s Hair (com Andre 3000) e I Sold My Bed But Not My Stereo. Safe and Sound é MGMT escarrado. Capa do artista brasileiro João Lauro Fonte. Capital Cities / In a Tidal Wave of Mystery / Universal / R$ 29,90
Ele toca com aquele cara, mas não precisa usar isto contra ele...
Guitarrista de Lenine, JR Tostoi volta com CD novo de
sua banda após 13 (!) anos. Experimental, mas não hermético, o som traz
timbres inusitados, toques eletrônicos, letras irônicas e muita
personalidade. Vulgue Tostoi / Sistema Delirante Amplo e Defasado da Realidade / Bolacha Discos - Guri Zumbi / R$ 20
30 anos este fim de tarde no Arpoador
A improvável formação que deu o pontapé inicial em uma revolução comportamental e musical nos anos 80 não está mais aqui, mas a celebração dos seus 30 anos é mais do que válida. Divertido, profissa. Multishow Registro - Blitz 30 Anos / Universal /CD: R$ 24,90 / DVD: R$ 29,90 / Blu-ray: R$ 74,90
O parceiro do Engenheiro
Parceiro do Engenheiro do Hawaii Humberto Gessinger no projeto Pouca Vogal, o gaúcho Duca Leindecker sai solo, em um álbum de sonoridade minimalista, mas nem por isso, pobre. Canções acústicas singelas, em clima crepuscular. Duca Leindecker / Voz, Violão e Batucada / Stereophonica / R$ 29,90
Ainda banda emo? Sério mess?
Lições de chute ao cachorro morto. 1: Panic! At The Disco é uma banda emo. É, isso ainda existe. 2. Este seu quarto CD é perfeito – para a trilha de programas imbecis, como Jersey Shore. Conclusão: a vida é curta, não perca tempo com lixo. Panic! at the Disco / Too Weird to Live, Too Rare to Die! / Warner / R$ 34,90
Caçada sem trégua
Obra que inaugura o selo Vertigo de literatura policial (não confundir com o selo de HQs adultas da DC Comics), Na Mente, o Veneno apresenta ao público brasileiro a cultuada autora francesa Andrea Japp. Aqui, uma investigadora parte em caçada sem tréguas ao assassino de sua filha. Na mente, o veneno / Andrea H. Japp / Vertigo / 272 p. / R$ 29,90 / grupoautentica.com.br/vertigo
A 463ª adaptação
Um dos romances de aventura mais famosos de todos os tempos, A Ilha do Tesouro ganha mais uma boa adaptação em HQ, a cargo dos toscanos Pace e Rispoli. Destaque para a bela arte P&B de Rispoli, dinâmica e muito similar ao que se vê em fumetti famosos, como Ken Parker e Tex. A Ilha do Tesouro / R. L. Stevenson, Manuel Pace e Carlo Rispoli / Nemo / 104 p. / R$ 42 / editoranemo.com.br
Cachaceiro poético
Um andarilho recebe de um estranho uma vultosa soma de dinheiro. Ele aceita, mas promete pagar – o famoso “devo, não nego”. Claro, toda a grana é gasta em orgias etílicas. Testamento literário do ucraniano Roth (1894-1939), esta fábula reflete o desprendimento material do próprio autor. A Lenda do Santo Beberrão / Joseph Roth / Estacão Liberdade / 80 p. / R$ 26 / estacaoliberdade.com.br
Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
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sexta-feira, janeiro 31, 2014
terça-feira, janeiro 28, 2014
A ESTRADA PARA A RUÍNA, SEGUNDO O MOTORISTA DA VAN
Livro Na Estrada com os Ramones refaz trajetória da lendária banda punk rock
Se algum dia uma banda capturou a essência exata do rock, com todos seus elementos mais caros (ataque sonoro e visual, atitude etc), essa foi Ramones.
E se há alguém que pode falar dela com total propriedade, é o seu empresário de turnê Monte A. Melnick.
Autor – em parceria com o jornalista e músico Frank Meyer – do livro Na Estrada com os Ramones, Monte é amigo de adolescência do baterista fundador Tommy Ramone Erdelyi.
Trazido a bordo pelo amigo desde os primórdios, Monte fez de tudo: organizou turnês, dirigiu vans, cobrou cachês, foi babá, ombro amigo e um duro chefe quando necessário – e mais: esteve presente em absolutamente todos os 2.263 shows que os Ramones fizeram em 22 anos de existência.
Organizado à moda Mate-me Por Favor – depoimentos em sequência, ao invés de um texto corrido – o livro narra a saga ramoneana desde os primórdios mesmo, nos anos 1960, quando Monte e Tommy se conheceram e começaram a tocar em uma banda de pouca expressão, chamada Butch.
Quando a banda acabou, Monte foi trabalhar em um estúdio. “Bandas como o Blondie e os (New York) Dolls estavam ensaiando lá. Enquanto isso, Tommy estava trabalhando com seu próprio grupo, os Ramones. Eles eram terríveis, mal sabiam tocar”, lembra ele, em um trecho do livro.
Inspirado na revolucionária banda das “bonecas de Nova York”, Tommy pensou em criar um conceito semelhante: “Aqui está uma banda se divertindo, tocando rock ‘n’ roll”, pensou.
Tommy então juntou-se a três desajustados de Forest Hills (bairro do Queens, NY): Jeffry Hyman (Joey Ramone), John Cummings (Johnny Ramone) e Douglas Colvin (Dee Dee Ramone).
E o resto foi história, contada neste e em outros livros.
One-two-three-four!
Só não pergunte ao Monte quais deles vale a pena ler: “Há apenas um livro sobre os Ramones que vale a pena ser lido: o meu”, afirmou ele, em entrevista por email ao Caderno 2+.
Publicado originalmente em 2003 – dois anos após a morte de Joey, um após a morte de Dee Dee e um antes da morte de Johnny – Monte deixa entrever no livro que tinha um cuidado especial com o vocalista, devido à sua saúde frágil.
“Eu era muito íntimo de Joey por que eu o apresentei a Angela (Galletto, ex-namorada de Joey). Eu estava saindo com a irmã dela na época. Joey e eu passamos muito tempo em família juntos. Eu ajudava Joey por que ele tinha mais problemas do que os outros e precisava de ajuda”, conta Monte.
“Achei que poderia contar a história toda depois que Joey morreu, devido a coisas que tinha de revelar sobre ele”, diz.
Hoje bem conhecidas, essas revelações variam desde o TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) que o atormentava, quanto o relacionamento problemático com Johnny – piorado depois que este “roubou” sua namorada, Linda Danielle.
“Eles eram ótimos amigos no início e durante muitos anos. Nos últimos anos eles sentiram que a música e os shows eram realmente algo muito especial, bom demais para deixar que brigas acabassem com a banda, então continuaram juntos – só que sem se falar muito um com o outro”, diz Monte.
Populares no Brasil, tocavam em FMs e ganharam disco de ouro
Banda presente na lista das preferidas de qualquer roqueiro que se respeite, os Ramones são hoje mais reconhecidos e queridos do que quando ainda estavam na ativa.
“Acho que é por que os garotos que eram grandes fãs cresceram, e hoje estão em posição para colocar suas músicas em comerciais, trilhas sonoras de filmes e nas rádios", vê.
"Se os Ramones fossem grandes assim quando eu trabalhava para eles, teria pedido um aumento”, brinca Monte Melnick.
Ironicamente, foi no Brasil que os Ramones ganharam o primeiro disco de ouro da carreira, pelas mais de 100 mil cópias vendidas do LP Mondo Bizarro (1992) – que diga-se de passagem, teve dois hits em FMs, inclusive de Salvador (era outra época): Poison Heart e I Won’t Let It Happen.
O fato, porém, não consta do livro. “Eu tinha uma certa limitação de espaço para este livro, então tive de deixar muita informação de fora”, despista.
Naquele mesmo ano, Salvador foi varrida por rumores de que os Ramones tocariam na Concha Acústica – o que, infelizmente, nunca aconteceu.
“Não tenho absoluta certeza sobre essa data, mas deve ter sido uma das vezes que tivemos de cancelar uma turnê devido à saúde do Joey”, esclarece Monte Melnick.
Quando a banda finalmente acabou, em 1996, o empresário ainda levou um tempo para acreditar.
"Foi estranho finalmente parar depois de tantos anos. Eles disseram que iriam parar muitas vezes antes, então eu ainda levei algum tempo para perceber que daquela vez era verdade, e só então pude desacelerar", conclui.
Na estrada com os Ramones / Monte A. Melnick e Frank Meyer / Edições Ideal / 264 p. / R$49,90 / www.edicoesideal.com
Matéria publicada antes no Caderno 2+ do jornal A Tarde. Agradecimentos ao Marcelo e a Laura da Edições Ideal.
Johnny, Dee Dee, Tommy e Joey: banda de rock definitiva |
E se há alguém que pode falar dela com total propriedade, é o seu empresário de turnê Monte A. Melnick.
Autor – em parceria com o jornalista e músico Frank Meyer – do livro Na Estrada com os Ramones, Monte é amigo de adolescência do baterista fundador Tommy Ramone Erdelyi.
Trazido a bordo pelo amigo desde os primórdios, Monte fez de tudo: organizou turnês, dirigiu vans, cobrou cachês, foi babá, ombro amigo e um duro chefe quando necessário – e mais: esteve presente em absolutamente todos os 2.263 shows que os Ramones fizeram em 22 anos de existência.
Organizado à moda Mate-me Por Favor – depoimentos em sequência, ao invés de um texto corrido – o livro narra a saga ramoneana desde os primórdios mesmo, nos anos 1960, quando Monte e Tommy se conheceram e começaram a tocar em uma banda de pouca expressão, chamada Butch.
Quando a banda acabou, Monte foi trabalhar em um estúdio. “Bandas como o Blondie e os (New York) Dolls estavam ensaiando lá. Enquanto isso, Tommy estava trabalhando com seu próprio grupo, os Ramones. Eles eram terríveis, mal sabiam tocar”, lembra ele, em um trecho do livro.
Inspirado na revolucionária banda das “bonecas de Nova York”, Tommy pensou em criar um conceito semelhante: “Aqui está uma banda se divertindo, tocando rock ‘n’ roll”, pensou.
Tommy então juntou-se a três desajustados de Forest Hills (bairro do Queens, NY): Jeffry Hyman (Joey Ramone), John Cummings (Johnny Ramone) e Douglas Colvin (Dee Dee Ramone).
E o resto foi história, contada neste e em outros livros.
Monte A. Melnick, o capataz do camarim |
One-two-three-four!
Só não pergunte ao Monte quais deles vale a pena ler: “Há apenas um livro sobre os Ramones que vale a pena ser lido: o meu”, afirmou ele, em entrevista por email ao Caderno 2+.
Publicado originalmente em 2003 – dois anos após a morte de Joey, um após a morte de Dee Dee e um antes da morte de Johnny – Monte deixa entrever no livro que tinha um cuidado especial com o vocalista, devido à sua saúde frágil.
“Eu era muito íntimo de Joey por que eu o apresentei a Angela (Galletto, ex-namorada de Joey). Eu estava saindo com a irmã dela na época. Joey e eu passamos muito tempo em família juntos. Eu ajudava Joey por que ele tinha mais problemas do que os outros e precisava de ajuda”, conta Monte.
“Achei que poderia contar a história toda depois que Joey morreu, devido a coisas que tinha de revelar sobre ele”, diz.
Hoje bem conhecidas, essas revelações variam desde o TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) que o atormentava, quanto o relacionamento problemático com Johnny – piorado depois que este “roubou” sua namorada, Linda Danielle.
“Eles eram ótimos amigos no início e durante muitos anos. Nos últimos anos eles sentiram que a música e os shows eram realmente algo muito especial, bom demais para deixar que brigas acabassem com a banda, então continuaram juntos – só que sem se falar muito um com o outro”, diz Monte.
Populares no Brasil, tocavam em FMs e ganharam disco de ouro
Banda presente na lista das preferidas de qualquer roqueiro que se respeite, os Ramones são hoje mais reconhecidos e queridos do que quando ainda estavam na ativa.
Pgs internas: CJ, Kiefer Sutherland e Julia Roberts. Johnny apagado |
"Se os Ramones fossem grandes assim quando eu trabalhava para eles, teria pedido um aumento”, brinca Monte Melnick.
Ironicamente, foi no Brasil que os Ramones ganharam o primeiro disco de ouro da carreira, pelas mais de 100 mil cópias vendidas do LP Mondo Bizarro (1992) – que diga-se de passagem, teve dois hits em FMs, inclusive de Salvador (era outra época): Poison Heart e I Won’t Let It Happen.
O fato, porém, não consta do livro. “Eu tinha uma certa limitação de espaço para este livro, então tive de deixar muita informação de fora”, despista.
Naquele mesmo ano, Salvador foi varrida por rumores de que os Ramones tocariam na Concha Acústica – o que, infelizmente, nunca aconteceu.
“Não tenho absoluta certeza sobre essa data, mas deve ter sido uma das vezes que tivemos de cancelar uma turnê devido à saúde do Joey”, esclarece Monte Melnick.
Quando a banda finalmente acabou, em 1996, o empresário ainda levou um tempo para acreditar.
"Foi estranho finalmente parar depois de tantos anos. Eles disseram que iriam parar muitas vezes antes, então eu ainda levei algum tempo para perceber que daquela vez era verdade, e só então pude desacelerar", conclui.
Na estrada com os Ramones / Monte A. Melnick e Frank Meyer / Edições Ideal / 264 p. / R$49,90 / www.edicoesideal.com
Matéria publicada antes no Caderno 2+ do jornal A Tarde. Agradecimentos ao Marcelo e a Laura da Edições Ideal.
segunda-feira, janeiro 27, 2014
LEVA DE PODCASTS: CCR E ROCKS OFF
Djeesus! |
Rocks Off - Sétimo ataque: discos que guardamos no lado esquerdo do peito, mas quase ninguém conhece. Com Osvaldo Braminha Silveira Jr., Miguel Cordeiro e Nei Bahia.
Clash City Rockers # 23: O Rock feito em Salvador. Só começando. Com Marcos Rodrigues, Osvaldo Braminha Silveira Jr., Sérgio Cebola Martinez. Convidado: Rogério Big Bross Brito.
quinta-feira, janeiro 23, 2014
MICRO-RESENHAS PARA DAR SAÍDA NUM MONTE DE COISA
Um dos criadores do subgênero cyberpunk, William Gibson retorna com a delirante Trilogia Blue Ant, da qual este Território Fantasma é a segunda parte (a primeira é Reconhecimento de Padrões). Aqui, uma jornalista cai em uma intrincada teia envolvendo tecnologias geoespaciais e uma nova forma de arte virtual. Literatura hipster - em sua melhor forma. Território Fantasma / William Gibson / Aleph/ 400 p./ R$ 49,90/ editoraaleph.com.br
Cosa Nostra viva e chutando
Com o subtítulo Investigações sobre o Governo da Cosa Nostra, este corajoso estudo da pesquisadora italiana Alessandra Dino mostra que a mítica organização criminosa continua muito ativa e atenta às oportunidades oferecidas pela economia globalizada. Chega-se ao ponto de capos com consultoria de imagem. Esclarecedor e assustador. Os Últimos Chefões / Alessandra Dino / Unesp/ 300 p./ R$ 48/ editoraunesp.com.br
Gênio plástico e narrativo
Uma obra se torna prima quando é espetacularmente executada em vários níveis, entre os quais estão o narrativo, o conceitual e o artístico. Esta HQ francesa excede em muitos pontos estes e outros itens. Não a toa, foi, de longe, um dos melhores lançamentos de 2013. De babar. Os Companheiros do Crepúsculo / François Bourgeon / Nemo/ 240 p./ R$ 94/ editoranemo.com.br
Mas esse não era aquele cara...?
Conceitual, o segundo CD da banda baiana de heavy metal Veuliah conta a história de nascimento, morte e ressurreição de um personagem destinado a mudar o mundo. Mas isso pouco importa diante da excelência do esporro sônico deste sexteto. Veuliah / Chaotic Genesis / MS Metal Records / R$ 20
Só faltou o inesperado
Em seu segundo álbum, a dupla paulistana de synthpop Oui Madame faz o que se espera dela: canta a liberdade sexual, louva o hedonismo metropolitano e lamenta a caretice, tudo embalado em uma bem produzida roupagem tecnopop. Agora só falta surpreender. Oui Madame / Inflamável / Tratore / R$ 29,90
A volta do pianinho
Com apenas dez anos e quatro álbuns, os ingleses do Keane soltam seu primeiro Best. Com as faixas dispostas em ordem cronológica, é possível traçar a trajetória da banda: do indie pianinho e tristonho de Everybody’s Changing, passando pelo pop genérico de Spiralling, e de volta ao indie pianinho de Won’t Be Broken, um círculo completo. Keane / The Best of / Universal / R$ 29,90
Registro válido
Ótima banda paulista de rock ‘n’ roll, a Tomada conta em documentário um pouco de suas andanças e trajetória pelo underground brasuca. Melhor ainda é ve-los ao vivo, no show incluído no DVD. Sangue, suor, sentimento. Tomada / XII - Estradas, Sons e Estórias na Terra do Rock Tupiniquim / Coaxo do Sapo - Tratore / R$ 27,90
90's nostalgia
Banda símbolo do Cool Britannia, (momento de efervescência cultural dos anos 90), o Blur tem esse Best relançado por conta de sua recente passagem (lá) no Brasil. De cabo a rabo, uma cartilha do melhor e do pior em ser jovem, inglês e muito doido. Blur / The Best Of / Warner / R$ 29,90
Faltou um tiquinho pra ficar bom
Banda ótima quando começou, o trio inglês Placebo caiu na mesmice e não lança um álbum decente desde Sleeping with Ghosts (2003). Este não é tão ruim quanto os anteriores e até tem seus momentos. Mas... não decola. Melhor sorte no próximo. Placebo / Loud Like Love / Universal / R$ 29,90
Leituras chiques
Classuda como sempre, a revista Serrote traz nessa edição um texto clássico de James Baldwin sobre consciência racial: Notas de um filho nativo – além de análises de Carla Rodrigues, Tales Ab’Sáber e Ruy Fausto sobre as manifestações de junho. E ainda: Alejandro Zambra, W. Kentridge etc. Serrote 15 / Vários autores / Instituto Moreira Salles / 240 p. / R$ 37,50 / lojadoims.com.br
É aquele do seriado?
Falecido em agosto aos 86 anos, Elmore Leonard era conhecido como “o maior escritor de crimes da América”. Aqui, um de seus raros personagens recorrentes, o tira Raylan (do seriado Justified) tem de lidar com uma gangue de traficantes de órgãos no Kentucky. Ágil, durão, macho pacas. Raylan / Elmore Leonard / Companhia das Letras/ 256 p./ R$ 36/ companhiadasletras.com.br
O terror dos neocons
Considerado pela direita neoliberal como um dos filósofos mais “perigosos” de hoje em dia, o esloveno Zizek propõe, em cinco ensaios, revelar uma série de semelhanças entre o totalitarismo e a democracia liberal moderna. Ousado, recorre às referências mais insólitas para defender seu ponto de vista. Provocador. Alguém disse totalitarismo? / Slavoj Zizek / Boitempo/ 184 p./ R$ 39/ boitempo.com
KKK
Se ainda existe algum ser humano com menos de 20 anos que ainda não leu On The Road, a dica é aproveitar essa edição 3 Em 1 da L&PM e matar logo essa tarefa obrigatória no processo de iluminação pessoal. De quebra, leva Os Vagabundos Iluminados e Os Subterrâneos. Romances menores, mas que valem a leitura. Kerouac: 3 em 1 / Jack Kerouac / L&PM / 568 p. / R$ 64 / lpm.com.br
Bobby virado na porra
Bobby Gillespie, titã do britpop, está furioso. No novo CD de sua banda Primal Scream, ele faz um raio-x impiedoso da Grã-Bretanha em tempos de crise braba. Sob poderosa trilha noise punk, ele aponta dedos, cita nomes e vocifera contra o governo, a BP Shell, a juventude alienada, roqueiros vendidos e tudo mais. Power pop é isso aqui. Primal Scream / More Light / Lab 344 / R$ 37,90
Nova saga moebiana
Morto em 2012, o cultuado quadrinista francês Moebius deixou vasta obra inédita no Brasil, que a Nemo vem publicando. O Mundo de Edena, série em seis volumes, vem nessa leva. Mística, mostra as jornadas de dois mecânicos espaciais, consertando tanto naves, quanto espíritos. Belo. O Mundo de Edena / Moebius / Nemo/ 64 p. (cada volume)/ R$ 49 (cada)/ editoranemo.com.br
Música tipo metal pesado
Ex-baixista do Metallica, Jason Newsted lança o primeiro álbum de sua banda, que leva seu nome. E aqui está um disco que faz jus ao título: Heavy Metal Music. São 11 faixas pesadas e diretas de heavy metal old school. Nada brilhante, mas competente. Newsted / Heavy Metal Music / Music Brokers Brasil / R$ 37,90
Guitarra brasileira
Agradável surpresa, o primeiro CD do guitarrista e cantor Gui Silveiras se apropria de ritmos do Brasil profundo para criar uma música própria, com elementos de jazz, vanguarda e muita personalidade. Destaques: Desencana Pé de Cana e a faixa-título. Gui Silveiras / Caburé / Tratore / Preço não divulgado
Baixinho do trombone é um gigante
Quem viu o show dele no TCA em 2012 já sabe da categoria do rapaz. Cantor e trombonista, Troy Trombone Shorty Andrews manda funk, jazz, pop e rock sem deixar a peteca cair em uma faixa sequer. Em Be My Lady, reuniu os lendários The Meters. Para ouvir no talo. Trombone Shorty / Say That to Say This / Verve - Universal / R$ 29,90
Musa vanguardista em forma
Remanescente da cena de vanguarda paulista dos anos 1980, Ná Ozzetti é cantora de rara originalidade. Seu décimo álbum é uma bela coleção de canções que se sustentam na dinâmica entre arranjos elaborados e sua voz. Como na arrepiante A Lente do Homem. Ná Ozzetti / Embalar / Circus / R$ 25
Cachaça, estrada e rock 'n' roll
O quinteto itabunense Mendigos Blues mistura blues rock com literatura beat e Charles Bukowski em 12 faixas encharcadas de cachaça e suor, temperadas com o pó da estrada. Uma estreia feliz. Mendigos Blues / Repúblicas e Mutretas / Independente / R$ 7 / www.soundcloud.com/mendigos-blues
Anna returns
Revelação do rock em 2011, a ítalo-inglesa Anna Calvi retorna em segundo álbum no qual mantém seu estilo gótico operístico de tons ibéricos, mas também busca outros caminhos. Love of My Life emula Yeah Yeah Yeahs. Sing To Me investe em cordas. Ótimo CD. Anna Calvi / One Breath / Deckdisc / R$ 29,90
Resgate do limbo
Nos 150 anos do nascimento, o esquecido compositor Julio Reis (1863-1933) tem parte de sua obra resgatada pelo pianista João Bittencourt. Erudito pleno de brasilidade, Reis é mais que bem-vindo de volta. João Bittencourt / João Bittencourt apresenta Julio Reis / Tratore / R$ 24,90 / Baixe: www.julioreis.mus.br
Trilha sonora para comercial de cerveja
Darling de publicitários e (com o perdão da má palavra) descolados em geral, o grupo de gypsy punk Gogol Bordello chega ao sexto álbum fazendo mais do mesmo: hinos libertários e anárquicos perfeitos para um comercial de cerveja. Pra cima de moi?... Conta outra, Eugênio! Gogol Bordello / Pura Vida Conspiracy / Som Livre / R$ 27,90
Tributo eclético
Principal representação punk rock baiana hoje, a Pastel de Miolos ganhou belo tributo com 34 bandas e artistas tocando seu repertório. Da MPB ao grindcore, um grito de individualidade. Capa de Bruno Aziz. Vários artistas / Eu Não Quero Ser o Que Você Quer: Tributo a Pastel de Miolos / Brechó - Big Bross / R$ 20 / brechodiscos.wordpress.com
Parceiro robótico
Primeiro romance da sua famosa Série dos Robôs, As Cavernas de Aço, de Isaac Asimov, é um precursor dos buddy movies, só que em FC. Elijah Baley, investigador de polícia, é escalado para resolver o assassinato de um embaixador dos Mundos Siderais. Até aí, tudo normal, não fosse seu parceiro (buddy) um robô. As cavernas de aço / Isaac Asimov / Aleph/ 302 p./ R$ 46/ editoraaleph.com.br
Assim, assim
Pronto, passou a ondinha dubstep que marcou o álbum de 2011 The Path of Totality, e eis o Korn de volta às raízes nü-metal nesta “mudança de paradigma”. Até o guitarrista Brian Head Welch voltou, após 8 anos. Resultado? Tipo assim. Vai quem quer. Korn / The Paradigm Shift / Universal / R$ 29,90
Fim de caso
Conclusão da tetralogia noir inglesa Red Riding. Nove anos depois do surgimento do estripador de Yorkshire – e muitas mortes, suspeitos e teorias não comprovadas – é a vez do advogado John Piggot mergulhar no poço de corrupção policial e brutalidade que marca a série. Sucesso de crítica – que rendeu bons filmes. Red Riding: 1983 / David Peace / Benvirá/ 512 p./ R$ 39,90/ benvira.com.br
Espinhoso e sombrio
Best-seller mundial, a Trilogia dos Espinhos chega ao Brasil vendida como a “fantasia dark mais celebrada da década”. Neste primeiro volume, o príncipe Honório Jorg Ancrath é jogado em um arbusto de roseira-brava após testemunhar o extermínio de sua família. Sua vingança, claro, será maligna. Prince of Thorns / Mark Lawrence / DarkSide / 360 p./ R$ 54,90/ darksidebooks.com.br