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sexta-feira, julho 26, 2013

MACCA '76: NOSTALGIA E FOLIA NAS TELAS DE CINEMA

Com três sessões em duas salas até domingo, filme-concerto Rockshow é imperdível para fãs

É possível que o sentimento da nostalgia – adorado por muitos, evitado por tantos outros – seja aquilo que  mais perdure no espectador que for ao cinema assistir ao filme Rockshow neste fim de semana.

Gravado durante a turnê norte-americana de 1976 de Paul McCartney e sua banda Wings, o filme é passagem certa a um tempo em que pessoas bacanas como o próprio Macca envergavam  mullets sem um pingo de vergonha. Nostalgia pura.

O sentimento é reforçado logo no início, quando a tela se ilumina e Paul McCartney surge nos dias de hoje, para uma breve introdução sobre o que virá a seguir.

A tela escurece e o ruído da multidão toma conta da sala. Logo ele ressurge, 37 anos mais moço, muito magro, elétrico e acompanhado dos Wings, banda que ele formou após os Beatles, e que contava com a inesquecível Linda McCartney (1941-1998) aos teclados.

Apesar da película original  ter sido restaurada para este relançamento mundial (breve em DVD e Blu-ray nas lojas) a imagem  adoravelmente granulada (especialmente nas cenas mais escuras) é muito típica dos anos 1970. Ó, nostalgia.

O que alivia esse peso doce-amargo é um só: trata-se de um puta show legal de rock.

Predomínio dos Wings

Com o astral lá em cima e músicos espetaculares como o multi-instrumentista Denny Laine e o baterista Joe English acompanhando-o, Macca faz o que sabe melhor: conquista todo mundo na plateia (lá e cá da tela) nos primeiros segundos.

Para um show longo (140 minutos) o set list faz poucas concessões aos beatlemaníacos e centra o poder de fogo no repertório solo e dos Wings.

Denny Laine (que parece um irmão perdido de Rod Stewart) assume o vocal principal uma meia dúzia de vezes – o que pode causar estranhamento em fãs mais xiitas, mas atesta o caráter “banda” do Wings.

Que aliás, fazia ali um esforço bem visível para se afastar tanto quanto possível do passado esmagador do  band leader para olhar à frente, em busca de uma identidade própria.

Não era  um show só do Macca. Era a banda  Wings no palco. O que é ótimo, também.

Dos Fab Four, há Lady Madonna, The Long and Winding Road, Blackbird e Yesterday. E só – pouco, em um set de 30 canções.

Mas tudo bem: Macca e sua super banda (com direito a naipe de sopros) dispõem de hits classe A como Jet, Maybe I'm Amazed, Live and Let Die, Bluebird, My Love, Silly Love Songs, Band on the Run e por aí vai.

Já os fãs especialistas vão adorar obscuridades como Richard Cory (canção de Simon & Garfunkel, aqui cantada por Denny Laine) e Magneto and Titanium Man (lado B do single  Rockshow), com direito a imagem dos inimigos dos X-Men da Marvel projetada no telão.

Paul McCartney and Wings: Rockshow / Multiplexes Iguatemi e Paralela / Hoje:  21 horas, amanhã: meia-noite e domingo: 14 horas / R$ 60 e R$ 30


4 comentários:

  1. carajo...o preço do ingresso é o preço de um show...quer dizer, o do Macca seria +, mas caro demais...na capital do desemprego então...

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  2. Também acho caro pracacete, Sputter.

    Tanto, que só fui por que estava a trabalho...

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  3. Ótimo texto para refletir (e sim, saber mais) sobre o ingrato exercício da crítica de arte:

    http://www.botequimdeideias.com.br/flogase/pense-ou-dance-a-critica-musical/

    Dica do garoto Bramis!

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