“O som é um fenômeno físico, acústico. Partindo dessa constatação, buscamos o som acústico real, de banda. Não aguento mais ouvir essas vozes padonizadas no Pro Tools e corrigidas no Autotune”, demarca Tadeu Mascarenhas, tecladista e produtor da banda Radiola (foto: Caroline Bittencourt).
A afirmação faz total sentido quando se ouve o terceiro e mais recente álbum da banda, ArRede - Tempo Sem Nome, um elaborado manifesto pós-pós-tropicalista psicodélico multicultural em que tudo soa espontâneo, real, fresquinho, da hora.
Talvez por que tenha mesmo sido feito na hora. “Esse disco não foi composto primeiro e gravado depois. Pelo menos metade das faixas foi composta em estúdio, na hora. Depois disso, a gente escolhia a mídia de gravação”, detalha o músico.
“Podia ser fita de rolo de 16 canais, gravador doméstico de quatro pistas ou o digital mesmo. Mas sempre gravado ao vivo, incluindo a voz, com um único microfone ambiente para captar toda a banda”, conta.
Abolir: Autotune
Os métodos radicais de Tadeu são fruto de uma longa estrada profissional como produtor do seu estúdio, o Casa das Máquinas: “Velho, eu já produzi uns cem discos para todo tipo de artista e o que eu vejo é que a coisa virou um pacote básico. Nossa ideia era buscar o som acústico real, de banda em estúdio. Não aguento mais ouvir essas voizes padronizadas”.
“Eu não quero mais afinar nem editar porra nenhuma em Autotune. Pego e boto o cantor pra gravar de novo. Existem muitos outros recursos em um estúdio, mas a indústria faz com as pessoas esqueçam disso em favor de um deslumbre por tecnologias baratas”, dispara.
“E a Radiola, como banda, não está atrás disso. Não estamos atrás de banana nenhuma de mercado. Nosso negócio é fazer música e pronto. Quem gostar, gostou. Quem não gostar, que espere o próximo disco”, recomenda Tadeu.
E pelo jeito, tem muita gente gostando. Este mês, a banda tem lotado sua temporada das quintas-feiras de março, na Varanda do Sesi Rio Vermelho.
Além de Tadeu, a Radiola conta com Fábio Dias e Nancy Viégas (vozes), Larriri Vasconcellos (baixo), Tico Marcos (guitarra), Alan Abreu (bateria), Germano Estácio (percussão) e Felipe Kowalczuk (percussão, cavaquinho).
“É uma banda de amigos e ninguém depende dela para viver. Por isso não seguimos receitas de mercado”, afirma.
Participações, temporada no Sesi
O álbum ainda conta com participações inspiradas de Letieres Leite (flauta em Sob os Pés), Cicinho de Assis (sanfona em Sob os Pés e Calle Escudellers), Chocolate da Bahia (voz em Sob os Pés), Edbrás (voz e gramofone cretino em Palhaçada), DJ Mauro Telefunksoul (scratches em Sob os Pés), Cássio Nobre (viola machete em Tempo de Tudo), João do Boi e Alumínio (ambos do Samba Chula de São Brás, vozes em Tempo de Tudo) e até de Glauber Rocha (voz, sampleada, em Low Fi Profile).
(Acima, foto de Ivan Cunha do show de lançamento de Tempo Sem Nome, Teatro Solar Boa Vista, 31 de julho de 2012).
"Letieres mandou uma flauta sensacional, Cicinho de Assis detonou com o acordeom, Chocolate da Bahia fez um repente lá na hora também, Cássio Nobre tocou o alaúde dele, o pessoal do Samba Chula de São Brás... foi muita coisa assim, rápidas - mas que iam pontuando as canções e consideramos importante como referências para essa música que queremos fazer", observa Tadeu.
"E tudo isso tem a ver com aproveitar o momento. Aproveitar o momento da alegria e da espontaneidade, sem pensar nessa coisa formatada e enlatada para vender como produto. Nosso negócio é música. Música mesmo", reitera.
De início, foram gravadas 14 canções para o disco, mas só nove chegaram ao final cut. "Essa foi outra preocupação nossa, que o disco tivesse minutagem de vinil, por que vamos lança-lo em vinil também, pelo seloRed Bull Music Academy. Já era para ter saído desde o ano passado, quando lançamos para download e CD, mas teve um problema lá com o fornecedor deles", conta.
"Mas eles disseram para ficarmos tranquilos, que esse vinil sai ainda nesse primeiro semestre", revela.
No momento, a Radiola cumpre uma temporada de cinco datas na Varanda do Sesi, se apresentando todas as quintas-feiras de março, sempre com algumas das participações que estiveram no disco - e outras.
"Tivemos Cicinho de Assis na primeira noite, e na segunda teve Lívia Mattos e Wado. Essa semana estamos confirmando Letieres. Parece que ele vai. E Edbras também deve confirmar aí", avisa.
"Semana passada lotou. Vendemos 100 ingressos na hora, lotação máxima. Dá muita gente do meio musical. O engraçado é que a Radiola não é uma banda só de músicos. Tem publicitário, cineasta, administrador de fazenda. Eu e Nancy somos os mais músicos da banda, digamos assim. Todos os outros tem outra atividade. O legal é que a galera da plateia dá muito feedback", conclui.
Radiola / 21 e e 28 (quintas-feiras) de março, 22 horas / Varanda do Sesi (Rio Vermelho) / R$ 15
Baixe: www.bandaradiola.com.br
NUETAS
Candice para baixar
Ex-cantora da banda Anacê, Candice Fiais
(foto: Hildegardo Nogueira) passou um tempo longe do cenário. Ela volta agora, com o lançamento
virtual de um single, da música De Verdade. O arquivo MP3 da canção,
produzida por Jorge Solovera, estará disponível para download gratuito
no site de Candice, a partir das 21 horas desta quinta-feira (21). Pinta
lá: www.candicefiais.com.
ZuluZ & amigos free
O reggae ensolarado da banda ZuluZ se despede do verão nesta sexta-feira (22). Para engrossar o coro de até breve, convidados de peso: Diamba, Peu Meurray e Rafael Pondé. Praça Tereza Batista, Pelourinho, às 21 horas. Entrada gratuita.
Lo Han também
Quem também faz show na faixa pra galera é a Lo Han, uma das últimas representações hard / classic rock da cidade. O sexteto faz essa pausa nas gravações do primeiro álbum, produzido pelo mentor Álvaro Assmar, para recarregar as energias com seu público. Na mesma night, Nefasto e Andaluz. Sábado (23), no Dubliner’s Irish Pub, às 22 horas. Gratuito.
Kiko Loureiro dia 27
Já à venda os ingressos do show do Kiko Loureiro Trio, dia 27 (quarta-feira), no Groove Bar. Guitarrista do Angra, é acompanhado neste projeto paralelo por Felipe Andreoli (baixo) e Bruno Valverde (bateria). R$ 30. Na porta, paga R$ 40.
Nova travessura de Max Brooks, de Guerra Mundial Z:
ResponderExcluirhttp://omelete.uol.com.br/quadrinhos/extinction-parade-autor-de-guerra-mundial-z-vai-fazer-hq-sobre-vampiros-vs-zumbis/
O conto original, em inglês, está todinho aqui:
http://www.thedailybeast.com/articles/2011/01/14/max-brooks-original-zombie-story-from-world-war-z-author.html
Aí, Messias! Nossa única esperança reside em você, meu irmão!
ResponderExcluirhttp://omelete.uol.com.br/musica/stephen-malkmus-vem-ao-brasil/
A comunidade quadrinística internacional está "tomando de volta" a arte roubada pelo artista pop Roy Lichtenstein nos anos 60:
ResponderExcluirhttp://www.bleedingcool.com/2013/03/19/a-call-for-comic-artists-to-respond-to-roy-lichtenstein/
e aqui:
http://paulgravett.com/index.php/articles/article/the_principality_of_lichtenstein
Eu jurava que aqueles quadros bacanas dele eram originais. Mas o cara "roubou" tudo de quadrinistas como John Romita, Jack Kirby, Gil Kane, Irv Novick, Mike Sekowski, Joe Kubert, Bruno Premiani... Ah, canalha!
Olha aqui os originais e as cópias:
http://davidbarsalou.homestead.com/LICHTENSTEINPROJECT.html
Mas aí, se for partir desse princípo, a maior parte da obra de todos os artistas pop, daquele cara lá do mijador (o nome me escapa agora) a Warhol, todos perdem o valor.
ResponderExcluirDiscussão longa e profunda, a cargo dos acadêmicos e estudiosos da arte....
Diz que Joss Whedon, o diretor de Vingadores, depois de assistir Homem de Ferro 3, virou pra Shane Black (diretor de HdF3):
ResponderExcluir"O que eu deveria fazer agora? O que vou fazer em Os Vingadores 2?".
Vá, sacana!
Homem de Ferro 3 tá pertinho, estreia 26 de abril.... Uhú!
Pertinho Papa Chico! Pra mim tã demorando uma eternidade!
ResponderExcluirhttp://noize.virgula.uol.com.br/demo-perdida-dos-smiths-vai-parar-no-youtube/
ResponderExcluir