Há dez anos, David Bowie se calou. Depois que lançou seu último álbum, o regular Reality (2003), não lançou mais nada inédito.
Hoje, justamente quando completa 66 anos, o camaleão capricorniano ressurge com música nova, Where Are We Now?, uma linda balada a base de pianos, em que parece declarar, sem medo de nostalgia, sua saudade da aclamada "fase Berlin" (1976-79).
No clipe divulgado hoje em seu site (http://www.davidbowie.com), dirigido por Tony Ousler, o gênio do rock aparece com o rosto acomodado, via chroma-key, em um ursinho de pelúcia deixado em um cenário meio desolado que lembra o ateliê de artista.
Enquanto canta, uma tela atrás dele (e de outro boneco de pelúcia com um rosto de mulher ao seu lado) exibe cenas em preto e branco de Berlin.
Na letra, exposta em lettering na tela, Bowie cita locais famosos da metrópole alemã, como Potzdammer Platz, Dschungel (clube noturno que ele frequentava) e Nurnberger Strasse (rua Nurnberger), locais em que ele, se dizendo um homem perdido no tempo ("man lost in time"), levava os mortos para passear ("just walking the dead").
Polêmica, sua fase Berlin, que marcou o auge do seu vício em cocaína e um mal-disfarçado, porém efêmero fascínio pelo nazi-facismo, gerou três grandes discos em sua vasta e brilhante discografia: Low (1977), Heroes (1977) e Lodger (1979), conhecidos como Trilogia Berlin.
Além disso, ele ainda produziu dois álbuns igualmente históricos para Iggy Pop, como The Idiot (1977) e Lust For Life (1977).
Agora, em Where Are We Now, composta com o velho parceiro Tony Visconti, Bowie parece querer acertar contas com um passado de certa forma obscuro, mas sem pedir desculpas.
Melancólico, mais parece explicitar inquietação com o fim da vida que se aproxima, do que arrependimento.
Olhar angustiado, Bowie canta versos como "o momento em que você sabe que sabe o que sabe" ("The moment you know / you know / you know"), como o prelúdio de um encerramento.
Mas não custa lembrar: este é David Bowie, um dos maiores atores de personagens - senão o maior - que o rock já produziu. Vale a pena esparar por março, quando sai seu novo álbum, The Next Day (O Próximo Dia).
Não será de se admirar se o álbum soar como uma contradição a tudo isso.
Boas-vindas de volta ao Camaleão. Que continue entre nós por muito tempo ainda.
Como eu outrora dissera lá no e-mail, FINALMENTE O MORIBUNDO DÁ SINAL DE VIDA!!!
ResponderExcluirVocê vê o que é que um cara como Bowie consegue fazer com fãs! A expectativa de anos em silêncio (O que terá ocorrido? Depressão?) descamba em um sem número de comentários que devem estar correndo o mundo (real) todo!
A música é simples e absolutamente linda! De arrepiar pela sinceridade melancólica dela, reminiscências que estariam perseguindo ele todo esse tempo? Ou mais um disfarce genial do genial David Bowie?!?
Ministry, uma das bandas mais perigosas do mundo:
ResponderExcluirhttp://andrebarcinski.blogfolha.uol.com.br/2013/01/09/caos-e-violencia-um-dia-na-vida-do-ministry/
Ouvi bastante naquela época, 91-93, 94, mas depois perdi o interesse.
Hipólita, a Mulher Maravilha da Marvel.
ResponderExcluirhttp://omelete.uol.com.br/marvel-comics/quadrinhos/fearless-defenders-serie-vai-ter-hipolita-similar-da-dc-comics/
Hum?
Força, Peter David!
ResponderExcluirhttp://omelete.uol.com.br/quadrinhos/peter-david-autor-esta-em-recuperacao-e-familia-pede-ajuda-aos-fas/
Adoro esse cara. A longa fase dele no Hulk é, de longe, a melhor do personagem em todos os tempos, superando a lendária dupla Bill Mantlo / Sal Buscema (fim dos 70, início dos 80).
Fora inúmeros outros trabalhos de alta qualidade com Capitão Marvel (não o Shazam), Homem-Aranha (com o clássico The Death of Jean DeWolff), Wolverine, X-Factor e uma super extensa lista de trabalhos para todas as franquias Star Trek, quase tudo inédito no Brasil.
Tudo sempre com muito bom humor.
É o cara!
O Digitália 2013 vai anunciar suas atrações musicais dentro de minutos no Facebook e site. Se liguem lá!
ResponderExcluirhttp://digitalia.com.br