Um dos sujeitos mais atarefados do cenário cultural independente, o cantor / produtor / agitador cultural baiano Vince de Mira (foto Tiago Lima) tem estado mais ocupado do que nunca ultimamente.
O rapaz toca uma meia dúzia de festivais (na capital e no interior), vai reinaugurar uma casa de shows e está prestes a lançar seu primeiro CD solo, O Batuque do Vigia, cujo primeiro single, Um Batalhão, ele solta esta semana, para download gratuito.
Produzido pelo experiente guitarrista Juninho Costa (ou Junix 11, cujo currículo apresenta serviços prestados a nomes completamente díspares quanto Ivete Salnagalo, Subaquático e Cirque de Soleil), o álbum traz oito faixas de autoria própria e em parceria com Roberto Barreto (Baiana System), Edson Rosa (ex-Ronei Jorge & Os Ladrões de Bicicleta), Nikima (ex-Lampirônicos), o próprio Junix e outros.
De quebra, regrava A Ver Navios, clássico underground da banda Saci Tric (do já citado Ronei, pinçada do álbum Ao Vivo no Theatro XVIII) e Caia na Madrugada, faixa dos Lampirônicos que ele gravou na sua breve fase como vocalista daquela banda.
“Olha, pode até ser que (o CD) não caia no gosto de ninguém, mas eu tinha que gravar”, afirma, modesto.
“Até para não me desalinhar da produção artística, que é a real razão de eu ter começado a desbravar essa história toda”, acrescenta.
Incubadora de Festivais
Vince não vê mais aonde termina o artista e começa o produtor cultural. Até por que, nas duas atividades, seus objetivos são os mesmos: “Tem gente que busca recursos públicos para produzir aquelas grandes festas populares”, observa.
“Nós (na Maquinário, sua produtora) trabalhamos para desembrutecer o cidadão, sensibilizar as massas para a arte e para distribuir renda entre os artistas independentes”, reivindica, sem receio de soar paternalista. Até por que respaldo não lhe tem faltado.
Recentemente, a Maquinário foi contemplada no Prêmio Economia Criativa – Edital de Fomento a Iniciativas Empreendedoras e Inovadoras da Funarte (Ministério da Cultura).
“Essa premiação é um mecanismo de investimento em determinadas iniciativas, como a nossa. Inscrevemos um combo de projetos que transversalizam diversas linguagens e se amarram entre si, como a Incubadora de Festivais, criação de conteúdos e circulação de artistas. Aí todo esse recurso é investido na empresa”, esclarece Vince.
Quem tem acompanhado a agitada cena de festivais como Futurama, Lado BA e Zona Mundi pode até não desconfiar, mas é Vince e seus associados que estão por trás do movimento.
“Dá para atingir o quantitativo através do qualitativo”, aposta.
A Incubadora de Festivais é um exemplo. Dentro da Maquinário ela tem a função de “articular, produzir e consolidar um circuito de festivais de música na Bahia”, informa seu site.
“Implantamos festivais em cidades pólo como Juazeiro (o Umbuzada), Vitória da Conquista (Avuador) e Itacaré (Stereo Sul). Abrimos seleção para produtores locais para qualificar a mão de obra, por que os locais é que tem todas as condições de selecionar atrações locais, escolher os fornecedores etc”, diz.
Reinauguração em janeiro
Em meio a tudo isso, ele agiliza a reforma na casa da Rua da Fonte do Boi que já abrigou o Farol do Rio Vermelho para reinaugurá-la em breve, com novo nome: Commons.
“Estamos requalificando a casa. Vai ter shows e festas, claro, mas também será um espaço de compartilhamento de tecnologias de produção, gestão e linguagens artísticas”, diz.
“Teremos cursos e oficinas com gente daqui e de fora, de roteiro, fotografia, gravação de áudio etc. A previsão é que abra dia 11 de janeiro”, avisa.
Com tantos ações, a verdade é que Vince é hoje peça-chave na cultura jovem local. “Vejo Vince como um articulador fundamental nesse novo momento da música baiana”, afirma Junix.
“Ele é essa mistura rara de produtor e artista. Ele entende o lado funcional, sem perder de vista como funciona o lado do artista também, deixando fluir a energia criativa”, conclui.
Ao lado, a capa divulgada d'O Batuque do Vigia, do sempre sensacional artista gráfico / guitarrista Edson Rosa (capas de Ronei Jorge & Os Ladrões de Bicicleta e Pitty, entre outros).
Ouça / baixe a faixa inédita Um Batalhão
Saiba mais: http://maquinarioproducoes.com.br/
lembrando que Vince foi o 2o vocalista da Dinky Dau.
ResponderExcluirBem lembrado, Sputter. Foi mesmo. Aquela banda teve uns quatro vocalistas, que eu lembre: o primeiro, que eu tb não lembro o nome (DUH!), Vince, Bola (sim, o próprio) e Nélio Black. Gostava muito, especialmente das gravações com Bola e dos shows com a formação final, com Apú na guitarra e Nélio, mais Pedro Bó, Daniels e Cury. Tempos beeeeeem loucos. Tenho saudades.
ResponderExcluirO 1o foi Anderson, artista plástico local...ele fazia um som meio eletro a última vez q o vi tocando...agora ele só trampa com artes plásticas mesmo...
ResponderExcluiré de vince a celebre frase "sem razão, lambe o chão"...que ele me disse que fazia de zuação e a galera pirava-heehhe